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pedro guimaraes
Atual presidente da Caixa critica “gestão pelo medo” de ex-dirigente e o responsabiliza por prejuízo
A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, criticou nesta sexta-feira (28) o modelo que havia no banco durante a administração de Pedro Guimarães — no governo de Jair Bolsonaro (PL) —, ao qual chamou de “gestão pelo medo”, e disse que vai cobrar do ex-mandatário o valor de R$ 10 milhões que a instituição terá que pagar em um acordo com o Ministério Público do Trabalho.
“O ex-presidente da Caixa foi acusado de assédio sexual. A Caixa fez todo um processo investigativo, que agora está na Justiça. Então, cabe à Justiça agora avaliar e julgar. O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação contra o ex-presidente da Caixa e contra o banco, a instituição, por causa dos casos de assédio sexual e moral também, que aumentou drasticamente”, explicou a presidente do banco.
De acordo com com Maria Rita, o estrago promovido pela gestão de Pedro Guimarães poderia ter sido 30 vezes maior, se a atual administração não tivesse conseguido negociar um acordo.
“Em princípio, o Ministério Público do Trabalho tinha falado em R$ 300 milhões de multa para a Caixa e a Caixa negociou esse valor para R$ 10 milhões. Agora, a gestão pelo medo na Caixa, que causou esse grande número de casos de assédio moral. E também os próprios casos de assédio sexual, que envolvem diretamente o ex-presidente e são de responsabilidade dele”, apontou Maria Rita.
A Caixa, agora, pretende acionar a Justiça para que Pedro Guimarães arque com as perdas do banco, devido aos casos de assédio moral e sexual.
“Nós entendemos, já discutimos e vamos entrar na Justiça cobrando dele o ressarcimento pelos valores que o banco está pagando agora para o Ministério Público do Trabalho”, concluiu Maria Rita Serrano.
A Justiça do Trabalho homologou o acordo firmado entre Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) e Caixa Econômica Federal, encerrando o processo movido pelo órgão contra a empresa pública, por tolerar práticas de assédio sexual e moral dentro da instituição. A Caixa vai pagar R$ 10 milhões, a título de dano moral coletivo, valor que será revertido a instituições sem fins lucrativos.
O procurador Paulo Neto, do MPT-DF, processou a Caixa após confirmar a ocorrência de assédio sexual e moral praticado pelo então presidente da instituição, Pedro Guimarães. Durante três meses de investigação, foram ouvidas 38 testemunhas que confirmaram e detalharam as situações vivenciadas nos últimos anos.
As vítimas relataram desde toques físicos em partes íntimas, sem consentimento, até convites constrangedores e punições em razão de recusa às investidas de Pedro Guimarães.
No acordo, a empresa se comprometeu a implementar, em 90 dias, a Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, garantindo, entre outros itens, canais de denúncias seguros, que resguardem o anonimato, o sigilo e a privacidade dos denunciantes e tempo recorde para resolução dos casos. Os prazos fixados são de 30 dias para análise das denúncias e apuração de, no máximo, 180 dias.
Ainda está prevista divulgação, no Portal da Transparência da empresa, da quantidade de denúncias recebidas envolvendo assédio sexual, assédio moral e discriminação. Serão realizadas auditorias externas para identificar riscos, monitorar e avaliar ações de prevenção e enfrentamento ao assédio.
Também está proibido qualquer ato de retaliação, coação ou constrangimento contra os empregados que denunciarem ou testemunharem casos de assédio na instituição. Há previsão de multa de R$ 5 mil por descumprimento, multiplicada pelo número de irregularidades identificadas.
Em relação à responsabilização individual do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, o processo continua em andamento, mas se encontra sob sigilo de Justiça.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.