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Hiperplasia Prostática Benigna: novas técnicas revolucionam tratamento da doença

Por Lucas Batista

Hiperplasia Prostática Benigna: novas técnicas revolucionam tratamento da doença
Foto: Arquivo pessoal

O aumento da próstata faz parte do processo natural do envelhecimento do homem. A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), também conhecida como próstata grande ou próstata aumentada é um tumor não-canceroso que atinge 50% dos homens acima de 60 anos e até 90% dos pacientes com mais de 80 anos. Embora na maioria dos casos o crescimento da próstata não provoque sintomas e não aumente a predisposição ao câncer, o problema merece atenção e deve ser tratado, pois traz complicações que afetam diretamente na qualidade de vida masculina. 

 

O aumento da próstata comprime a uretra, tornando-a mais estreita e fina, o que acaba reduzindo o jato urinário. O paciente também pode sentir sintomas como sensação de bexiga cheia, urinar por diversas vezes ou urinar com interrupção do jato, ardor miccional, retenção urinária, incontinência durante o sono, necessidade súbita de urinar, sensação de não esvaziar completamente a bexiga, dentre outros sintomas. Além disso, a hiperplasia prostática benigna eleva o risco de infecções urinárias, obstruções graves, retenção importante de urina, cálculos urinários e até insuficiência renal.  

 

A condição pode ser diagnosticada através de exames de toque retal, PSA, sumário de urina, ecografias, urofluxometria, endoscopia da uretra e da bexiga ou até um estudo urodinâmico completo. Em cerca de 30% dos pacientes portadores de próstata aumentada são submetidos ao tratamento cirúrgico por não apresentarem resposta às terapias medicamentosas ou devido a complicações médicas decorrentes da obstrução do trato urinário. Nos últimos anos, os tratamentos para a hiperplasia prostática benigna vêm evoluindo bastante, sobretudo para pacientes com próstatas acima de 80 gramas. O avanço das técnicas cirúrgicas para próstata aumentada permitiu mais conforto e menos riscos de sequelas pós-cirúrgica para os pacientes. 

 

Durante muitos anos, os pacientes tinham apenas como opção a cirurgia clássica aberta, também conhecida como prostatectomia. A técnica, que ainda é utilizada em casos específicos, é mais complexa e mais invasiva, pois, além da incisão no abdômen, o paciente necessita de uso prolongado de sonda no pós-operatório e corre maior risco de sangramento intraoperatório e pós-operatório. 

 

A cirurgia robótica é uma técnica mais avançada e menos invasiva. Neste procedimento são realizadas pequenas incisões na zona inferior do abdômen para permitir o acesso as pinças robóticas, que são controladas pelo cirurgião por meio de joysticks e pedais. A visão é até 10 vezes magnificada e em 3D.  

 

Atualmente a técnica cirúrgica mais avançada do mundo para tratamento da próstata aumentada é a enucleação da próstata, considerada pelas diretrizes internacionais de urologia o padrão ouro para tratamento de próstata grande. A enucleação da próstata com o uso do Holmium Laser Enucleation Prostate (HoLEP) é um procedimento endoscópico minimamente invasivo, realizado a laser, sem necessidade de cortes no abdômen, que tem por objetivo remover a parte central da próstata aumentada, liberando mais espaço para a passagem da urina. 

 

Na Bahia, o tratamento com o Holep revolucionou o tratamento de pacientes portadores da doença. A tecnologia completou um ano no estado, no mês de setembro, com mais de 60 cirurgias de sucesso.  A técnica traz benefícios incríveis para o paciente. Entre elas, menor chance de reincidência da doença, menos risco de sequelas e de sangramento intraoperatório e pós-operatório. O procedimento permite um período menor de internação, com alta médica em 24 horas e sem uso de sonda. Nas outras técnicas, o tempo de internação pode ser de até quatro dias, o paciente permanece com sonda entre sete e dez dias, além de ter o retorno as atividades após 15 dias.  

 

O diagnóstico precoce da HPB é fundamental para um tratamento bem-sucedido da doença, pois algumas terapias podem reduzir a necessidade de realização de cirurgia. Por isso, é imprescindível que homens, a partir dos 45 anos, mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar um urologista, com o objetivo de diagnosticar precocemente qualquer doença relacionada à próstata.  

 

*Lucas Batista é chefe do Serviço de Urologia da Universidade Federal da Bahia, coordenador do departamento de robótica da Sociedade Brasileira de Urologia e chefe do serviço de urologia do Hospital Cárdio Pulmonar

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias