Davidson pelo Mundo: Arábia Saudita, a bola de luxo da vez!
Quando pensamos na Arábia Saudita, o petróleo é o que vem à mente para a maioria. No entanto, nos últimos anos, o país tem passado por uma transformação econômica significativa, impulsionada pela Visão 2030. Essa iniciativa busca não apenas diversificar a economia saudita, mas também promover o país como um destino de luxo e inovação. Com a combinação de grandes projetos de infraestrutura e uma governança corporativa mais robusta, o país tem atraído olhares de investidores internacionais, especialmente no setor de luxo.
O plano Visão 2030, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, tem um objetivo claro: reduzir a dependência do petróleo e criar uma economia baseada em outros pilares, como o turismo, o varejo de luxo e o setor financeiro. Nesse contexto, a Arábia Saudita se posiciona como um dos mercados mais promissores para marcas de alta gama. O desenvolvimento de megaprojetos como a cidade futurística NEOM e a ilha Sindalah, projetada para ser o primeiro resort de 7 estrelas do reino, são exemplos de como o país está preparado para atrair consumidores de luxo e investimentos globais.
O ano de 2019 foi um marco para o turismo saudita. Pela primeira vez, um dos países mais fechados do mundo abriu as portas para viajantes de outras nações que não fossem trabalhadores expatriados, viajantes a negócios ou peregrinos das cidades sagradas de Meca e Medina. Contudo, a pandemia de 2020 interrompeu esse momento histórico. Desde então, a Arábia Saudita tem passado por grandes transformações, com a construção de hubs de tecnologia e o incentivo à energia limpa e a projetos de turismo.
O jovem príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, agora também primeiro-ministro, vem flexibilizando as regras sociais extremamente rígidas para alcançar suas pretensões globais. Acusado pelos Estados Unidos pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, Bin Salman tenta reverter a imagem negativa do país e mostrar aos estrangeiros um lugar culturalmente rico, moderno e amistoso.
De fato, o país reúne atributos suficientes para se tornar um destino turístico de primeira grandeza: sol o ano todo, mar cristalino, cidades sagradas, ruínas milenares e hotéis requintados. No segmento de luxo, a Arábia Saudita tem se tornado uma tendência, satisfazendo os viajantes mais exigentes. Além das paisagens e da cultura espetaculares, o destino ainda é um mistério para muitos.
A capital, Riad, é o local onde o Velho Mundo encontra a modernidade. A metrópole de mais de 5 milhões de habitantes oferece experiências como museus, palácios e souks (mercados). O arranha-céu Kingdom Centre, o shopping Al-Mamlaka e o hotel Four Seasons traduzem seu cosmopolitismo. Terra natal do profeta Maomé, Meca não é propriamente um destino turístico a lazer, mas seu interesse recai sobre a Grande Mesquita, que guarda a "Pedra Negra", um dos símbolos mais sagrados do islamismo. Já Medina, conhecida como a "Cidade Iluminada", é uma história à parte.
Construída em torno da Mesquita do Profeta, erguida por Maomé, Medina abriga também o International Fair and Museum of the Prophet’s Biography and Islamic Civilization, com uma exposição interativa fascinante sobre a vida do profeta.
Outro destaque imperdível é Mada’in Saleh, no deserto rochoso de Al-Ula. Lá, os nabateus ergueram templos e túmulos em falésias rochosas, em um cenário semelhante ao de Petra, na Jordânia, revelando uma tradição arquitetônica sofisticada.
Os megaprojetos de turismo e infraestrutura desempenham um papel essencial na expansão do mercado de luxo saudita. Regiões como Al-Ula, que está sendo transformada em um destino turístico de classe mundial, e a ilha Sindalah, planejada para turistas de alto poder aquisitivo, consolidam a posição do país no mapa do luxo global.
A ilha Sindalah, no Mar Vermelho, será um divisor de águas no conceito de luxo. Com 840 mil metros quadrados e um investimento estimado em 800 bilhões de euros, o local contará com marina, campo de golfe, hotéis ultraluxuosos, beach clubs, e um iate-clube com centro gastronômico de altíssimo padrão. Lá será inaugurado o primeiro hotel 7 estrelas do país, com 400 quartos e 300 suítes.
Um dos destaques culinários será o restaurante liderado pelo chef italiano Enrico Bartolini, detentor de 13 estrelas Michelin.
Se você ficou com vontade de conhecer, prepare o bolso e embarque nessa viagem de luxo. O mundo está mudando, e até os países mais fechados já perceberam que o turismo é uma das melhores atividades econômicas do planeta.
Boa viagem!