Desafio Ambiental: Suzano aposta em ciência e tecnologia para preservar biodiversidade
Um dos grandes desafios da indústria de celulose é mitigar os impactos ambientais significativos causados pela monocultura do eucalipto. Para obter resultados mensuráveis, a Suzano coloca sustentabilidade no centro da estratégia operacional em todas as suas unidades, uma delas em Mucuri (BA). E reforça o compromisso com a conservação da biodiversidade especialmente da Mata Atlântica, bioma mais ameaçado do Brasil.
A Suzano mantém e protege 1,1 milhão de hectares de vegetação nativa, o que representa cerca de 40% de sua área total. Desde 1989, monitora a biodiversidade em suas áreas e já catalogou mais de 4.500 espécies, incluindo 190 ameaçadas e 180 endêmicas.
Maior produtora mundial de celulose e referência na fabricação de bioprodutos a partir do eucalipto, a empresa investe em iniciativas que aliam ciência, tecnologia e manejo sustentável com o propósito de proteger a fauna e restaurar ecossistemas. Um dos destaques é o trabalho de monitoramento e conservação do mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), espécie de primata classificada entre as mais raras do mundo.
Mapeamento aponta 20 áreas no estado de São Paulo, onde o mico-leão-preto ainda pode ser encontrado, sendo três delas em fazendas da Suzano. Desde o ano passado, a empresa faz o monitoramento da espécie em duas dessas fazendas, no centro-oeste paulista. A empresa emprega tecnologias inovadoras, como gravadores autônomos que realizam o registro de sons no ambiente e permitem identificar a presença de primatas. As gravações são analisadas com o apoio de Inteligência Artificial (IA), método que permitiu confirmar a presença de grupos já conhecidos e identificar novos grupos, representando um avanço significativo para a conservação da espécie.

Foto: Governo Federal
“O mico-leão-preto é um símbolo da biodiversidade brasileira e um exemplo do quanto ciência, tecnologia e manejo sustentável podem caminhar juntos. Na Suzano, acreditamos que só é bom para nós se for bom para o planeta, por isso, seguimos investindo em iniciativas que unem eficiência à conservação da natureza. Ao adotar técnicas de manejo florestal responsáveis, colaboramos para promover a preservação de ecossistemas e contribuímos com a geração de valor socioeconômico nos territórios que ocupamos. Nosso propósito de ‘renovar a vida a partir da árvore’ se concretiza na continuidade dessas ações”, afirma Yhasmin Paiva Rody, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento em Sustentabilidade na Suzano.
Em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Laboratório de Primatologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, a Suzano identificou nove grupos distintos de micos-leões-pretos nas áreas monitoradas. Em uma das áreas, por exemplo, havia o registro de 2018 de apenas um grupo de mico-leão-preto. Em 2025, foi possível confirmar a permanência desse grupo além da identificação de grupos novos desta espécie, indicando a efetividade das técnicas de monitoramento utilizadas e das ações da empresa no manejo do habitat.
Os dados coletados em campo apontaram áreas com maior probabilidade de ocorrência da espécie, reforçando a importância da preservação das matas nativas. Florestas com copas densas, conectadas e com maior disponibilidade de frutos de uma espécie de palmeira (Syagrus romanzoffiana), mostraram-se especialmente favoráveis à ocupação pelo mico-leão-preto. A presença de amplas áreas florestais contribuíram para a ocorrência da espécie, que desempenha um papel crucial na regeneração da vegetação nativa por meio da dispersão de sementes. A presença de outros primatas, como o também ameaçado bugio-ruivo (Alouatta guariba) e o macaco-prego (Sapajus nigritus) foi registrada.

Foto: Agência Brasil
Por abrigar 20% da biodiversidade do planeta, o Brasil possui um papel importante no processo de conservação e restauração de habitats degradados. Por meio do Programa Corredores Ecológicos, a Suzano planeja conectar, até 2030, 500 mil hectares nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Em parceria com setores da sociedade e poder público, a companhia atua na restauração da vegetação nativa e impulsiona técnicas de produção agrícola mais sustentáveis. Em 2024–2025, foi possível conectar mais de 100–157 mil hectares de fragmentos nativos.
Em Mucuri (BA), a Suzano opera uma das plantas industriais mais completas do setor, desde 1992, marcando presença na região Nordeste. Entre profissionais do time Suzano e de empresas terceirizadas, a unidade na Bahia reúne 7,5 mil profissionais que contribuem para o desenvolvimento das comunidades vizinhas.
A companhia apresenta ações estruturadas e com escala em conservação, restauração e programas sociais. É importante assinalar, no entanto, que a atividade de produção de celulose baseada em grandes monoculturas de eucalipto traz riscos ambientais (pressão hídrica, perda da biodiversidade etc) que exigem transparência, verificação independente e foco na qualidade da restauração. Em síntese, há avanços relevantes, mas a confiança nessas ações está condicionada a métricas sólidas, participação da sociedade e avaliação permanente.

Foto: Unesp
