Chiclete explica substituição de Rafa Chaves: ‘Tem um perfil que não estava combinando’
por Júnior Moreira

Nas últimas semanas, os fãs de Chiclete com Banana foram pegos de surpresa após a banda anunciar a substituição de Rafa Chaves, que liderou os vocais no período de quase quatro anos, por Khill, até então vocalista da Patchanka, faltando pouco para o Carnaval (relembre aqui). No anúncio da troca nas redes sociais, o grupo não fez menção ao integrante do Confraria da Música, que inclusive se mostrou “surpreso” com a novidade (veja aqui). “É difícil explicar. Quando digo que o Chiclete tem alma própria, ninguém pode rachar. Ele que diz o que quer. Fizemos quase quatro anos com Rafa Chaves, que é um artista excelente, uma pessoa maravilhosa, mas ele tem um outro perfil que não estava combinando com o Chiclete com Banana e o próprio Chiclete - não fui eu ou Walter (Cruz) - reclamou dessa falta de link”, explicou o tecladista Wado Marques ao Bahia Notícias. “É claro que todo artista vai buscar sempre passar de um estágio para o outro, porque o próprio tempo exige que ele mude algumas coisas, mas nesse momento não poderíamos abdicar da raiz do Chiclete com Banana. Então, ele tinha que seguir. Com certeza, fará um trabalho maravilhoso com A Confraria da Música, mas o Chiclete exigia mudança novamente e não existia outra pessoa que não fosse Khill”, comemorou.
A aposta em Khill não é uma grande novidade. Pelo contrário. O cantor já tinha sido apontado para substituir Bell Marques, quando este partiu para carreira solo em 2014, por já utilizar como referência a sonoridade do Chiclete em suas músicas. Contudo, ele ponderou: “Nunca planejei estar nessa posição. As coisas aconteceram naturalmente. Na primeira vez, a imprensa começou a especular e fiquei naquela expectativa. Quando a coisa não veio, me vi muito tranquilo. Dessa vez também foi assim, deixei na mão de Deus. Tenho trabalhado essa coisa de não ficar muito ansioso, pois acho que quando tem aprovação de Deus, vem naturalmente”, apostou o cantor, que segue sócio da Patchanka. “Continuo até porque é uma marca”. No papo, eles informaram que a negociação começou há algum tempo, porém fecharam há um mês. “Acho que já era uma coisa que deveria ter acontecido um pouco antes, mas por alguns detalhes só veio se concretizar na boca do Carnaval, mas estávamos extremamente confiantes, sem receios. Poderia ser já no sábado de festa que a gente entraria com tudo”, garantiu Wado, sendo completado pelo percussionista Walter: “A liga estava conspirando a favor. Parece que a gente já toca há muito tempo”.
Apesar da experiência adquirida ao longo dos anos, ser anunciado às vésperas do Carnaval, um dos momentos mais esperados pelos artistas baianos, não deve ser tão tranquilo, “Foi um pouco angustiante, não só para a gente, mas para os fãs que ficavam se perguntando se ia ser ou não. Quanto mais o tempo passava, gerava expectativa”, lembrou. Já Wado ressaltou que é preciso encarar como uma “época de continuidade”. “Estamos aqui com esse garotão que é chicleteiro de raça e coração, assumindo o comando e, embora isso tenha se concretizado na beira do Carnaval, está sendo muito fácil para gente, porque já existe uma integração muito grande. O mundo de Khill foi e é o Chiclete com Banana”, reiterou o tecladista. Diante do desafio, o cantor confessou estar focando suas energias para que tudo dê certo. “Não estou descartando nada do que vivi, até porque a Patchanka me trouxe até aqui. Quando mergulhei, tentei esquecer tudo, não o que vivi, mas trazer algo novo. É como se fosse o início e estou sempre me cobrando. Quero estudar mais, continuar me impulsionando cada vez mais”, indicou.
Para esta nova fase o grupo divulgou, na última quinta-feira (25), a canção “Chicleteou”, que tem o intuito de enaltecer o amor dos fãs (confira aqui). “As coisas no Chiclete acontecem do nada. Não tínhamos a menor intenção de lançar nada até pelo tempo, mas Khill sempre fica pesquisando e foi mostrando para gente. Aí casualmente fomos trocando ideias e surgiu a vontade de gravar essa música. A ideia era ser algo descompromissado e o resultado final foi muito positivo. Nas redes sociais, já é um sucesso. O povo assimilou com maior facilidade, pois é uma homenagem”, frisou. No Carnaval de Salvador, a banda puxa somente um dia de trio sem cordas. O encontro com os fãs será no Circuito Barra-Ondina, na terça-feira (13), a partir das 20h. Para os próximos meses, o grupo irá gravar um CD com 14 canções, sendo 7 inéditas, além de um projeto para o São João.
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