Artigos
Bahia registra menor taxa de desocupação dos últimos 12 anos
Multimídia
João Cláudio Bacelar defende permanência da Câmara na Praça Thomé de Souza
Entrevistas
Diretor do FIDA/ONU no Brasil reforça parcerias na Bahia para geração de emprego e renda no campo
salas de cinema
O cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor de “Bacurau”, vem a Salvador para uma sessão especial do seu longa-metragem de estreia: “O som ao redor” (2012). O longa, que integra a programação do Panorama Internacional Coisa de Cinema, ganhou o prêmio de Melhor Filme do VIII Panorama, em 2012, e será exibido amanhã (5), 20h, no Cine Glauber Rocha.
Kleber está entre os mais importantes cineastas contemporâneos do Brasil e atualmente finaliza “O agente secreto”. O filme é protagonizado pelo baiano Wagner Moura e terá sua pré-estreia mundial no Festival de Cannes, em maio.
O diretor conversará com o público após a exibição de “O som ao redor”, narrativa que se desenvolve em uma rua de classe média na zona sul do Recife, onde a chegada de uma milícia transforma a dinâmica da comunidade. Eles oferecem segurança privada e pressionam pela contratação dos serviços.
“Retratos Fantasmas”, seu longa mais recente, foi escolhido para representar o Brasil na pré-lista do Oscar e figurou na lista dos melhores filmes de 2024 do The New York Times.
O XX Panorama Internacional Coisa de Cinema começou no dia 2 e segue até o dia 9 de abril no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira. No Cine Theatro Cachoeirano, em Cachoeira, o encerramento do festival será amanhã.
SERVIÇO
O que: XX Panorama Internacional Coisa de Cinema
Quando: Salvador - até 9 de abril / Cachoeira - até 6 de abril
Onde: Em Salvador - Cine Glauber Rocha (em frente à Praça Castro Alves) e Sala Walter da Silveira (Barris).
Em Cachoeira - Cine Theatro Cachoeirano
As cidades de Salvador e Cachoeira receberão, a partir desta quarta-feira (2), o festival Panorama Coisa de Cinema. Com mais de 110 filmes para serem exibidos em sua programação, o evento, que chega em sua 20ª edição, trará ainda um seminário com exibidores de pequeno e médio porte do cinema nacional.
Ao Bahia Notícias, a coordenadora de Produção do Panorama e Curadoria de Longas e Programas Especiais, Marília Hughes, comentou sobre o principal objetivo do evento, que teve sua primeira edição realizada em 2006 e idealizada por Claudio Machado.
“A nossa luta, acho que a luta de Cláudio e a minha também é pelo Cinema na sala de cinema”, declarou a produtora. Resgatar o hábito de ocupar as salas de cinema, trocando o streaming, pelo clássico sentimento de assistir na telona é a experiência coletiva que Hughes defende para o cinema nacional.
“Acho que está mais claro do que nunca que essa experiência da sala de cinema, ela é única, ela é insubstituível e ela precisa ser pensada, ela precisa ser valorizada, ela precisa ser alvo de atenção”, defendeu.
É através do festival, e, em especial, da primeira edição do Seminário de Exibição, que Hughes e Machado procuram essa mobilização. “A gente quer discutir isso, como esses filmes estão sendo lançados, como esses filmes estão sendo distribuídos, como é que a gente envolve a sala de cinema”, explicou.
Na Bahia, segundo o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, da Agência Nacional de Cinema, existem 143 salas. O número se refere a apenas 4,08% do total de salas em território brasileiro. A maioria, em Salvador e região metropolitana.
Como referência, o sucesso nacional e vencedor do Oscar “Ainda Estou Aqui” arrecadou 252.068 pessoas em apenas 45 salas de cinema. Com esses números, o filme, que estreou no Cine Glauber Rocha, se tornou o longa nacional mais assistido da Bahia em 2024.
Marília explicou que o grande objetivo do evento com o inédito seminário é propor um encontro entre os três elos da cadeia produtiva do audiovisual: exibição, distribuição e produção.
A importância do encontro e da discussão de uma ocupação maior das salas de cinema, vem no mesmo momento do aumento das produções de streamings, que, por vezes, interrompem o ciclo de vida e distribuição do longa-metragem.
“Elas [as distribuidoras] nem aguardam para entender o desempenho que o filme vai ter na sala de cinema”, declarou. “A experiência da sala de cinema é insubstituível enquanto experiência de fruição de uma obra cinematográfica. E isso deve ser valorizado. Esses intervalos entre sala de cinema e streaming devem ser respeitados”, completou.
Para Hughes, o streaming deve vir após o filme esgotar sua trajetória no cinema. A produtora trouxe como exemplo o filme ‘Ainda Estou Aqui’. “Esse filme foi um presente para as salas de cinema, porque levou de volta um público que desde a pandemia tinha saído, abandonado a sala de cinema”, explicou.
O evento estará presente em dois locais de Salvador, Cine Glauber Rocha e Sala Walter da Silveira. Além da capital baiana, Panorama estará no Cine Theatro Cachoeirano, em Cachoeira, Recôncavo do estado.
A presença do evento na cidade ocorre por uma ligação de cinema. “É um diálogo forte com o nosso lema, que é ‘o cinema no centro’, o cinema no centro da cidade, o cinema no centro do histórico das cidades, o cinema também no centro das nossas atenções”, contou.
“Foi a forma que a gente conseguiu de ampliar a nossa luta, que é uma só, é a mesma. Pelas salas de exibição, pelo cinema, pelo cinema de rua, pelo cinema no centro da cidade, pela gente poder ter uma experiência que compartilha a cidade, a cultura”, completou Hughes.
Além do seminário, o Panorama terá Competitivas Nacional, Internacional e Baiana. Ao todo, 62 filmes foram selecionados dentre 1203 longas e curtas inscritos nas competitivas. Haverá ainda uma Mostra de Filmes Restaurados, com a sessão de produções como “Bye Bye Brasil” e “Dona Flor e seus dois maridos”.
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) encomendou um estudo para calcular o impacto econômico das meias-entradas nos cinemas do Brasil. Segundo informações levantadas pela coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a análise tem como objetivo descobrir se há um equilíbrio entre os preços cobrados, as faixas de renda e a atual legislação.
Ainda segundo a publicação, a diretoria da agência acredita que existem distorções nos preços praticados e que isto atrapalha o consumo e prejudica a democratização do acesso ao cinema no país.
Em resposta, o cineasta Kleber Mendonça Filho respondeu ao executivo pelo Facebook. “Preciso lhe agradecer pelo desafio, mas sua proposta associa a não obtenção de uma meta comercial (200 mil espectadores) como prova irrefutável de que eu não seria um cineasta. Isso não me parece correto, pois o valor de um filme, ou de um artista, não deveria residir única e exclusivamente nos número$”, criticou. Kleber propôs outro desafio ao executivo, o de fazer com que a Globo Filmes invista “em pelo menos três projetos por ano que tenham a pretensão de ir além”. ”Esse desafio visa a descoberta de novos nomes que estão disponíveis, nomes jovens e não tão jovens que fariam belos filmes brasileiros que pudessem ser bem visto$”, finalizou.
O longa, que estreou no país em janeiro, já levou pouco mais de 72 mil pessoas aos cinemas. Na primeira semana, o filme ocupou 13 salas, mas em um sentido inverso ao comum, passou a ocupar na semana seguinte 18. Hoje é exibido em 11 salas do país. Em contrapartida, o mais novo lançamento da Globo Filmes, o longa “De Pernas Pro Ar 2” só no seu final de semana de estreia, em dezembro, atingiu a marca de 520 mil espectadores.
Saladearte Cinema do Museu
Preço único (R$6,00)
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Bruno Monteiro
"A democracia é ruidosa".
Disse o secretário de cultura do Estado, Bruno Monteiro ao voltar a falar sobre as críticas feitas a ele nas últimas semanas pela gestão na pasta, entre eles, um manifesto assinado por artistas e produtores culturais.