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Trio LGBT+ fica de fora do Furdunço e comissão julgadora é acusada de 'conservadorismo'

Por Lucas Arraz / Bruno Leite

Trio LGBT+ fica de fora do Furdunço e comissão julgadora é acusada de 'conservadorismo'
Trio Shantay participou da edição do ano passado | Foto: Reprodução / Facebook

O trio Shantay, que é organizado por performers e DJs da cena soteropolitana, está de fora da edição deste ano do Furdunço. O evento pré-carnavalesco vai acontecer no dia 16 de fevereiro, no Circuito Orlando Tapajós, trajeto que corresponde ao percurso entre o Clube Espanhol em direção ao Farol da Barra. 

 

A lista de projetos selecionados para o evento foi divulgada na última terça-feira (21) (veja aqui) e foi questionada pelos organizadores do bloco, que disseram ser "lamentável" a ausência do projeto Shantay, que tem o mesmo nome de uma festa da cidade, e é conhecido por reunir pessoas da comunidade LGBT+. 

 

"É impensável imaginar o Carnaval de Salvador, a maior festa de rua do mundo, com várias artistas drag queens nacionais confirmadas, e não nós enxergamos na programação", diz um comunicado da organização, que salienta ainda a ascensão da arte drag queen e as estatísticas relacionadas a LGBTfobia em Salvador.  A produção disse ainda que deve recorrer da decisão da prefeitura.

 

No total, cerca de 50 projetos foram selecionados pelo poder público municipal, através de um edital e uma posterior submissão à comissão julgadora (veja aqui). De acordo com Empresa Salvador Turismo (Saltur), responsável pela contratação, a comissão levou em consideração os critérios "Criatividade e Inventividade”, “Repertório”, “Qualidade do Material apresentado”, “Musicalidade” e “Concepção Artística”. Ao Bahia Notícias, a pasta explicou que "o projeto Trio Shantay ficou na 78° colocação dentro do total de 141 projetos avaliados na segunda fase do processo". 

 

Criado em 2014, o Furdunço teve 2020 como o ano mais concorrido, segundo a Saltur. Conforme o órgão, o número limite de contratações, de 50 projetos, foi considerado levando em conta o espaço e o horário para a realização da festa dentro do Carnaval.

 

Petra Perón, uma das representantes do Movimento Drag Power (veja aqui), acusa a composição do conselho, que seria "conservadora", pela exclusão do projeto. "[A composição] não contempla várias narrativas e linguagens que não estão nas estruturas institucionais, que não têm a mesma visibilidade", lamenta. "Ela é muito limitada do ponto de vista da representatividade, elas representam lógicas viciantes. São mais do mesmo. Aí eles dizem que linguagens artísticas oriundas da comunidade LGBT não cumprem os critérios do edital para estar na rua", retruca Petra.

 

Compõem a comissão julgadora membros da sociedade civil nomeados, do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar), da Bahiatursa, do Sindicato de Músicos, da Federação das Entidades Carnavalescas, da Saltur e da Câmara Municipal de Salvador.