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Artigos

Luiz Carlos Suíca
Manifesto: O Estado e a Megaoperação da Hipocrisia
Foto: Divulgação

Manifesto: O Estado e a Megaoperação da Hipocrisia

A megaoperação no Rio de Janeiro não foi um ato de justiça. Foi uma demonstração de poder — e de hipocrisia. Quando helicópteros sobrevoam as favelas e o som dos tiros ecoa pelas vielas, o Estado não está combatendo o crime. Está reafirmando que o crime é parte de sua própria estrutura. Porque se o crime é organizado, é porque o Estado também está dentro dele — e dele se alimenta.

Multimídia

Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”

Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Angelo Almeida (PSB), avaliou as críticas relacionadas a fragilidade do sistema de logística e escoamento de produtos e serviços na Bahia. Durante entrevista no Projeto Prisma, nesta segunda-feira (3), o gestor afirmou que “toda a crítica é construtiva”, porém destacou que a falta de investimento nacional atrasaram a evolução estadual neste sentido.

Entrevistas

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Florence foi eleito a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2010, tendo assumido quatro legislaturas em Brasília, desde então.

trabalho infantil

Fiscais do trabalho flagram crianças e adolescentes em torneio de tênis na Bahia
Foto: Reprodução / Auditoria-Fiscal do Trabalho

Auditores-fiscais do trabalho identificaram, neste domingo (26), crianças e adolescentes atuando como “boleiros” durante o torneio ATP Costa do Sauípe, realizado em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

 

Segundo o G1, a fiscalização, conduzida pela Superintendência de Inspeção do Trabalho (SIT), constatou que 30 das 31 pessoas que exerciam a função tinham menos de 18 anos, sendo algumas com apenas 12 anos.

 

Os “boleiros” são responsáveis por recolher e entregar as bolas durante as partidas de tênis. Segundo o órgão, os jovens trabalhavam sob forte sol e estavam expostos ao risco de lesões graves, já que os saques dos atletas profissionais podem ultrapassar 200 km/h.

 

Testemunhas relataram aos auditores que alguns adolescentes chegaram a ser atingidos por boladas, incluindo uma garota que sofreu um impacto no peito. Mesmo com uma autorização judicial local classificando a atividade como “lazer”, os auditores entenderam que a situação configurava trabalho infantil.

 

A empresa organizadora do evento foi notificada, e um relatório detalhado será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), à Justiça e ao Conselho Tutelar para evitar novas ocorrências.

 

De acordo com as organizadoras, a iniciativa teve o objetivo de aproximar os jovens do esporte e contribuir para sua formação cidadã. A Try e a Costa do Sauípe também ressaltaram que a atividade foi autorizada pelo Juizado da Infância e Juventude e seguiu todas as normas legais, com acompanhamento de adultos, horários compatíveis com as aulas e oferta de alimentação e descanso. As empresas destacaram que a participação de jovens como boleiros é prática comum em torneios de tênis e reforçaram o compromisso com a responsabilidade social e o incentivo ao esporte.

 

Confira o comunicado divulgado pelos organizadores do evento na íntegra:

 

"A Try e a Costa do Sauípe, realizadoras do Costa do Sauípe Open – ATP Challenger 125, encerrado no último domingo (26), informam que promoveram, durante o torneio, uma ação socioeducativa em parceria com o projeto social Borges Tênis, envolvendo adolescentes moradores do município de Mata de São João (BA) como boleiros. A iniciativa teve como objetivo aproximar os jovens do esporte e contribuir para sua formação cidadã, em linha com as diretrizes de sustentabilidade e responsabilidade social do destino, além de trazer para os adolescentes o que aprenderam na teoria e nos treinos.
 
As empresas esclarecem que a atividade foi autorizada pelo Juizado da Infância e Juventude e realizada de forma regular e seguindo todas as exigências acordadas, com consentimento dos responsáveis legais e supervisão constante de adultos. Os adolescentes participaram do torneio em horário compatível com suas atividades escolares e em escala de revezamento, com intervalos regulares em ambiente adequado e climatizado, e receberam alimentação, roupas confortáveis e protetor solar.
 
A Try e a Costa do Sauípe reafirmam seu compromisso em fomentar o esporte e promover oportunidades de impacto positivo na sociedade. Ainda, reforçam que a participação de jovens como boleiros é uma prática consolidada em torneios de tênis no Brasil e no mundo, reconhecida por seu caráter socioeducativo."

Menina levada do interior para "criação" em Salvador recebe indenização por trabalho infantil
Foto: Divulgação / OIT

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA), através da 1ª Turma, manteve a decisão que reconheceu a existência de vínculo de emprego doméstico entre uma mulher e um casal de Salvador, com quem ela viveu desde os seis anos de idade.

 

A corte entendeu que a relação não configurava "adoção" ou "filha de criação", mas sim trabalho doméstico infantil e adolescente. O casal foi condenado ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais, valor reduzido de R$ 100 mil fixado em primeira instância. Cabe recurso.

 

De acordo com o processo, em 2000, uma menina de seis anos, natural do interior de Lamarão, região do sisal, foi levada para Salvador para morar com o casal. Inicialmente, ela iria auxiliar o patrão, que havia sofrido um acidente, mas passou a viver de forma definitiva no local. Em 2003, o casal obteve sua guarda judicial.

 

A mulher relatou que, a partir de então, passou a realizar tarefas domésticas, sendo orientada por outras empregadas. Sua rotina incluía acordar às 4h para preparar o café da manhã da família. Ela estudava em turnos variados, e o período na escola era seu único momento de descanso entre os afazeres, que se estendiam até a noite. Aos 15 anos, com o nascimento do neto dos patrões, foi obrigada a interromper os estudos para cuidar da criança. Só concluiu o ensino médio aos 24 anos, por meio de supletivo. Em 2020, ao questionar sua situação, foi expulsa de casa.

 

Em defesa, os patrões afirmaram que a tratavam "como uma filha". Disseram que a mãe biológica a entregou à família, que a recebeu com "apenas a roupa do corpo e uma sandália nos pés". Alegaram que a jovem não precisava acordar cedo, frequentava a escola, brincava e fez um curso técnico de enfermagem pago por eles. Atribuíram uma mudança em seu comportamento ao início de um namoro em 2018.

 

A juíza Viviane Martins, da 12ª Vara do Trabalho de Salvador, considerou o testemunho de terceiros, que comprovaram que a mulher nunca foi integrada à família como filha ou irmã. Uma testemunha disse que a mulher passou a ser vista como um peso pela família "pela sua presença sem a realização das atividades domésticas". O "irmão" de criação, segundo a magistrada, "tomou as rédeas" e decidiu expulsá-la, sem se preocupar com seu destino. Outra testemunha, amiga da dona da casa há mais de 15 anos, sequer lembrava o nome da jovem.

 

A juíza fez um paralelo com um relato da pesquisadora Grada Kilomba, que aos 12 anos foi convidada para acompanhar uma família em férias, mas, na prática, para prestar serviços domésticos. Para a magistrada, a menina negra deixou de ser vista como criança e passou a ser tratada como "corpo disponível para o trabalho".

 

Em primeira instância, foi determinado o reconhecimento do vínculo de emprego, com anotação na Carteira de Trabalho, pagamento de salários devidos e indenização por danos morais de R$ 100 mil.

 

Ao analisar o recurso dos patrões, a relatora do caso no TRT-BA, juíza convocada Dilza Crispina, destacou que a prática de "adoção" de meninas do interior por famílias urbanas, sob promessa de educação, é comum no Brasil. "Essas crianças acabam submetidas a precárias relações de trabalho doméstico infantil que perpassam aspectos relacionados à herança colonialista/escravista", afirmou.

 

A relatora manteve o reconhecimento do vínculo empregatício, reforçando que a mulher nunca foi integrada à família. No entanto, considerou que o valor inicial da indenização ultrapassava a capacidade econômica dos patrões e o reduziu para R$ 50 mil. A decisão foi unânime quanto ao vínculo de emprego e por maioria quanto ao valor da indenização.

MPT e município de Xique-Xique firmam acordo para erradicar o trabalho infantil
Foto: Bahia Notícias

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o município de Xique-Xique, no norte da Bahia, firmaram acordo judicial para implantação de políticas públicas de proteção da infância e combate ao trabalho infantil.

 

O Termo de Conciliação encerra uma ação civil pública movida pelo órgão contra a prefeitura após tentativas de negociação de um termo de ajuste de conduta. O acordo foi homologado na Vara do Trabalho de Irecê, onde a ação corria, estabelecendo uma série de obrigações para o município e cronograma para sua execução.

 

Entre as medidas a serem implementadas em prazos que variam de 30 a 120 dias, destacam-se a elaboração de diagnóstico do trabalho infantil no município, a criação de agenda intersetorial de erradicação do trabalho infantil, a designação de gestor para o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e a capacitação de profissionais do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).

 

O documento prevê ainda que o município ofereça atividades esportivas, culturais e de reforço escolar no contraturno para alunos da rede de ensino e a criação de programa de aprendizagem profissional na administração municipal.

 

A procuradora do MPT Camilla Mello, autora da ação e responsável pela negociação do acordo, destacou ainda a obrigação assumida pelo Executivo municipal de implantar o Projeto MPT na Escola, que prevê a inclusão de conteúdos sobre direito do trabalho no currículo escolar do ensino fundamental. Outro ponto de destaque, sendo a procuradora, é a implantação de ações de busca ativa para identificar e resgatar crianças e adolescentes exploradas no trabalho.

 

O acordo prevê ainda que o município garanta verbas suficientes no orçamento para a implementação dos programas de erradicação do trabalho infantil e regularização do trabalho do adolescente. Em caso de descumprimento das obrigações, o município estará sujeito a multa diária de R$2 mil, a ser revertida a projetos e entidades dedicadas às crianças e aos adolescentes da região. O acordo tem vigência indeterminada e está condicionado à homologação judicial.

TRT-BA explica como destinar parte do imposto de renda para combater trabalho infantil
Foto: Juca Varella / Agência Brasil

O Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) reforça neste ano a sua campanha para incentivar os cidadãos e as instituições a destinarem parte de seu imposto a projetos sociais que combatam o trabalho infantil. Sem gerar despesa extra, pessoas físicas e jurídicas podem doar aos fundos de defesa dos direitos da criança e do adolescente de forma simples. Uma página especial explica de forma simples como proceder para destinar parte do Imposto de Renda (IR).

 

A gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho no TRT-BA, juíza Viviane Martins, afirma que a destinação, além de não gerar prejuízo ou despesa extra para quem está declarando imposto de renda, torna o cidadão mais atuante e participativo.

 

“É muito comum escutarmos que se paga muito imposto e não se sabe sobre o destino dessa receita. Por meio da destinação tributária se faz justamente essa escolha, há um direcionamento para o Estado que necessariamente aplicará aquele tributo em Fundos da Infância, essenciais à realização de políticas públicas para a proteção de crianças e adolescentes, contribuindo para combater o trabalho infantil”, diz.

 

A campanha "Corrente do Bem” conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público da Bahia, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia, Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região, Ordem dos Advogados do Brasil – Bahia, Associação Baiana de Advogados Trabalhistas, Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente da Bahia e Conselho Regional de Contabilidade da Bahia.

 

Fonte: TRT-BA

PC e Conselho Tutelar flagram quatro crianças trabalhando como ambulantes no carnaval neste domingo
Foto: Ascom PC

Os policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), em conjunto com o Conselho Tutelar advertiram duas famílias neste domingo (11), por exploração do trabalho infantil, na Barra, durante fiscalizações preventivas no evento. 

 

Duas crianças de oito anos, uma de três e uma de 14 estavam trabalhando como ambulantes durante o carnaval. “As famílias receberam advertência e encaminhamos as crianças para casa em segurança. Vamos continuar com o acompanhamento, caso haja o descumprimento, as crianças serão recolhidas da guarda dos responsáveis”, explicou a titular da Dercca, delegada Simone Moutinho. 

 

A delegada ainda orientou os pais sobre os espaços oferecidos para o acolhimento de crianças enquanto eles trabalham na festa. A unidade especializada possui, no Carnaval deste ano, um Centro Unificado da Infância, Desaparecidos, Adolescentes e Reencontros (CUIDAR), localizado no estacionamento do Teatro Castro Alves. 

Seades atuará no enfrentamento ao trabalho infantil durante Carnaval 2024
Foto: Divulgação/Sedes

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) atuará no Carnaval 2024, durante todos os dias, com ações de proteção social e cuidado, integrando o conjunto de serviços ofertados pelo Governo do Estado na atenção aos públicos em situação de vulnerabilidade.

 

Dentre as principais iniciativas está a campanha de enfrentamento ao trabalho infantil e à exploração sexual de crianças e adolescentes, com distribuição de material informativo e ações de divulgação em redes sociais, além de pontos estratégicos de circulação de baianos e turistas. Equipes itinerantes estarão nas ruas identificando casos de violação de direitos e divulgando os canais de denúncia. A Seades atuará ainda na articulação de órgãos intersetoriais e monitoramento de indicadores. 

 

O programa Corra Pro Abraço estará presente nas ruas através de estratégias de redução de riscos e danos, com atendimento multidisciplinar, às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas e estão em situação de rua ou vulnerabilidade social, também acompanhando audiências de custódia na capital baiana. Haverá distribuição de insumos como água mineral, absorventes, preservativos, dentre outros itens. O programa prestará orientações e direcionamentos à rede de serviços integrados nessa área.

 

Na frente da segurança alimentar e nutricional, a Seades levará dicas de hidratação e consumo de alimentos saudáveis durante a festa carnavalesca, no intuito de contribuir para o bem-estar e vitalidade dos foliões.

 

Além disso, uma parceria com a organização Ação da Cidadania vai fortalecer a campanha Carnaval Sem Fome, integrada ao Programa Bahia Sem Fome. Através de cooperação com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), os catadores de materiais recicláveis contarão com apoio para o desenvolvimento das suas atividades. 

TRT-BA promove caminhada contra o trabalho infantil na Lavagem do Bonfim
Foto: Divulgação / TRT-BA

O Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), por meio do Comitê Gestor Regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho, promove nesta quinta-feira (11) a “Ação e Caminhada contra o Trabalho Infantil”, em meio ao cortejo da Lavagem do Bonfim, em Salvador, com o propósito de dar visibilidade ao tema. 

 

A concentração terá início às 7h no Fórum do TRT-BA no Comércio, com saída às 8h. A participação é gratuita.

 

A iniciativa conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho – Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª Região (MPT-BA); da Associação dos Magistrados do Trabalho da 5ª Região (Amatra-5); da Associação Baiana dos Advogados Trabalhistas (Abat), da Seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA); do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (FETIPA) e do Instituto Baiano de Direito e Feminismos (IBADFEM).

Empresa agrícola é condenada em R$ 600 mil por permitir trabalho escravo e infantil na cadeia produtiva
Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

A Cargill Agrícola S.A., foi condenada, em primeira instância, pela Justiça do Trabalho, sob acusação de inércia no combate ao trabalho escravo e infantil dentro da cadeia produtiva de cacau. Segundo o inquérito de acusação, a empresa efetuou compras diretas e indiretas de matéria prima para produção de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando trabalho análogo ao de escravidão e trabalho infantil na Bahia e no Pará.

 

A condenação determinada pela Justiça requer o pagamento de uma indenização de  R$600 mil a título de dano moral coletivo, além de estabelecer que a empresa adote medidas de combate ao trabalho análogo ao de escravo, institua relações éticas na cadeia produtiva e formalize contratos com todos os produtores e fornecedores de cacau. 

 

Durante a defesa, a empresa alegou que não há imposição legal de fiscalização sobre a cadeia produtiva e que atua como “mero comprador”. Ela afirmou também que possui programas de estímulo ao trabalho legal que prevê a recusa no recebimento do produto e a rescisão contratual caso sejam constatadas irregularidades.

 

De acordo com a juíza Naiara Lage Pereira, da Justiça do Trabalho da Bahia, responsável pelo julgamento do caso em primeira instância, as provas do caso não deixam dúvidas em relação a pratica de trabalho análogo a escravidão e exploração do trabalho infantil nas propriedades de produção de cacau e da ligação existente entre estas e a Cargill.

 

A magistrada afirmou que “ao privilegiar a contratação através de repassadores, a demandada fomenta cada vez mais o chamado sistema de terceirização material, dando margem para ampliar a precarização das relações de trabalho”. Durante a condenação, a juíza também salientou o reconhecimento da responsabilidade da empresa na cadeia produtiva e a impossibilidade de omissão da Cargill numa situação grave em que ela é uma das principais beneficiárias. 

 

O Ministério Público do Trabalho estadual (MPT-BA), que assinou a ação por meio das procuradoras Margaret Matos, Bradiane Farias, Tatiana Amormino e Ana Maria Villa Real, afirmou que “Essas odiosas e inadmissíveis situações [de trabalho infantil e em condições análogas à escravidão], por óbvio, decorrem de um conjunto de fatores, mas têm suas raízes na ganância de produtores e das indústrias do cacau, que, na busca por maior lucro, fingem ignorar e compactuam com a submissão de trabalhadores da base dessa cadeia produtiva à condição análoga à de escravo e com a exploração do trabalho infantil.”

 

A decisão judicial estabeleceu seis obrigações que devem ser cumpridas pela empresa, incluindo a produção de campanha publicitária sobre o tema a ser reproduzida por, pelo menos, três anos. Há previsão de multa por descumprimento de R$10 mil por irregularidade constatada.

Brasil resgata mais de 700 crianças do trabalho infantil este ano
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 702 crianças e adolescentes do trabalho infantil, no Brasil, de janeiro a abril deste ano. Segundo dados apresentados nesta segunda-feira (12), em Brasília, data que marca o Dia Mundial e Nacional contra o Trabalho Infantil. As informações são da Agência Brasil.

 

Do total, a Auditoria Fiscal do Trabalho do MTE constatou que 100 (14%) eram crianças com até 13 anos de idade; 189 (27%) tinham 14 e 15 anos e 413 (59%) eram adolescentes de 16 e 17 anos. Na análise por gênero, 140 (20%) eram meninas e 562 (80%), meninos.

 

Ainda de acordo com a pasta, no primeiro quadrimestre, os estados com mais registros de crianças e adolescentes encontrados em situação de trabalho infantil foram: Espírito Santo, 38 adolescentes entre 15 e 17 anos; Roraima, com 23 adolescentes de 13 a 17 anos; Alagoas, 19 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e Ceará, 14 jovens de 15 a 17 anos.

 

As atividades econômicas em que foram constatados os maiores números foram: comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, serviços de alojamento e alimentação. 

Prazo final: TRT-BA explica como destinar parte do imposto de renda para combater trabalho infantil
Foto: TRT-BA

O prazo para a declaração do imposto de renda encerra nesta quarta-feira (31) e o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) reforça a sua  campanha para incentivar os cidadãos e as instituições a destinarem parte de seu imposto a projetos sociais que combatam o trabalho infantil.

 

Sem gerar despesa extra, pessoas físicas e jurídicas podem doar aos fundos de defesa dos direitos da criança e do adolescente de forma simples. A campanha, já divulgada nas redes sociais do Regional, explica de forma simples como proceder para destinar parte do imposto.

 

Para pessoas físicas que fazem a declaração anual de rendimentos no modelo completo, a destinação pode ser de até 3%, sem nenhum prejuízo financeiro. Se o cidadão possui imposto a receber, o valor doado às crianças e aos adolescentes será somado ao que receberá como restituição, com correção. Se tiver imposto a pagar, o valor destinado será abatido. Já as pessoas jurídicas podem optar entre fazer uma doação para uma determinada instituição, podendo doar até 2% do seu lucro operacional do período, ou destinar até 1% do imposto de renda devido para um fundo (saiba mais).

 

“É muito comum escutarmos que se paga muito imposto e não se sabe sobre o destino dessa receita. Por meio da destinação tributária se faz justamente essa escolha, há um direcionamento para o Estado que necessariamente aplicará aquele tributo em Fundos da Infância, essenciais à realização de políticas públicas para a proteção de crianças e adolescentes, contribuindo para combater o trabalho infantil”, diz a gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho no TRT-BA, juíza Viviane Martins.

 

O tema deste ano é “Corrente do Bem” e traz imagens de crianças brincando e estudando - infância e adolescência sadias e sem exploração do trabalho. Fazem parte dessa corrente do bem: o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público do Estado da Bahia, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região, a Ordem dos Advogados do Brasil – Bahia, a Associação Baiana de Advogados Trabalhistas, o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente da Bahia e o Conselho Regional de Contabilidade da Bahia, contando a campanha, ainda, com apoio da Receita Federal do Brasil.

Campanha contra trabalho infantil faz mais de 1,4 mil abordagens em quatro dias de Carnaval
Foto: Bruno Concha/ Secom

Mais de 150 profissionais nos circuitos Dodô, Osmar e Batatinha realizaram mais de 1,4 mil abordagens nos quatro primeiros dias de Carnaval com a campanha “Criança não é mão de obra”, desenvolvida pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). O monitoramento tem o objetivo de combater situações de trabalho infantil e outras violações de direitos contra crianças e adolescentes.

 

Em caso de comprovação, em especial do trabalho infantil, técnicos da pasta realizam orientação para o retorno ao lar e encaminhamentos para os Centros de Acolhimento, Aprendizado e Convivência (CAAC) ofertados pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres Infância e Juventude (SPMJ), dentre outros serviços que compõem a rede de garantia de direitos.

 

No total, as equipes da Sempre abordaram 1.429 famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, que resultaram em 529 cadastros e na identificação de 168 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, além de outros 371 em situação de vulnerabilidade. Foram também efetuados 135 encaminhamentos para os Centros de Convivência.

 

“Quando crianças e adolescentes deixam de brincar, estudar e aprender são prejudicadas em sua formação intelectual e física e, neste sentido, desenvolvemos ações de sensibilização e convencimento das famílias para acabar com o trabalho infantil. Mas, é importante que a sociedade civil ajude também, denunciando situações de abuso, através do Disque 100”, afirmou o secretário da Sempre, Júnior Magalhães. 

 

Vale ressaltar que o Conselho Tutelar, órgão vinculado à SPMJ, é responsável pela aplicação de medida protetiva, nos casos de crianças e adolescentes quem estejam em violações de direito. A Sempre atua através do trabalho da equipe especializada em abordagem social, realizando ações de sensibilização, convencimento para retorno ao lar e oferta de acolhimento, mas somente diante da aceitação das famílias abordadas.

Felipe Freitas revela que governo já recebeu denúncias de trabalho infantil: "Fizemos muitas ações, mas precisamos fazer mais"
Montagem: Leonardo Almeida / Bahia Notícias

O secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Felipe Freitas, revelou ao Bahia Notícias nesta quinta-feira (16) que, no primeiro dia de folia, a pasta já recebeu denúncias de trabalho infantil nos circuitos. Ainda não há dados concretos, mas o secretário informou que um balanço parcial deve ser feito já nesta sexta (17).


"Infelizmente tem chegado registros de trabalho infantil no Carnaval. A Setre tem um trabalho importante de apoio financeiro e também de atenção às crianças que são filhas dos trabalhadores, tem uma creche instalada. Mas infelizmente ainda é pouco. Tanto o governo do Estado quanto a prefeitura precisarão, nas grandes festas populares, aumentar as iniciativas de proteção a crianças e adolescentes. Nós tivemos muitas esse ano, mas precisamos fazer mais".

 

Por outro lado, Freitas disse que até o momento há um "balanço positivo" em relação a outros problemas comumente registrados na festa de Momo. "A gente teve poucas ocorrências registradas, até aqui, de violação de direitos humanos no circuito. As nossas equipes a partir de hoje vão estar na rua. Nós iniciamos um plantão integrado, que vai ficar aqui no Procon, e nós temos equipes em todos os circuitos da folia, distribuindo material sobre a defesa dos direitos humanos, mas também apoiando a polícia e a prefeitura nos casos que demandem atenção de outros serviços", garantiu.

 

"Acho que tem uma mudança de cultura nesse carnaval, com muitas campanhas, muitos debates, os artistas falando da defesa dos direitos. Eu acho que essa é uma mudança. Eu acho que tem uma visibilidade maior das pessoas LGBTQIA+ nos circuitos, isso também é muito importante", concluiu.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sabe como os pais fingem que não têm um filho preferido? A mesma coisa acontece com os políticos. E vale tanto do lado do Soberano quanto do Cacique. Mas tem gente que corre o risco de perder o lugar. Fica de olho, DuBicho. Já a equipe do Bonitinho não sei se está muito satisfeita com o chefe. Enquanto isso, o Ferragamo é que parece que não gosta de si mesmo... Ou gosta demais, vai saber. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Jaques Wagner

Jaques Wagner
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo". 


Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.

Podcast

Projeto Prisma entrevista secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia Angelo Almeida

Projeto Prisma entrevista secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia Angelo Almeida
Secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, e deputado estadual licenciado, Angelo Almeida (PSB) é o entrevistado Projeto Prisma nesta segunda-feira (3). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h.

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