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A Polícia Federal interceptou mensagens que mostram o dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri, acionando o procurador-geral da República, Augusto Aras, quando tomou conhecimento de que poderia ser alvo de uma investigação pela disseminação de mensagens de teor golpista. A informação veio a público através de reportagem do portal Uol, publicado nesta quinta-feira (24).
Nigri é conhecido por ser um dos empresários mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido de investigação partiu do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), com base em reportagem do site Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
Em um dos diálogos obtidos pela PF, Aras lhe disse que iria localizar o processo e, antes de qualquer manifestação nos autos, antecipou seu juízo ao empresário: "Se trata de mais um abuso do fulano".
A crítica feita por Aras ao senador, sem cita-lo, deve-se a um histórico de desgastes entre os dois. Aras costumava reclamar, nos bastidores da PGR, sobre o grande número de pedidos de investigação apresentados por Randolfe.
Três semanas depois desse diálogo, a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o trancamento da investigação aberta contra Nigri e outros empresários, além da anulação de uma operação de busca e apreensão já deflagrada pela Polícia Federal por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
A PF também identificou que Nigri montou uma rede de contatos dentro da PGR com o objetivo de tentar a "obtenção de proximidade e de facilidades" e usou a relação que tinha Aras para lhe apresentar demandas privadas. A corporação também identificou diálogos do empresário com um assessor da PGR e um encontro com a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo.
“A análise das mensagens constantes no aplicativo do WhatsApp demonstraram que o empresário Meyer Nigri se aproveita da proximidade que possui com o sr. Augusto Aras, atual procurador-geral da República, para apresentar demandas privadas e/ou de interesse de grupos específicos (jurídico, políticos e/ou ideológicos)”, diz trecho do relatório da Polícia Federal.
OUTRO LADO
Procurado por meio da assessoria da PGR, Augusto Aras não respondeu. O advogado de Meyer Nigri, Alberto Toron, afirmou que ele não fez pedido para Aras interceder na investigação.
“Quando foi determinada a instauração do inquérito desse caso do grupo de WhatsApp, havia uma mensagem do senhor Meyer Nigri para o procurador-geral da República perguntando apenas o que ele acha. Não houve nenhum pedido de vantagem, de interferência, nada disso. A mim me parece que uma coisa é perguntar qual a sua opinião a respeito de uma coisa, e outra é pedir algum favor para que a autoridade X ou Y intervenha no sentido de favorecer a pessoa. Isso não há. O que há é somente a pergunta: 'o que você acha disso?'. Portanto, é o caso de se refutar a ideia de qualquer pedido de intervenção por parte do procurador-geral da República, qualquer vantagem ou privilégio nesse sentido, porque de fato não houve”, afirmou Alberto Toron, advogado de Nigri.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Washington Quaquá
"O Bope só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido".
Disse o prefeito de Maricá (RJ) e um dos vice-presidentes do Partido dos Trabalhadores (PT), Washington Quaquá (PT) ao defender a megaoperação que matou mais de 130 pessoas no Rio de Janeiro. A declaração do político ocorreu no seminário da sigla sobre segurança pública no RJ.