pirataria

No início da manhã desta terça-feira (9), 130 servidores da Receita Federal atuam no cumprimento de mandado judicial expedido pela Justiça Estadual de São Paulo para busca e apreensão de mercadorias falsificadas, no chamado "Feiraguai", no município de Feira de Santana, na Bahia.

 

De acordo com as informações o helicóptero da Receita Federal fará o monitoramento de toda a área, e a ação terá também o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Ainda conforme divulgado pela Receita, houve um trabalho de inteligência para identificar os cerca de 200 boxes que eram alvo da decisão judicial.

 

Com base nos indícios de falsificação de grandes marcas estrangeiras, a justiça determinou a apreensão dos produtos, e a Receita Federal foi acionada por ter como atribuição fiscalizar a importação e comercialização de produtos de origem estrangeira.

 

No caso de mercadorias contrafeitas, popularmente chamadas de "piratas", a entrada no país é proibida. Além do não recolhimento de tributos, a venda desses produtos prejudica a concorrência leal.

 

Juntamente com os produtos apreendidos devido à determinação judicial em favor do representante das marcas originais, a Receita Federal também fará a apreensão de outros produtos estrangeiros com ingresso irregular no país que forem encontrados no decorrer da ação.

Um levantamento do Instituto Ipsos revelou que a indústria audiovisual brasileira tem um prejuízo anual de R$ 4 bilhões com a pirataria. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.

Encomendada pela Motion Picture Association (MPA), grupo que representa grandes estúdios de cinema e empresas da indústria de TV e streaming, a pesquisa aponta que 28% da pirataria ocorre através de ferramentas onde o conteúdo é gerado por usuários.  Segundo a coluna, uma das maiores incidências é a transmissão ilegal de programação ao vivo, a exemplo de notícias e jogos de futebol.

Segundo o levantamento, 78% dos 2.400 entrevistados dizem que é muito fácil encontrar conteúdo pirada na internet. Realizada no último trimestre de 2018, a pesquisa consultou pessoas com idades a partir de 11 anos.

A pirataria afeta diversas áreas, e uma delas é a da produção audiovisual. As séries, que com o passar dos anos se tornaram mais comentadas e com números de audiência gigantescos, foram uma das mais afetadas com a reprodução e download indevidos. Visto isso, o site TorrentFreak elaborou uma lista com as séries mais pirateadas de 2017. A série de maior sucesso da HBO, Game Of Thrones, foi a primeira colocada. The Walking Dead foi a segunda da lista, seguida por The Flash e pela comédia The Big Bang Theory. A série de animação Rick and Morty ficou em quinto lugar, enquanto que a veterana Prison Break ficou em sexto, e o drama policial Sherlock em sétimo. Vikings ficou na oitava posição, antecedendo a série Suits. Arrow fechou o ranking.

O cantor e compositor paulista Guilherme Arantes, que no ano passado lançou gratuitamente na internet um box comemorativo que reúne 21 CDs e um documentário (clique aqui), fez um desabafo em suas redes sociais, a respeito da pirataria. “O que fazer, se por toda parte os piratas tomaram conta do País?”, indagou o artista em uma postagem, nesta terça-feira (20). “Fui fazer shows no Ceará, esta semana, e me deparei - nos locais dos shows- com a venda descarada de um DVD ‘meu’, com as ‘Histórias’ dos meus 40 anos, que estão disponibilizadas gratuitamente no meu canal, e mais uma montanha de MP3s anexados, num produto PIRATAÇO que inclusive traz descaradamente dados de fábrica, da reprodução desautorizada, etc..., fazendo de conta, dando a ‘impressão de legalidade’”, contou o artista, dizendo ainda que o público “comprou em peso” o material pirata e pediram para autografa-lo. “São trouxas, mas na hora de me pedirem pra autografar ‘aquilo’, quem se sente chamado de ‘trouxa’ sou eu : Tô fora! Já vou avisando que não vou ficar ajudando a pilantragem a faturar com a ingenuidade dos fãs”, declarou Guilherme Arantes, destacando o fato de “um material generoso, autobiográfico e musical de primeira qualidade, gratuito” se transformar em um “DVD oportunista”. “Eu poderia chamar a polícia e mandar prender. mas são uns coitados miseráveis. Miserável é quem compra também...”, acrescentou o artista, revelando que também usa programas baratos para gravar vídeos de internet, embora não os transforme em produto. Ele disse ainda que é “um ávido consumidor de programas e conteúdos legais, pagos, sendo sempre bem atendido, com direito a ‘upgrades’ e ofertas de fidelização”. Atribuindo a pirataria à “cidadania moderna”, Guilherme Arantes avaliou que “nem todos estão preparados” e que tal comportamento é uma questão de cultura. “Fazer o quê? Processar? Quem? Onde? Pra ser julgado quando? Êta Brasilzão véio de guerra!”, concluiu o artista. 

Jakub F, um homem de 30 anos, condenado por pirataria na República Tcheca, recebeu uma sentença inusitada. Ele deveria produzir um filme contra a prática da pirataria, que tivesse pelo menos 200 mil acessos no Youtube. Ao final, Jakub conseguiu escapar das indenizações de milhares de dólares ao protagonizar “The Story of My Piracy”, que em alguns dias foi visto mais de 900 mil vezes. De acordo com informações da BBC, empresas como Microsoft, HBO Europa, Sony Music e 20th Century Fox, que processaram o homem, reconheceram que ele não teria condições de pagar, então ofereceram o acordo. No filme Jakub interpreta a si mesmo, descreve sua satisfação inicial em compartilhar as cópias piratas e alerta outros piratas sobre o perigo de ser surpreendido pela polícia, após ser descoberto.
 
Confira o vídeo:

A partir do dia 10 de julho os novos álbuns de música serão colocados à venda às sextas-feiras a fim de sincronizar as datas de lançamentos no mundo inteiro e ajudar a driblar a pirataria. A mudança foi anunciada pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) na quinta-feira (11), pela entidade, que afirmou ter chegado a um acordo com as gravadoras e artistas. Os discos aparecem na forma de CD, vinil, digital ou streaming. “O mesmo dia de lançamento em todo o mundo reflete melhor as realidades do setor”, disse Glen Barros, presidente da gravadora Concord Music Group, em comunicado publicado pela IFPI. Representantes de lojas independentes dos Estados Unidos chegaram a se posicionar contra a alteração, alegando que ela irá gerar custos de adaptação para um setor que enfrenta dificuldades, mas Barros disse que, a longo prazo, todos serão beneficiados. "Esta mudança de curso levanta muitos desafios e necessita de adaptação, mas será benéfica para os consumidores e, a longo prazo, todos ganham”, afirmou. No entanto, a medida não é obrigatória e os artistas e fornecedores terão a possibilidade de escolher outro dia da semana para lançar seus produtos.

O criador do seriado “Breaking Bad” afirmou que a pirataria contribuiu para o crescimento da série. Para Vince Gilligan, os milhares de downloads ilegais ajudaram a série a conquistar novos fãs. “De alguma forma os downloads nos ajudaram, certamente, em termos de consciência de marca”, afirmou Gilligam em entrevista ao canal BBC. No entanto, ele reconhece que a situação tem o lado negativo, que é a perda financeira. “A parte ruim disso é que muita gente do programa teria ganhado muito mais dinheiro, eu incluído, se estes downloads tivessem sido feitos de forma legítima”, disse. Em termos de dados, o último episódio da série, que foi ao ar nos Estados Unidos no dia 29 de setembro, foi baixado mais de 500 mil vezes, apenas nas primeiras 12 horas, segundo o site de compartilhamento de arquivos TorrentFreak. Vince ainda pontua, que apesar do benefício, a pirataria continuará sendo um problema porque “todo mundo precisa comer e todos nós precisamos ser pagos”.

O site TorrentFreak divulgou a lista das séries de TV mais pirateadas do ano. “Lost” e “Heroes”, que lideravam em 2010, já chegaram ao fim, e o terceiro lugar no ranking do ano passado agora assume a liderança: Dexter. Na sequência vem “Game of Thrones” e “The Big Bang Theory”, que chega à terceira posição, em números de downloads ilegais.Confira abaixo a lista completa e os números comparativos (série - downloads ilegais por episódio - quantidade média de espectadores por episódio na TV dos EUA):
1. Dexter - 3.620.000 - 2.190.000
2. Game of Thrones - 3.400.00 - 3.040.000
3. The Big Bang Theory - 3.090.000 - 3.040.000
4. House - 2.760.000 - 9.780.000
5. How I Met Your Mother - 2.410.000 - 12.220.000
6. Glee - 2.200.000 - 9.210.000
7. The Walking Dead - 2.060.000 - 7.260.000
8. Terra Nova - 1.910.000 - 9.220.000
9. True Blood - 1.850.000 - 5.530.000
10. Breaking Bad - 1.730.000 - 2.580.000