Artista baiano Guache Marques participa de exposição sobre artes visuais dos anos 80 em SP
Por Redação
O artista visual baiano Guache Marques está sendo um dos destaques da exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo até o dia 4 de agosto deste ano. A mostra apresenta diversas obras de artistas de todas as regiões do país, abordando a produção artística entre os anos de 1978 e 1993.
Com curadoria de Raphael Fonseca, com Amanda Tavares e Tálisson Melo, a exposição apresenta mais de 300 trabalhos assinados por aproximadamente 200 artistas. O recorte considera o contexto histórico do fim da ditadura militar e da redemocratização no Brasil.
Entre as obras em exibição, Guache marca presença com a pintura “O Olho que Vê: Um Tributo a George Orwell” (1988), realizada com pastel seco e tinta acrílica sobre placa de Eucatex pintada com PVA. Inspirada no clássico 1984, de George Orwell, a obra cria um diálogo visual com a figura do “Grande Irmão”, propondo uma crítica contundente à vigilância, ao autoritarismo e ao controle social — temas latentes no contexto pós-ditadura e que atravessam até hoje o imaginário político brasileiro.
“Nessa década de 80, eu me caracterizei por ser um artista com o trabalho voltado mais para o social, me encaixando num tema recorrente daquele tempo. Tínhamos acabado de sair de uma ditadura. Esse trabalho atravessou os anos 80 e foi até meados dos 90, quando comecei uma guinada em direção à cultura afro, coisa que já vinha esboçando há algum tempo”, afirmou Guache Marques.
A exposição também exibe obras de nomes consagrados como Leonilson, Adriana Varejão, Leda Catunda, Beatriz Milhazes e Luiz Zerbini, além da companhia dos artistas baianos Ayrson Heráclito, Goya Lopes, Bel Borba, Vauluizo Bezerra, Jayme Fygura e Leonardo Celuque.
A mostra apresenta cinco núcleos conceituais nomeados a partir de músicas da década de 1980 — “Que País é Este”, “Beat Acelerado”, “Diversões Eletrônicas”, “Pássaros na Garganta” e “O Tempo Não Para”. Fullgás mergulha na cultura da época com elementos como capas de discos, revistas, panfletos e objetos do cotidiano, promovendo uma reflexão sobre identidade, política e estética.
Após passar pelo CCBB do Rio de Janeiro e de Brasília, a exposição segue para o CCBB Belo Horizonte, onde ficará de 27 de agosto a 17 de novembro de 2025.
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