Davidson Pelo Mundo: E se Santa Dulce ganhasse um feriado?
Eu costumo afirmar que o turismo é o caminho da transformação dos pilares que fazem parte desta atividade em resultado econômico, gerando oportunidades, empregos, renda e alimentando a economia como um todo.
Um dos pilares fortes da atividade turística é justamente o Turismo Religioso. Sim, a fé pode e deve gerar riquezas sem necessariamente confundir seus princípios éticos e morais. Basta, pra isso, ter um bom engajamento com a visão do turismo e se eles se complementarem.
Igreja em Aparecida do Norte
Israel, o Vaticano, Fátima em Portugal, Aparecida do Norte e tantos outros destinos podem servir de exemplo de como a religiosidade e o turismo caminham de mão dadas numa trilha de sucesso. Para se ter uma ideia, somente o Vaticano recebe mais turistas estrangeiros do que o Brasil todo. E isso, por si só, mostra a força do turismo religioso e toda a indústria que o cerca.
A venda de imagens, medalhas, fitas, camisas e uma série de souvenires movimenta milhões de dólares em todo o mundo; leitos, hotéis, agências de viagens especializadas, além de movimentarem cifras fantásticas, empregam milhares de pessoas. E assim a economia roda.
Fátima, em Portugal
Pois bem, temos aqui no Brasil 3 exemplos que já são capazes de nos mostrar a dimensão da importância desse seguimento no turismo e na economia. Aparecida do Norte como nosso carro chefe; a procissão do Círio de Nazaré em Belém do Pará; e a procissão de Bom Jesus da Lapa na Bahia – esses dois últimos numa proporção menor e com eventos pontuais durante o ano, mas nem por isso menos importantes ou com números não expressivos.
Mas temos uma grande oportunidade que até então não foi tratada como deveria ser: SANTA DULCE DOS POBRES, a primeira santa brasileira, um fato de proporções além das nossas fronteiras. Mas até o momento não despertamos para sua magnitude. Alguma coisa já foi feita sim, o Caminho da Fé, eventos, etc... mas isso ainda é muito pouco para o tamanho dessa oportunidade e o merecimento dessa conquista.
Santa Dulce dos Pobres merece ter uma Catedral e talvez a maior da cidade, um grande museu contando sua história, sua caminhada e expor a sua vida. Precisa ter ao seu entorno uma estrutura de estacionamento para ônibus, trazendo milhares de religiosos; ter um shopping da Fé comercializando os mais diversos souvenires e lembranças da Bahia e da Santa; montar uma oferta de pequenos hotéis e alojamentos adequados para este público...
Tudo isso pode ser perfeitamente ajustado ali no Largo de Roma, próximo à obra da Santa. Algumas desapropriações podem e devem acontecer para o bem da maioria ou até aproveitar espaços abandonados, mas essa intervenção vai também oxigenar a economia naquela região tão carente.
Me atrevo a dizer que o governador deve, sim, optar em trocar um dos feriados que já temos no estado pela data de nascimento ou morte de Irmã Dulce – já que existe uma lei que limita o número de feriados –, e colocar essa data no calendário nacional de eventos religiosos. E, assim, criar na cidade um evento de proporções nacionais e, quem sabe, até internacionais.
O que de fato precisa é de um entendimento da importância desse seguimento não só na Fé, mas também na economia, assim como acontece no mundo todo.