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Opinião: Antecipação do debate em Salvador facilita "jogo" para Bruno Reis

Por Fernando Duarte

Opinião: Antecipação do debate em Salvador facilita "jogo" para Bruno Reis
Foto: Betto Jr. / Secom-PMS

Faltam cerca de 14 meses para o processo eleitoral ser efetivamente colocado em prática em 2024, e nós vemos a intensificação do debate sobre Salvador como há alguns anos não acontecia. De um lado, o prefeito Bruno Reis, candidato à reeleição. Do outro, adversários políticos tentando construir um nome competitivo desde agora para não repetir os fracassos de 2016 e 2020. Mas esse debate realmente interessa à população ou só faz aquecer os ânimos dos envolvidos e da própria imprensa?

 

Bruno segue sendo favorito por ter a máquina a sua disposição e por não ter algo danoso a própria imagem, ao longo dessa primeira etapa da gestão. No entanto, até quem está no entorno dele admite que falta um "plus", um algo a mais que o torne imbatível. Diferente do antecessor e padrinho ACM Neto, a administração de Bruno tocou entregas e projetos já estabelecidos e, por enquanto, não conseguiu inocular na percepção do eleitor uma marca inteiramente própria. É um desafio a ser vencido e ainda há tempo, mesmo que escasso. Caso ele consiga se desvencilhar da pecha de mera continuidade que os adversários conseguem impor, as chances dele aumentam consideravelmente.

 

Já no núcleo duro da oposição, há uma indefinição sobre quem e como vai ser construída a candidatura. A antecipação do debate acontece principalmente pela falta de um nome natural - e orgânico - para assumir esse papel de rival de Bruno. Há quem aposte que o bate-cabeças vai ser encerrado em breve e que daí deve emergir o nome de José Trindade, presidente da Conder e pelo PSB, tento como vice alguém mais próximo da militância petista, com o nome de Éden Valadares, presidente do PT na Bahia, sendo citado com certa frequência. Seria uma aposta para, na visão de um deputado com trânsito nos dois lados da moeda, perder ganhando. Alguém para defender com unhas e dentes o governo petista em Salvador, apresentando um nome efetivamente novo na disputa - nesse caso, a vice sendo algo relevante.

 

Cresceu ao longo dos últimos dias a possibilidade de um "outsider" ser colocado pra jogo, na tentativa de criar uma "terceira força" na capital baiana. A última vez que isso aconteceu, com Mário Kertész em 2012, o projeto não apenas resultou em um resultado pouco expressivo no primeiro turno e quase inócuo no segundo. Não duvidaria nessa hipótese, porém, na política, nada é impossível. Ressalte-se que Salvador não mereceria o risco de voltar no tempo para lidar com fantasmas de eleições passadas.

 

O tempo para eleição parece curto para o eleitor, mas é menor ainda para os agentes envolvidos em uma eleição. Para o prefeito Bruno Reis, tanto a antecipação do debate quanto a postergação excessiva dele são interessantes. De um lado, dá tempo de se adaptar e construir uma imagem - com o uso da máquina - que confronte o potencial adversário. De outro, quanto mais tarde os "players" foram apresentados, mas tempo para o prefeito se manter como único candidato viável para gerir Salvador. Ou seja, a vantagem ainda continua com quem senta na cadeira. Bruno só precisa fazer os movimentos certos para não perder esse favoritismo natural.