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Artigos

Tadeu Paz
O maior adversário de Lula é ele mesmo
Foto: Ricardo Filho/ Divulgação

O maior adversário de Lula é ele mesmo

O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva reúne um paradoxo curioso: os principais indicadores são positivos, mas sua popularidade não segue a mesma trilha, embora tenha tido um refresco nos últimos três meses, muito por conta da contenda, e agora as pazes feitas, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Multimídia

Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”

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O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Angelo Almeida (PSB), avaliou as críticas relacionadas a fragilidade do sistema de logística e escoamento de produtos e serviços na Bahia. Durante entrevista no Projeto Prisma, nesta segunda-feira (3), o gestor afirmou que “toda a crítica é construtiva”, porém destacou que a falta de investimento nacional atrasaram a evolução estadual neste sentido.

Entrevistas

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”

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Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Florence foi eleito a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2010, tendo assumido quatro legislaturas em Brasília, desde então.

pichacao

O picho e o tráfico: Grupos criminosos apropriam prática e incentivam a criminalização de manifestação cultural em Salvador
Foto: Reprodução / Redes sociais

Não é segredo para baianos ou soteropolitanos que a dominação territorial do tráfico de drogas vem se intensificando nos últimos anos, com números de segurança pública que reforçam a tese. As dimensões desta dominação, no entanto, podem ser tão sutis quanto evidentes à luz do dia nos muros, postes e superfícies urbanas da cidade. Com o tempo, as pichações da capital, que antes exibiam símbolos e textos de sentido político ou artístico, passaram a mapear as áreas de dominadas por organizações criminosas nas periferias. 

 

Os escritos aparentes em quase todos os bairros da capital deixaram de ser coadjuvantes na paisagem urbana para atuar como sinalizações gritantes aos desavisados. O Bahia Notícias conversou com o pesquisador Anderson Eslie, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor pela Universidade Estadual de Campinas, autor da dissertação “Pichação: arte pública e resistência: Como criação artística permite a formação de uma identidade e resistência de grupos de jovens de bairros periféricos em Salvador”, para compreender a disseminação e as características da pichação na Bahia, em especial na capital baiana. 

 

O autor destaca, inicialmente, que o grafite e a pichação são manifestações advindas das mesmas práticas. As tintas em spray e a relação com a cidade são similaridades que mantém ambas as artes próximas, porém cada uma evolui e se dissemina de maneiras específicas. 

 

“O grafite aqui em Salvador, em específico, tem um processo de reconhecimento, ainda que com algumas questões importantes, em relação a questões legais e de entendimento da população, de uma perspectiva artística e estética mais voltada para uma arte contemporânea. Mas hoje eu acho que tá muito mais estabelecida a questão do grafite. Você tem pessoas importantes que levam a alcunha de grafiteiros e levam essas expressões, inclusive para dentro de espaços como museus”, afirma. 

 


Foto: Reprodução / Blog Letrado nas Ruas / Tumblr

 

Então os materiais e as “telas” urbanas aproximam, as percepções sociais e as questões ideológicas distanciam ambas as práticas. “A partir daí você tem questões ideológicas nessa concepção, porque o grafite e a pichação, são eminentemente expressões para a rua, esteticamente voltadas para a cidade, para dialogar com a cidade, inclusive dando voz a grupos sociais invisibilizados na dinâmica da cidade”, explica. 

 

“Mas a pichação ela é um traço mais simples, esteticamente elaborado pelos seus indivíduos dentro dos grupos e ela tem a pretensão de ser um registro na cidade e que tem como um princípio estético a catarse pela agressão. Sem isso deixa de ser pichação”, explica o Mestre pela Universidade Federal da Bahia. 

 

Anderson detalha que “a ideia da pichação é que você tenha de fato causar um olhar de choque”. “[Esse olhar] Pode ser tanto esteticamente, que te leve esteticamente a pensar a pichação como um algo bonito, esteticamente bem elaborado ou como sujeira, como expressão de vandalismo, qualquer coisa do tipo. A ideia é exatamente criar essa sensação dúbia”, delimita. 

 

O pesquisador explica que a manifestação do grafite e do picho teve início, no Brasil, a partir dos anos 60, em paralelo às repercussões da ditadura militar no país e a Primavera Estudantil na França. Porém, na Bahia, o movimento tem início no movimento punk dos anos 70, com um grupo chamado de Vermes do Sistema. No entanto, o crescimento desses grupos se deu, especialmente, no início dos anos 2000.

 

“Eu acho que, entre nós 97 e 2002, a gente tem um boom assim de grupos e com todo um perfil de classe, de raça, de gênero bem específico. Você tem grupos de homens em sua maioria, pessoas negras, vindos de bairro de periferia, que se concentravam muito aqui no Centro, e faziam todo aquele processo de convivência, de trocar tags, que são as assinaturas e se organizar.” 

 

“Se você for perguntar para um pichador porque picha, você vai ter várias respostas, mas que elas vão dialogar em lugares muito comuns, que é essa coisa da crítica ao sistema, do lutar contra o sistema”, relata. “Ainda que esse, ainda que o termo ‘sistema’ seja aquela coisa meio nebulosa, você entende que, na verdade, é ou a falta do direito do cidadão e do dever do Estado ou o excesso do Estado, quando a gente pensa no nos aparatos de repressão com a polícia e segurança pública.” 

 


Foto: Reprodução / Rildo de Jesus / TV Bahia

 

E, enquanto artistas pichadores protestam contra a lógica punitivista do sistema de segurança pública, a prática do picho é apropriada por outros grupos sociais, que utilizam a prática nos seus próprios termos, como é o caso das facções criminosas. 

 

A ideia de deixar um registro na cidade e se fazer parte dela é usurpada por grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas que se utilizam de pichações para estabelecer domínio sobre os territórios e “mapear” sua presença nas periferias soteropolitanas. Assim como a estética e o “letrado baiano”, variação estilística do picho criada na Bahia, é substituída pelo desleixo e padronização dos registros. 

 

Por fim, a carga simbólica e temática da “luta contra um sistema sociopolítico opressor” é esvaziada por uso de siglas e símbolos que remetem unicamente aos grupos criminosos em disputa. Para falar sobre os aspectos da disseminação territorial das facções na Bahia, entrevistamos o doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, Antônio dos Santos Lima. 

 

Com estudos na área de sociologia do conflito, organizações criminais, conflitos armados e controle territorial, o especialista contextualiza que a noção de territórios, para as facções, “se baseiam em exclusividade com interesse de realizar expansão econômico e territorial” da organização. 

 

Assim, a dominação dos territórios se dá por meio da “regulação dos espaços” em diferentes moldes. “A partir disso, eles se implantam num lugar, se estabelecem num lugar, regulam [os espaços] a partir de regras extrajudiciais e eles começaram a desenvolver símbolos. Então, esses símbolos passaram a ser parte da pichação, porque era preciso identificar cada lugar”, aponta Lima. 

 

Desde números e os nomes de cada grupo até os “mascotes do tráfico”, a simbologia das organizações criminosas vai sendo impressa das comunidades por meio da pichação. “Inicialmente com [o número] três, com o dois, cinco, sete, eles colocavam esses símbolos e depois eles começaram a se identificar com outros, por exemplo, o escorpião, a carpa, a estrela de Davi. Então, eles começaram, além de demarcar os territórios em termos regulatórios, eles começaram a demarcar também do ponto de vista simbólico”, detalha Antônio.

 

Compreendendo que as facções criminosas já atuam na Bahia há algumas décadas, o pesquisador explica o que tornou a dominação territorial tão palpável e explícita nos últimos anos. Antonio conta que enquanto aos grupos criminosos baianos se “autorregulavam”, eles eram menos organizados ao nível de “instituição” e suas as disputas territoriais eram menos violentas.

 

“Enquanto as organizações criminais da Bahia se autodenominavam, porque tem organização criminal na Bahia que não tem denominação, que não tem nome, essas organizações tinham contato, fornecimento de insumos, fornecimento de arma de fogo, fornecimento de matéria-prima de outras organizações. E eles estavam, sim, ligados, afiliados ao Comando Vermelho (CV) ou ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Na verdade, o que aconteceu foi uma mudança na estratégia”, define. 

 

Ele explica que essas organizações mais estruturadas, especialmente vindas do sudeste, resolveram se estabelecer onde seus afiliados atuavam, estabelecendo novas regras e critérios de atuação. “Comando Vermelho resolveu chegar aqui na Bahia e fazer esse acordo com eles e mudar o nome, mas a maioria dos traficantes que estão atuando na Bahia são baianos, só que eles mudaram a denominação. Eles estão mudando de nome e assumindo o nome de origem dos seus aliados antigos que são o Comando Vermelho, PCC e a Família do Norte”, destaca. 

 


Foto: Arquivo / Agência Brasil 

 

Antônio conclui ressaltando que ainda que alguns modos de organização tenham sido “importados” do sudeste, a Bahia ainda possui uma dominação territorial menos restritiva que em outros estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo. “Dentro das favelas dominadas pelas organizações criminais, considerando que as baianas são muito parecidas com as do Rio de Janeiro, há uma certa semelhança, mas não é tão semelhança assim”, inicia. 

 

“Lá, por exemplo, a internet é fornecida pelo tráfico ou pela milícia. Eles cobram a venda do gás. Eles pedem, por exemplo, uma quantia dos comerciantes. Aqui ninguém pede nada dos comerciantes”, completa. 

 

De volta à temática da pichação, o pesquisador Anderson Eslie destaca que, apesar da nova conotação atribuída a pichação por conta do tráfico, a reputação da prática segue a mesma. “Na verdade, eu diria que não [houve impacto negativo]. Eu diria que a prática do picho, de uma maneira geral, já é bastante criminalizada, estigmatizada, independente da sua atuação”, afirma. 

 

Ele reforça ainda que o tráfico também não é o único grupo a se utilizar da prática anteriormente: “A prática da pichação diz respeito a vários grupos sociais específicos, então, ela tá aberta. Inclusive grupos de torcidas organizadas, que aqui em Salvador tem muito a questão dos distritos, vão pichar e fazer distinções territoriais dos distritos das torcidas rivais, de Bahia e Vitória”, relata. 

 

“Nesse sentido, a pichação é um fenômeno que engloba todas essas manifestações”, diz Eslie. Porém, para ele, a relação com o tráfico “é uma tônica de muita confusão entre pichadores e traficantes, ou traficantes e pichadores, enfim, por conta exatamente do ‘risco na parede’ ser associado, mais ou menos, à questão do território de tráfico, o que não necessariamente é verdade, mas como um fenômeno na totalidade, acho que não é mais ou menos criminalizado, não”, conclui.

Quatro pessoas são detidas por pichação na orla de Salvador para reserva irregular de espaço no Carnaval
Foto: Divulgação / Semop

Quatro pessoas foram conduzidas neste domingo (9) para a 14ª Delegacia da Barra após serem flagradas pichando o calçamento da Avenida Oceânica, na orla de Salvador. A ação foi realizada por equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal.

 

Segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), a pichação seria uma tentativa de reservar espaço para a venda de bebidas e alimentos durante o Carnaval.

 

O flagrante ocorreu nas proximidades do Clube Espanhol, no bairro de Ondina. Ainda de acordo com a Semop, duas das quatro pessoas detidas assumiram a autoria da pichação.

 

Casos semelhantes já haviam sido registrados na região. Na sexta-feira (7), durante uma operação da Semop, outras duas pessoas foram detidas pelo mesmo motivo na Barra. Já na quarta-feira (5), a Polícia Civil lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra duas mulheres, de 21 e 41 anos, também por pichação na Avenida Oceânica.

 

Segundo o secretário de Ordem Pública, Alexandre Tinoco, os ambulantes flagrados cometendo este tipo de infração vão perder o direito de trabalhar no carnaval de Salvador em 2025.

Após menos de 20 dias da inauguração, estátua de Reginaldo Rossi é vandalizada em Recife
Foto: Reprodução / TV Globo

Uma estátua do cantor e compositor Reginaldo Rossi inaugurada há menos de 20 dias no centro do Recife, em Pernambuco, foi vandalizada no fim de semana. 

 

De acordo com informações do G1, no domingo (21), a escultura de concreto que mostra o artista pernambucano em uma mesa de bar foi encontrada com uma garrafa pichada com tinta vermelha. Segundo a publicação, outros ítens da obra seguiram intactos, a exemplo da representação do próprio músico, a mesa, o banco, o microfone e uma rosa.

 

Em nota, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que nesta segunda-feira (22) enviaria uma equipe para realizar a vistoria e verificar o que seria necessário para reparar a obra. O órgão afirmou ainda que anualmente a prefeitura investe R$ 2 milhões para consertos relacionados a depredações e pichações na capital pernambucana. 

 

A estátua de Reginaldo Rossi integra o Circuito da Poesia do Recife, criada para homenagear personalidades importantes para a arte no estado. Esta não é a primeira vez que uma obra do projeto foi danificada. Em setembro de 2020 a escultura de o escritor Ariano Suassuna também foi vandalizada (relembre).

Em protesto contra intolerância, artistas e candomblecistas fazem ato em terreiro
Foto: Reprodução / Maiana Belo / G1

Integrantes do terreiro Casa de Oxumaré e grafiteiros baianos se reuniram nesta terça-feira (6), para uma ação contra as pichações que foram feitas no muro do terreiro na sexta-feira (29), localizado na Avenida Vasco da Gama, em Salvador (veja aqui). 

 

De acordo com informações do site G1, para os integrantes do candomblé e também para os grafiteiros a frase pichada "Jesus é o caminho", representou um ato desrespeito às tradições afro-brasileiras e uma tentativa de impor um pensamento religioso. 

 

Durante o ato artístico, foram feitas pinturas de elementos que representam o candomblé e um Oriki (história) que aborda o tempo religioso. 

 

"Vamos falar de maneira lúdica e com amor o conceito de respeito. Queremos trocar alegria, amizade, queremos que essas pessoas se sensibilizem a ponto de não sentir tanto ódio e não queira destruir um patrimônio como esse", disse a Yákekerê (mãe pequena) do terreiro, Sandra Maria Bispo.

 

Júlio Costa foi o artista responsável por convocar os outros participantes. Ele revelou que a ideia da ação surgiu após conversas com lideranças do terreiro. Os grafiteiros que se dispuseram a participar da atividade levaram o próprio material.

 

"O grafite é um movimento organizado, então ele tem fácil difusão entre os praticantes. Foi legal porque muita gente disse que viria. Cada um dos artistas trouxe seu material. É como se fosse o mutirão para 'bater'. A gente está nessa ideia de construção", contou Costa.

 

Sobre a pichação no muro do terreiro, o caso foi registrado na 7ª Delegacia, que fica no bairro do Rio Vermelho. Segundo o site, até agora nenhum suspeito foi identificado. 

Filha de Michael Jackson limpa estrela de homônimo do pai pichada na Calçada da Fama
Foto: Reprodução / Instagram

Com as próprias mãos, a filha de Michael Jackson, Paris Jackson, decidiu limpar a estrela de um um radialista homônimo do pai que havia sido vandalizada na Calçada da Fama, em Hollywood. “Algumas pessoas não têm qualquer respeito. Eu sei que há uma diferença entre o emblema da rádio e da gravação, mas nome é nome”, escreveu ela em sua conta no Instagram, junto com uma foto na qual ela aparece removendo o grafite vermelho que havia danificado a estrela. No Twitter ela explicou que soube da pichação quando estava na casa de um amigo, e que apesar de não ser a do pai, ainda assim é um Michael Jackson. "Provavelmente uns garotos estavam zoando. Mas, para mim, um nome é um nome, e não consegui ficar parada. Precisei ver com meus próprios olhos", afirmou.

‘Ainda bem que não tem data’, diz Jô Soares após pichação que pedia sua morte
Foto: Reprodução
No Programa do Jô desta quarta-feira (24), o apresentador comentou o episódio das pichações em frente a sua casa, com a frase “Morra Jô Soares”, após entrevista com a presidente Dilma Rousseff. “Eu não posso deixar em branco, não posso deixar de comentar a frase que deixaram na calçada do meu prédio: 'Morra Jô Soares'. Eu ainda falei: 'ainda bem que não tem data'. Aquilo só fez assustar, realmente, as crianças do bairro”, disse Jô, que também agradeceu pelas manifestações de solidariedade recebidas após a ameaça, em especial o apoio do amigo Fernando Morais “que foi vítima também desse ódio fascista que repercute pelas redes sociais. Olha a frase que usaram contra ele: 'não aparece ninguém pra matar esse homem?'”. 

Sobre o acontecimento, o humorista chegou a comparar aos tempos da ditadura, lembrando de um episódio, quando retornou à casa e encontrou as paredes sujas de ‘sangue’.  “Olha, isso me lembra um pouco dos tempos da ditadura. Uma vez eu morava em uma vila e, quando cheguei em casa, as luzes estavam cortadas, apagadas, e ai as paredes da casa banhadas de sangue. Quer dizer, era de tinta vermelha, mas como se fosse sangue. E tinha uma bonequinha, que era do meu sogro, uma estátua de mármore, uma menina com umas flores, banhada também de sangue, e escrito na parede CCC, que era a sigla do Comando de Caça aos Comunistas. As luzes cortadas e eu juro que fiquei com medo de entrar em casa”, contou o apresentador, que considera o comportamento “um fascismo total”.
 
Jô negou ainda os boatos de que teria reforçado sua segurança após as ameaças. “Eu não posso reforçar uma coisa que eu não tenho. Eu não ando com segurança. E espero que nem tenha porquê, porque a gente também não está ainda vivendo num clima de Estado Islâmico, né? Tá uma coisa terrível, e, por favor, essas pessoas que têm esse tipo de pensamento, reavaliem por tudo aquilo que o pais já passou e que não pode virar o chamado ovo da serpente”, concluiu.
'Morra Jô Soares', diz pichação em frente à casa do apresentador, após entrevista com Dilma
Foto: Reprodução
Após realizar entrevista com a presidente Dilma Rousseff, o apresentador global Jô Soares teve a calçada em frente a sua casa pichada, com a frase “Morra Jô Soares”. Quem divulgou a foto nas redes sociais foi escritor e amigo Fernando Morais, que se mostrou indignado com a manifestação de ódio.



Pichação aconteceu após entrevista com a presidente Dilma | Foto: Reprodução

“Sou fã, amigo, leitor e espectador do jô soares desde o século passado. andamos meio brigados uns tempos, mas felizmente fizemos as pazes. nunca deixei de ser seu fã, leitor e espectador, mesmo quando não concordava com ele. acabam de me mandar a foto de uma pixação (pichação?) na calçada de sua casa, onde algum tarado escreveu "morra jô soares" - certamente por causa da entrevista que ele fez com a dilma. essa barbaridade só me faz ser mais fã, amigo, leitor e espectador do jô. viva o gordo!”, escreveu Morais no Facebook.

Confira a entrevista realizada na última semana:
'Para as mãos ociosas e os corações e mentes, o Diabo sabe encontrar o que fazer'
Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo
Supostos manifestantes do Movimento Passe Livre tentaram invadir o Teatro Municipal na última terça (18) à noite, durante a última récita da ópera Rake's Progress, de acordo com informações do Estado de S.Paulo. O grupo, que entoava, antes do início do espetáculo, "você de gravata, vem pra passeata", tentaram quebrar as janelas e picharam os vitrais da fachada do teatro. Após o intervalo da ópera de Stravinsky, o maestro Jamil Maluf avisou ao público que, se necessário, um cordão de segurança seria montado na saída lateral do espaço, o que não foi necessário, pois, às 22h30, quando o espetáculo acabou, os manifestantes já haviam se dispersado. A liderança do MPL, no entanto, nega que o grupo faça parte do movimento.

A ópera de Stravinsky, que estreou em 1951 na Itália, trata-se de um drama em torno do casal de namorados Tom Rakewell e Anne Trulove. Após receber uma herança de um tio desconhecido, Tom parte para Londres onde se entrega a uma vida de prazeres sem limites e deixa para trás sua vida e amor por Anne. Após se casar com uma outra mulher, ele vai à falência e descobre que deve entregar a própria alma. Embora sobreviva ao embate, Tom perde a sanidade mental e acaba preso num manicômio. Anne visita Tom, mas reconhece que seria impossível continuar o relacionamento e despede-se do amado. No epílogo, os personagens cantam a moral da história: “Para as mãos ociosas e os corações e mentes, o Diabo sabe encontrar o que fazer”.
Seminário na Ufba discute pichação, memória e apreciação artística
Foto:Divulgação
A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba sedia, nos dias 6 e 7 de junho, o seminário “Derivas e Memórias Contemporâneas na Pixação”, com curadoria do videomaker Djan Ivson (artista representante da Pixação na Bienal de Berlim 2012) e do sociólogo Sérgio Franco. O seminário ainda contará com a presença dos acadêmicos Alexandre Barbosa Pereira (USP), Flávia Cristina Soares (UFMG), Gustavo Coelho (UERJ), Ludmilla Zago (UFMG), Núbia Bento Rodrigues (UFBA) e Roca Alencar (UFBA) e dos pixadores João Marcelo Goma (BH), Nuno DV (RJ), Scank Id (SSA) e da artista plástica Chermie (SSA). No evento, será discutido o papel do pichador como figura que vivência a realidade dos grandes centros urbanos  contemporâneos, em diferentes mesas temáticas como “Pixação e o Direito à Cidade”, “Antropologia da Metrópole” e “Pixação e Arte”, também serão exibidos filmes. O termo "pixação" escrito com a letra “x” identifica um grupo de pichadores de São Paulo, que busca se diferenciar da grafia convencional por conta do apelo estético. A entrada é franca e não é necessária inscrição prévia. 
Artista plástico revive Faustino, personagem estampado nos muros de Salvador desde os anos 70
Em fevereiro deste ano, o músico e artista plástico Miguel Cordeiro decidiu reviver as pichações do personagem Faustino. Os grafites que surgiram em 1979, em pleno o período de abertura política, foram interrompidos em 1985, e estão de volta, segundo o autor, por uma vontade de promover o resgate da memória cultural. Influenciado pela literatura beat, rock and roll e pop art, Cordeiro começou a dar voz às suas reflexões filosóficas através da figura dramática. Sujeito de frases soltas sobre os anseios do homem brasileiro, como “Faustino atrasa no caixa eletrônico”, ele formou com o personagem um veículo de expressão social. Apesar das especulações e identificação entre algumas pessoas que classificam o alter como uma consciência da classe média, Cordeiro esclarece que a manifestação não depende de patamares da sociedade. “O cara pode ser rico e ser Faustino e pode ser pobre e ser Faustino”, argumentou. “As pessoas mudam muito a interpretação do personagem como se fosse de classe média, mas isso independe de classe”.  Em uma das pichações da década de 80 por Salvador, quando ainda era garoto, Cordeiro escreveu: “Faustino faz curso Natureza”.Trinta anos depois, ele compara as necessidades dos indivíduos e afirma que pouca coisa mudou de fato. “O Brasil é um país muito contraditório”, defendeu. Segundo ele, a inscrição, que faz referência a um curso supletivo que era bastante popular, se relaciona com uma mais recente: “Faustino estuda para concurso de auditor fiscal”. A ideia, contudo, não é fazer arte engajada, e sim brincar com os conflitos que circundam as ações cotidianas, já que o espírito do personagem permanece intricado. O nome, inclusive, também surgiu da curtição com os amigos da época e veio a calhar com a lenda do Fausto, que narra a condição do homem em constante perscruta sobre o sentido da vida e a felicidade.

Confira a entrevista completa com Miguel Cordeiro:

Recentemente o personagem Faustino, que você criou em 1979, voltou a ser comentado nas redes sociais. Gostaria que você me contasse um pouco sobre ele, o motivo das pichações terem sido interrompidas em 1985 e o que te motivou a retornar?
Eu sempre pensava voltar, mas de repente uma vontade foi despertada também por conta da memória cultural. O grafite é muito comentado hoje, mas as conversas ainda giram muito em torno de uma grafite feito por organizações não governamentais. Mas o grafite é muito mais abrangente do que isso. No Brasil, também existe um problema sério de falta de memória cultural, então eu também fiz por isso. 
 
O retorno de Faustino teve alguma coisa a ver com a mudança da prefeitura e a figura de um prefeito que idealiza uma gestão para a classe média, já que muitas pessoas identificam o personagem como uma consciência desse patamar social?
Não. As pessoas mudam muito a interpretação do personagem como se ele fosse de classe média, mas isso é uma coisa que independe de classe. O cara pode ser rico e ser Faustino e pode ser pobre e ser Faustino. Não é dirigido para a classe média. Quando eu comecei a fazer as pichações foi no período do regime militar e era muito sujeira, era uma coisa sujeira.

Nessa época, sua intenção era protestar contra o regime militar?
Não tinha isso. Foi em uma época de abertura democrática e muitas coisas estavam acontecendo no Brasil e a gente era muito novo. Não era arte engajada, não tinha nada a ver com isso. Eu não curto arte engajada. Era uma curtição. O espírito do personagem permanece, os anseios permanecem.
 
Para você, os conflitos são os mesmos de 30 anos atrás?
Eu acho que sim, as pessoas falam que o Brasil mudou, mas a mudança é muito pequena. O Brasil é um país muito contraditório na evolução. Em 1979, eu fiz “Faustino faz curso Natureza”, que é um supletivo. Hoje “Faustino estuda para auditor fiscal”. As duas coisas tem a mesma motivação e não é só o lado político, tem a questão da arte mesmo. Quando eu comecei grafitar, tinha 22 anos, era um garoto. Foi uma coisa da geração. Mesmo na época teve uma repercussão muito grande. A repercussão  hoje é legal porque está surgindo uma nova geração. Depois eu tive um reconhecimento nacional por esse meu trabalho e ate internacional.
 
Alguma vez você já pintou Faustino, uma imagem dele?
Não existe uma imagem de Faustino, ele se expressa daquela maneira.
 
Como você escolhe o local que você vai fazer as pichações?
Como eu sou da velha guarda do grafite, a gente tinha uma estratégia de localização para identificar o fluxo de pessoas. Essa era a preocupação, nos anos 70. Cada grafiteiro tinha sua manha, sua receita.
 
Quais são os bairros?
Orla, Barra, Brotas, Jardim de Alah, uns muros por ai. Mas meu trabalho é muito mais abrangente do que o Faustino. Desde 2006, eu mantenho um blog. Modéstia à parte eu sou um dos artistas brasileiros que tem mais compartilhamentos e são mais acessado através do Facebook. Só a do Faustino que eu postei na semana passada foram mais de 1200 compartilhamentos, uma coisa absurda.
 
Isso tem a ver com a identificação do público...
Claro, identificação. De alguma maneira, nos anos 70 e 80 existia a identificação mas não existia internet na época. Hoje com o mundo virtual a repercussão é muito maior. Mas ao mesmo tempo ainda continua bastante arcaico, porque não houve democratização da arte e da cultura como um todo. As propostas de mostrar trabalho continuam muito limitadas. E como eu sou um artista de underground é pior ainda. Eu não sou da baianidade, eu não faço uma arte regional, embora ela se expresse também pelo local onde eu estou. 

De onde surgiu o nome Faustino?
Ele surgiu como um curtição que veio a calhar por várias circunstâncias. O primeiro grafiteiro que esteve em Salvador se chamava Mancha. Em meados de 79, ele começou a grafitar a cidade e aquilo teve um impacto tão forte que duas semanas depois já tinha uns vinte personagens grafitando por Salvador. O que acontecia aqui estava acontecendo no Rio de Janeiro e em São Paulo e, por incrível que pareça a gente foi contemporâneo até dos grafiteiros internacionais. A gente fazia uma arte similar ao que estava sendo produzido em Berlim, Nova Iorque. Quando eu escolhi o nome do personagem foi uma curtição que depois veio a calhar com a lenda do Fausto, que existe desde a idade média, teatro de mambembes.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sabe como os pais fingem que não têm um filho preferido? A mesma coisa acontece com os políticos. E vale tanto do lado do Soberano quanto do Cacique. Mas tem gente que corre o risco de perder o lugar. Fica de olho, DuBicho. Já a equipe do Bonitinho não sei se está muito satisfeita com o chefe. Enquanto isso, o Ferragamo é que parece que não gosta de si mesmo... Ou gosta demais, vai saber. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Jaques Wagner

Jaques Wagner
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo". 


Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.

Podcast

Projeto Prisma entrevista secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia Angelo Almeida

Projeto Prisma entrevista secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia Angelo Almeida
Secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, e deputado estadual licenciado, Angelo Almeida (PSB) é o entrevistado Projeto Prisma nesta segunda-feira (3). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h.

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