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Antes do naipe, tem a batedeira: Relembre com Ju Paiva e Tony Salles movimento fenômeno de 2018

Por Laiane Apresentação

Antes do naipe, tem a batedeira: Relembre com Ju Paiva e Tony Salles movimento fenômeno de 2018
Foto: Montagem Reprodução / Youtube

É complicado lembrar de muitas coisas em um ritmo tão acelerado como o que a sociedade atual vive. Estudiosos afirmam que o excesso de informações, em especial em ambientes digitais, acaba afetando a memória dos indivíduos. Portanto, não é estranho esquecer de coisas como o que comeu no almoço da segunda-feira passada ou a música do carnaval de 2014. Contudo, existem coisas que o baiano não se livra tão fácil e uma delas é o movimento da batedeira.

 

Antes da existência do TikTok e do Reels para a ascensão do Naipe Baiano, as festas soteropolitanas inundaram a pista com o movimento inconfundível da batedeira. Joelhos flexionados, mão direita levantada e um ritmo acelerado de vai e vem com a região da pélvis. A dança atingiu bandas e artistas em alta naquele período como La Fúria, com “Batedeira”, Léo Santana, com “Toma que toma”. Até os veteranos, É o Tchan, embarcaram na onda com o “Melô da Batedeira”.  

 

 

Assim como com o Naipe Baiano, a dança ganhou atenção através das redes sociais e cativou artistas para produzirem músicas sobre o novo movimento. O Bahia Notícias conversou com a dançarina e coreografa Ju Paiva, ex-dançarina da Dança dos Famosos 2023, para entender sobre o fenômeno das danças virais do pagode baiano e recordar o sucesso do movimento da Batedeira. 

 

“É muito legal ver uma galera jovem chegar com outra linguagem, colocando outra energia em determinados movimentos e criarem novos”, contou a dançarina. Na época da febre já batida, a profissional chegou a coreografar para Léo Santana.  Para a coreógrafa, a dança está em constante transformação.

 

“Antigamente as pessoas iam dançar em bailes da corte, hoje a gente já sai para dançar. A gente já dança de outra forma e de lá para cá foram inúmeras transformações. Nossos pais dançavam de outra forma, nossos avós de outra forma… Então a dança ela sempre está em constante transformação e poder estar no meio disso, inserida nisso, estudar isso é muito rico para mim porque a gente tá estudando a nossa história, estudando a história de uma arte que movimenta o mundo”, explicou Ju. 

 

A ex-Dança dos Famosos defende que a dança, presente na vida de muitas pessoas, “move o mundo” e considera “fantástico” acompanhar as mudanças nesse tipo de arte. Ao BN, Ju comentou sobre a batedeira, em 2018, ter surgido como uma febre assim como o naipe baiano e reforçou a importância de novidades nas coreografias. “Quanto mais diversidade de elementos na dança a gente tem, mais pessoas se identificam”, declarou. 

 

 

“Não é se adaptar, é abraçar. É entender que aquilo vem pra agregar, pra somar, pra alcançar ainda mais pessoas, para fazer com que essa diversidade de movimentos abranja ainda mais gente”, afirmou a profissional. 

 

A dança é presente no pagode baiano desde sua origem, com o grupo É o Tchan e suas coreografias marcantes. Um dos artistas a surfar em quase todas as ondas coregráficas do gênero, Tony Salles comentou com o Bahia Notícias sobre a importância dessa característica no pagodão. 

 

“Eu tenho muito orgulho de ser uma resistência na dança dentro do pagodão baiano. Vi e vivi várias mudanças no pagodão, e acho tudo isso muito importante para o movimento. Mudanças são necessárias, sempre”, declarou o cantor, ex-vocalista do Parangolé. 

 

Sobre as mudanças, Tony afirma que a causa vem das ruas. “Acho que tudo que vem da rua tem um poder viral, exemplo do naipe baiano, que é uma expressão corporal que vem das ruas, que vem do gueto e tem tomado conta do nosso movimento”, argumentou.

 

Para Paiva, essas danças foram feitas “para a internet”. “São coisas fáceis, momentâneas, para todo mundo replicar e se sentir bem fazendo isso e daqui a pouco vão vir outros passos que as pessoas vão se sentir bem em fazer também”, contou. 

 

Entretanto, apesar de marcantes, algumas danças perdem seu impacto ao longo dos anos devido ao meio em que foram criadas e compartilhadas. “É o mundo que vivemos hoje, do bombar e daqui a pouco esfriar, eu acho que a internet dissemina tanta informação que é isso que acontece em relação a tudo, não só com a dança”, afirmou a dançarina.

 

O fato é, assim como o Naipe Baiano ou com o movimento da Batedeira, as danças do pagode baiano dominam a cultura periférica em paredões, shows do gênero ou Carnavais e, através das redes sociais, mais pessoas no país podem conhecer e sonhar a swingueira do jovem baiano.