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Como escolher o brinquedo adequado para a criança?

Por Juliana Cabral de Oliveira

Como escolher o brinquedo adequado para a criança?
Foto: Arquivo Pessoal

Brincar é uma das melhores formas de estimular o desenvolvimento e o potencial de uma criança. O brinquedo proporciona a socialização, desperta a imaginação e a criatividade, ajuda no desenvolvimento da organização e da coordenação motora, compartilha noções de respeito ao grupo e às regras e pode ser um objeto de apego, como aquele ursinho ou boneca que acompanha a criança em todos os momentos do seu dia. Mas para garantir que a brincadeira seja livre de riscos, é fundamental considerar o nível de habilidade e compreensão dos pequenos.

 

Às vezes, as crianças desejam um determinado brinquedo e os pais nem imaginam que muitos deles podem soltar peças e substâncias, terem pontas, sufocar, intoxicar e oferecerem uma série de perigos, principalmente quando a idade não é compatível com a indicação na embalagem ou não são certificados pelo Inmetro.

 

Bebês que ainda não possuem sustentação para levantar a cabeça exigem um cuidado ainda maior. Suas vias aéreas superiores são estreitas e é muito natural que eles explorem objetos pela boca. Por isso, é preciso ter muita atenção com lápis, canetinhas, tampas e objetos pequenos. 

 

A maior causa de morte acidental entre crianças menores de 1 ano e a terceira entre zero a 14 anos no Brasil é a sufocação, segundo a ONG Criança Segura – membro da rede global Safe Kids Worldwide. Muitos engasgos ocorrem por causa de pecinhas soltas ou desmontáveis dos brinquedos, além de miniaturas, pilhas, imãs e bolinhas. Outro motivo que merece atenção especial é a ingestão acidental de brinquedos e suas partes. Baterias de lítio presentes em ursos de pelúcia, brinquedos com luzes e sons, ímãs, botões, entre outros, podem oferecer riscos sérios à saúde.

 

Bebês de até 5 meses podem brincar com chocalhos, brinquedos musicais, mordedores, brinquedos de berço, móbiles, livrinhos de pano ou plástico, bolas com texturas diferentes e cores suaves. Já para bebês maiores, de até 1 ano, é interessante explorar brinquedos que se encaixam ou empilháveis, que desmontam e que emitem sons. E de 1 a 2 anos vale brincar com texturas e elementos que estimulem os sentidos, bichos de pelúcia, elementos de cores vivas e atóxicos. 

 

A partir dos 5 anos, as quedas aumentam consideravelmente. É o que indica a pesquisa da ONG Criança Segura. Na Bahia, que ocupa o terceiro lugar no ranking nacional, foram 31 mil internações de crianças entre 2013 e 2019. Quanto maior a altura, maior o risco da queda, principalmente quando envolve o trauma na cabeça, que é a parte do corpo machucada com mais frequência e também a mais vulnerável a danos internos. Os pais devem ficar de olho principalmente em brinquedos gigantes, como camas elásticas, pula-pulas, gangorras, balanços, escorregadores e trepa-trepas, além de triciclos e patinetes.

 

Na faixa etária de 3 a 4 anos, vale apostar em brinquedos que explorem o cognitivo como os quebra-cabeças, jogos com associações, faz de conta, temáticos e jogos simples de memória. Aos 3 anos, a criança já consegue perceber-se no ambiente e o brinquedo serve como instrumento de aprendizado. Já a partir dos 5 anos, a criança vai adquirindo mais autonomia, começa a tomar decisões e fazer escolhas. Nessa fase ela expressa tudo que pensa. Os brinquedos de montar, por exemplo, já podem ter peças menores e em maior quantidade (entre 50 e 100) e os jogos de memória podem ser mais complexos. Os jogos devem despertar a mente da criança, que terá de pensar para interagir com a brincadeira e seguir as regras. 

 

A pediatra indica jogos de tabuleiro, adivinhas, caça ao tesouro e tudo o que explore a criatividade e o intelectual da criança. É importante acompanhar o que o pequeno assiste no celular e na televisão e, sobretudo, diversificar as brincadeiras, inserindo sempre atividades que ajudem a gastar energia e a movimentar o corpo reduzindo ao máximo o tempo de exposição às telas. 

 

*Juliana Cabral de Oliveira é pediatra, pós-graduada em Nutrição Pediátrica pela Boston University (EUA). 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias