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Marca Bahia Notícias

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Opinião: Robinson Almeida é um recado do PT à tentativa de enxertia de candidatura estrangeira

Por Fernando Duarte

Opinião: Robinson Almeida é um recado do PT à tentativa de enxertia de candidatura estrangeira
Foto: Divulgação/ Ascom PT

Apesar de escolhido como pré-candidato pelo PT em Salvador, o deputado estadual Robinson Almeida não estará, necessariamente, com a foto nas urnas em 2024. No entanto, o partido deu um recado bem explícito para quem tentou apregoar que seria possível enxertar um nome de fora, como José Trindade, sem combinar com o que os petistas costumam chamar de "base". Robinson se tornou uma saída honrosa para evitar uma fratura interna numa fase tão embrionária da disputa política-eleitoral do próximo ano.

 

Isso não quer dizer que um "estrangeiro" não possa estar filiado ao PT para disputar o pleito soteropolitano. Major Denice - hoje tenente-coronel - é uma amostra que nem sempre os rumos do partido seguem as linhas de planejamento dos demais membros da sigla. Mesmo que diga não ter caciques, o PT é uma legenda como outra qualquer, então é natural que algumas figuras tenham maior ascendência que outras. Porém o martelo batido em torno de Robinson é um contraponto à tentativa quase hostil de empurrar um nome sob a justificativa de maior viabilidade eleitoral. Em um espaço em que musculatura política deixa de ser prioridade absoluta, demarcar território é mais importante do que construir um processo harmônico.

 

Agora, com o nome do deputado estadual sacramentado como o único petista a participar do debate na base aliada, fica menos trabalhoso por fim a eventuais especulações de que o PT poderia ser manipulado ao bel prazer do interesse de lideranças mais isoladas. É um primeiro passo, cujo restante da caminhada depende de como o "maestro" Jerônimo Rodrigues vai conduzir a tão sonhada unidade do grupo. O governador terá, possivelmente, o grande desafio do ponto de vista das costuras políticas necessárias para evitar que uma eventual fissura se torne uma fratura difícil de ser revertida. O petista Robinson Almeida é apenas mais um nome nesse bolo ainda disforme dos partidos alinhados a Jerônimo.

 

Decerto ainda restam alguns nomes já apresentados dentro da base do governo estadual para Salvador. Trindade é também um deles, mas a lista pode incluir o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) ou algum nome que o PSD queria colocar para o cômputo regulamentar, por exemplo. Esse bate-cabeças é típico daquele discurso de quem tem muitos candidatos, na verdade não tem nenhum - algo presente em falas da considerada maior liderança política do grupo, o senador Jaques Wagner.

 

Robinson tem o aval dos diretórios municipal, estadual e nacional para participar da disputa. Tem até mesmo o apoio do núcleo que inicialmente flertou com outras candidaturas, até mesmo enxertadas no PT. O desafio dele é construir consenso também entre os aliados e conseguir convencer de que o comportamento hegemônico petista pode funcionar como estratégia eleitoral bem sucedida mesmo em um cenário adverso como uma disputa contra um prefeito bem avaliado e com a máquina utilizada a seu favor, como é o caso de Bruno Reis. Se seguir a linha do xará Crusoé, corre o risco de ficar isolado numa ilha tempo suficiente para perder antes mesmo de chegar às urnas.