Arquitetando: Inteligência Artificial, Impressoras 3D e Realidade Virtual são algumas das ferramentas que chegaram para ficar nos escritórios de arquitetura e decoração

Não é de hoje que a tecnologia muda os processos nos mais diferentes setores, fazendo cada segmento avançar com seus próprios passos na direção da eficiência, precisão, criatividade e, principalmente, sustentabilidade. Na arquitetura não é diferente. Cada novidade implementa trocas, como a dos papéis pelo tridimensional e dos rabiscos pelas camadas sucessivas dos modelos digitais.

 

A realidade virtual, por exemplo, já consegue fazer o cliente visualizar o projeto como se estivesse dentro dele, deixando para trás aquele olhar desconfiado de quem muitas vezes sequer entendia a planta quando ela era apresentada. O uso dos óculos 3D já diminui as surpresas, alinha as expectativas e propicia uma viagem imersiva no futuro, com direito a escolher na hora as cores, os revestimentos, os móveis e até eletrodomésticos.

 

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Aquelas horas infinitas nas construções das maquetes também parece algo que, aos poucos, vai ficando no passado. Hoje, a tecnologia permite a criação de modelos tridimensionais precisos e detalhados, facilitando a visualização dos projetos arquitetônicos e de decoração. Isso é possível através das impressoras 3D, que têm feito uma verdadeira revolução quando o assunto é praticidade e rapidez. Com elas, dá para diminuir consideravelmente o tempo de apresentação para o cliente, aumentar a velocidade da tomada de decisões e, ainda, agrega valor ao trabalho do arquiteto ou designer.

 

Maquete de edifício feita com impressora 3D. (Foto: Sethi)

 

Este tipo de impressora é diferente das outras encontradas no mercado, pois consegue produzir em grande escala, substituindo os filamentos plásticos por matérias-primas mais robustas, como concreto, argamassa ou outros materiais cimentícios. São eles que, camada após camada, constroem a estrutura desejada.

 

Já é possível encontrar essas impressoras em alguns escritórios espalhados pelo país, aumentando de maneira infinita as possibilidades no pós-impressão: dá para nivelar superfícies, aplicar revestimentos e pintura, bem como, instalar vigas de aço ou vidro, por exemplo. Entre as vantagens do uso do equipamento está a eliminação de possíveis falhas relacionadas ao design, equilíbrio ou engenharia. Mas o melhor é possibilitar ao profissional liberdade criativa de inventar o que quiser, sem se reprimir pelos padrões da indústria.

 

ANÁLISE DE DADOS E SUSTENTABILIDADE
Outro avanço tecnológico foi a chegada dos softwares para a análise de dados na arquitetura e decoração, de modo a auxiliar em tomada de decisões mais embasadas, evitando o desperdício de materiais e estimando de forma mais precisa os custos. É o caso da tecnologia BIM (Building Information Modeling), abordagem inovadora e integrada para a criação, gestão e compartilhamento de informações de um projeto, já sendo realidade no cotidiano de muitas empresas e escritórios do setor.

Vista de projeto feito com a tecnologia BIM. (Foto: Hometeka)

 

O BIM possibilita a geração automática de desenhos técnicos, lista de materiais, quantidades, orçamentos e cronogramas. Essa automação reduz a necessidade de trabalho manual repetitivo, economizando tempo e minimizando erros.

 

O USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA ARQUITETURA E DECORAÇÃO
Ainda relacionado ao uso da tecnologia no setor, é a chegada da Inteligência Artificial – tema que está sacudindo arquitetos e designers, como tantos outros profissionais das mais diversas áreas. O setor de arquitetura e decoração também absorve aos poucos as novidades que vêm para transformar ainda mais o oferecimento de serviços.

 

Muito além da automação, já amplamente utilizada, estão disponíveis, por exemplo, aplicativos e programas que montam o projeto na hora, com base nas escolhas do usuário. A gente confessa já ter usado, como teste, algumas destas plataformas para uso do público e o que mais nos impressionou foi a aleatoriedade da montagem dos ambientes.

 

A Inteligência Artificial é utilizada na criação de projetos, como esta casa criada na Mid Journey, ferramenta de IA. (Foto: Archtrends)

 

Claro que existem diversos outros softwares para uso profissional que podem ajudar na rotina de trabalho do arquiteto e do designer. Mas, uma coisa é certa: Isso, seguramente, nem de longe transmite, como faz um profissional de verdade, as emoções, o estilo e a alma de cada cliente, absorvidos após muitas reuniões e conversas - uma etapa que, por enquanto, não pode ser executada por uma máquina de maneira tão profunda.

 

Seja como for, previsões de cientistas já adiantam que até 2050 muita coisa vai mudar graças à IA na arquitetura e na decoração. Até lá, a indicação é não parar de se atualizar e implementar mudanças para se adequar a cada realidade, tendo a certeza de que, ao menos por hora, não há computador que substitua o coração de um ser humano. Sim, porque é ele que pulsa forte e dá o tom na hora de criar cada projeto.