Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Saúde
Você está em:
/
/

Artigo

Conscientização é fundamental para prevenção e tratamento de cânceres de cabeça e pescoço

Por Marcus Borba

Conscientização é fundamental para prevenção e tratamento de cânceres de cabeça e pescoço
Foto: Karol Mello / Divulgação

Celebramos nesta semana, no dia 27 de julho, o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. A data é aproveitada para desenvolver atividades de conscientização e informação no combate e prevenção deste tipo de câncer. Além da ação de entidades como a Sociedade Brasileira do Câncer de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e de médicos especializados em cirurgia da cabeça e do pescoço, é muito importante o envolvimento da população e de órgãos públicos, tendo em vista a implementação de políticas públicas que contribuam para diminuir a incidência da doença entre os brasileiros.
 
O câncer de boca e pescoço teve um aumento nos últimos anos que foi impulsionado pela infecção pelo papilomavírus (HPV), importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe, por exemplo. Uma das formas de contágio predominante é por meio da prática de sexo oral, sobretudo entre pessoas com muitos parceiros. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que anualmente são registrados 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. E alguns estudos apontam que em torno de 7% dos brasileiros podem ter infecção pelo HPV detectada na boca.
 
Neste mês de julho, o verde da esperança é escolhido para dar o alerta sobre os riscos da doença, mas as ações têm que ir além do hashtag #julhoverde e do mundo virtual, muito importante para que a informação seja disseminada para um grande número de pessoas. Tem que se materializar em ações concretas na saúde pública, na informação que o médico de família leva a seus pacientes, na orientação nos postos de saúde, nas escolas. Afinal, o diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Em muitos casos, o diagnóstico e tratamento tardio, detectados em mais de metade dos pacientes, acaba por provocar sequelas ou não conseguir a cura.
 
Entre a população masculina, conforme dados do Inca, o câncer de boca e laringe estão entre os mais frequentes entre os homens. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas. Os fumantes e pessoas que fazem uso frequente de bebidas alcóolicas são outra parcela da população atingida pela doença. A associação dos hábitos de beber e fumar multiplica em até 20 vezes a possibilidade de uma pessoa saudável desenvolver algum destes tipos de cânceres. Já entre os pacientes com menos de 45 anos sem a exposição a estes fatores, quando acometidos por esses tumores, a origem pode estar atrelada ao HPV.
 
Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer, que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireoide e seios paranasais. Há alguns sintomas que sinalizam a necessidade de buscar um médico especialista, como por exemplo o aparecimento de nódulos no pescoço ou na tireoide, além de lesões na boca que não cicatrizam em até 15 dias. Outros sintomas que merecem atenção das pessoas são as mudanças na voz, rouquidão, dor para engolir e lesões na pele da face.
 
A boa notícia é que nos tumores de cabeça e pescoço a cirurgia ainda é o tratamento mais comum e a taxa de cura é superior a 90% nos casos iniciais. O importante é estar atento a eventuais sintomas e buscar ajuda médica em casos de suspeita. A prevenção e diagnóstico precoce são a chave do sucesso no combate a esse câncer. 


 
MARCUS BORBA

Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFBA e líder da Unidade Especializada em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Português da Bahia.