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O longa 'WR Discos - Uma Invenção Musical', de Nuno Penna e Maíra Cristina, se consagrou como um dos grandes campeões do XX Panorama Internacional Coisa de Cinema. A produção, que conta a história do estúdio de Wesley Rangel, que marcou a música feita na Bahia, foi exaltada pelo Júri Oficial como um dos destaques da Competitiva Baiana.
“Ao afirmar a potência do seu lugar e dos seus, e insistir, um estúdio de gravação em Salvador criou as condições para a invenção de uma música baiana que conquistou o mundo e deixou um legado inestimável para a cultura musical de todo um povo”, justificou o júri, afirmando que os diretores “reconstroem essa história desde dentro, dos bastidores”.
Foto: Milena Palladino
Outra produção destaque na 20ª edição do festival foi o documentário 'Quem é essa mulher?', de Mariana Jaspe que resgata a história da baiana que foi a primeira médica negra do Brasil. O longa foi escolhido pelo Júri das Associações (Apan, APC e Autorais) e pelo voto popular em Cachoeira.
“Pela direção precisa e inventiva que transforma uma investigação histórica em uma jornada cinematográfica de descobertas e revelações”, afirmou o júri. O filme ganhou ainda por melhor roteiro, escrito por Mariana Jaspe e Muriel Alves com a colaboração de Ricardo Gomes e Flávia Vieira.
Entre os curtas da Competitiva Baiana, os destaques foram Ymburana (Mamirawá com a co-direção de Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã), escolhido pelo júri oficial; e Tigrezza (Vinicius Eliziário) vencedor da categoria pelo júri das associações e pelo voto popular em Cachoeira.
WR Discos e Ymburana ganharão um prêmio em dinheiro concedido pelo Instituto Flávia Abubakir, no valor de R$ 50 mil e R$ 10 mil, respectivamente.
Os demais vencedores escolhidos pelos júris oficiais das competitivas Nacional e Baiana ganham prêmios em serviços oferecidos pelas empresas Mistika, Naymovie, Griot e MD Filmes, além do troféu do Panorama Internacional Coisa de Cinema.
O Panorama Internacional Coisa de Cinema foi contemplado pelo edital Gregórios Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador - e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) - Ministério da Cultura, Governo Federal.
O festival conta com apoio institucional do Centro Cultural Banco do Brasil Salvador e patrocínio do Instituto Flávia Abubakir e do Banco do Brasil, além de apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
CONFIRA LISTA COMPLETA DOS PREMIADOS
JÚRI OFICIAL
Competitiva Nacional
Longa-metragem
- Melhor Filme: Mambembe, de Fábio Meira
- Melhor Direção: Milena Times por Ainda não é Amanhã
- Melhor Roteiro: Bernard Lessa por O Deserto de Akin, de Bernard Lessa
- Melhor Fotografia: Petrus Cariry por O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
- Melhor atuação: Mayara Santos por Ainda não é Amanhã, de Milena Times
- Melhor Montagem: Affonso Uchôa, Fabio Meira e Juliano Castro por Mambembe, de Fábio Meira
- Melhor Direção de Arte: Juliana Lobo, por O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
- Melhor Som: Marcos Lopes por A Queda do céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Curta-metragem
- Melhor Filme: Como Nasce Um Rio, de Luma Flôres
Competitiva Baiana
- Melhor longa: WR Discos - Uma invenção Cultural, de Nuno Penna e Maira Cristina
- Melhor curta: Ymburana, de Mamirawá com a co-direção de Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã
- Prêmio de Direção: DF Fiuza, por Palavra
- Prêmio de Roteiro: Mariana Jaspe e Muriel Alves com a colaboração de Ricardo Gomes e Flávia Vieira, por Quem é Essa Mulher? De Mariana Jaspe
- Prêmio de Fotografia: Gabriel Teixeira, por Na volta eu te encontro, de Urânia Munzanzu
- Prêmio de atuação: Gilson Ferreira e Durval Braga, por Amor não cabe na sala, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira
- Prêmio de Montagem: Igor Caiê Amaral, por Catadoras, de Dayse Porto
- Prêmio de Direção de Arte: Alice Braz, por Meu Pai e A Praia, de Marcos Alexandre
- Prêmio de Som: Dudoo Caribe, Nuno Penna e Danilo Duarte, por Na volta eu te encontro, de Urânia Munzanzu
Competitiva Internacional
- Melhor Longa: Caminhando no Escuro, de Kinshuk Surjan (ÍNDIA, BÉLGICA, NLD)
- Melhor Curta: Sal Marinho, de Leila Basma (LÏBANO E QAT)
JÚRI JOVEM
Competitiva Nacional
- Melhor Longa: Ainda não é Amanhã, de Milena Times
- Melhor Curta: Vollúpya, de Éri Sarmet e Jocimar Dias Jr.
Competitiva Baiana
- Melhor Longa: Catadoras, de Dayse Porto
- Melhor Curta: Bárbara, de Vilma Carla Martins
PRÊMIO CANAL BRASIL
- Melhor Curta: Fenda, de Lis Paim
JÚRI DAS ASSOCIAÇÕES (APAN, APC, AUTORAIS)
Competitiva Nacional
- Melhor Longa: O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
- Melhor Curta: Como Nasce Um Rio, de Luma Flôres
Competitiva Baiana
- Melhor Longa: Quem é essa mulher?, de Mariana Jaspe
- Melhor Curta: Tigrezza, de Vinicius Eliziário
JÚRI POPULAR CACHOEIRA
- Melhor Longa Baiano: Quem é essa mulher?, de Mariana Jaspe
- Melhor Curta Baiano: Tigrezza, de Vinicius Eliziário
PRÊMIO IGUALE (PanLab de Montagem)
- Ama Mba’é Taba Ama, montado por Maurizio Morelli e dirigido por Gal Solaris e Nádia Akawã Tupinambá, ganhou recurso de acessibilidade (legendagem descritiva ou Libras).
PRÊMIO ATELIER RURAL (PanLab de Montagem)
- Ópera dos Sapos, montado por Daniel Correia e Higor Gomes, e dirigido por Ulisses Arthur Bomfim Macedo, ganhou uma semana de pós-produção, com hospedagem no local.
PRÊMIO PARADISO MULTIPLICA (PanLab de Roteiro)
- O longa Colmeias (Bruna Laboissière) e os curtas Dois reais e um sonho (Isadora Lis) e Pra quando ela chegar (Antonio Victor Simas) ganharam uma consultoria pela Rede Paradiso Multiplica de Talentos
PRÊMIO AEXIB (Seminário de Exibição)
- O último azul, de Gabriel Mascaro, tem exibição garantida em pelo menos 40 salas de cinema.
PRÊMIO PROJETO PARADISO
- O silêncio das ostras, de Marcos Pimentel, ganhou R$ 10 mil para investimento em distribuição
O documentário “Antena da Raça”, sobre Glauber Rocha, abre a 16ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, nesta quarta-feira (24). Selecionado para o Festival de Cannes de 2020, o longa reúne a produção do cineasta baiano, imagens de 1979 (ano marcado pela Lei da Anistia) e cenas do Brasil de 2018.
Dirigido por Luis Abramo e Paloma Rocha - filha do artista -, o longa-metragem ficará disponível online a partir das 20h e segue acessível por 24 horas. Para assistir a toda a programação, basta se cadastrar no site do festival (xvi-panorama.coisadecinema.com.br).
Também nesta quinta (24), os coordenadores do festival, Cláudio Marques e Marília Hughes, fazem uma breve abertura às 19h, com transmissão no canal do Panorama no Youtube.
Estão abertas as inscrições para a oficina de Escrita Crítica oferecida gratuitamente pelo Panorama Internacional Coisa de Cinema, que na sua 16ª edição será realizado no formato on-line. A atividade focada em crítica cinematográfica será ministrada pelo crítico Rafael Carvalho.
As aulas acontecem entre os dias 22 e 25 de fevereiro pela manhã. No decorrer da oficina, os participantes aprenderão conceitos de crítica, seus elementos recorrentes, mas também seus modos disruptivos, além de assistir curtas para a produção de crítica e debate. Todas as atividades serão online.
A oficina dará origem à composição do Júri Jovem dessa edição e à equipe que escreverá sobre os filmes para o site Pílulas Críticas. A seleção será feita por Rafael, que formatou a oficina com o objetivo de promover uma ampliação do conceito da crítica de cinema e da sua aplicabilidade atual no exercício de reflexão sobre as obras de cinema.
Os interessados na oficina devem se inscrever até o dia 15 de fevereiro por meio do preenchimento do questionário disponibiizado pela organização da oficina (clique aqui).
A cantora Ava Rocha, filha do cineasta Glauber Rocha, se apresenta neste sábado (2), a partir das 20h, no Oliveiras na Laje, no terraço do Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha. A apresentação integra a programação do XV Panorama Internacional Coisa de Cinema. Os ingressos custam R$ 15.
Ava tem mais de 10 anos de carreira na música e é conhecida pelo seu estilo experimental, mas seus últimos trabalhos flertam com sonoridades mais populares, entre elas a MPB. Na ocasião, a artista apresentará um apanhado dos seus três discos: Diurno (2011), Ava Patrya Yndia Yracema (2015) e Trança (2018). Entre os sucessos de Ava estão as canções “Joana Dark”, “Transeunte Coração”, “Maré Erê” e “Auto das bacantes”.
O XV Panorama segue até o dia 6 de novembro, em Salvador e Cachoeira. O festival conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, e do Ministério da Cidadania, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual.
Foram prorrogadas, até esta quinta-feira (8), as inscrições para o Júri Jovem (clique aqui e saiba mais) do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece entre 11 e 21 de novembro, em Salvador e Cachoeira.
As pessoas que desejam integrar a equipe que irá conceder o Prêmio João Carlos Sampaio aos melhores filmes nacionais podem se inscrever gratuitamente através do e-mail [email protected]. Para participar, os interessados devem enviar uma carta de intenções, currículo resumido e uma crítica de sua autoria sobre algum filme recente. O assunto do e-mail deve ser: “Júri Jovem - inscrição 2018”.
Tradição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, o Júri Jovem desta edição do evento será formado por meio de seleção. Os interessados em integrar a equipe que irá conceder o Prêmio João Carlos Sampaio aos melhores filmes nacionais podem se inscrever até a próxima segunda-feira (5), através do e-mail [email protected]. Os candidatos devem enviar uma carta de intenções, currículo resumido e uma crítica de sua autoria sobre algum filme recente. O assunto do e-mail deve ser: “Júri Jovem - inscrição 2018”. Os interessados devem ter disponibilidade para acompanhar todas as oito sessões competitivas do festival, atividade que será acompanhada pelo crítico e pesquisador André Dib.
O longa-metragem “UPB – Tempestade Emocional”, sobre o método de ensino musical desenvolvido pelo maestro Letieres Leite e aplicado no Coletivo Rumpilezzinho, terá sua estreia mundial no dia 13 de novembro, às 21h15, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, durante o XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema. Após a sessão haverá um bate-papo com Letieres e a diretora do filme, Cecília Amado. Antes da exibição, às 19h, no foyer do cinema, acontecerá ainda o lançamento do livro “Rumpilezzinho – Laboratório Musical de Jovens”. Com 96 páginas, a publicação conta a experiência de mais de 30 anos de música de Letieres, assim como seu empenho em destacar a riqueza e complexidade da cultura musical negra. O livro foi produzido pelo maestro e seus colaboradores: a coordenadora de pesquisa e conteúdo do Instituto Rumpilezz, Fabiana Marques; e o educador, historiador e músico Fabrício Mota. Na ocasião, 200 livros serão distribuídos gratuitamente, por ordem de chegada. A noite de lançamentos será encerrada com um concerto do Coletivo Rumpilezzinho.
SERVIÇO
O QUÊ: Lançamento do livro Rumpilezzinho – Laboratório Musical de Jovens
QUANDO: Segunda-feira, 13 de novembro, às 19h
ONDE: Foyer do Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha
O QUÊ: Estreia do documentário UPB – Tempestade Emocional, seguido de Concerto do Coletivo Rumpilezzinho
QUANDO: Segunda-feira, 13 de novembro, às 21h
ONDE: Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha (Sala 1)
VALOR: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) avulso | R$ 40 passaporte com 10 ingressos para o Panorama
Após firmar uma parceria inédita com o Festival Internacional de Cine para Niños y Jóvenes (Divercine), realizado no Uruguai, o XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema contará com uma mostra de curta-metragens infantis, nos dias 11 e 12 de novembro. A mostra reunirá filmes sem diálogos, que utilizam diferentes técnicas de animação e foram produzidos em países das Américas do Sul e Central, da Europa e da Ásia. “É um formato que funciona bem para crianças em idade escolar, abarcando a faixa de 3 a 12 anos. Percebemos que os filmes têm duração adequada até mesmo para aquelas que nunca foram ao cinema”, explica o curador da mostra Divercine, Ricardo Casas, que é um dos diretores do festival uruguaio. Além da exibição dos filmes, durante o Panorama, que acontecerá entre os dias 8 e 15 de novembro, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, o local receberá uma área infantil, na qual as crianças serão estimuladas a fazer desenhos relacionados aos curtas assistidos.
Confira os filmes selecionados:
Longas
- A Sorte que Você Procura Está em Outro Biscoito (The Fortune you Seek is in Another Cookie), de Johannes Gierlinger – Áustria
- Bridgend, de Jeppe Rønde - Dinamarca/Reino Unido
- La Última Tierra, de Pablo Lamar - Paraguai/Holanda/Chile/Catar
- O Amanhã (The Here After), de Magnus Von Horn - Polônia/Suécia/França
- O Cinema, Manoel de Oliveira, e Eu, de João Botelho - Portugal
- Treblinka, de Sérgio Tréfaut - Portugal
Curtas
- À Distância (In the Distance), de Florian Grolig - Alemanha
- Antes da Refeição (Avant le Repas), de Fabien & Sophie Tran Minh - França/Vietnã
- Ascensão, de Pedro Peralta - Portugal
- Balada de um Batráquio, de Leonor Teles - Portugal
- Bruno, de Marina Siero - Espanha
- Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira – França/Portugal
- Euroman, de Gabriel Tzafka – Dinamarca
- Fat Boy Never Slim, de Sorayos Prapapan - Tailândia
- Irmãos de Sangue (Blood Brothers), de Marco Espírito Santo e Miguel Coimbra - Portugal
- O Reflexo do Poder (The Reflection of Power), de Mihai Grecu – França
- Olho Selvagem (Ojo Salvaje), de Paco Nicolás - Espanha
- Sinto Muito (I am Sorry), de Teodor Kuhn - Eslováquia
- Waves '98, de Ely Dagher – Líbano
Serão formados dois grupos: um para a mostra competitiva nacional e outro para competitiva baiana, que vão escolher as melhores produções de cada categoria. Elas vão ser consagradas com o Prêmio João Carlos Sampaio. Todo o processo será acompanhado pelo crítico e pesquisador Rafael Carvalho, que é curador do evento. A décima segunda edição do festival acontece em Salvador e Cachoeira, de 9 a 16 de novembro.
Na quinta (29), a música fica por conta do Coletivo Tropical Selvagem, que se apresenta no Teatro Gregório de Matos, às 22h. Na sexta (30), Lucas Santtana traz seu show "Sobre noites e dias" para o pátio da Barroquinha. Os ingressos do show custam R$ 20 reais, com R$ 5 de desconto para quem apresentar o canhoto.
O Baile Esquema Novo também integra a programação do Panorama, com edição a céu aberto, pela primeira vez. A festa de discotecagem de música brasileira será no pátio do Espaço Cultural da Barroquinha, com os DJs Camilo Fróes e El Cabong. Ingressos a R$ 20 reais, com o mesmo desconto. O festival chega ao fim no dia 4 de novembro, no foyer do Espaço Itaú de Cinema, com show do grupo Skanibais. Quem tiver ingresso da programação do dia, vai curtir a atração por R$ 10 reais, mas quem for só para a festa, vai pagar R$ 20 reais.
Confira o trailer:
Serviço
Existem dois detalhes fundamentais que precisam ser observados e que tornam “Ela Volta na Quinta” um filme raro, talvez divisor de águas no cinema nacional.
O primeiro deles é que estamos na periferia de uma grande cidade. Mas, onde estão os tiros? E as drogas? E as situações de extrema violência e pobreza? Estão por aí, mas não é sobre isso que o filme se debruça. Vale lembrar que a tradição do cinema brasileiro é de olhar favela e bairros periféricos com horror. É raro ver a vida, sentir a leveza da brisa e simplesmente contemplar os mais básicos problemas do ser humano.
“Ela Volta na Quinta” confere humanidade aos moradores da periferia do país.
Depois, “Ela Volta na Quinta” é um filme naturalista. André Novais dirigiu pai, mãe, irmão e irmã com desenvoltura notável. Um trabalho com atores não profissionais que atingiu um resultado impressionante.
O filme possui o seu próprio tempo, que é o tempo da vida daquelas pessoas. Um filme humano como poucos, absolutamente necessário para o nosso cinema.
Veja o trailer:
SESSÕES
Sexta-feira (31), às 20h - Competitiva Nacional II*
“Camila”, de Clarissa Rebouças e Virginie Dubois
“A Era de Ouro”, de Leonardo Mouramateus e Miguel Antunes Ramos
“Ela Volta na Quinta”, de André Novais.
Com a presença dos diretores.
*A competitiva será reexibida dia 3 de novembro, às 13h, sem debate.
Veja o trailer:
Exibição Hoje (quarta, 30), 19h30 - Competitiva Nacional I - Panorama Internacional Coisa de Cinema (Espaço Itaú Glauber Rocha).
Bahia Notícias: Sua formação é em jornalismo, você já trabalhou em projetos menores e agora estreia em longas-metragens. Por que decidiu começar justamente em um filme protagonizado por Elza Soares e como você se aproximou dela?
Elizabete Martins: Antes deste longa eu vinha desenvolvendo curtas-metragens, e já tinha realizado também um media que se chama “Feira Hippie”. Mas, neste filme, é a primeira vez que dedico 100% pra fazer um filme. Antes eu ficava ali no cinema e no jornalismo. Nesse filme a ideia era não romper com o jornalismo, porque a bagagem me ajudou muito a construir até a estratégia de fazer o filme, tanto a parte de produção, como a parte criativa. Mas eu queria muito experimentar o cinema como linguagem. Eu entrevistei Elza Soares na Rede Minas, TV pública de Minas Gerais. Foi uma experiência muito forte, porque em nosso encontro a gente já criou uma intimidade e uma aproximação muito diferenciada. Eu fiquei muito curiosa com a figura dela. Na mesma noite ia ter o show, eu fui e fiquei encantada com a performance dela, não só musical, mas também como ela se comportava, como ela conseguia fazer rir e chorar. Ai comecei a ter essa ideia e cheguei a comentar com ela, perguntei o que ela achava da ideia do documentário. Ela comprou a ideia logo no outro dia nos encontramos outra vez. Depois ela voltou para Minas, para ficar por uma semana e ai a gente já ficou direto trabalhando, eu já com a câmera. Durante essa passagem, ela deu uma entrevista à TV e falou no ar: ‘Eu tenho uma novidade para vocês. Vou fazer um longa com uma mineirinha’. Isso saiu nos jornais, e ai eu não tinha mais como não fazer o filme, porque ela já havia anunciado. Confira a entrevista completa.

Exibições do Panorama em Salvador acontecem no Espaço Itaú Glauber Rocha
“Esse edital, que ganhamos há dois anos, permite que alguns festivais consolidados tivessem a garantia de existência durante três anos. Isso é revolucionário, porque a gente termina um Panorama e já tem certeza que vai conseguir realizar o próximo. Já tem quatro anos também que a gente recebe patrocínio da Petrobras, vencemos a concorrência com base no reconhecimento da nossa organização e curadoria. A gente está vivenciando uma fase interessante para os festivais de cinema. Não são recursos milionários, são recursos medianos, mas que garantem a existência de festivais com muita potência na Bahia. Gosto desse modelo da existência de muitos de festivais médios e pequenos. Não vejo a necessidade dos gigantescos de tapete vermelho, etc., acho que a gente está em uma fase de desenvolver a cinefilia no estado”, afirma o coordenador do Panorama, que este ano trás pela primeira vez uma mostra competitiva de longas-metragens internacionais. A criação da categoria internacional se deu a partir da experiência de Cláudio e Marília Hughes, diretores do filme “Depois da Chuva”, que recebeu vários prêmios e circulou por diversos festivais no exterior. “Viajando com o filme a gente teve a chance de conhecer muitos realizadores e muitos filmes, que, sem sombra de dúvidas, são muito interessantes, mas não têm perfil para o circuito comercial, que é muito conservador”, explica o cineasta. Nesta categoria, concorrem os filmes como “Algo a Romper", de Ester Martin Bergsmark (Suécia); “Como Desaparecer Completamente”, de Raya Martin (Filipinas); “Mais Sombrio que a Meia-Noite”, de Sebastiano Riso (Itália); “Nagima”, de Zhanna Issabayeva (Cazaquistão); “O Lugar do Filho”, de Manolo Nieto (Uruguai/Argentina) e “Violeta”, de Bas Devos (Argentina).

O filme sueco "Algo a Romper" integra a mostra Competitiva Internacional
O cinema internacional estará representado também em mostras não competitivas: Retrospectiva Stanley Kubrick, com exibição de clássicos como “Lolita” e “2001 – Uma Odisséia no Espaço”; Retrospectiva Sergei Eisenstein, com “A Greve”, “O Encouraçado Potemkin”, “Outubro”, entre outros; Retrospectiva Mia Hansen-Love, com o lançamento de “Éden”, filme inédito no país; Panorama Italiano e Panorama Alemão. Dentro das produções que não concorrem a prêmios, o público poderá conferir ainda o Panorama Brasileiro e uma mostra de animações premiadas no festival pernambucano Animage. Já na parte competitiva, além da categoria Internacional, estão as mostras Filmes Baianos, Nacional de Longas e Nacional de Curtas.

"Lolita" é um dos filmes exibidos em retrospectiva em homenagem a Stanley Kubrick
Dois longas, um média e nove curtas-metragens produzidos em Salvador e interior da Bahia foram selecionados para a mostra competitiva Filmes Baianos: “11.05.12”, de Álvaro Andrade; “ A Doce Flauta da Liberdade”, de George Neri; “Antiok”, de Dário Vetere; “ Ex-culturas”, de Emerson Dias; “Materno”, de Alequine Sampaio e Ruy Dutra; “No Seu Giro, Corpo Leve”, de Ohana Sousa; “O Filme de Carlinhos”, de Henrique Filho; “O Menino da Gamboa”, de Rodrigo Luna e Pedro Perazzo; “O Velho Rei”, de Ceci Alves; “Repúblico”, de Jefferson Pereira; “Revoada”, de José Umberto Dias e “Samba Lumiere”, de Pedro Abib. O festival reúne ainda muitas obras inéditas na Bahia e premiadas em festivais do Brasil e exterior. Destaque para filmes premiados no 47º Festival de Brasília, como “Branco sai, Preto fica”, de Adirley Queirós, “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso, “Ela volta na quinta”, de André Novais, e “Ventos de Agosto”, de Gabriel Mascaro, que é também o único filme brasileiro exibido no último Festival de Locarno (Suíça). Entre os filmes premiados internacionalmente estão “Castanha”, de Davi Pretto, no Las Palmas Film (Espanha) e “Casa Grande”, de Fellipe Barbosa, que venceu o Festival CineLatino de Toulouse (França) nas categorias crítica internacional, júri popular e crítica francesa.

O premiado "Ventos de Agosto”, de Gabriel Mascaro, integra a mostra Competitiva Nacional de Longas
Há três anos o Panorama acontece paralelamente em Salvador e em Cachoeira, através de uma parceria entre a organização do festival e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Para Cláudio a inclusão de Cachoeira é algo natural e tem muito a ver com a proposta do festival, que “além da vocação e paixão pelo cinema, tem uma relação muito forte com o Centro Histórico de Salvador. Ele adquire uma personalidade mais definida quando passa a acontecer no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, à medida que estabelece uma relação diferente com a cidade, fugindo dos shoppings e de bairros mais novos, para participar da política em favor do centro. E Cachoeira tem essas características também, principalmente com a Universidade, que deu uma nova dinâmica à região. Essa parceria vem realizando o resgate do cinema baiano, mantendo vivas as nossas produções”. Apesar do avanço, Cláudio tem críticas com relação à produção cinematográfica na Bahia. “A gente está produzindo, mas ainda sinto falta de conexão com o cinema de maneira geral. Acho que é uma coisa que acontece não só no cinema baiano, mas no Brasil. Acho que a gente é muito isolado. A gente precisa estar mais em contato e conhecer o que se faz fora. Falta um mergulho na própria linguagem cinematográfica, sinto que nossas referências vêm muito da TV ou do teatro”, diz o cineasta, justificando parte desse isolamento à própria força cultural do país e do estado. “É uma característica brasileira desde muito tempo, essa dificuldade de construir com outros países. De alguma maneira, pelo Brasil ser tão grande, diverso, e estar em uma fase econômica boa, é como se nos bastássemos. Ainda mais quando a gente tem uma cultura tão forte. O baiano, por exemplo, parece que tem a sensação de que o mundo inteiro quer apenas saber sobre a Bahia”, afirma.
Confira os roteiros selecionados:
Cópia restaurada de 'A Grande Feira' terá primeira exibição no 9º Panorama Coisa de Cinema
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.