“O Primeiro Beijo”, da cineasta baiana Urânia Munzanzu, estreia em Salvador no Dia da Consciência Negra
Por Redação
No Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, Salvador receberá o lançamento do longa “O Primeiro Beijo”, documentário dirigido pela premiada cineasta baiana Urânia Munzanzu. A produção chegará às telas como um manifesto político pela vida de mulheres negras que tiveram suas histórias atravessadas pelas drogas.
No filme, a diretora define a droga como uma “tecnologia de escravização moderna” e explora como ela atua como um mecanismo de extermínio, apagamento e feminicídio. A sessão de estreia será no dia 20 de novembro, no circuito da Saladearte, em Salvador.
A produção nasceu de um encontro em 2006. Na época, Urânia nem se imaginava cineasta — então jornalista e moradora do centro de Salvador —, foi abordada por Rilda, mulher negra em situação de dependência química, que insistiu para que sua trajetória fosse registrada. A partir desse chamado urgente, o documentário se constrói como testemunho, escuta e enfrentamento.
“A linha que me separava de Rilda era muito tênue. Era só o ‘primeiro beijo’ que ela deu e eu não dei. Sendo uma mulher negra e de santo, entendi que tinha uma espiritualidade gritando e, enquanto sujeito político, eu tenho um compromisso com a minha comunidade”, afirmou a cineasta que, desde então, tem se voltado à construção narrativa de produtos audiovisuais com foco em raça, gênero e política. Entre eles, o curta “Na Volta Eu Te Encontro” (2025), que recebeu sete premiações em festivais pelo Brasil.
A obra conta com a participação especial da voz de Elza Soares, narrando o poema Canarinhas da Vila, de Landê Onawale; trilha sonora original de Jarbas Bittencourt; e uma equipe majoritariamente negra que reforça a narrativa estética e política da obra. Com produções associadas de nomes como Lázaro Ramos e Thiago Gomes, o filme amplia o debate sobre como o Brasil constrói, alimenta e naturaliza suas “cracolândias”.
“O Primeiro Beijo” é uma produção da Acarajé Filmes, com coprodução da Modupé Produtora. Produção associada: Mulungu Realizações Culturais. Este projeto foi contemplado nos editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
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