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O esquema de adulteração de combustíveis revelado pela Operação Primus foi descoberto a partir de batedeiras [depósitos clandestinos] de nafta [composto químico usado na mistura ilícita] em Conceição do Jacuípe, na região de Feira de Santana.
A informação foi divulgada ao Bahia Notícias pela diretora do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil da Bahia, delegada Haline Peixinho.
“No depósito em Conceição do Jacuípe, foram encontrados equipamentos de batedeiras de nafta, que já tinham sido identificado na Operação Carbono, realizada na Bahia em 2024”, disse ao BN em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17).
Ainda segundo a delegada, na investigação foi possível identificar a relação das empresas de Jailson Couto Ribeiro, o Jau Ribeiro, alvo principal da operação na Bahia, com companhias de fachada como também com a Copape, produtora de gasolina e pertencente a Mohamad Hussein Mourad, “o Primo”, peça-chave e foragido no âmbito da megaoperação Carbono Oculto, deflagrada em agosto passado.
“No decorrer da investigação, foi possível identificar o uso de ‘laranjas’ em estruturas societárias, tanto em empresas na Bahia quanto em São Paulo. A análise da vinculação de contadores e das alterações contratuais foi fundamental para correlacionar os envolvidos, além da utilização de notas fiscais vinculadas à Copape, que também foi alvo da Operação Carbona Ocúpito”, explicou Haline Peixinho.
POSTOS EM TODA BAHIA
A delegada também informou que a rede de postos afetados na Bahia está espalhada em todo o estado e não está vinculada a uma bandeira. “Não há uma bandeira específica. Os postos de combustível envolvidos apresentam diversidade. Anteriormente, havia uma maior atuação com a bandeira Shell, mas atualmente não há mais esse direcionamento. São diversas bandeiras”, relatou.
A delegada informou ainda que a apuração sobre o impacto financeiro e o prejuízo à arrecadação estadual será conduzida em uma investigação fiscal específica, desmembrada do inquérito principal.
“Essa é uma investigação que será desmembrada, com foco principal na investigação fiscal. Acredito que todo o material apreendido na operação que realizamos também será vinculado a essa investigação”, afirmou Peixinho.
O secretário de Segurança Pública Marcelo Werner afirmou nesta sexta-feira (17), que a Operação Primus, deflagrada pela Polícia Civil, desarticulou a atuação da facção PCC no esquema de adulteração e comercialização irregular de combustíveis na Bahia.
Questionado pelo Bahia Notícias sobre a ação ter confrontado diretamente o PCC, o titular da SSP apontou que a iniciativa foi uma resposta a liderança financeira da organização criminosa.
“Ao que tudo indica, sim. Logicamente as investigações continuam, mas queria destacar a importância dessa operação. Uma operação que começa a partir de denúncias de adulteração de combustível, que a partir do avanço delas parte para uma rede de ocultação e de lavagem de dinheiro, inclusive com uma associação direta com os principais operadores de lavagem de dinheiro em rede de combustível em São Paulo, da facção daquele estado”, revelou Werner.
O chefe do órgão indicou ainda que foi constatada uma associação direta com operadores de lavagem de dinheiro em rede de combustível em São Paulo, fazendo com que 200 postos de combustíveis fossem investigados.
“Demonstramos que havia o vínculo direto entre eles. Cerca de 200 postos estão sendo investigados por adulteração ou por serem utilizados como lavagem de dinheiro. Isso indica e mostra a grandiosidade desse esquema que foi desvendado pela Polícia Civil. O valor de determinação judicial de sequestro é de R$ 6,5 bilhões de reais. Isso indica, sim, um grande combate, uma grande ação frontal contra um grande esquema de adulteração e de lavagem de dinheiro do nosso estado”, completou.
O diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado Fábio Lordello, detalhou nesta quinta-feira (17) o andamento da investigação que desarticulou um braço da organização criminosa investigada na Operação Carbono Oculto, com atuação na Bahia. Segundo ele, a facção utilizava uma rede de mais de 200 postos de combustíveis, além de empresas de fachada, para movimentar recursos provenientes de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro.
De acordo com Lordello, a operação identificou que o grupo mantinha relação direta com investigados em São Paulo, conhecidos entre si como “Primos”. Na Bahia, o esquema era liderado por Jailton Ribeiro, conhecido como Jailson Ribeiro, apontado como o principal articulador das atividades ilícitas no estado, subordinado ao empresário Mohamed, que continua foragido.
“O que acontece em uma investigação dessa é que a organização tem muito capital e precisa distribuí-lo. No estado da Bahia, ela encontrou, infelizmente, essa rede de postos capitaneada por Jau, que possibilitou o fluxo financeiro e a aquisição de nafta para adulteração de combustíveis, multiplicando os ganhos”, explicou o delegado.
Durante as ações de busca e apreensão, a Polícia Civil localizou galpões usados para armazenar e misturar nafta, substância empregada na adulteração dos combustíveis, nas cidades de Feira de Santana, Alagoinhas e outras da região. O produto era transportado por empresas ligadas a Mohamad Hussein Mourad, conhecido também como "O Primo".
A operação contou com a autorização judicial para bloqueio de R$ 6,5 bilhões, montante que revela, segundo o delegado, a dimensão da estrutura criminosa e seus impactos econômicos e sociais.
“Uma organização desse porte afeta todo o tecido social, desde o consumidor que abastece com combustível adulterado até a aquisição de armas e drogas, o que gera mais violência. O foco do Draco é descapitalizar e atingir o topo dessas organizações”, afirmou.
Lordello destacou ainda que o trabalho de investigação continua, visando identificar empresas e pessoas ligadas ao grupo. Segundo ele, o levantamento continua em andamento, e seria “prematuro falar em valores” de prejuízo fiscal causado pela evasão de impostos.
“Acreditamos que o montante perdido em arrecadação seja alto, mas ainda estamos aprofundando essa parte da apuração. Haverá desdobramentos fiscais de médio e longo prazo”, disse.
O delegado informou que os postos envolvidos operavam com e sem bandeira, sem distinção para a atuação do grupo. “Para a organização, o importante era realizar a adulteração e distribuir o combustível, independentemente da bandeira. O objetivo era dissimular e ocultar os recursos ilícitos”, explicou.
Na Bahia, os principais alvos da operação já foram presos, e os demais continuam sendo monitorados. Lordello reforçou que o Draco seguirá com novas etapas da investigação, que deve se expandir para identificar outros integrantes do esquema, incluindo os elos intermediários e de base.
Durante a apuração, a Polícia Civil apreendeu veículos de luxo em nome de Jailton Ribeiro. Segundo o delegado, somente dois automóveis ultrapassam o valor de R$ 600 mil, enquanto o investigado havia declarado apenas R$ 275 mil em bens à Justiça Eleitoral quando foi candidato em Iaçu, em 2024.
“A sociedade pode ter certeza de que todos os envolvidos sofrerão a ação repressiva da Polícia Civil. Nosso foco é desarticular o topo, o meio e a base dessa estrutura criminosa”, concluiu Lordello. (Atualizado às 13h29)
Além de Jailson Couto Ribeiro, o Jau Ribeiro, de 57 anos, foram presos durante a Operação Primus, dois filhos, um cunhado e um irmão dele. A ação, que apura um esquema de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro com indícios de ligação com a facção PCC, cumpriu nesta quinta-feira (16) oito mandados de prisão, seis deles na Bahia.
Jau Ribeiro chegando a Feira de Santana / Foto: Ed Santos / Acorda Cidade
Principal alvo da investigação, Jau Ribeiro foi localizado em um hotel de luxo, em Lençóis, na Chapada Diamantina. Em Feira de Santana, foram detidos Wesley Márcio Duda, Gilvan Couto Ribeiro, Diego do Carmo Santana Ribeiro e Pedro Henrique Ramos Ribeiro. No Rio de Janeiro, foi preso Israel Ribeiro Filho, e em São Paulo, Mário Kadow Nogueira, informou a TV Subaé. O oitavo preso na operação não teve o nome revelado.
Ex-candidato a prefeito por duas vezes em Iaçu, no Piemonte do Paraguaçu, Jau Ribeiro costumava exibir uma vida de luxo nas redes sociais, com viagens internacionais para destinos como Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes e Espanha. Em 2022, Jau apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União), que foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (14).
Ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o advogado Joari Wagner, que representa quatro dos investigados, afirmou em entrevista que ainda não teve acesso ao processo e que seus clientes foram surpreendidos pela ação. “Nesse momento eu vou ocultar os nomes, porque está em sigilo. Eu não vou expor as pessoas, mas até aqui são seis que estão aqui. Desses seis, fui procurado por quatro e vou me habilitar nos autos para verificar o que de fato ocorreu. Não tivemos acesso a nada, não sabemos por que a operação foi deflagrada nem os fundamentos da decisão judicial que decretou as prisões. [Eles] estão perplexos, estão surpresos, não sabem ainda. Estamos aguardando o desenrolar da investigação e as informações após termos acesso aos autos do processo”, declarou.
Advogado de investigados / Foto: Ed Santos / Acorda Cidade
Conforme a Polícia Civil, a operação visa desarticular um grupo criminoso que atua no setor de combustíveis. Na Bahia, mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em Feira de Santana, Salvador, Conceição do Jacuípe, Alagoinhas, Morro do Chapéu, Itaberaba e Iaçu.
Durante as ações, foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores, munições e cerca de dez veículos de luxo. As investigações também apuram irregularidades em cerca de 200 postos de combustíveis suspeitos.
O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), responsável pelo caso, solicitou à Justiça o bloqueio de bens móveis e imóveis, além do bloqueio de valores dos investigados, que somam aproximadamente R$ 6,5 bilhões.
Sete acusados já foram presos durante a Operação Primus, deflagrada nesta quinta-feira (16). Segundo a Polícia Civil, o principal alvo da ação foi capturado em um hotel de Lençóis, na Chapada Diamantina. Outros três suspeitos foram presos em Conceição da Feira e Feira de Santana.
Alvo principal de ação contra adulteração de combustíveis é preso em Lençóis; delegado aponta indícios de ligação com PCC pic.twitter.com/dA0MMmQQff
— BN Municípios (@BNMunicipios) October 16, 2025
Na última foram detidos o empresário e ex-candidato a prefeito de Iaçu, Jau Ribeiro, e um filho dele. A operação, conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), também cumpriu mandados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Foto: Divulgação / Polícia Civil
Durante as ações, foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores, munições e cerca de dez veículos de alto padrão. Segundo as investigações, o grupo é suspeito de comandar uma rede criminosa de adulteração e comercialização irregular de combustíveis. A Polícia Civil também apura o envolvimento de cerca de 200 postos de gasolina e já solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 6,5 bilhões em bens e valores ligados aos investigados.
Segundo o delegado-geral adjunto da Polícia Civil baiana, Jorge Figueiredo, há indícios de ligação dos investigados com a facção criminosa PCC. “A investigação identificou cerca de 200 postos vinculados a um grupo criminoso que atuava na adulteração e comercialização irregular de combustíveis, com conexões interestaduais e indícios de ligações com PCC”, disse o agente.
VÍDEO: Delegado aponta indícios de ligação de investigados em adulteração de combustíveis com PCC
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) October 16, 2025
Confira?? pic.twitter.com/W1hFhZZTEK
AÇÕES EM OITO CIDADES BAIANAS
As operações foram realizadas em oito municípios da Bahia, incluindo Feira de Santana, Conceição do Jacuípe, Alagoinhas, Morro do Chapéu, Itaberaba, Iaçu, Lençóis e Conceição da Feira, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com a polícia, o objetivo da Operação Primus é desarticular uma organização criminosa que usava o setor de combustíveis para lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.
O empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau da Lubrijau ou Jau Ribeiro, foi preso na manhã desta quinta-feira (15) em Feira de Santana durante a “Operação Primus”, deflagrada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD).
Jaú Ribeiro é dono de uma rede de postos de combustíveis e ficou conhecido por ser um dos maiores revendedores da Shell na América Latina. O filho do empresário, que não teve o nome informado, também foi detido na operação.
Em 2020 e 2024, Jau Ribeiro concorreu ao cargo de prefeito de Iaçu, no Piemonte do Paraguaçu, perdendo nas duas ocasiões para Nixon Duarte (PSD).
A Operação Primus visa desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar na adulteração e comercialização irregular de combustíveis, além de praticar lavagem de dinheiro.
Conforme a Polícia Civil, o grupo teria criado uma estrutura empresarial complexa para ocultar patrimônio e movimentar valores ilícitos. As investigações apontam que cerca de 200 postos de combustíveis estariam vinculados à rede comandada pelos suspeitos.
Diante da dimensão financeira do esquema, o Draco-LD pediu à Justiça o bloqueio de bens, imóveis, veículos e valores pertencentes aos investigados, em um total de R$ 6,5 bilhões. A operação cumpre mandados judiciais de forma simultânea na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Até o momento, seis pessoas foram presas, sendo quatro delas em território baiano.
EMPRESÁRIO INFLUENTE
Natural de Iaçu, Jau Ribeiro é radicado em Feira de Santana, onde recebeu o título de cidadão honorário em 2022. Jau Ribeiro e o filho foram levados à sede da Polícia Civil em Feira de Santana, onde seguem detidos à disposição da Justiça, conforme informou a TV Subaé. (Atualizado às 8h13)
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Rui Costa
"Estamos conversando todos os dias e haveremos de intensificar as conversas na virada do ano, porque temos que discutir a política no país inteiro".
Disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa ao afirmar que ainda não há definição sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026, e que as conversas sobre o tema serão intensificadas na virada do ano. Segundo ele, a decisão será tomada de forma coletiva, considerando o cenário político nacional e as prioridades do governo.