Blog do Preto defende inverno masculino baiano sem regras de estilo ou padrões
Mais que falar sobre roupa sem gênero, o inverno de 2022 defende uma moda sem “obrigações”.
Na última semana, estava indo ao trabalho quando resolvi tomar um banho na casa de uma amiga e ela me ofereceu o seu perfume. Foi quando ela sacou da prateleira o clássico “Miss Dior” e disse: use esse! Você tem um date depois e ele vai fazer bonito.
Querem saber? Quanto elogio em uma borrifada só! E foram esses mesmos elogios que me puseram a pensar nesse editorial com o modelo Matheus Luiz, e definir peças que tem no meu guarda-roupa e que, vez por outra, eu evitava por achar “feminino” demais.
Ah, em pleno 2022, Preto?
Sim, para os leitores deste site pode parecer estranho, mas eu convido você a avaliar as produções com cuidado e responder: você usaria esse look?
Para começar, o cabelo do rapaz, uma espécie de ondulado anelado, não foi cortado. Pedimos, eu e o fotógrafo Walter Abreu, q ele chegasse com o cabelo lavado e secado ao vento. Assim, queríamos explicar para os rapazes que: guanidina, formol, alisantes , não são obrigatórios! Seus cabelos são bonitos de qualquer jeito e cachos não são somente “coisa de mulher”!
Os looks, todos de acervo pessoal meu e do modelo, apresentam a cartela de cores invernais que vão do verde oliva ao preto, passando por acessórios coloridos e joias prateadas de Carlos Rodeiro.
O primeiro look, de gola alta, aliás, trata-se de uma segunda pele de frio que pode vestir homem e mulher. Assim, não vou dizer aqui de quem era ou de onde é! O colete modelo puffer (acolchoado) foi hit dessa estação e eu já tinha usado um no meu último editorial ELLUS aqui no Blog. Desdobrando o look, escolhi uma camisa branca de botão que, segundo a ditadura da moda, faz parte de look de verão.
O segundo look, composto por calça de linho de algodão com camisa em viscolinho, é a cara do nosso inverno e também pode ser usado no ensaio de Jau ou numa festa de Licia Fabio. Sem regras para nosso inverno que chove pela manhã e faz sol a tarde. Sem regras…
Por fim, o macacão militar tem cinto e não é composto por calça. Botões, gola larga, bolsos utilitários e tecido tecnológico se apresentam em uma peça a qual eu, um blogueiro de moda cabeção, ganhei e, por puro julgamento, fiz questão de não usar para deixar guardado na gaveta do preconceito com peças que não seguem o mood masculino ao pé da letra.
Entenderam por que a questão desse editorial não é a moda “genderless”, aquela que tem base em misturas de elementos femininos e masculinos e se tornaram recorrentes no mundo da moda através de Marcas como Louis Vuitton e Gucci?
É sobre leveza, sobre experimentar, é sobre viver sem pensar, como diria Sandra de Sá na sua icônica canção: se vão rir da sua roupa, rir do seu cabelo, rir da sua pele e até mesmo, rir do seu sorriso!
Que seja leve!