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Uma exigência do Departamento de Guerra dos Estados Unidos gerou polêmica entre os jornalistas. A medida obriga profissionais credenciados a obter aprovação do governo para publicar qualquer informação, seja ela classificada ou não, relacionada ao departamento.

 

As informações são da AFP. A medida, comunicada na noite de sexta-feira (19), pode resultar na perda de acesso ao Pentágono para aqueles que não cumprirem a regra.

 

O documento estabelece que a informação do Departamento de Guerra "deve ser aprovada para divulgação pública por um funcionário autorizado, antes de sua publicação, mesmo que não seja classificada." Essa aprovação se estende a informações obtidas de fontes internas anônimas, fora dos canais de comunicação oficiais. O não cumprimento da norma é explicitamente citado como motivo para a revogação da credencial de imprensa.

 

A decisão gerou forte reação entre os jornalistas. Mike Balsamo, presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, criticou a medida, afirmando que ela compromete a independência da informação. 

 

"Se as notícias sobre nossas forças armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público já não recebe informação independente. Só recebe o que os funcionários querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos", afirmou, pedindo que o Pentágono revogue a exigência.

 

Nas redes sociais, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, defendeu as novas regras. "A imprensa já não pode circular pelos corredores de uma instalação segura. Use sua credencial e cumpra as normas, ou vá para casa", escreveu ele, reforçando a postura do governo.

 

As novas regras se somam a uma série de embates de Trump com a imprensa. O presidente, que já processou veículos como o Wall Street Journal e o The New York Times, recentemente se manifestou contra o que classificou como uma cobertura midiática "ilegal" e excessivamente negativa a seu respeito.

Meryl Streep e Tom Hanks estrelarão o filme “The Post”, história sobre a publicação dos documentos do Pentágono pelo jornal “The Washington Post” em 1971. As informações são do Deadline, que aponta Steven Spielberg como diretor do longa. Os “Pentagon Papers” consistem em um relatório interno até então ultrassecreto, de 14 mil páginas do Departamento da Defesa dos Estados Unidos sobre a Guerra do Vietnã (1955-1975). No conteúdo, existem ataques não divulgados pelo governo americano e mentiras dos presidentes Dwight Eisenhower, John F. Kennedy e Lyndon Johnson ao Congresso e à população quanto a atuação do país no conflito. Em 1971, houve uma tentativa de divulgação dos documentos frustrada. Na ocasião, Daniel Ellsberg, funcionário do Departamento de Defesa, enviou uma cópia dos papéis ao “The New York Times”, que começou a divulgá-lo, mas logo foi impedido pelo governo. Após a repressão, Ellsberg repassou os documentos para o “The Washington Post” e a outros veículos. No mesmo ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que os mandados concedidos para impedir as publicações eram inconstitucionais, impedindo assim os jornais de publicá-los. Os EUA divulgaram a versão completa em 2011, 40 anos após o início do vazamento. O filme vai focar no “The Washington Post” e no editor, Bem Bradlee, retratado na produção como “Todos os Homens do Presidente”. Além dele, Kay Graham também será retratada como umas figuras a bater de frente com o governo pelo direito de publicar o relatório. Os dois personagens principais citados serão interpretados por Tom Hanks e Meryl Streep respectivamente. Ainda não há previsão para o início das filmagens e nem para o lançamento do filme.