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Artigos

Rodrigo Lichotto
Mercado de cotas náuticas e a democratização do acesso à Baía de Todos-os-Santos
Foto: Divulgação

Mercado de cotas náuticas e a democratização do acesso à Baía de Todos-os-Santos

Maior enseada navegável do país e segunda maior do mundo, a Baía de Todos-os-Santos está vivendo um momento de expansão turística e econômica nos últimos 5 anos. E isto ocorre, óbvio, devido à crescente atividade náutica. Outros pontos, contudo, também podem ser os responsáveis diretos por essa efervescência.

Multimídia

André Fraga destaca importância da COP30 e explica papel do Brasil no debate climático global

André Fraga destaca importância da COP30 e explica papel do Brasil no debate climático global
O vereador André Fraga (PV), representante da pauta ambiental na Câmara Municipal de Salvador, afirmou que a COP30 representa uma oportunidade estratégica para o Brasil assumir um papel mais ativo no enfrentamento da crise climática global. A declaração foi feita durante entrevista ao Projeto Prisma, podcast do Bahia Notícias.

Entrevistas

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Florence foi eleito a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2010, tendo assumido quatro legislaturas em Brasília, desde então.

resenha

VÍDEO: Em momento de resenha, Wesley Safadão dá tadalafila e rosa a casal durante show no Festival Virada Salvador
Foto: Reprodução / Prefeitura do Salvador

Durante o show no Festival Virada Salvador, o cantor Wesley Safadão protagonizou um momento de descontração que arrancou risadas do público. Em clima de resenha, o artista ainda no palco para interagir com a plateia mais próxima e acabou presenteando um casal com uma rosa e uma cartela de 'tadalafila'.

 

A cena aconteceu enquanto Safadão conversava com fãs na grade e brincava sobre relacionamento e vida amorosa, com uma pesquisa que garantia "Salvador como a cidade de homem mais fieis do Brasil". 

 

Ao identificar o casal com 28 anos de casamento, o cantor fez piadas, entregou a rosa como gesto romântico para a mulher e, logo em seguida, surpreendeu ao oferecer o medicamento ao homem. Confira em vídeo: 

 

"Ele gostou, ele gostou. Ela é da resenha", brinca o cantor. O momento foi registrado em vídeo e rapidamente repercutiu nas redes sociais, reforçando o perfil irreverente do cantor, conhecido por transformar interações com fãs em situações bem-humoradas durante seus shows.

Biografia de Thammy Miranda é rasa e menor do que ele
Foto: Divulgação
Ler a biografia de Thammy Miranda - filho da Gretchen, mas também ator e empresário - é nadar no raso. Pelo menos para quem está habituado a ler e, claro, para quem sabe nadar. A proposta do livro é contar - sem muitos detalhes, ao que parece - a história de Thammy, que começa sendo Ela e Thammy Gretchen, e termina a biografia sendo Ele e Thammy Miranda. Confira a resenha completa aqui!

Resenha BN: Agora todas 'faz' Uó

Resenha BN: Agora todas 'faz' Uó
Foto: Mariele Góes / Bahia Notícias
O eletrobrega caiu na graça popular, ganhou versão moderna, está em trilha sonora de novela, premiações famosas e programas de televisão. Na última sexta (31), a banda goiana Uó, composta por Mateus Carrilho, Davi Sabbag e Mel Gonçalves, esteve na boate San Sebastian para a comemoração de três anos da festa Brinks. O grupo se formou a partir de uma brincadeira em uma festa produzida por dois membros da banda, mas o projeto ficou sério quando o vídeo intitulado “Não Quero Saber”, uma versão da música “Teenage Dream”, da cantora americana Katy Perry, fez muito sucesso na internet.
 
Morando atualmente em São Paulo, o trio lançou esta semana o álbum “Motel”, que conta com a produção dos músicos Pedro Gorky e Pedro D’Eyrot, integrantes da banda Bonde do Rolê, e Davi Sabbag. O CD foi disponibilizado no iTunes e no canal do YouTube da banda. 
 
Apesar de o grupo chamar atenção, dentre outras coisas, pelo visual, Matheus Carrilho afirmou que, por enquanto, não tem “a pretensão de ter uma marca propriamente da banda”. “Mas é um projeto futuro, agora iremos lançar uma loja virtual para vender produtos da banda, iremos vender camiseta, Button, mas não é nada muito elaborado”, explicou, em entrevista ao Bahia Notícias.
 
Antes de engrenar a banda Uó, Mateus e Davi, em parceria com Lucas Prado, tinham uma banda chamada “Folk Heart”. O estilo musical do projeto era muito distinto do que a dupla faz atualmente, e a sonoridade da banda recebia influências que vão de Kings of Convenience a Mumford and Sons. “O projeto acabou têm mais de dois anos. Existia antes da banda Uó, mas preferimos dar prioridade, já que a banda decolou. Naquela época a Banda Uó era nossa brincadeira e o Folk Heart era o nosso projeto sério”.
 
Recentemente, a banda lançou o clipe da música “Faz Uó”. Logo após a estreia, foi disponibilizado no YouTube o tutorial para os fãs aprenderem a coreografia da canção. No show em Salvador, a interação com o público foi forte. Antes da execução da música, a banda convidou três pessoas da plateia para dançar a coreografia, o público respondeu calorosamente e, dentre muitos gritos e pedido, foram escolhidos os fãs. 
 
Em relação à interação com público dentro e fora da internet, o trio diz que “tudo que estamos fazendo musicalmente, a gente usa a internet primeiro, é onde a gente encontra o nosso público, onde as pessoas consomem e onde a banda se tornou mais popular”. “Nós três mantemos perfis nas redes sociais, estamos muito presentes. A gente divulga nosso trabalho e percebe que nossos fãs sentem este diferencial. Gostamos de manter uma cumplicidade com o nosso público da internet. Também existe algo curioso que acontece, se lançarmos algo na televisão, o fã irá pegar o que foi apresentado e irá disseminar na internet”.
 
Este ano, a banda gravou com Luiz Caldas o hit “O Que Que Essa Nega Quer?” e a música “Beija-Flor”. Indagados sobre parceria com artistas baianos, sem pensar muito, Mateus responde: “Gostaria de gravar com a Ivete Sangalo sim, por que ela é amada por todos”. Para a Mel, as oportunidades de fazer parcerias com artistas vão surgindo com o tempo. Davi diz que quer gravar com a Pitty, “vamos aproveitar que ela é da mesma gravadora que a gente, mas isso são só vontades, espero que com o tempo aconteça”. Sobre tocar no carnaval de Salvador, a banda alerta “Esperamos propostas”. Eles sonham em dividir trio com Ivete. 
 
Visivelmente amadurecidos musicalmente, a Uó ao vivo não deixa a desejar, apesar de a apresentação do show ser curta. Com “Motel”, o grupo mostra que tem tudo para suprir as expectativas geradas com os lançamentos anteriores e as performances apresentadas. A banda mostrou que não é de um hit só e sucesso passageiro. Eles têm muito a acrescentar no cenário musical.
 

Resenha BN: Chula, Baião e Van Gogh

Resenha BN: Chula, Baião e Van Gogh
Foto: César Vilas Boas
Minutos antes de o show começar, um grupo de pessoas, já sentadas, cantarola a música “A Massa”, espécie de segunda identidade do cantor que dali a alguns instantes ia se apresentar. “Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe”, repetiam. A noite começava nesta energia. Afastado dos palcos há alguns meses, Raimundo Sodré tinha todos os motivos para fazer da noite uma festa. O cantor e compositor queria mostrar que estava bem, apesar dos resquícios da trombose que sofrera em março passado. “Girassóis de Van Gogh”, nome de uma das músicas do repertório, e nome também do show, traria o artista de novo para a vida, como os vegetais na arte do pintor holandês. E como trouxe.
 
Sodré subiu no palco do Teatro Sesc Casa do Comércio, na última sexta-feira (10), exatamente às 21h06. Veio de branco como manda a tradição das sextas na Cidade da Bahia, protegido por Oxalá, mas também por Oxum, rainha das águas doces que teve a primeira música do show dedicada a ela. A banda que acompanha Sodré é composta por dois percussionistas, um sanfoneiro, um baterista, um violonista, um flautista, um baixista e três backing vocal. Parecem estar bem entrosados. Kiko Souza (flautista), como um regente, toca e cifra os movimentos da banda. Sodré declama um poema e abre os trabalhos. O som está em bom volume e se escuta todos os instrumentos. Seria uma pena não ouvir a viola do músico Asa Branca, parceiro de Sodré há várias primaveras, e os vocais impecáveis de Angela Lopo, Andrea Caldas e Karyne Rosselle. 
 
O show começa em ritmo lento e aos poucos vai ganhando pique. A chula, ou seu equivalente samba-de-roda, passa a tomar conta do ambiente, e público e músicos começam a interagir. Raimundo Sodré aproveita um dos intervalos e lembra o célebre quebra-quebra de 1981. Um episódio que só trouxe problemas para Sodré, mas que parece ter sido página virada. Ele aproveita e entoa um cordel, fazendo uma brincadeira com os políticos da época. O músico também canta canções com fundo ambiental e avisa que “o show também é ecológico”. “Rumo das Águas” (do próprio Sodré) e “Tempo de Volta” (R. Sodré e Jorge Franklin) dão o tom sustentável.
 
Raimundo Sodré tem na chula e no baião suas maiores expressões. Quando é a chula que toma conta do ambiente, a sanfona avisa que o baião está por perto. Quando o baião é o protagonista, a chula aparece no debulhado da viola e no suingue das congas. Arrisca-se a dizer que Sodré faz baião com chula, e chula com baião. Esse estilo está em canções como “Forró com Dalva” (baião) e “Tempo de Volta”(chula), músicas inéditas em parceria com Jorge Franklin, e nas consagradas “Profissão Sonhar”, e “Falavreado no Coió de Shirlena”, esta última dificulta o crítico e mostra mais da musicalidade de Sodré. Assim como “Ya África”, resultado dos anos vividos fora do Brasil e das influências dos lugares que ficou ou passou. No show, há espaço para adaptações como a de Let it be (Beatles), que ganha nova roupagem, com uma pegada de ska. 
 
A volta para o interior, origem de Sodré, é cantada em músicas como “Por quê?” do compositor Puluca Pires. A letra fala de um tempo antigo em Ipirá-BA (cidade natal do músico) e de locais e sensações específicas. Outra homenageada é D. Edith do Prato, falecida em 2009, com a música “Ao Recôncavo” (Sodré/Jorge Franklin) uma das figuras mais respeitadas no mundo do samba-de-roda.
 
Um dos pontos altos do show é a participação do cantor e compositor Xangai, que divide com o anfitrião da noite algumas canções, entre elas,”Cocorocô”, e “Sina de Cantador”, canção que Sodré fez e depois viu que era a “cara” de Xangai. Ela se encaixa no menestrel de Vitória da Conquista, que canta como se cortasse o vento. Domínio e técnica de canto que deixam público e banda em êxtase.
 
Enquanto o show se desenrola, a platéia se mexe algumas vezes. A chula autoriza a transgressão, mas ninguém se aventura. Sodré, que não gosta de perder um samba, tem que se contentar com um espaço exíguo de poucos metros quadrados para dar alguns passos. Entre um samba e um baião, ensaia a famosa dança em que sapateia e mexe os quadris. Se ele pensou em parar o movimento, não adiantou. O ritmo deve ser mais importante que a saúde. Ou o ritmo é a própria saúde. A música corre e ele vai atrás. Aos 64 anos de idade, Sodré tem a voz ainda potente e o entusiasmo necessário para encarar mais um recomeço de vida. Por isso, depois de tocar a “última”, o público pede e ele volta para cantar “A Massa”. Agora não adianta se poupar, canta como se estivesse no Maracanãzinho lotado há 32 anos, no Festival da Música Popular Brasileira. Muitos que assistiam viram ou souberam dessa história.
 
O show “Girassóis de Van Gogh” prossegue neste domingo (12), com a presença de Roberto Mendes, às 20h. O preço de inteira é R$ 14,00, e o de meia-entrada R$ 7,00.
Resenha BN: Overdose de música com Zeca Baleiro e Lenine
A chuva forte que caía sobre Salvador ameaçava miar o encontro de dois grandes talentos da música brasileira, marcado para às 22h do último sábado: Zeca Baleiro e Lenine. O pé d’àgua prosseguiu, mas não foi suficiente para desanimar quem ansiava pelo show. Enquanto algumas pessoas corriam do carro até a entrada do Bahia Café Hall, local do evento, para não se molhar, teve gente que se aproveitou da situação para descolar um trocado oferecendo carona de guarda-chuva até a porta por R$ 2.
 
A casa estava cheia, apesar de muitos fãs terem ficado de fora por não poder abarcar o custo do ingresso - R$ 140 (inteira). 45 minutos depois do previsto, em meio a vaias de um público mal educado e irritado pelo atraso do artista, o maranhense Zeca Baleiro subiu no palco. Antes disso, um anúncio com informativos sobre o show “Calma ai, Coração” avisava que a turnê do novo CD , “O Disco do Ano”, seguiria “até o final de 2012, acabe o mundo ou não”. Bem ao estilo Zeca de ironizar os clichês sociais em voga.
 
Vestido com um blazer quadriculado preto e branco, uma camisa verde cana, uma calça branca com grandes quadrados pretos e uma sandália de couro que subia sobre o seu calcanhar como uma bota, ele abriu o show com o rap em parceria com Chorão, do Charlie Brown Jr., “O Desejo” e seguiu com o repertório do novo disco: “Nada Além”, “Tattoo”, “Último Post”, “Ela Não se Parece com Ninguém” e “Calma Aí, Coração”. Um início bem morninho, com uma plateia tímida, muitos casais abraçadinhos e quietinhos.
 
Depois, a apresentação ganhou um tom mais intimista, a banda se aproximou da frente do palco e todos sentados em meia lua reproduziram versões acústicas de diversas composições: “Quase Nada” de Zeca, “Maresia” de Adriana Calcanhoto e até “Price Tag” de Jessie J. Isso tudo ao som de ukelele, escaleta, banjo, cajon, gaita e recursos eletrônicos. Um som pop que lembrou o jovem Bruno Mars.
 
O clamor do público foi mais intenso durante as passagens de voz e violão dos hits “Bandeira” e “Salão de Beleza”.  Entre as novas composições, a música coreografada “Funk da Lama”, que não faz parte do CD, foi a mais ovacionada. Sem dúvidas, pela surpresa e entusiasmo dos espectadores diante dos músicos, que bastante sérios, dançavam os passos criados pelo próprio Zeca para a canção, mistura de funk com macarena e axé. “É uma brincadeira, uma gozação com o universo das músicas coreografadas. Uma ironia”, disse o artista. O refrão “Vem cachorra, nem precisa de cama” gruda tanto quanto “Eu quero tchu, Eu quero tcha”. Rapidinho, toda a plateia já estava cantando.
 
De última hora, a produção do evento decidiu que Lenine, ainda atrasado, dividiria o palco com Zeca para uma canção em homenagem ao centenário de Luiz Gozanga. Juntos, sob muitos aplausos, eles cantaram “Assum Preto”.
 
Depois foi a vez de o pernambucano fazer o seu show. A expectativa era grande. Foi difícil perceber qual dos dois artistas era o preferido dos presentes. Lenine foi reverenciado por uma plateia já aquecida pela apresentação anterior. E, em Salvador, todos sabem que ele é um querido de muita gente. “Aqui eu estou mal acostumado. Tenho total intimidade com o público. Muitas memórias vão se somando do TCA, da Concha”, disse. Para o show, que seria um reencontro da sua banda, ele escolheu um repertório bem livre, com músicas famosas e algumas do novo disco “Chão”- canção de abertura do show.
 
Os hits “Leão do Norte” e “Jack Soul Brasileiro” foram acompanhados com ardor pela plateia. Mas o ápice mesmo foi “Hoje Eu Quero Sair Só”, cantada em coro pelos fãs, enquanto a banda tocava e Lenine só sorria. Com toda a sua simpatia e talento, ele mostrou com desenvoltura que está mesmo à vontade em solo baiano.
 
Durante a canção “Se Não For Amor, Eu Cegue”, o pernambucano fez mais uma homenagem a Gonzagão com a inserção de “Pagode Russo”. Do novo disco, ele cantou também “Envergo Mas Não Quebro”.
 
Apesar do afastamento da banda, durante a turnê de “Chão”, que apresenta um formato diversificado, sem o baixista Guila e o baterista Pantico Rocha, os músicos estavam muito entrosados e acompanhavam a pulsação do show com um movimento bonito sobre o palco. A novidade foi a presença de mais uma guitarra, comandada por Bruno Giorgi, filho de Lenine.
Resenha BN: Som de Zilda em 'tudo o que é bonito é pra se mostrar'
Foto: Anderson Zeg
Em 2010, os estudantes de Comunicação, Filosofia, Ciências Sociais e outros cursos com “tendências” alternativas da UFBA ganharam mais um evento para o sábado a noite: um samba quinzenal organizado pelo Coletivo Pirombeira, no fim de linha de São Lázaro (Federação), com entrada gratuita (+ caixinha de contribuição) e um barranco como palco e plateia. Pronto. Nascia assim o Som de Zilda, que em seu terceiro ano parece ter recebido pela primeira vez a presença de alguns convidados “diferenciados”.
 
Apesar de ser frequentado por vários jornalistas – quem vos escreve, inclusive – o evento sempre se manteve sob uma aura de obscuridade. Entenda: não é que estivesse sempre vazio, fraco de público; é cheio o suficiente para encontrar amigos, conhecer algumas gatinhas, circular com maliciosa proximidade dos paqueras no meio do público sem precisar passar horas na fila da cerveja ou do banheiro.
 
Esse equilíbrio talvez tenha sido mantido às custas da pseudo-divulgação da festa. O boca-a-boca prevaleceu sobre as agendas culturais online, notas de rádio ou aparições em televisão. Ainda que perfis abertos em redes sociais deem as coordenadas do mapa do “tesouro”, o clima é de festa fechada.  E “ai” de quem rompesse o círculo restrito e seus convidados.
 
Na última edição do evento, porém, neste sábado (2), um grupo de jovens parou o carro quase em frente à Tenda da Lua, onde acontece a apresentação do Coletivo Pirombeira, e abriu o porta-malas. E em alto e bom prevaleceu o pagode automotivo sobre as melodias do barranco. Mas nada de barraco. O tom de estranheza em momento algum constrangeu quem parecia destoar do ambiente. Mas implantou uma discussão.
 
Ouvi comentários como “é o fim do Som de Zilda”, “não acredito que os caras subiram na traseira da caminhonete e começaram a dançar” e “que drama, ‘deixa’ os caras”. Alguns falaram em “orkutização” e houve quem não tinha notado diferença nenhuma.
 
É natural termos o instinto de proteger aquilo que gostamos, como um último pedaço de bolo que se esconde atrás do pote de feijão na geladeira. Mas, nesse caso, estamos alimentando apenas uma vaidade: a de frequentarmos um evento que, ainda que aberto a todos, é  “cool”, “hype”, ou, em bom português, “descolado”. E essa é uma lógica que nos faz buscar por novos lugares, descobrir novas festas, outros tipos de música, mais pessoas interessantes.
 
Não sei se será o fim do Som de Zilda, ou se numa próxima vez deixarão “os caras” em paz, como aconteceu no sábado, ou ainda se haverá uma próxima vez. Mas como diria o sábio Zacarias Higino de Jesus Filho, mais conhecido como Diumbanda, vocalista da Cia do Pagode, “tudo que é bonito é pra se mostrar”. Confira a apresentação do coletivo Pirombeira:
 

                                       

Resenha BN: Uma cidade mágica – e sobre rodas!
Um toldo gigantesco amarelo e azul anuncia a presença da maior companhia circense do mundo em solo soteropolitano. O Cirque Du Soleil, companhia canadense criada em 1984 por 20 artistas de rua, apresenta durante um mês o espetáculo “Varekai” – que na linguagem cigana significa “Onde quer que seja” –, no Parque de Exposições. O espetáculo é um misto de teatro, circo e musical. Enquanto os acrobatas e contorcionistas apresentam seus números, cânticos são entoados por alguns dos personagens, músicos tocam instrumentos ao fundo - longe dos olhos da platéia -, e palhaços dão o caráter cômico, característico da arte circense, entre um ato e outro.
 
A história começa com a queda de Ícaro em mundo absurdo, mas encantador. Este Ícaro é quase o mesmo da mitologia grega, filho de Dédalo, e que queria muito deixar a cidade onde vivia voando. Só não é o mesmo por um detalhe: o da mitologia encontra a morte após a queda; o do “Varekai” encontra o amor em uma misteriosa criatura do novo mundo. Inocente, vulnerável e ferido num mundo desconhecido, seu desejo de viver e ultrapassar os seus medos o leva ao inevitável renascimento com a ajuda de sua luz-guia.
 
Assistir pela primeira vez um espetáculo da maior companhia circense do mundo, ao vivo e com muitas cores é inesquecível. Fantasias, maquiagens, máscaras, expressões, corpos, vozes, sorrisos, tudo isso junto e misturado, nos faz pensar quanto investimento pessoal (e é claro, financeiro) está por trás daquilo tudo. O Cirque Du Soleil é uma cidade sobre rodas. Aproximadamente 170 pessoas, de 26 nacionalidades, integram a turnê, das quais 125 são funcionários Cirque du Soleil e os restantes acompanhantes (cônjuges e filhos). Dos 125, 55 são performers. Há até escola, que segue o calendário de aulas canadense para as crianças que acompanham a turnê. O público brasileiro que já se emocionou com outros espetáculos do Cirque Du Soleil: Saltimbanco (2006), Alegría (2007 - 2008) e Quidam (2009 - 2010). Agora, é hora de viver “Varekai”.

Saiba quais os momentos mais emocionantes do espetáculo:

 

Icarian Games: o corpo humano torna-se uma catapulta numa elaborada, explosiva e cuidadosamente coreografada demonstração de força, equilíbrio e agilidade;
 
 
Russian Swings: dois grandes balanços impulsionam os acrobatas, que são arremessados ao ar em direção aos companheiros ou às áreas de aterrissagem. O número rompe as barreiras da audácia – e tira o fôlego do público - quando os acrobatas passam de um balanço em movimento para o outro;
 
Water Meteors: três crianças manuseiam cordas com bolas metálicas na ponta, em perfeita sintonia. 

A entrega de Heleno

A entrega de Heleno
Para qualquer não iniciado na história do futebol, é fácil exclamar que nunca havia ouvido falar de Heleno, jogador conhecido não só pelo futebol, mas pelas polêmicas atuações fora de campo nos idos dos anos 40. A recém-lançada cinebiografia “Heleno – O Príncipe Maldito”, dirigida por José Henrique Fonseca, fala tanto para os aficionados em futebol, quanto para estes que nada entendem ou lembram do esporte. Afinal, como o próprio diretor afirmou, “o filme não é sobre futebol”, mas é um filme que mostra a conturbada e breve vida de um craque brasileiro e retrata não só sua relação com o futebol, como também com a sífilis – e a falta de tratamento que o leva à loucura –, com as mulheres, com os vícios e, acima de tudo, que mostra o destempero que regia todas essas relações.  Daí o estranhamento ao ver muitos críticos de cinema afirmarem ser este um ponto fraco do filme. O filme é um drama pessoal. E ponto. Todos os elementos são indispensáveis para compor a personalidade do “gênio-problema” e todos são muito bem trabalhados, sem cair no maniqueísmo ou no preconceito. É fato, no entanto, que quem vai ao cinema sem nada saber da história do craque dentro de campo – Heleno passou pelo Botafogo, Vasco, Boca Juniors, América – sai sem saber maiores detalhes sobre os feitos que o tornaram craque.
 
Formado em Direito e oriundo de família rica, Heleno nunca exerceu a profissão de advogado e sempre teve como paixão maior o futebol. Em 1937, foi revelado pelo Botafogo – seu time de coração – e fez uma impressionante marca de 204 gols em 233 partidas, durante os dez anos em que ficou no time, coisa, inclusive, que não ficamos sabendo no filme. Foi devido às brigas com os colegas de camisa que Heleno foi vendido ao Boca Juniors e teve de viajar para a Argentina, abandonado sua mulher, grávida de seu primeiro filho. Depois, o craque – já transtornado pelo avanço da doença e pela separação – ainda passou pelo Vasco, onde foi campeão carioca de 1949, pelo Atlético Junior de Barranquilla, da Colômbia (em Barranquilla, encontra-se uma estátua em sua homenagem, "El Jogador"), pelo Santos e pelo América, do Rio de Janeiro, onde encerrou a carreira e disputou uma só partida, a única também que jogou no Maracanã. Até mesmo o Nobel de Literatura Gabriel García Marquez escreveu, em 1951, sobre o jogador quando este estava no Barranquilla. Na nota, García Marquez comenta sobre o retorno de Heleno aos gramados e o quão diferente o craque se mostrava.
 
A bela fotografia é responsabilidade do premiado Walter Carvalho. A aposta no preto e branco é um tanto arriscada para o cinema nacional, mas não decepciona. O filme ganha pontos também por sua narrativa não-linear e a montagem que justapõe os momentos de arrogante glória aos momentos de fragilidade vividos no sanatório em Barbacena. Fragilidade reforçada não só pela montagem paralela, mas pela própria preparação do ator: Rodrigo Santoro emagreceu cerca de 12 quilos para viver a fase final do personagem – parte da perda de peso se deu pelo próprio ritmo de filmagens - e treinou com o ex-jogador Cláudio Adão para entrar na pele de Heleno. Muito do personagem foi obtido durante cinco anos de pesquisa. Assim como Heleno se entregou obsessivamente às paixões que teve na vida, Santoro – mesmo confirmando as diferenças de personalidade - mostrou, mais uma vez, que é todo entrega. Basta lembrar os papéis vividos por ele em “Abril Despedaçado”, “O Bicho de Sete Cabeças” ou “Carandiru” e ir conferir o mais novo longa protagonizado pelo ator.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Chega véspera de Natal e todo mundo quer garantir seu presente com Papai Noel. Mas quem de fato está merecendo? Por via das dúvidas, cada um escreveu sua cartinha. Alguns focaram em coisas materiais, outros em transformações (mais físicas do que morais, claro), e teve gente que focou nos planos pro futuro. Em ano de eleição, só tem que ter cuidado pra não desejar uma cadeira e ganhar um pijama. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Hugo Motta

Hugo Motta
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento". 

 

Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Podcast

Projeto Prisma entrevista vereador André Fraga nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista vereador André Fraga nesta segunda-feira
O vereador André Fraga (PV) é o entrevistado do Projeto Prisma desta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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