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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou o Centro Especializado de Reabilitação (CER IV) das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador, na tarde deste sábado (26). Acompanhado pela secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, pela superintendente da instituição, Maria Rita Pontes, e por parlamentares, Padilha conheceu de perto o trabalho realizado pela entidade, que é referência nacional no cuidado integral às pessoas com deficiência.
O CER IV das Obras Sociais Irmã Dulce atua nas áreas de reabilitação física, intelectual, auditiva e visual, oferecendo diagnóstico, tratamento e tecnologias assistivas que promovem a inclusão social. Para fortalecer essas ações, o Governo do Estado da Bahia destina mais de R$ 5,1 milhões anuais para o credenciamento da unidade. “A Osid é um patrimônio da saúde pública brasileira e um exemplo vivo de que é possível aliar excelência técnica à humanidade no cuidado. Vamos seguir apoiando e ampliando esse trabalho que salva e transforma vidas todos os dias”, afirmou Padilha.
A secretária Roberta Santana destacou a importância estratégica da Osid para o sistema público de saúde. “As Obras Sociais Irmã Dulce são referência de qualidade, acolhimento e compromisso com a vida. Por isso, o governo da Bahia investe, apoia e reconhece essa trajetória que honra a história da nossa saúde”, afirmou. Com 1.741 leitos hospitalares, sendo 727 apenas na sede em Salvador, a instituição realiza anualmente mais de 6,6 milhões de procedimentos ambulatoriais e 46 mil cirurgias, acolhendo cerca de 3 milhões de pessoas por ano.
AMPLIAÇÃO
O fortalecimento da rede de reabilitação é uma prioridade para o governo estadual. Com investimentos que somam R$ 143,8 milhões, serão construídos 17 novos Centros Especializados de Reabilitação (CER) e uma nova Oficina Ortopédica em Feira de Santana. As novas unidades irão beneficiar os 10,4% da população baiana que possuem algum tipo de deficiência, ampliando o acesso a serviços especializados em reabilitação física, intelectual, auditiva e visual. De acordo com a titular da pasta estadual da Saúde, as obras começam no segundo semestre deste ano, com conclusão prevista em até 12 meses.
Em seu primeiro evento público após ter sido empossado como ministro da Saúde, Alexandre Padilha acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) à cidade de Sorocaba (SP), O presidente Lula visitou a cidade de Sorocaba (SP), nesta sexta-feira (14), para a entrega de 789 ambulâncias que estarão disponíveis para o Samu. Essa foi a maior entrega de ambulâncias do Samu já feita durante o terceiro mandato de Lula.
O evento contou com a participação do prefeito Rodrigo Manga, do Republicanos, apelidado de “Prefeito TikTok”, por sua forte atuação em redes sociais. Manga possui milhões de seguidores em diversos canais, e costuma publicar vídeos descontraídos e de linguagem moderna.
Rodrigo Manga, que está em seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Sorocaba, vem sendo inclusive apontado por correligionários como possível candidato ao governo de São Paulo. O prefeito, entretanto, é aliado do governador Tarcísio de Freitas, do mesmo partido, e disse que só aceitará participar da disputa caso Freitas decida concorrer à presidência da República.
Após a entrega das ambulâncias, durante os discursos no palanque principal, o prefeito foi vaiado por apoiadores do presidente Lula. A plateia era composta principalmente de membros de sindicatos da cidade. Apesar de fazer oposição a Lula, o prefeito optou por comparecer ao ato e agradeceu ao presidente, falando em um “momento extraordinário” para para o município.
“Quero cumprimentar a galera do sindicato que está vaiando, mas, ó, coração para vocês”, disse Manga, fazendo um gesto de coração com as mãos.
De acordo com o ministro Alexandre Padilha, os novos veículos estão sendo entregues graças ao investimento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que está possibilitando a universalização de serviços essenciais na rede pública de todo o país, como é o caso do Samu. Padilha falou na solenidade, e além de fazer um agradecimento público à ex-ministra da saúde Nísia Trindade pela atuação na pasta, prometeu a entrega de mais de 1.500 ambulâncias do Samu até maio, além de reafirmar o compromisso em reduzir as filas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Das ambulâncias entregues nesta sexta, 703 são para renovação da frota de 501 cidades em 13 estados. Cada uma custou R$ 289 mil, totalizando R$ 203,1 milhões. Outros 86 veículos (Unidades de Suporte Avançado) são para expansão do Samu em 72 cidades de 17 estados, ao custo de R$ 469,8 mil cada um (R$ 40,4 milhões no total). De acordo com o governo, essas ambulâncias poderão atender 20,4 milhões de pessoas, das quais 1,7 milhão estava sem cobertura.
Na sua fala, Padilha também alfinetou o prefeito de Sorocaba. O ministro disse que Manga é um “artista” nas redes sociais, mas destacou feitos do governo Lula para a cidade do estado de São Paulo que não são citados pelo prefeito.
“Muita gente acompanha o prefeito nas redes sociais. Ele é um artista nisso. Sempre fala de Sorocaba. Vou falar aqui, prefeito, de coisas que também tem em Sorocaba e nem todo mundo sabe. Por exemplo, aqui em Sorocaba, graças ao presidente Lula, tem 38 médicos do Mais Médicos; graças ao presidente Lula, ao Ministério da Saúde e à parceria com o município, o Farmácia Popular atendeu 151 mil pessoas aqui em Sorocaba pegando remédio de graça para hipertensão, diabetes; a inclusão, através do Projeto da Dignidade Menstrual, que é aquele projeto que garante o absorvente no Farmácia Popular para mulheres que estão no Cadastro Único de graça, só aqui em Sorocaba já atendeu mais de 3 mil mulheres”, relatou Padilha.
Em um discurso de cerca de 20 minutos, que abriu a solenidade de posse dos novos ministros do governo Lula no Palácio do Planalto, a agora ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que foi vítima de uma sistemática campanha de ataques misóginos enquanto exerceu o seu cargo nos últimos 26 meses. Nísia está sendo substituída pelo ex-ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Ainda que o sentimento predominante em mim seja satisfação por ter feito parte da equipe do presidente Lula e ter servido ao meu país, não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu para desvalorizar meu trabalho, minha capacidade e minha idoneidade. Não é possível e não aceito como natural comportamento político dessa natureza”, afirmou a ex-ministra.
A solenidade no Palácio do Planalto para posse dos ministros Alexandre Padilha e Gleisi Hoffmann conta com a participação do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Hugo Motta, além do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, de diversos ministros, parlamentares e membros do governo.
No seu discurso, a ex-ministra citou diversos programas mantidos pela pasta durante a sua gestão. Nísia Trindade destacou que quando assumiu, no início do terceiro mandato de Lula, encontrou a pasta desmontada e desacreditada após o governo Bolsonaro, e, principalmente, passado o período da pandemia da Covid-19.
“Encontrei o Ministério desmontado e desacreditado após a terrível experiência das 700 mil mortos por Covid no governo passado; no nosso trabalho de reconstrução, encontramos mais de 4,5 mil unidades de saúde que aguardavam credenciamento, mais de 4 mil obras paralisadas”, disse Nísia.
A ex-ministra ainda defendeu a necessidade de mudanças na forma como a política é conduzida no país, e disse que o governo pode deve construir uma nova política baseada efetivamente no respeito e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida da população. Nísia agradeceu ao presidente Lula por ter apoiado o trabalho dela enquanto esteve à frente do ministério.
“Obrigada por toda a sua atuação como líder do nosso país. E meu muito obrigada pela oportunidade de realizar um trabalho em que acredito”, afirmou.
Ao fim do seu pronunciamento, Nísia Trindade desejou boa sorte a Alexandre Padilha, que foi empossada nesta segunda. “Creio que seja esse o legado que deixo, reconstruir o SUS e a capacidade de gestão do Ministério da Saúde. Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS”, acrescentou Nísia Trindade, que ao final foi muito aplaudida, e recebeu um longo abraço da primeira-dama, Janja.
Um dos lados envolvidos na chamada “Guerra dos Bonés”, que movimentou o Congresso Nacional nesta segunda-feira (3), durante a sessão de abertura do ano legislativo, ganhou mais um integrante. O time governista que vem usando bonés azuis ou amarelos com a mensagem “O Brasil é dos brasileiros” foi reforçado nesta manhã de terça (4) com a adesão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em vídeo publicado em suas redes sociais na manhã desta terça (4), o presidente Lula, ao som de uma música de batucada, coloca o boné azul “O Brasil é dos brasileiros”. O vídeo é rápido, dura apenas alguns segundos, e o presidente nada fala, apenas posa sorri após vestir o adereço.
A “Guerra dos Bonés” foi deflagrada no último sábado (1º), quando ministros e líderes do governo, como Alexandre Padilha, Jaques Wagner e Randolfe Rodrigues, desfilaram pelo Senado com o boné azul “O Brasil é dos brasileiros”. Essa iniciativa foi idealizada pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, que inclusive já providenciou a confecção de bonés de diferentes cores para ser distribuído entre os parlamentares que apoiam o governo.
A mensagem no boné busca ser um contraponto aos acessórios usados pelo presidente Donald Trump e seus apoiadores nos Estados Unidos e no Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, tem aparecido em vídeos e lives na internet ao lado de um boné vermelho lançado por Trump, onde se lê a palavra MAGA (Make America Great Again).
Após ser questionado pela imprensa a respeito da ideia do boné, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que é uma afirmação da soberania do povo brasileiro. “Aqui é o Brasil dos brasileiros. Tem gente que usa outros bonés, a gente usa boné do Brasil. Orgulho do Brasil. Ninguém vai bater continência, não.”, afirmou.
A ideia do governo levou à reação de parlamentares de oposição. Na sessão de abertura do ano legislativo, nesta segunda, um grupo de deputados usou um boné na cor verde e amarela. A frase bordada no acessório era “Comida Barata Novamente. Jair Bolsonaro 2026”.
Esses deputados inclusive gritaram palavras de ordens em alguns momentos da sessão no plenário da Câmara. No momento em que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, entregou a mensagem presidencial aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), os deputados vestidos com o boné gritaram: “sem picanha, sem café”.
Em outro momento da sessão, esses mesmos deputados gritaram outras palavras de ordem, como “Lula, cadê você?”, ou “Fora Lula”. A cada vez que esses deputados gritavam as suas palavras de ordem, do outro lado do plenário, deputados e deputadas governistas devolviam dizendo “sem anistia”.
Após a sessão, os deputados de oposição, vestidos com o boné verde e amarelo, foram para o Salão e Verde e gritaram “fora Lula”. O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, disse aos jornalistas que a ideia é rebater as ações da comunicação do governo federal.
“A ideia do boné foi do Sidônio. Então cada ideia dele nós vamos copiar e fazer melhor. Sidônio dá a ideia e a gente dá a resposta”, disse Sóstenes.
Do lado do governo, o senador Randolfe Rodrigues disse que a oposição vai ficar correndo atrás das iniciativas do governo, mas não vai conseguir ser melhor. “Os melhores garotos propaganda de bonés estão do lado de cá”, brincou o senador, que é o líder do governo no Congresso.
O Palácio do Planalto planeja convocar líderes partidários do Congresso Nacional para apresentar um pacote de corte de gastos que será proposto pelo governo nos próximos dias.
A reunião está sendo organizada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo Lula com o Legislativo.
Segundo informações do site Metrópoles, nesta segunda-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para finalizar os detalhes do pacote.
Em declaração feita no final da semana passada, Haddad afirmou: "Vamos passar para o presidente a minuta dos atos que já foram minutados pela Casa Civil e, ao fim da reunião de segunda-feira, estaremos prontos para divulgar. Se faremos isso na própria segunda ou na terça, é uma decisão que a comunicação vai tomar, mas os atos já estão minutados".
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá fazer mudanças no governo de olho na disputa eleitoral de 2026.
Em entrevista ao site Metrópoles, Padilha disse que Lula ainda não debateu o tema, mas revelou que existe um “sentimento” do presidente de que é preciso “preparar o governo para um modo segundo tempo”.
“Em nenhum momento o presidente dialogou com qualquer um de nós sobre isso. Eu acho que tem um sentimento do presidente, e é um sentimento nosso também, de que a gente precisa preparar o governo para um modo, como eu estava falando, um modo segundo tempo de governo. Às vezes, um time joga de um jeito no primeiro tempo… A gente precisava colocar o Brasil no rumo certo da economia, salvar a democracia, fazer com o que o Brasil voltasse a crescer, redução de desemprego. Ou seja, apontamos um rumo, mas agora tem que preparar para o segundo tempo desse governo. Tem que preparar para um modo segundo tempo. E aí o técnico decide se mantém”, disse o ministro.
Em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (16), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou a celebração de um acordo entre Congresso e a equipe econômica do governo Lula em relação à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e também de milhares de municípios. O governo, segundo Pacheco, concordou com as demandas das entidades que representam os municípios e aceitou manter a redução de 20% para 8% nas alíquotas previdenciárias durante este ano de 2024.
Dentro do acordo, que envolve também o Supremo Tribunal Federal, o governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), pediu ao STF a suspensão, por 60 dias, do processo que trata da desoneração da folha de pagamento. A AGU argumenta que o governo fechou um acordo com o presidente do Senado para restabelecer a reoneração da folha de forma gradual, a partir de 2025.
Na sua petição, a AGU pediu que a liminar proferida pelo ministro Cristiano Zanin no dia 25 de abril, que suspendeu a desoneração a pedido do próprio órgão, seja suspensa por dois meses a fim de permitir a tramitação de projetos de lei que tratam da questão.
Rodrigo Pacheco, na entrevista coletiva, citou o projeto já apresentado nessa semana pelo senador Efraim Morais (União-PB) que consolida a negociação entre o governo e os parlamentares sobre a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. O PL 1.847/2024, que será relatado pelo líder do governo, Jaques Wagner, prevê que a reoneração da folha começará a partir de 2025, e de forma gradual.
Outro projeto, segundo Pacheco, desta vez para tratar especificamente da situação dos municípios, deve ser apresentado até a próxima semana. A expectativa, segundo o presidente do Senado, é que os dois projetos sejam votados até o dia 22, aproveitando que na semana que vem acontece a Marcha dos Prefeitos, evento que leva mais de cinco mil gestores municipais a Brasília.
A maior preocupação dos parlamentares tem como foco o prazo para evitar que os municípios e os setores produtivos voltem a pagar 20% de impostos sobre a folha salarial já a partir da próxima segunda-feira, 20 de maio. Com a ação da AGU, o Supremo Tribunal Federal, fazendo a sua parte no acordo entre os três poderes, deve suspender a ação do governo que questiona a prorrogação e a decisão liminar do ministro Cristiano Zanin que derrubou a decisão do Congresso de manter a desoneração da folha de pagamento do setor produtivo e municípios até 2027.
Em relação aos municípios, Rodrigo Pacheco disse que governo e Congresso estão perto de chegar a um amplo acordo para que o projeto contenha um "pacote robusto" de benefícios ao municipalismo. O presidente do Senado agradeceu o empenho do governo Lula e do STF para a concretização dos acordos, e disse considerar que grande parte das reivindicações dos municípios está sendo atendida no momento.
"Considero que a grande maioria das reivindicações dos municípios estão sendo atendidas pelo governo, e isso envolve a renegociação das dívidas previdenciárias, com alongamento do prazo dessas dívidas, além da redução do índice indexador de juros, e com limitação do pagamento da parcela na receita corrente líquida de cada município", disse Pacheco.
"O governo está comprometido com a reoneração a partir de 2025 com índices e critérios que ainda serão discutidos, a exemplo do que aconteceu com a reoneração dos 17 setores. As notícias são positivas para o municipalismo nesse momento, porque estamos nos encaminhando para medidas legislativas, para alterações constitucionais que vão garantir a boa gestão dos municípios, em momento muito difícil da vida nacional", concluiu o presidente do Senado.
Após embate com Lira Governo recoloca Padilha na liberação de emendas e acirra desgaste com a Câmara
O governo recolocou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), na liberação de emendas parlamentares e acirrou o desgaste com a Câmara dos Deputados.
A tática para avançar as pautas do governo na Câmara, segundo um líder ouvido pela reportagem, se dará agora pela liberação de emendas parlamentares — como aconteceu nesta quarta-feira (17). Emendas parlamentares são os recursos que deputados e senadores usam para irrigar seus redutos eleitorais com obras e projetos.
Isso foi feito por meio de um portaria interministerial publicada na última sexta-feira (12), em meio ao embate entre Padilha e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A medida, porém, incomodou líderes partidários e é mais um capítulo no desgaste entre o Centrão — bloco informal na Câmara que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita — e o governo.
De acordo com o texto, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) será informada sobre as indicações de emendas parlamentares repassadas a ministérios.
O Centrão articulou, no fim do ano passado, um modelo de comunicação direta entre o Congresso e os ministérios responsáveis pelos repasses de cada emenda. Isso fez parte do plano de tentar esvaziar e derrubar Padilha, que cuida da articulação política do governo Lula.
A portaria é assinada por quatro ministros — além de Padilha, Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação). Datada no dia 1º de abril, só foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira (12).
A partir de agora, os ministérios que receberem os pedidos de emendas parlamentares devem encaminhar a cópia da indicação de beneficiários em até cinco dias à SRI.
Integrantes do governo dizem que a lei que criou a pasta de Padilha já prevê que o órgão seja responsável pelo processo de liberação de emendas. Portanto, a portaria serviria apenas para operacionalizar essa tarefa.
No ano passado, justamente para driblar a participação de Padilha sobre as emendas, os parlamentares aprovaram um dispositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 que permite que as indicações dos recursos (emendas de bancada estadual e emendas de comissão) sejam enviadas diretamente aos ministérios, sem passar pela SRI.
Mesmo antes da portaria, auxiliares de Lula já diziam que Padilha continuava exercendo poder sobre os repasses. Um exemplo foi revelado pela TV Globo e g1 nesta quarta-feira (17): Lira não recebeu emendas até agora neste ano, enquanto aliados do governo, inclusive o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) conseguiram a liberação de milhões de reais.
A expectativa de membros do governo é que Lira, que tem elevado a tensão contra Padilha, continue sem emendas por um tempo.
Líderes partidários minimizam o impacto da portaria e avaliam que ela não deve ter efeitos práticos. Mas afirmam que a publicação do texto, em uma semana com elevação do desgaste entre Câmara e governo, incomodou os deputados e parece um sinal de "provocação" do Executivo.
Segundo parlamentares, o tema não foi tratado na reunião de líderes desta terça-feira (16), mas alguns deputados defendem a sua derrubada ou, pelo menos, um gesto da Câmara — como a apresentação de uma proposta que derrube a portaria ou a inclusão dessa discussão na pauta, ainda que a derrubada da portaria não chegue a ser votada.
Deputados próximos a Lira têm recomendado que ele ponha o pé no freio no embate e dose os recados ao Executivo. Se seguir o conselho, não deve dar prosseguimento em eventual derrubada da portaria.
O mal-estar entre Câmara e Executivo se intensificou nos últimos dias, em especial após a confirmação da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), quando o presidente da Casa viu interferência de Padilha na votação.
Na última quinta-feira, a declaração pública de Lira ao chamar Padilha de "desafeto pessoal" e "incompetente" escalou o desgaste, que até então só era visto nos bastidores. O presidente Lula dobrou a aposta e disse que Padilha permanece no cargo "só por teimosia".
Líderes dizem que, como a tensão com o ministro das Relações Institucionais é antiga, já não dá para contar com ele na negociação com a Câmara.
Mas a avaliação é que o clima na Casa "azedou de vez" e que, ainda que Lira esteja no seu último ano na presidência da Câmara, ele "ainda tem a bola do jogo".
O avanço das pautas, segundo um líder ouvido pela reportagem, se dará pela liberação de emendas parlamentares — como aconteceu nesta quarta.
Apesar da autorização de R$ 2,4 bilhões em recursos, alguns deputados avaliam que é pouco e esperam que mais emendas sejam empenhadas nos próximos dias.
O ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha rebateu as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que chamou Padilha de incompetente e desafeto.
Em entrevista à imprensa, o ministro de Lula afirmou que não desceria ao nível dos ataques de Lira e que seu objetivo é seguir trabalhando com o Congresso para aprovação pautas de interesse do Brasil.
"Não vou descer a esse nível", disse Padilha, em entrevista antes de evento no Rio de Janeiro, um dia após Lira chamá-lo de "incompetente".
O ministro repetiu versos do rapper Emicida em seu discurso.
"Rancor é tumor, envenena a raiz, e a plateia quer ser feliz". "O Brasil quer ser feliz", completou. Disse ainda que sua mãe lhe ensinou que "quando um não quer, dois não brigam".
Lira atacou o ministro nesta quinta (11), em resposta a reportagens sobre a derrota na votação que manteve a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão. O parlamentar é suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
Lira acusou Padilha de vazar tese de que ele teria saído enfraquecido do episódio e o chamou de "desafeto" e "incompetente".
"Não existe partidarização, eu deixei bem claro que ontem a votação é de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver."
Padilha rebate declarações de Lira após ser chamado de “incompetente”
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) April 12, 2024
Veja ?? pic.twitter.com/LA3V1b9Pos
Lula elogia atuação de Rui Costa e Alexandre Padilha e dá recado de que ambos continuam prestigiados
Rui Costa é o “primeiro-ministro” do governo e Alexandre Padilha “é o cara que rói o osso”. Foi dessa forma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu aos seus dois ministros nesta quinta-feira (4), ao fazer elogios públicos à atuação de ambos e passar recados de que eles seguem com prestígio no governo.
Os elogios foram feitos durante cerimônia de inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta Ipojuca e do trecho Belo Jardim-Caruaru da Adutora do Agreste de Pernambuco, no município de Arcoverde (PE). O afago de Lula acontece em um momento no qual os dois ministros, que atuam no Palácio do Planalto, são fustigados por críticas internas e externas e, agora, também, denúncias de corrupção, como a que envolve o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
“Esse aqui é o chefe da Casa Civil, é como se fosse o primeiro-ministro, Rui Costa. Foi governador da Bahia por oito anos, foi chefe de gabinete da Casa Civil do Jaques Wagner [PT] e agora é o meu ministro da Casa Civil” declarou Lula, em solenidade que contou com a participação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB).
Reportagem do site Uol revelou nesta semana que o ministro Rui Costa foi citado em uma delação premiada firmada pela Polícia Federal em meio à investigação de possível fraude na compra de respiradores pulmonares. A compra foi realizada durante a pandemia de Covid-19, em 2020, quando Rui Costa era governador da Bahia. O ministro nega as acusações.
Sobre o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente Lula enumerou as dificuldades que o governo federal enfrenta para aprovar os seus projetos no Congresso Nacional. Lula chegou a brincar que a articulação política do governo envolve tomar cerveja e até café para se chegar a um consenso com os parlamentares e líderes partidários.
“O companheiro Padilha é o cara que rói o osso. Ele, certamente, tem a função mais difícil no governo, que é a função de articulação política. Imagina vocês que meu partido só tem 70 deputados de um total de 513. E para votar uma coisa qualquer a gente precisa de 247 votos. Aí é preciso muita conversa, muita reunião, muito cafezinho, de vez em quando uma cachaçazinha, de vez em quando uma cervejinha. E aí é reunião meia-noite, uma hora da manhã, duas horas da manhã, de domingo, de sábado”, declarou o presidente ao falar durante a inauguração da Estação.
O ministro Alexandre Padilha é o responsável pela articulação do governo com o Congresso, e tem sido o principal alvo das críticas tanto do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), quanto de parlamentares, pelos problemas na relação entre os dois poderes. Lira inclusive fechou o canal de negociação com Padilha e passou a tratar do encaminhamento dos projetos do governo diretamente com o ministro Rui Costa.
Na foto tirada no momento da inauguração da Estação Elevatória, Padilha aparece sorridente atrás do presidente Lula.
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, confirmou por meio de nota, no início da noite desta quinta-feira (6), que o presidente Lula (PT) vai receber da União Brasil a indicação para o novo nome que vai assumir o Ministério do Turismo. Segundo o ministro, o deputado Celso Sabino deve assumir a vaga de Daniela na pasta.
O anúncio é a primeira confirmação pública que o governo faz avisando sobre a troca no órgão. A questão que estava em torno da pasta do turismo, se iniciou há mais de um mês, quando o Governo passou a receber o desligamento de Daniela Carneiro.
A nota afirmou que foi possível esclarecer "questões partidárias que motivam a troca no Ministério do Turismo, e a ministra demonstrou sua compreensão com a decisão do governo”
O comunicado esclareceu ainda que Lula e Padilha devem se encontrar com dirigentes do União Brasil, em data a ser definida na sexta-feira, para receber a indicação de Celso Sabino para o cargo.
"O presidente agradeceu a ministra pelo excelente trabalho feito pela recuperação do Turismo no Brasil e pela disposição dela de permanecer contribuindo com o governo no Congresso, com o protagonismo de ser a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro".
"O presidente Lula e eu nos reuniremos com o presidente e os líderes do União Brasil, em data a ser definida amanhã, para receber a indicação do deputado Celso Sabino, que vai liderar a pasta do Turismo, dando continuidade ao trabalho pela recuperação de um setor tão importante para a geração de emprego e renda no Brasil", disse a nota de Padilha.
O deputado Eduardo Bolsonaro utilizou as redes sociais para demonstrar que não gostou do filme "Dois Papas", do diretor brasileiro Fernando Meirelles. O filho do presidente compartilhou uma publicação do bolsonarista Bernardo Kruster no YouTube que associa o nome de Meirelles como realizador dos filmes de Tropa de Elite - que na verdade são do cineasta José Padilha.
Como noticiou a coluna de Lauro Jardim em O Globo, Kruster chega a dizer no vídeo repostado pelo parlamentar que Meirelles está pagando penitência por tentar jogar a população contra a polícia, mas o protagonista virou herói nacional.
. @bernardopkuster analisa o filme da Netflix "os dois papas":https://t.co/V6MPyZuVs6
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) 5 de janeiro de 2020
O ex-presidente Lula teria prometido processar a Netflix por conta da exibição da série “O Mecanismo”, que conta, de forma ficcional, os bastidores da Operação Lava Jato. Em discurso em Curitiba nesta quarta-feira (28), que marca o encerramento da caravana do petista pelo sul, o ex-presidente definiu a nova produção de José Padilha (Tropa de Elite, Narcos) como “mais uma mentira” que fizeram contra ele o Partido dos Trabalhadores (PT). “Há anos eu já ouvia dizer que a Globo estava fazendo um documentário para passar na Netflix, para não aparecer a cara da Globo”, disse. “Nós vamos processar a Netflix”, anunciou. “Nós não temos que aceitar isso, e eu não vou aceitar”, declarou, de acordo com o site Metropoles. Lula teria se irritado com sua representação na série. Em “O Mecanismo”, Padilha coloca na boca do personagem que interpreta Lula a frase “precisamos estancar a sangria”, dita na realidade pelo adversário político Romero Jucá (PMDB-RR), em referência a uma estratégia para acabar com a Lava Jato. Entre outros fatos distorcidos, de acordo com o partido, a série mostra o doleiro Alberto Youssef circulando com intimidade pelo comitê de campanha de Dilma Rousseff à reeleição, em 2014, e mostra o caso Banestado acontecendo em 2003, durante o governo Lula, e não nos anos 90, durante o governo FHC.
Confira quais filmes foram mais vistos neste fim de semana:
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.