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rogerio siqueira
A criação da Série E, quinta divisão nacional, deixou de ser utopia e entrou definitivamente na pauta da CBF. Quem garante é Rogério Siqueira, presidente do ASA e representante dos clubes da Série D, que revelou ao Bahia Notícias detalhes da proposta que pode revolucionar o futebol do interior brasileiro.
A proposta faz parte de um pacote de mudanças estruturais discutido com Samir Xaud, novo presidente da CBF, eleito no dia 25 de maio.
Ao BN, Rogério demonstrou otimismo com o novo momento e destacou que a reformulação da Série D, aliada à criação da Série E, é uma demanda antiga dos clubes que atuam nas divisões inferiores do futebol nacional.
“Temos encabeçado, junto com os outros membros da Comissão Nacional de Clubes, a ideia de transformar a Série D em uma série de fato. A proposta é que, em 2027, ela passe a ter 32 clubes. Esses seriam os times que avançarem da primeira fase da Série D de 2026, além dos quatro que caírem da Série C”, explicou o dirigente.
ENTENDA O NOVO FORMATO
A partir desse novo modelo, a Série D passaria a ser disputada com quatro grupos de oito clubes, classificando os quatro melhores de cada chave para as oitavas de final. Esses 16 clubes garantiriam vaga automática na Série D do ano seguinte, em 2028. A eles se somariam os quatro rebaixados da Série C e mais quatro ascendentes da Série E, totalizando os 20 participantes.
“A Série E começaria como porta de entrada, com os mesmos critérios de classificação via estaduais, mantendo os 64 clubes no formato atual da D. A diferença é que a primeira fase seria em jogos apenas de ida. Quem se classifica sobe para a D do ano seguinte”, detalhou Rogério.
A implementação da Série E vem justamente na esteira de outra decisão relevante da nova gestão da CBF. Samir Xaud anunciou, logo nos primeiros dias no cargo, a redução das datas destinadas aos campeonatos estaduais a partir de 2026, que passarão de 16 para 11 datas oficiais no calendário. A medida atende a um pleito antigo dos clubes de maior porte, que viam nos estaduais um obstáculo para o desenvolvimento de competições nacionais mais robustas.
Se, por um lado, a decisão gerou resistência de algumas federações — especialmente da Federação Paulista de Futebol, oposição à chapa de Samir Xaud — por outro abriu caminho para que clubes de menor expressão tivessem acesso a um calendário mais amplo e sustentável, através da criação da quinta divisão.
“A ideia é que, em 2028, a Série D tenha 20 clubes, jogando no mesmo modelo da Série C atual, com calendário cheio e estabilidade. E, claro, a Série E passa a ser o caminho de acesso para esses clubes que vêm dos estaduais. Isso garante um calendário mais digno, mais previsível e mais profissional para quem está na base do futebol brasileiro”, ressaltou Siqueira.
CENÁRIO INTERNACIONAL SERVE DE ESPELHO
A proposta de expansão do sistema de ligas no Brasil não é novidade no futebol mundial. Na Europa, países como Inglaterra, Alemanha e Itália possuem estruturas com até 8, 9 ou 11 níveis, todos interligados por acessos e rebaixamentos. Por aqui, mesmo com mais de 700 clubes profissionais e semi-profissionais, o futebol brasileiro segue limitado a quatro divisões nacionais.
Atualmente, grande parte desses clubes disputa apenas os campeonatos estaduais, encerrando suas atividades em dois ou três meses. O restante do ano é de inatividade, o que, em alguns casos, leva muitos à informalidade ou até à falência.
O próprio Samir Xaud tem sinalizado disposição para conduzir uma gestão mais aberta ao diálogo com os clubes fora do eixo Rio-São Paulo, ouvindo as demandas do futebol que não aparece na elite, mas que sustenta as bases do esporte no país.
"Os clubes são a base do sistema e precisam ser parte efetiva da construção das soluções", finalizou Rogério Siqueira, deixando claro que vê na atual gestão da CBF uma oportunidade real de mudança.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo".
Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.