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A revista Veja deste fim de semana, que já está chegando nas bancas nesta sexta-feira (4), traz em sua edição a primeira entrevista da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, desde a demissão de seu colega dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ministro foi demitido no começo do mês de setembro após se tornarem públicas acusações de que ele teria assediado sexualmente a ministra Anielle e outras mulheres.
Nesta semana, na última quarta (2), a ministra da Igualdade Racial prestou depoimento à Polícia Federal, e confirmou ter sofrido importunação sexual por parte do ex-ministro Silvio Almeida. Anielle Franco, em depoimento que durou uma hora, alegou que as ações inapropriadas de Almeida começaram na transição do governo, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde a demissão de Silvio Almeida, a ministra Anielle Franco ainda não havia falado publicamente a respeito da importunação que sofreu. A revista Veja traz em sua capa uma foto da ministra com uma frase dela dita na entrevista: "eu só queria que parasse".
Segundo contou a ministra da Igualdade Racial, no período de transição de governo, ela já começou a ouvir insinuações veladas de Silvio Almeida. Mais tarde, já como ministra, vieram as frases embaraçosas, os comentários sexistas e os convites impertinentes. Por fim, surgiram os gestos grosseiros e os toques indesejados e não consentidos por parte do então ministro.
Por não saber exatamente como reagir, Anielle Franco acabou agindo de forma contrária ao que ela mesma aconselharia às mulheres que passam pela mesma situação: a princípio, por medo e vergonha, a ministra se calou. "Ficamos com medo do descrédito, dos julgamentos, como se o que aconteceu fosse culpa nossa", reconhece Anielle na entrevista exclusiva.
"É importante deixar claro que o que aconteceu comigo foi um crime de importunação sexual", disse a ministra, ao quebrar o silêncio que se autoimpôs. Ao mesmo tempo, ela adverte que ainda é muito difícil tratar publicamente do assunto.
"A gente está falando de um conjunto de atos inadequados e violentos sem consentimento e reciprocidade, que, infelizmente, mulheres do mundo inteiro vivenciam diariamente", justifica.
A entrevista da ministra da Igualdade Racial a Veja foi concedida logo após ela prestar depoimento à Polícia Federal. Ao ser questionada pela revista sobre o que teria exatamente acontecido entre ela e o ministro dos Direitos Humanos, Anielle Franco preferiu não entrar em detalhes.
"Apesar da dor, da violência e da decepção, falei todo o necessário nas instâncias devidas, conforme me comprometi a fazer. Publicamente não quero entrar em detalhes, para preservar as investigações em em curso e também porque não quero repetir, repetir e repetir a violência. Traumas não são entretenimento", afirmou.
Na resposta à pergunta da Veja se ela teria de arrependido de não ter feito alguma coisa em relação ao episódio, ela disse ter se culpado pela falta de reação.
"Fico me perguntando o tempo todo por que não reagi na hora, por que não denunciei imediatamente, por que fiquei paralisada. Me culpei muito pela falta de reação imediata, e essas dúvidas ficaram me assombrando. Me lembrava de todas as mulheres que já tinha acolhido em situação de violência. Mas o fato é que não estamos preparadas o suficiente para enfrentar uma situação assim nem quando é com a gente. Eu me senti vulnerável", disse a ministra.
Clique aqui e confira a entrevista na íntegra no site da revista Veja.
A revista Veja antecipou na noite desta quinta-feira (21) a sua reportagem de capa, e o tema é bombástico: a publicação obteve com exclusividade uma série de áudios em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro, durante conversa com uma amiga que não foi identificada, faz diversas revelações e críticas à Polícia Federal, ao Ministério Público e também ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Cid, em um extenso desabafo, disse que as suas declarações no acordo de delação premiada teriam sido distorcidas, assim como informações foram tiradas de contexto e outras omitidas pela Polícia Federal. O tenente-coronel, que voltou a depor na Polícia Federal na última segunda-feira, 11, faz diversas críticas à conduta dos agentes da PF, assim como à investigação sobre a tentativa de um golpe de estado pelo governo Bolsonaro.
.“Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, afirmou Mauro Cid.
Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsnaro, a Polícia Federal, ao tomar o seu depoimento, já estaria com uma “narrativa” pronta, e teria tentado encaixar a versão de Cid a fatos pré-determinados.
“Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: ‘Ó, mas a sua colaboração. Ó, a sua colaboração está muito boa’. Ele (o delegado) até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá’. Ele falou assim: ‘Só essa brincadeira são trinta anos para você’.”
Sobre Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid faz duras críticas ao ministro do STF. Moraes é o responsável pelas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro, assim como sobre a venda de joias e registros de vacina falsificados.
“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse.
Mauro Cid também faz uma revelação que não consta em nenhum de seus depoimentos à Polícia Federal: a de que o ministro Alexandre de Moraes teria mantido um suposto encontro com o ex-presidente Bolsonaro.
“Eu falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que eu fale?’.”
Em outro trecho, o tenente-coronel volta a criticar o ministro do STF: “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo”.
Os áudios obtidos pela revista Veja também mostram um Mauro Cid ressentido com ex-companheiros de governo, pelos prejuízos que sofreu com os processos a que responde. Em dado momento, o tenente-coronel faz críticas também ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Quem mais se f... fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira fui eu. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?", disse.
Há ainda nos áudios uma tentativa de Mauro Cid de justificar os motivos que o levaram a colaborar com a Polícia Federal e fechar um acordo de delação premiada.
“Se eu não colaborar, vou pegar trinta, quarenta anos. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia… Vai entrar todo mundo em tudo. Vai somar as penas lá, vai dar mais de 100 anos para todo mundo. Entendeu?. A cama está toda armada. E vou dizer: 'os bagrinhos estão pegando dezessete anos'. Teoricamente, os mais altos vão pegar quantos?”, questionou Mauro Cid.
“Ouvindo a conversa, a impressão que se tem é que há dois Cids diferentes na mesma pessoa — o colaborador, cujas informações têm sido fundamentais para desnudar a tentativa de golpe, e o injustiçado, cujas palavras estão sendo modificadas por policiais enviesados. Um deles, evidentemente, não diz a verdade”, diz a revista Veja em sua reportagem de capa.
Apesar de ver o cerco se fechar ao seu redor e de seus aliados em diversas investigações, como na operação mais recente da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe após as eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém quase inalterada a sua popularidade entre seus eleitores. Pesquisa divulgada na edição da revista Veja que chegou nesta sexta-feira (9) às bancas, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, mostra a capacidade de resistência do ex-presidente e sua força para eleger um herdeiro (ou herdeira) político.
No levantamento realizado entre os dias 24 e 28 de janeiro, o Paraná Pesquisas perguntou a eleitores em todos os estados quem eles votariam para presidente se a eleição fosse hoje. O resultado revelou o presidente Lula ainda na frente, com 36,9% de intenções de votos, mas com pouca diferença à frente de Jair Bolsonaro, que aparece com 33,8%.
Despontam ainda na pesquisa os nomes de Ciro Gomes, com 7,8%, o governador do Paraná, Ratinho Jr., com 3,9%, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, com 3,9%, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, com 1,2%, e por fim, o governador do Pará, Helder Barbalho, com 0,8%. Na simulação de segundo turno, Lula ganha apertado, com 43,9% contra 41,9% de Jair Bolsonaro.
O Instituto Paraná Pesquisas apresentou aos mais de dois mil entrevistados um segundo cenário, desta vez com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no lugar do seu marido. O presidente Lula continua na frente, com 37,6%, mas a ex-primeira-dama mostrou ser competitiva, já que conseguiu atingir 23% das intenções de voto.
O segundo cenário ainda teve Ciro Gomes com 9,3%, Romeu Zema com 6,5%, Ratinho Jr. com 5,1%, Ronaldo Caiado com 1,9% e Helder Barbalho com 0,9%. Na simulação de segundo turno em disputa entre Lula e Michelle, o presidente recebeu 45,4% das intenções de voto contra 38,7% da esposa de Jair Bolsonaro.
Os entrevistados também foram questionados sobre o impacto do apoio do presidente Lula e do ex-presidente Bolsonaro a um eventual candidato a prefeito nas eleições municipais deste ano. A pesquisa mostrou que a maior quantidade de respostas foi dada no sentido de que o apoio dos dois personagens da política não altera a decisão de escolha de um candidato.
No caso do presidente Lula, 35,4% dizem que o apoio dele a um eventual candidato não altera a sua escolha. Outros 31,6% dizem que o apoio de Lula aumenta a chance de escolha de um nome, enquanto 31,3% afirmaram que o fato de o presidente apoiar o candidato faz diminuir a chance de escolha do futuro prefeito de sua cidade.
Em relação a Jair Bolsonaro, 42,6% afirmaram que o apoio dele a um eventual candidato não altera a sua escolha. Outros 29,2% dizem que o apoio do ex-presidente aumenta a chance de escolha de um nome, enquanto 25,3% responderam que o fato de Bolsonaro indicar algum candidato leva à diminuição da chance de escolha de um futuro prefeito.
Na mesma matéria da revista Veja em que foi apresentada a pesquisa há uma entrevista com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que diz pretender ser candidato a presidente em 2026. Bolsonaro afirma ter confiança de que o Supremo Tribunal Federal irá reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que declarou a sua inelegibilidade eleitoral.
“Pretendo sim (ser candidato), tá? Não posso acreditar que chegando ao Supremo, seis ou mais ministros confirmem a sanção imposta pelo TSE”, afirma o ex-presidente à Veja.
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Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.