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Cuidar da saúde íntima no verão vai muito além de evitar o biquíni molhado

Por Ana Cristina Batalha

Cuidar da saúde íntima no verão vai muito além de evitar o biquíni molhado
Foto: Divulgação

Os descuidos com a saúde íntima são muito mais comuns no verão. Não à toa, esse é o período em que aumentam as queixas ginecológicas. Passar o dia com o biquíni molhado, por exemplo, intensificam o surgimento de infecções. Os fungos e bactérias encontram no calor e na umidade o ambiente perfeito para sua proliferação. No consultório, as queixas mais comuns que recebo são coceira e corrimento vaginal, que podem ser sinais de candidíase, infecção causada por fungos, e vulvite, que é dermatite de contato ou alérgica na vulva, a parte externa da vagina. O problema é que, na presença de corrimento vaginal, muitas mulheres aumentam a quantidade de banhos diários e exageram no sabonete, o que acaba contribuindo para a retirada da proteção natural, mantendo o ambiente vaginal desfavorável e agravando o quadro.

 

Costumo dizer que, para evitar problemas, não basta apenas evitar o biquíni molhado. O corpo humano funciona de maneira integrada e demanda cuidados combinados que incluem desde a alimentação até a forma que você realiza a higiene íntima. A dica mais importante que toda mulher deve levar para a vida é: mantenha a região íntima arejada. Prefira roupas leves, tecidos de algodão e fuja dos sintéticos. Lave as peças com sabão neutro e coloque para secar em lugares ventilados, nunca em ambientes úmidos como banheiros.

 

O excesso de banho também não é saudável para a vagina. As duchas vaginais são contraindicadas, inclusive após a relação sexual, pois alteram o PH e desequilibram a flora íntima. Para fazer a higiene íntima, use somente água corrente e sabonetes neutros ou específicos para a região, sem perfume, já que trazem na composição o pH igual ao da vagina. Também é importante que esses produtos apresentem nos rótulos um selo que indica aprovação por ginecologistas e dermatologistas.

 

Para passar longe da candidíase, a principal queixa da estação mais quente do ano, também vale cuidar da alimentação. Uma dieta desequilibrada, rica em carboidratos e bebidas alcoólicas, o que é bem mais comum nessa época, é um fator de risco para o aparecimento e manutenção da doença. Além disso, é fundamental evitar roupas apertadas e sempre usar camisinha durante as relações sexuais. 

 

Os principais agentes etiológicos das infecções são as bactérias da própria vagina, as bactérias intestinais e os fungos. Mas, para cada agente, um tratamento diferente será recomendado, assim como os sinais e sintomas que também irão variar. Por isso, qualquer alteração deve ser avaliada pelo médico, nunca se automedique.O exame físico é fundamental para o tratamento adequado da doença, evitando a piora do quadro, a resistência medicamentosa, os vários tratamentos e as infecções de repetição. Além disso, o tratamento incorreto pode mascarar doenças graves que, se forem tratadas adequadamente, podem ser curadas.

 

Já quando o assunto é depilação, muito mais frequente no verão, em geral, não existem contraindicações. Algumas mulheres podem apresentar sintomas como ardência e coceira excessivas após o procedimento. Isso pode acontecer quando a paciente tem alergia à algum produto utilizado. Se a depilação é feita fora de casa, é importante prestar atenção na higiene do local. A higiene íntima está relacionada à limpeza da região, e não à presença de pelos.

 

Se estiver menstruada, o principal cuidado está em trocar o absorvente com mais frequência, independentemente do tipo. Absorventes internos podem ser utilizados nos banhos de mar ou piscina, mas não devem substituir os comuns no dia a dia. Os protetores diários também devem ser evitados, pois impedem a transpiração e deixam a vagina abafada. É importante lembrar que a secreção vaginal só passa a ser motivo de preocupação quando apresenta mau cheiro, coceira ou alteração na cor e na quantidade. Nesses casos, a mulher deve procurar um ginecologista o mais breve possível. 

 

*Ana Cristina Batalha é ginecologista, pós-graduada em Patologia do trato Genital Inferior e Colposcopia, em Medicina Estética, sócia da Clínica EMEG e vice-presidente da Associação Brasileira de Cosmetoginecologia (ABCGIN)

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias