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red pill
A delegada da Polícia Civil do Distrito Federal, Luana Davico, viralizou nas redes sociais ao explicar os códigos secretos na série da Netflix “Adolescência”, que conta a história de Jamie Miller, adolescente acusado de assassinar uma colega de classe a facadas. O enredo da série, no entanto, apresentou novidades aos pais brasileiros, como os códigos “disfarçados” de emojis nas redes sociais, os quais podem representar perigo aos jovens.
“Os emojis não foram inventados pela série. Eles são usados por grupos reais de jovens britânicos, muitas vezes como códigos velados para escapar da supervisão de pais e professores. A série se baseou comportamentos documentados por especialistas em segurança digital. Ela [série] traz um retrato impactante dos desafios enfrentados pelos jovens nos dias atuais, explorando temas como a influência das redes sociais, a exposição na internet e os perigos do mundo digital”, escreveu a delegada.
Além de trazer os códigos expostos em Adolescência, Luana Davico informou que adicionou mais codificações desvendadas pela polícia. Vamos lá que iremos “traduzir” os emojis e linguagens com a ajuda da delegada.
1. Pílula Vermelha (Red pill)
A pílula vermelha faz referência ao filme Matrix. Contudo, atualmente, se tornou símbolo da comunidade “red pill”, grupo o qual prega que os homens estão sendo oprimidos. O emoji é utilizado para marcar adesão a discursos machistas e radicais.
2. Feijão
O emoji de feijão passou a ser uma forma de comunicação entre os “incels”. O grupo, segundo especialistas da área, é composto por homens héteros e frustrados sexualmente. A comunidade costuma criticar abertamente as mulheres por seu "fracasso sexual", partindo da premissa de que todas seriam interesseiras e oportunistas, preocupadas apenas com dinheiro e aparência.
A palavra incel é a junção de duas palavras inglesas “involuntary celibates”, na tradução: Celibato involuntário.
3. 100
Conforme demonstrado na série, o emoji “100” faz um “cálculo” que 80% das mulheres sentem atração por apenas 20% dos homens. A proporção também é utilizado pelos incels para justificar seu discurso de que as mulheres são oportunistas.
4. O coração e suas cores
Coração vermelho - Amor
Roxo - Desejo Sexual
Amarelo - Demonstração de interesse, flerte incial
Rosa - Carinho sem desejo sexual
Laranja - Apoio entre amigos
5. Bola de futebol americano e palavras-chave
O emoji de bola de futebol americano é uma linguagem utilizada por pedófilos para informar que possuem interesse em menores de idade.
Além disso, os pedófilos podem utilizar palavras-chave em comentários nas redes sociais para disfarçar suas intenções. “Perdoe, pequena” e “Errei, fui Raulzito”, são exemplos delas. Segundo a delegada, os abusadores também costumam publicar fotos de crianças que chamam a atenção deles nas redes sociais utilizando essas expressões.
6. Termos secretos
- P9II ou P999 - Pais estão assistindo
- POS (Parents onside) - Pais estão por perto / Pais olhando por cima do ombro
- #deb - Depressão
- GNOC (Get naked on camera) - Ficar nu na câmera
- Hooking up (Tradução: Conectando) - Ter relações sexuais
- I know a way you can earn money fast (Tradução: Eu sei um jeito para você ganhar dinheiro rápido) - Possível tentativa de obter fotos / Informações para chantagem
- I know someone who can get you a modeling job (Tradução: Eu conheço alguém que pode te conseguir um trabalho de modelo) - Possível tentativa de obter fotos / elogios para obter algo
- IRL (In real life) - Na vida real *Traduzido
- IWSN (I want sex now) - Quero sexo agora *Traduzido
- #ana - Anorexia
- #sue - Suicídio
- #svv - Automutilação
- #thinsp - “Thispiration” (Tradução: Inspiração magra): Fotos que incentivem à magreza extrema
- 9 - Os pais estão observando
- 420 - Maconha
- ASL (Age, sex, localization) - Idade, sexo, localização *Traduzido
- CD9 (Código 9) - Os pais estão por perto
- Crow (Tradução: Corvo) - Cannabis
- CU46 (See you for sex) - Vejo você para sexo *Traduzido
Confira a publicação original da delegada Luana Davico:
OS RED PILLS E A INTERNET
Em abril de 2023, quando ocorreu a crise com as ameças de ataques às escolas, o Bahia Notícias conversou com um especialista na utilização da internet, João Senna, pesquisador com bolsa de pós-doutorado no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e mestre em Comunicação e Culturas Contemporâneas na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Na ocasião, o pesquisador relacionou as ameaças com o crescimento da comunidade red pill, que conseguiu mais simpatizantes com a expansão da internet.
“As redes não são simplesmente redes sociais, são comunidades da internet que usam determinados sites e plataformas, e tem comunidades de todo tipo. São comunidades que a gente chama de red pill, são pessoas que possuem ódio de “pessoas normais”. Eles utilizam o discurso de que o mundo foi roubado deles, não é necessariamente assim novo, mas se ganhou mais comunicabilidade com as redes sociais”, explicou Senna.
Na oportunidade, o especialista também comentou sobre as plataformas que são utilizadas por essa comunidade. Senna citou o caso do “Gamer Gate”, onde usuários de um site de avaliação de jogos passou a ser utilizado para a disseminação de conteúdo misóginos.
"Existe uma forte ligação desse pessoal com a cultura dos jogadores de games, você tem uma certa finalidade da criação desses grupos e você teve de alguma maneira o crescimento desse submundo perto desse tipo de comunidade. Tem um caso clássico dos Estados Unidos que é o GamerGate, que foi uma comoção que um site de review de jogos, um site de subcultura de jogos, era ‘feminista demais’ e estava fazendo resenhas para jogos de pessoas trans, de mulheres e etc, e que isso estava de alguma maneira diminuindo a integridade do hobbie, da comunidade de jogadores. Aí você tem uma percepção de quando esse submundo começou a aparecer e frequentar a política e tudo mais”, afirmou.
Maria da Penha vai ganhar proteção do Estado após sofrer uma série de ataques da extrema direita e dos chamados "red pills" e "masculinistas", que se reúnem em comunidades digitais para disseminar o ódio às mulheres.
Essa onda misógina procura se fortalecer com base em fake news ou mentiras. Uma das notícias falsas que passaram a circular questiona as duas tentativas de feminicídio pelas quais o ex-marido dela foi condenado, o que vai contra todas as informações já comprovadas pela Justiça. As informações são da coluna de Jamil Chade, do portal Uol.
Diante da situação, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves viajou até o Ceará para tratar tanto com o governador Elmano de Freitas (PT) como com a Secretaria de Mulheres. Ficou estabelecido que Maria da Penha vai entrar no programa de proteção a defensoras de direitos humanos e passar a ter segurança particular.
Além disso, a casa onde ela sofreu a violência, em Fortaleza, vai ser transformada em um memorial. O local está alugado, e o projeto era inviabilizado por falta de recursos. A família também precisava vender a casa. O governo do estado, solicitado pela ministra, pediu agora a desapropriação do imóvel e o declarou de utilidade pública.
Para Cida, Maria da Penha é "símbolo de resistência e avanço na luta pelos direitos das mulheres". "Tenho insistido que é fundamental que todos, sociedade e Estado, reafirmem o compromisso de não revitimizar mulheres vítimas de violência", defendeu.
"E isso inclui preservar sua história e memória. Esta semana demos um passo fundamental nessa direção. A residência onde Maria da Penha viveu à época das violências, em Fortaleza, vai virar um memorial, com apoio do governo do estado do Ceará, a pedido do Ministério das Mulheres", explicou.
"Conversei pessoalmente com o governador Elmano de Freitas, na última segunda-feira (3), sobre a importância desse memorial em respeito não somente à Maria da Penha, como a todas as mulheres brasileiras", completou.
Ao UOL, Maria da Penha lamentou ter que lidar com uma onda de ataques e fake news após 41 anos das violências que sofreu e 18 da Lei Maria da Penha. "Como se se pudesse colocar em xeque a veracidade de fatos ocorridos e a legitimidade das instituições brasileiras, sobretudo da Justiça", disse.
Na semana passada, a população baiana entrou em estado de pânico após a disseminação de diversos ataques à escolas ao redor do estado. As redes sociais tem sido uma ferramenta fundamental para a organização de supostos atentados e também para a ploriferação do terror na população. O Bahia Notícias conversou com um especialista na utilização da internet, João Senna, que é pesquisador com bolsa de pós-doutorado no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e mestre em Comunicação e Culturas Contemporâneas na Universidade Federal da Bahia, para compreender o fenômeno.
Senna explicou que a internet tem sido utilizada de duas formas diferentes: para a criação do estado de pânico na população; e para a disseminação de diversos ataques para maquiar os verdadeiros atentados planejados. Além disso, ele afirmou que há uma certa correlação entre a comunidade de jogos eletrônicos com os fóruns de organizações de atentados.
“O clima de pânico é interessante para eles porque elas acreditam que isso é bom. Algumas pessoas estão fazendo isso de brincadeira, porque acham isso divertido, mas outras pessoas podem achar que tem ganho político nisso, e outras querem fomentar atentados de verdade. Existe uma forte ligação desse pessoal com a cultura dos jogadores de games, você tem uma certa finalidade da criação desses grupos e você teve de alguma maneira o crescimento desse submundo perto desse tipo de comunidade”, explicou Senna.
Em relação à prevenção contra futuros ataques nas escolas brasileiras, o pesquisador afirmou que é preciso a criação de um grupo de inteligência para realizar as investigações de imediato, alinhado com um investimento no desenvolvimento social.
"Você precisa de um trabalho de inteligência, você precisa de acompanhamento de grupos de interesse. Então a comunidade de inteligência precisa estar dentro desses grupos de alguma maneira, com agentes infiltrados. Isso é um problema global, a ideia, principalmente, de que os homens jovens estão sentindo cada vez menos esperança, que acham que o mundo não tem lugar para eles e por isso seria preciso se vingar. Você precisa construir um lugar para essas pessoas e dar espaço para elas”. Veja a entrevista na íntegra!
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.