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Marca Bahia Notícias

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Otimismo começa a aparecer em Salvador, mas cuidado deve continuar

Por Fernando Duarte

Otimismo começa a aparecer em Salvador, mas cuidado deve continuar
Foto: Bruno Concha/ Secom-PMS

Uma pitada de otimismo. Vem daí a afirmação do prefeito Bruno Reis de que, após a Semana Santa, é possível falar sobre reabertura da economia. Os números de casos ativos e também a fila de espera por leitos servem de endosso para a perspectiva menos pessimista. A dificuldade de manter esse tom é que a ocupação de leitos de UTI adulto segue alta e sem necessariamente termos sinais de melhora. Por isso é importante manter a cautela.

 

Tanto Bruno quanto o governador Rui Costa apontam que as restrições adotadas ao longo das últimas semanas permitem acreditar em boas novas. Salvador está há quase um mês com atividades não essenciais suspensas e, até aqui, não há uma expectativa precisa de quando o quadro será alterado. Para evitar que a sociedade amplie a pressão para a retomada, é melhor demonstrar algum nível de otimismo, sob o risco de encerrar canais de diálogos, mantidos mesmo com o agravamento da crise. O complicado é se as previsões não se confirmarem.

 

Há um descontentamento de nichos contra as medidas restritivas. Apesar das pesquisas de opinião indicarem que a maioria da população mantém o apoio a elas, grupos atingidos pela pandemia e não contemplados por contrapartidas tendem a protestar contra as restrições. Alguns argumentos são justos, ainda que existam aproveitadores que apostam no caos para se promover politicamente. Outros não fazem qualquer sentido. Encontrar um meio termo entre o fechamento e a abertura, mesmo quando os números permitirem, é um desafio extra para qualquer gestor.

 

Diferente de 2020, quando a reabertura aconteceu setorialmente, a estratégia nesse novo momento será escalonar horários e atividades. Como nunca lidamos com uma crise sanitária desses moldes - e por tanto tempo -, o jeito é apelar para o método da tentativa e erro. É ruim? Sim. Porém é menos pior do que lidar com as mortes crescentes e o colapso do sistema de saúde. Retomar a normalidade antes da vacinação massiva é mais do que um erro crasso, é condenar mais e mais pessoas ao risco de morte.

 

É sensível a mudança de tom da prefeitura após os índices sinalizarem melhora. Se antes as falas se assemelhavam a previsões de Nostradamus, quando muitas vezes o fim da terra acontecia, agora estamos convivendo com algo menos pessimista. Isso não quer dizer que devemos baixar guarda. No máximo readaptar a possibilidade de reabertura até que seja necessário restringir novamente. Ou então até que haja a imunização completa da população.

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (25) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.