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A Petrobras está reavaliando sua permanência no Polo Bahia, conjunto de 28 blocos terrestres com produção diária de cerca de 9 mil barris de petróleo, ou 12 mil barris de óleo equivalente, se incluído o gás natural. O ativo chegou a ter o processo de venda iniciado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mas a transação foi suspensa em setembro de 2023.
Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, a queda recente no preço do barril de petróleo reacendeu o debate interno sobre a viabilidade do ativo, localizado no Recôncavo e norte do estado.
“A produção em terra envolve esforço grande, às vezes o campo é menor que um poço do pré-sal. Quando o óleo está a US$ 100 o barril faz sentido, não a US$ 65 o barril. Vamos decidir se o Polo Bahia fica com a gente, se terceiriza a operação ou se repassa o ativo”, afirmou Magda após participar do Fórum Estratégico da Indústria Naval Brasil-China.
A executiva destacou ainda que o campo de Urucu, localizado na Amazônia, não está incluído nesta reavaliação. Segundo ela, trata-se de um óleo de alta qualidade e a decisão sobre ele será tratada em outro momento.
“O óleo de Urucu é o melhor óleo do Brasil. Vamos pensar na Bahia e depois olhar Urucu”, completou.
O Polo Bahia é um dos ativos maduros da Petrobras, com produção em campos terrestres que exigem mais investimentos operacionais e oferecem menor retorno frente ao pré-sal.
A suspensão das atividades de 38 instalações de produção de petróleo e gás da Petrobras no estado da Bahia completa dois meses nesta quarta-feira (15). No dia 15 de dezembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicou “críticas falhas” no sistema de segurança das unidades e determinou a paralisação da produção.
Na terça (14) a ANP divulgou uma página que atualiza o andamento das atividades do Grupo de Trabalho (GT) criado para monitorar a situação do Polo Bahia Terra e articular as ações necessárias à retomada gradual da produção.
De acordo com a agência, o objetivo da página é “dar transparência às ações do GT e ao andamento da retomada das atividades no Polo”. No site, está contido o cronograma de ações apresentado pela Petrobras como resultado dos seus melhores esforços para a regularização da situação.
Em nota enviada ao Bahia Notícias, a Petrobras informou que a paralisação da produção foi concluída no dia 12 de janeiro. Ainda no comunicado, a estatal afirmou que não é possível precisar uma data para o retorno das atividades.
“A Petrobras reforça que está envidando todos os esforços para a retomada da produção e que, com este intuito, participa das reuniões e articulações com os órgãos responsáveis”, pontuou.
O diretor de Comunicação do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindpetro-BA), Radiovaldo Costa, afirmou que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deve vir para a Bahia no dia 27 de fevereiro, para se reunir com os sindicatos e prefeitos para debater o retorno dos polos no estado.
“O problema é que nesse momento, nós não temos definido, nem pela própria Petrobras, um prazo para o retorno da operação. Agora, no final do mês de fevereiro, nós teremos uma reunião com o novo presidente Jean Paul Prates. Ele terá uma reunião conosco, com os prefeitos e também com o governo do Estado. O objetivo é que a gente cobre dele o maior número de ações possíveis para a retomada dos campos”, disse Radiovaldo.
PREJUÍZOS
Os prefeitos dos municípios do Agreste e Litoral Norte baiano temem uma grave crise se o problema não for resolvido o quanto antes. As principais cidades afetadas são Cardeal da Silva, Esplanada, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araçás.
Em contato com o BN, o prefeito de Cardeal da Silva, Branco Melo (PP), disse que a gestão já sentiu os impactos dos 60 dias de paralisação. “Os estragos são irreparáveis e impactam diretamente na arrecadação do município. Eu precisei reduzir as contratações e prestações de serviços. Os royalties do petróleo correspondem a 87% da receita do município. É uma perda que toda a região está sentindo”, avaliou.
“Mais de 300 mil pessoas estão sendo afetadas. Essa é a principal fonte de renda e emprego no litoral. Há quatro meses um pai de família que ganhava R$ 5 mil vai passar a ganhar os R$ 600 do Auxílio Brasil. Precisamos que o governo do estado faça uma ligação com o governo e com a empresa. Esperamos que o novo presidente[Jean Paul Prates] tenha sensibilidade e resolva a situação. A gente precisa de uma ação imediata”, apelou.
Com a paralisação das plantas, o Sindipetro-BA estima que 20 mil barris de petróleo deixam de ser produzidos por dia. Caso a situação persista, o faturamento bruto deve cair em R$ 4 bilhões por ano.
A Associação dos Engenheiros da Petrobras, Núcleo Bahia (AEPET-BA), e a Associação Brasileira dos Anistiados Políticos da Petrobras (Abraspet) contestaram a decisão da ANP e chegaram a propor prazos para corrigir as irregularidades sem precisar paralisar as atividades, mas a agência decidiu continuar com a decisão.
As entidades estimam que a decisão da ANP irá gerar a demissão de cerca de 4.500 funcionários da companhia na Bahia. É estimado que, caso a interdição passe dos três meses, a Petrobras começará a demitir os trabalhadores dos campos gradativamente.
“A medida que essa paralisação se alongue, é possível que a gente tenha o começo de demissões desses trabalhadores. Eu acredito que, se a paralisação ultrapassar os três meses, nós teremos a primeira leva de demissões. Se chegar no quarto mês, novas demissões, no quinto a mesma coisa”, disse Radiovaldo, diretor do Sindipetro-BA.
O Polo Bahia Terra já foi até colocado à venda pela Petrobras em meio à política de privatização das estatais do governo Bolsonaro com valor estimado em 1,5 bilhão de dólares.
Uma empresa chegou a ser anunciada como nova administradora [PetroReconcavo e Eneva], mas teve também a venda questionada na Justiça e segue em negociação para adquirir as plantas baianas.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Kiki Bispo
"A prefeitura encaminhou alguns projetos de financiamento de ônibus regular, dos alternativos que são os amarelinhos. De repente a gente poderia dar uma ordenada nessa categoria importante que são os aplicativos".
Disse o vereador Kiki Bispo (União) ao defender nesta quarta-feira (15), a ordenação de motoristas por aplicativo que atuam em Salvador. Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1 Salvador, o edil defendeu que a prefeitura faça outros investimentos para ordenar e auxiliar a regulamentação desses profissionais.