Davidson Pelo Mundo: Geórgia; pouco conhecida, muito a gostar!
A Geórgia, um país na interseção da Europa com a Ásia, é uma antiga república soviética com aldeias na cordilheira do Cáucaso e praias no Mar Negro. A nação é famosa por Vardzia, um grande mosteiro em cavernas que data do século XII, e pela antiga região produtora de vinho da Cachétia. A capital, Tbilisi, é conhecida pela arquitetura diversificada e pelas ruas labirínticas de paralelepípedos de sua cidade antiga.
O clima da Geórgia é diversificado, mesmo considerando que o país possui um tamanho pouco significativo. As montanhas do Cáucaso têm grande importância, moderando o clima georgiano e protegendo o país da penetração de correntes de ar gélidas provenientes do extremo setentrional. Os pequenos montes do Cáucaso protegem parcialmente a região da influência de massas de ar quentes e secas oriundas do Mar Negro. A parte oeste do território georgiano possui clima subtropical úmido e marítimo, enquanto a parte oriental varia de moderado úmido para um tipo subtropical seco.
A cultura georgiana sofreu modificações ao longo de milhares de anos a partir de seus fundamentos nas civilizações ibérica e colca. Já no início do século XI, o conjunto cultural georgiano gozava de uma época de renascença, conhecida como "Idade de Ouro da Geórgia", que exercia domínio na literatura, filosofia, arquitetura e nas ciências clássicas do período. Fatores de influência para os costumes culturais arcaicos do país incluíam a Grécia clássica, o Império Romano, o Império Bizantino, os vários impérios iranianos (nomeadamente os impérios Aquemênida, Parta, Sassânida, Safávida e Qajar) e, mais tarde, o Império Russo, notadamente a partir do século XIX.
Torres Svan, na Suanécia, parte da arquitetura georgiana
A língua e a literatura georgiana clássica do poeta Shota Rustaveli foram revividas no século XIX após um longo período de turbulência, lançando as bases dos românticos e romancistas da era moderna, como Grigol Orbeliani, Nikoloz Baratashvili, Ilia Chavchavadze, Akaki Tsereteli e Vazha-Pshavela. Aspectos culturais da Geórgia incluem seu folclore, música tradicional, danças, teatro, cinema e arte. Entre os pintores notáveis do século XX estão Niko Pirosmani, Lado Gudiashvili e Elene Akhvlediani; bailarinos notáveis incluem George Balanchine, Vakhtang Chabukiani e Nino Ananiashvili; poetas notáveis incluem Galaktion Tabidze, Lado Asatiani e Mukhran Machavariani; e cineastas de destaque incluem Robert Sturua, Tengiz Abuladze, Giorgi Danelia e Otar Ioseliani.
O turismo é uma parte cada vez mais significativa da economia georgiana. Cerca de um milhão de turistas movimentaram US$ 313 milhões no país em 2006. De acordo com o governo, há 103 resorts em diferentes zonas climáticas no país. Atrações turísticas incluem mais de 2.000 fontes de água mineral e mais de 12.000 monumentos históricos e culturais, dos quais quatro são reconhecidos como Patrimônio Mundial pela UNESCO: a Catedral de Bagrati, em Cutaisi, o Mosteiro de Ghélati, os monumentos históricos de Mtsqueta e Suanécia Superior. O Departamento de Turismo e Resorts, através do Gabinete da Geórgia, é responsável pela administração e gestão do setor turístico no país. Até o final de 2015, o número anual de turistas na Geórgia atingiu 2.300.000 pessoas.
A melhor época para ir à Geórgia é na primavera e no verão, entre os meses de maio e setembro. O inverno não é tão rigoroso como em outras regiões da Europa. As temperaturas nas principais cidades rondam os 10°C, com dias de sol. Já nas montanhas do Cáucaso há bastante queda de neve e termômetros abaixo de zero.
Tbilisi
Em meio a um vale, cortada pelo Rio Kura de águas marrons, Tbilisi é a maior cidade e a capital da Geórgia. Fundada no século V por Vactangue I, rei georgiano da Ibéria, Tbilisi recebeu este nome devido ao adjetivo “quente”, em referência às fontes termais existentes na região. Hoje, a capital é uma cidade que mescla facilmente o antigo e o moderno. Tem em sua Velha Cidade a principal atração turística, com ladeiras, casas do século XIX, varandas de ferro desenhado, ruas arborizadas, vielas estreitas, banhos termais, casas de vinho e muitas igrejas. Por falar em religião, vale destacar que a população, cerca de 1,1 milhão de habitantes, é em sua maioria cristã ortodoxa, mas há mesquitas e sinagogas espalhadas pela cidade.
Batumi
Batumi é uma das cidades que mais cresce e recebe investimentos internacionais na Geórgia. Este balneário banhado pelo Mar Negro ganha a cada ano novos arranha-céus. Com uma arquitetura bem arrojada e muitas vezes até meio brega, esses gigantes, alguns com mais de 50 andares, são na maioria hotéis e cassinos. A cidade tem cerca de 150 mil habitantes e é a terceira maior da Geórgia, ficando atrás da capital Tbilisi e de Kutaisi. A economia de Batumi gira em torno do turismo. Com vastos quilômetros de praias no Mar Negro e clima subtropical, Batumi foi, durante a era da União Soviética, um dos destinos preferidos da elite russa. Mas hoje, cerca de 80% do turismo vem da vizinha Turquia, onde os cassinos são proibidos.
A Geórgia está se desenvolvendo rapidamente no que diz respeito ao combate ao crime e à corrupção e, com essas melhorias, o fluxo de turistas seguiu: a partir de meados da década de 2000, os turistas começaram a visitar a Geórgia e sua costa do Mar Negro mais significativamente do que nunca. Em geral, é seguro viajar para a Geórgia, com taxas de criminalidade consideravelmente baixas e até mesmo batedores de carteira não sendo um grande problema. No entanto, é aconselhável estar sempre vigilante, especialmente ao atravessar as ruas.
A Geórgia é um destino barato e com muitas opções de lazer, gastronomia e hotelaria. A dificuldade com o idioma ainda é um dos pontos negativos, mas o aumento de pessoas falando mais de um idioma é muito grande nos últimos anos, e o governo vem incentivando bastante.
Para os brasileiros, basta ter um passaporte válido por no mínimo 6 meses para estar habilitado a entrar na Geórgia, não precisa de visto.
Uma semana é um tempo ideal para visitar este país, alugar um carro e conhecer de leste a oeste, as montanhas e o belo Mar Negro na costa oeste. Essa é uma viagem que deve ser conjugada com a Turquia, um roteiro encantador.
Boa viagem!