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Mais de 10 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva

Por Marcos Juncal

Mais de 10 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva
Foto: Arquivo Pessoal

Dados do IBGE revelam que, no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva. O problema pode atingir homens e mulheres, sendo o público masculino com mais de 60 anos a maioria. Na maior parte das vezes, para 90% do público, a deficiência auditiva é adquirida ao longo da vida, sobretudo por conta da idade, enquanto 10% já nascem com essa condição.

 

Em alusão ao Dia Nacional do Surdo (26/09), vale destacar que existem alguns sintomas de perda auditiva que devemos ter atenção. Zumbidos constantes, dificuldade para ouvir sons do cotidiano ou ouvir sem observar o rosto de quem está falando, dificuldade de falar ao telefone, falar alto, assistir televisão e ouvir música em volume alto são alguns sinais de alerta para o indivíduo já procurar o otorrinolaringologista.

 

A boa notícia para quem já tem algum tipo de deficiência ou a surdez completa diagnosticada é o avanço tecnológico. O paciente pode ter resultados satisfatórios, se submetido aos novos tratamentos que são oferecidos. Hoje, diversos tipos de procedimentos cirúrgicos são recomendados pelos otorrinolaringologistas, a exemplo do implante coclear e do Sistema BAHA. O primeiro, conhecido como “ouvido biônico”, consiste em inserir na orelha interna, mediante cirurgia, um aparelho eletrônico que realiza as funções das células lesionadas ou ausentes da cóclea, onde se encontram os terminais nervosos responsáveis pela audição.

 

Diferente do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (tradicionais aparelhos auditivos), o sistema coclear fornece os impulsos elétricos que estimulam as fibras neurais das diferentes regiões do ouvido. O procedimento é coberto por plano de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo recomendado para pessoas com quadros de surdez total ou parcial.

 

Por outro lado, existe ainda o Sistema BAHA. Na prática, um pino de titânio é colocado atrás da orelha do paciente, que leva o som diretamente para a cóclea e estimula o funcionamento natural. O BAHA é indicado para pacientes com surdez total, em quadros de malformação da orelha, conduto do ouvido fechado, em pacientes que apresentam irritação ou otite derivada do uso dos aparelhos auditivos convencionais.


 
Conhecido como o primeiro aparelho amplificador implantável do mundo, o Carina é outra opção eficaz, com casos já relatados na Bahia. Com ele, males causados pelos aparelhos comuns, a exemplo da inflamação do canal do ouvido e microfonia serão evitados. Uma pequena incisão é feita atrás da orelha e a prótese é posicionada entre o osso do crânio e o couro cabeludo do paciente.

 

Criada nos Estados Unidos, a tecnologia fornece discrição, ficando invisível a olho nu. Outro diferencial é a vantagem dos ajustes de volume e opções de ligar ou desligar a prótese por meio do controle remoto. O Carina é indicado para pacientes com perda auditiva de grau leve a severa, do tipo condutiva, neurossensorial ou mista. Para se submeter ao procedimento, é necessário experiência mínima de três meses de uso do aparelho auditivo convencional.

 

*Marcos Juncal é presidente da Associação Baiana de Otorrinolaringologia (ABAO)

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias