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Educação em saúde: qualidade de vida e economia para todos

Por Magno Luis Mascarenhas

Educação em saúde: qualidade de vida e economia para todos
Foto: Divulgação

Quando o assunto é saúde em grande escala, muito se fala na necessidade de conscientizar as pessoas para os riscos de uma série de doenças, mostrando como preveni-las. Embora essa lógica seja fundamental, é possível abordar a questão de um ponto de vista mais amplo: estou falando da educação em saúde.

 

A educação em saúde é um conceito que prevê a formação de consciência, fazendo com que as pessoas reflitam sobre a sua realidade e busquem agir de maneira ampla, individual e coletivamente, em prol da saúde coletiva.

 

Trata-se de uma ideia nascida há muito tempo: ainda no século XIX, surgiu o movimento higienista, que considerava a saúde de forma ampla – envolvendo saneamento básico, salubridade no trabalho, condições de vida em geral, entre inúmeros fatores – e buscava soluções igualmente amplas para as epidemias.

 

Os resultados positivos das medidas higienistas começaram a trazer para a prática as ações de conscientização sobre saúde e prevenção de doenças: começou ali a ideia de educação em saúde, que veio se desenvolvendo ao longo do tempo.

 

Hoje, o conceito está intimamente conectado a outro, que é o da promoção da saúde, o qual engloba também outras ações preventivas pensadas num contexto amplo e social.

 

 

Os benefícios da educação em saúde

A educação em saúde traz uma série de benefícios, tanto individuais quanto coletivos. Para começar, uma questão óbvia: as pessoas passam a ganhar consciência sobre a necessidade de cuidar especialmente de forma preventiva – da saúde, passando, assim, a agir proativamente.

 

Essa ação proativa de forma individual e coletiva se desdobra em vários fatores, entre os quais podemos elencar alguns:

  • Interesse na prática de atividades físicas, que, sabidamente, têm inúmeros impactos positivos na saúde física e mental;
  • Busca por absorver outros hábitos saudáveis que impactam tanto a curto quanto a longo prazo, como buscar uma boa alimentação, qualidade do sono e evitar o tabagismo;
  • Maior atenção a ações preventivas mais específicas, como a vacinação;
  • Preocupação com a saúde coletiva, especialmente no entorno do indivíduo, observando condições sanitárias do ambiente (e buscando sua melhoria) e as atitudes de quem o cerca;
  • E, claro, o próprio interesse em replicar os aprendizados absorvidos, criando multiplicadores dessa consciência ampla em saúde.

 

Os resultados dessa soma de fatores se refletem numa maior qualidade de vida. Mesmo uma mudança que possa parecer pequena em nível individual pode, em larga escala – considerando uma comunidade ou sociedade inteira – ser completamente transformadora do ponto de vista coletivo.

 

Pessoas com maior consciência e interesse proativo em cuidar da saúde tendem a – mesmo que com eventual pouco impacto a curto prazo – recorrerem menos aos serviços de saúde em casos de urgências, emergências, internamentos e cirurgias, demandando um menor emprego de recursos por parte de agentes públicos e privados.

 

Vale lembrar que na saúde, de maneira geral, prevenir é muito mais barato que remediar. Um bom exemplo é o tabagismo: iniciativas para abandonar o vício se mostraram invariavelmente mais baratas do que o tratamento de doenças comumente vindas do tabaco.

 

Para se ter uma ideia, gastos com despesas médicas e perdas de produtividade diretamente relacionadas ao tabagismo somaram quase R$ 60 bilhões anos atrás, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Isso sem falar, obviamente, nas perdas humanas: segundo a mesma fonte, mais de 156 mil mortes anuais poderiam ser evitadas se não fosse a epidemia do tabagismo.

 

E então, não é muito melhor prevenir do que remediar? A educação em saúde, assim, desempenha papel fundamental nesse contexto.

 

A redução da demanda sobre os serviços de saúde e o consequente menor dispêndio de recursos provoca impactos positivos óbvios na vida dos próprios indivíduos. No âmbito da saúde pública, a promoção em saúde de forma geral ajuda a reduzir a já conhecida sobrecarga do SUS, melhorando o acesso à saúde para quem mais precisa.

 

Já na saúde privada, não custa nada relembrar que a sinistralidade é o principal fator a ser considerado nos reajustes de mensalidades de planos de saúde – e, obviamente, quanto mais ação proativa dos beneficiários em prol da própria saúde, menor será a sinistralidade dos grupos de planos de saúde dos quais eles fazem parte.

 

Em resumo: educação em saúde significa mais qualidade de vida e também mais economia para todas as pessoas!

 

Praticando a educação em saúde

A prática da educação em saúde pode ser realizada em diferentes aspectos, desde a capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica no sentido de conscientizar os pacientes quanto na educação escolar, por exemplo.

 

Acredito que, de maneira geral, a melhor forma de fazer a conscientização e o conhecimento chegarem às pessoas de forma ampla é fornecê-los, justamente, através dos atendimentos dos próprios profissionais de saúde – dos quais todas as pessoas do mundo precisam ou vão precisar – e das escolas, que desempenham papel fundamental na formação de novos cidadãos comprometidos com o bem comum.

 

Esses dois eixos principais não eliminam vários outros atores desse contexto, como os planos de saúde, que podem e devem trabalhar proativamente na educação em saúde dos seus beneficiários.

 

O trabalho é conjunto – e os resultados também. Até a próxima!

 

*Magno Luis Mascarenhas é especialista em Gestão de Saúde e CEO da Saúde Brasil

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias