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O prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União), afirmou que irá acionar o Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-prefeito Mário Alexandre, o Marão (PSD). A queixa é de supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos destinados à obra do Canal do Malhado.
Segundo o Políticos do Sul da Bahia, parceiro do Bahia Notícias, o caso foi relatado durante entrevista do prefeito a um programa de rádio local. Na fala, Valderico disse que a gestão anterior recebeu mais de R$ 2,7 milhões para a execução da obra, mas não realizou os serviços nem prestou contas dos valores recebidos.
A ausência da prestação de contas, acrescentou o gestor, tem impedido a liberação de novos repasses, o que mantém a obra paralisada. A obra do Canal do Malhado é considerada estratégica para a infraestrutura urbana e o sistema de drenagem da cidade.
Ainda segundo o blog, a declaração reacende tensões entre os grupos políticos locais e abre um novo capítulo no embate entre o atual prefeito e o ex-mandatário de Ilhéus. Até o momento, Mário Alexandre não se manifestou publicamente sobre as acusações.
O vice-prefeito de Ilhéus, no Sul, Bebeto Galvão (PSB), rebateu a fala do prefeito Mário Alexandre (PSD) que criticou a postura do ex-aliado por ter deixado de falar sobre uma trama, urdida na Câmara Municipal. A manobra teria como fim derrubar o gestor do governo local.
Ao Bahia Notícias, Galvão declarou que relatou o caso ao prefeito na época que tramitava uma proposta de CPI que investigaria um auxílio financeiro [R$ 15 milhões] autorizado pela prefeitura para as empresas do transporte público local.
“A Câmara instalou uma CEI [Comissão Parlamentar de Inquérito]. Isso evoluiu e ele temeu que pudesse ocorrer um impeachment. Eu intervi neste processo negociando com os vereadores, a pedido dele. Mas eu disse na casa dele para que o problema fosse resolvido, porque não sou alguém para golpismo”, disse nesta quarta-feira (10) ao Bahia Notícias.
Galvão voltou a afirmar de um acordo que teve com Mário Alexandre em 2020 do qual ele o apoiaria na sucessão deste ano. “O prefeito na verdade é um inadimplente da palavra. Em 2020, eu nem seria candidato e após diversos debates com a intervenção do governo do estado emprestamos o nosso patrimônio político”, continuou.
O vice-prefeito declarou também que mantém a posição de pré-candidato. No entanto, pode compor com o campo da pré-candidata e ex-secretário estadual Adélia Pinheiro. “Nós temos programas comuns. Temos relação histórica, PT e PSB desde a eleição de 1989. Mas isso não se traduziu em politica de aliança aqui entre nós”, completou Bebeto, que acrescentou que a deputada Lídice da Mata segue em apoio à pré-candidatura dele.
As eleições deste ano em Ilhéus, no Sul baiano, vão avaliar mais uma vez quem é capaz de lançar a cidade para frente. Com uma década para completar 500 anos, o município tenta recuperar o apogeu do passado, quando o cacau davas as cartas, mas convive com queixas diversas. Os problemas vão de infraestrutura, mobilidade urbana, saúde sobrecarregada, entre outros.
No desejo de mais uma chance, o grupo do prefeito Mário Alexandre (PSD), que já está no segundo mandado seguido, indicou o secretário de administração, Bento Lima, considerado o mais prestigiado no primeiro escalão. Aliado de Mário Alexandre, o governo do estado também decidiu ter uma candidatura própria e anunciou a ex-secretária de Educação do estado, Adélia Pinheiro, recentemente filiada ao PT e filha da cidade.
Rompido com Mário Alexandre, o vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) também declarou a pré-candidatura ao Executivo da cidade. Bebeto se diz desapontado com o prefeito. Os dois se aliaram em 2020 e fala-se que com a promessa que o atual vice sairia candidato à sucessão ao prefeito.
Na oposição há vários nomes. Um deles é o de Jabes Ribeiro, que já foi prefeito de Ilhéus por quatro vezes, a primeira nos anos 1980. Outro nome é do empresário Valderico Júnior (União Brasil), que ficou em segundo lugar nas eleições em 2020.
Outro postulante é o vereador Carlos Augusto Cardoso da Silva, o Augustão, que saiu do PT e ingressou no PDT no limite da janela partidária deste ano. Quem também é pré-candidato é o ex-presidente da Câmara de Ilhéus, Jerbson Moraes (Solidariedade). Vereador mais votado em 2020, Moraes foi mais um a sair da base do prefeito e ir para oposição.
No baralho de cartas da política ilheense espera-se que tanto a base do governo do estado na cidade assim como a oposição - que mantém proximidade com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto - se aglutinem em torno de duas candidaturas. Bento Lima e Adélia Pinheiro de um lado. Valderico, Jabes e Augustão, do outro. No entanto, o arranjo pode ser difícil e cada um vai tomar um rumo próprio.
Interlocutores ouvidos pelo Bahia Notícias apontam que a degradação da infraestrutura da cidade deve ser o mote do debate eleitoral. Problemas na zona norte, com o avanço do mar; risco de desabamento de encostas, devido às chuvas recorrentes; além das condições das estradas da zona rural do município, geralmente precárias, serão discutidas.
Outras questões são o transporte público, o turismo, carente de investimentos e potencialização do polo tecnológico, considerado pouco valorizado no município.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Ciro Nogueira
"A única pessoa que não pode perder essa próxima eleição é o Bolsonaro, e ele não vai arriscar. Tire as conclusões. O Tarcísio é candidato, se tiver o apoio do Bolsonaro. O Lula nem disputa com o Tarcísio".
Disse o presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI) ao afirmar que Jair Bolsonaro (PL) só deveria anunciar um nome para concorrer às eleições presidenciais de 2026.