Jam Knop: Marca baiana Meninos Rei desfila da São Paulo Fashion Week no Projeto Sankofa
A São Paulo Fashion Week apresentou nesta edição o Projeto Sankofa, que tem como objetivo racializar a moda brasileira.
De coautoria do movimento Pretos na Moda, por Natasha Soares (membro fundador e diretora administrativa) e Rafael Silvério (Guardião da Startup de Inovação Social VAMO - Vetor Afro Indígena na Moda), o Projeto Sankofa segue dando continuidade aos passos iniciais da temporada anterior da SPFW.
A modelo Carolina Clarkson desfila para a Meninos Rei na SPFW (Foto: Divulgação)
Sete marcas racializadas seguiram nesta segunda fase do projeto, e levaram para a passarela do evento de n52 o resultado de cinco meses de trabalho no processo aceleração, que contou com consultorias, mentorias, análises de marcas e respaldo de marcas madrinhas durante a concepção das coleções que resultaram nos desfiles presenciais.
O ator Ícaro Silva desfila para a Meninos Rei na SPFW (Foto: Divulgação)
Ao todo 7 marcas emergentes fora do circuito de passarela atual, foram convidadas para participar deste projeto, na qual permanecerão durante três temporadas – e uma delas foi a baiana Meninos Rei. Durante este tempo, elas serão acompanhadas e desenvolvidas para ingressar de forma estruturada no mercado, tendo a possibilidade de se tornar uma marca no line-up oficial do SPFW. Durante o processo, receberão apoio profissional de uma equipe (psicólogos, advogados, contadores) e, também, de 7 marcas madrinhas.
As marcas madrinhas escolhidas são empresas de destaque e que ja fazem parte do line-up do evento. Elas estarão presentes durante todo o processo, auxiliando esses empreendedores da moda com seu conhecimento, networking, técnica e orientações sobre o backstage do evento.
A coleção da Meninos Rei, intitulada " Salve o Povo de Rua", foi desenvolvida para a SPFW fala sobre respeito, respeito às entidades que permeiam esses lugares, essa morada.
Desfile da Meninos Rei na SPFW (Foto: Divulgação)
Exu, Pomba Gira,Tranca Rua e tantas outras entidades foram reverenciadas nas criações através de uma leitura urbana, moderna e baseada no agora. O Mood da coleção captou a atmosfera desses lugares, da liberdade dos corpos num lugar de democracia onde você pode ser quem você quiser.
A marca enalteceu diversos corpos, corpos esses que são marginalizados pela sociedade assim como essas entidades. Porém, seguiram desconstruindo e redefinindo o " tal padrão", para tantos já obsoleto e ultrapassado.