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No ritmo do tambor: Cortejo Afro toma o Benin como referência e define estética do Carnaval 2026

Por Manuela Meneses

No ritmo do tambor: Cortejo Afro toma o Benin como referência e define estética do Carnaval 2026
Foto: Mateus Ross/Divulgação

No coração do Centro Histórico e nos bairros onde a musicalidade negra molda caminhos e as memórias de um povo, os blocos afro já aceleram o compasso para o Carnaval de 2026. Faltando pouco mais de dois meses para o início da maior celebração de rua do planeta, o Cortejo Afro já abriu suas portas para ensaios, oficinas, pesquisas e ações comunitárias.

 

Fundado em julho de 1998, às margens da Bacia do Cobre, no Parque São Bartolomeu — nos limites do Ilê Axé Oyá — o Cortejo nasceu do encontro entre arte e espiritualidade. Idealizado pelo artista plástico Alberto Pitta, uma das mentes mais influentes da estética afro-baiana, o bloco é hoje um dos mais respeitados da memória cultural negra na cidade.

 

De olho no próximo Carnaval, o grupo prepara para os foliões uma viagem ao berço da cultura afro-brasileira: o Benin. Em entrevista ao BN Hall, Pitta antecipou detalhes da estética que deve tomar conta do desfile. “A questão religiosa (voduns, egum, entre outras manifestações e cerimônias religiosas) estará presente. O carro alegórico abordará ainda questões históricas do período escravocrata: Porta do Não Retorno, Árvore do Esquecimento e o próprio navio negreiro”, listou.

 

Diretor artístico do Cortejo, Pitta explica que a preparação do bloco começa assim que os festejos anteriores terminam. “A partir da definição e do lançamento do tema para o Carnaval, começamos a estruturar e conceber uma estética que irá permear os desfiles e o discurso político e cultural do bloco na avenida”, explicou.

 

O processo é minucioso. Da criação das estampas à confecção das indumentárias, dos carros alegóricos aos adereços, tudo nasce de um compromisso com a tradição aliado a uma logística complexa. 

 

“Tudo isso só poderá acontecer mediante captação de recursos para o Carnaval. Daí, essa é uma função minha dentro do grupo e, consequentemente, os nossos diretores apresentam as despesas nas mais diversas áreas para colocar o bloco na rua”, acrescentou.

 

Quanto à mensagem central para a folia de 2026, a essência permanece a mesma dos anos anteriores: prezar pela arte cultural estética e pela política de ações afirmativas. Ao mesmo tempo, o Cortejo busca manter seu caráter de celebração como um espaço de diversão, encontros e exaltação da cultura baiana em sua forma mais potente e original.

 

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