Comandado por Cristina Borré, Refúgio na Serra une conforto e experiências exclusivas na Chapada Diamantina
Por Nathalí Brasileiro
No coração de Mucugê, uma das cidades mais encantadoras e turísticas da Bahia, conhecida por sua arquitetura colonial preservada, pelas trilhas que cortam a Chapada Diamantina e por um silêncio e paz que acolhem, destaca-se um lugar onde o tempo parece desacelerar. Inaugurado oficialmente no Réveillon de 2021 para 2022, o Refúgio na Serra Boutique Hotel valoriza a conexão com a natureza e o turismo de experiência como essência.
À frente do negócio, Cristina Borré, administradora de formação, contou em entrevista ao BN Hall que a ideia do empreendimento surgiu do desejo de unir a família em torno de um propósito comum. Na época, o marido, Fabiano Borré, que comanda a Vinícola Uvva, já morava em Mucugê, enquanto ela seguia com uma carreira consolidada na área da saúde em Salvador.
Em 2016, a empresária resolveu se mudar em definitivo para a Chapada Diamantina. “Foi então que decidi deixar a capital, a rotina de executiva e migrar para o empreendedorismo. Passei a me dedicar à construção desse projeto e ao crescimento da nossa família, com a chegada do Bernardo, que hoje tem 8 anos”, lembrou. “Vim para cá em busca desse sonho: unir a família e criar o Refúgio. Queria que esse espaço fosse uma extensão do que somos e do que acreditamos como estilo de vida”, afirmou.
Com projeto assinado pelo escritório baiano GAM Arquitetos, o espaço possui 13 acomodações, entre suítes e bangalôs, além de um casarão restaurado, onde ficam a recepção, o lounge com lareira e o espaço do café. Com rusticidade elegante, conforto e integração à natureza, cada ambiente destaca elementos do design regional. Segundo ela, apesar dos planos, a história nasceu de forma inesperada. “Tínhamos um projeto pronto para uma área diferente, até que o antigo dono do lugar onde hoje está o Refúgio nos procurou”, recordou Cristina. “Ele queria se desfazer da propriedade e disse que a única pessoa que imaginava cuidando bem dali era Fabiano. Aquilo nos tocou. Vimos ali uma conexão que não dava para ignorar”, declarou.
O nome Refúgio já pertencia à propriedade e foi mantido como forma de respeito à história do lugar e também ao sentimento que eles buscavam expressar. “Queríamos um projeto com alma, que conversasse com o entorno de maneira harmônica. O uso de materiais locais, o cuidado com a vegetação nativa, tudo isso nos guiou. Apostamos numa rusticidade com elegância e conforto, algo que traduzisse nossa visão de acolhimento”, explicou a administradora.
Outro destaque do espaço é o restaurante Paraguassu, construído em madeira e vidro, tendo como proposta uma imersão sensorial no verde da serra. Com cozinha contemporânea, o espaço busca reforçar a experiência do hóspede em contato direto com os sabores e paisagens da região.
Mais do que uma escolha estratégica, a decisão de construir o Refúgio em Mucugê carregava um forte significado emocional para a família. Cristina contou que a relação com a cidade tinha raízes profundas em sua história. “Foi uma decisão feita lá atrás, em 1984. O mérito é do meu sogro, um homem visionário, de grandes valores, que contribuiu de maneira significativa para o progresso da região. Desde minha primeira visita, em 1997, senti essa ligação com a cidade. Mucugê sempre nos atravessou de forma muito afetiva”, relatou.
Além da hospedagem, o hotel também oferece experiências que Cristina descreveu como “sensíveis e memoráveis”, buscando criar conexões profundas com a natureza. Entre elas estão piqueniques na serra, jantares privados sob as estrelas e até mesmo terapia em trilhas. “Refúgio é um espaço para sentir, para viver, para se reconectar com o que importa”, declarou.
Ela destacou que são os gestos sutis que tornam a passagem pelo lugar realmente inesquecível. “A cada depoimento emocionado após um jantar ao luar, ou quando preparávamos um chá para uma garganta arranhando, ou servíamos um doce que lembrava a infância, sabíamos que nossa missão havia sido cumprida. A ideia era essa: despertar o que há de mais humano na experiência de viajar”, ressaltou.
Nesse mesmo espírito de acolhimento e cuidado, ela reforçou o valor das relações que se formaram ao longo da trajetória. “Sou grata a todos que me oportunizaram crescimento, ensinamentos e apoio, especialmente à minha família. Ao olhar para o que construímos até aqui, a muitas mãos, vejo histórias e encontros que me transformaram”, afirmou. “É essa rede de conexões, feita com verdade e generosidade, que me faz acreditar que valeu, e continua valendo, cada passo”, concluiu.
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