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A baiana Tainara Ferreira participa como palestrante da 5ª edição do Fancy Africa, evento dedicado à moda, cultura e empoderamento no continente africano. O encontro, que começou nesta segunda-feira (22) e segue até domingo (27), em Maputo, capital de Moçambique, reúne profissionais de diversos países em torno de diálogos sobre identidade, criação e ancestralidade.
Neste primeiro dia, ela conduz a masterclass "Descolonizando o Olhar através da Moda", com propostas de reflexão sobre os impactos do eurocentrismo nas estéticas contemporâneas e o papel da moda afrocentrada na reconstrução de imaginários sociais.
“Estar em Moçambique tem um significado profundo para mim, enquanto mulher baiana e negra. A Bahia é um território marcado pela forte presença africana, e muito do que somos vem dos povos, como os moçambicanos, que atravessaram o Atlântico enquanto escravizados e deixaram marcas na nossa cultura, na nossa fé, na nossa forma de vestir e de existir”, declarou.
Segundo ela, a masterclass parte do olhar afrolatino-americano como ponto de partida para pensar a moda não apenas como linguagem visual, mas como instrumento de memória e afirmação cultural. “Trazer para o Fancy Africa uma reflexão sobre moda é reconhecer a importância da população negra como criadora de tendências e de narrativas de resistência. A moda, quando vista por esse olhar decolonial, deixa de ser apenas estética e passa a ser memória, identidade e política. É um reencontro com nossas raízes e, ao mesmo tempo, uma afirmação do nosso futuro coletivo”, completou.
Natural de Salvador, Tainara é consultora em relações étnico-raciais e de gênero, com atuação voltada para o letramento racial e a decolonialidade. Além disso, é fundadora da Deiyi Desconstruir, empresa que desenvolve projetos de diversidade inclusiva, já representou o Brasil como embaixadora no Africa Fashion Week, em Londres, e é coautora do livro “O Futuro das Novas Masculinidades”, publicado pela Editora BOC.
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O comediante brasileiro Murilo Couto precisou cancelar a apresentação que faria em Moçambique no final de semana após ter a entrada no país africano impedida pelas autoridades.
O ex-The Noite estava na companhia de outros humoristas, sendo Gilmário Vemba, da Angola e Hugo Sousa, de Portugal, que também tiveram a entrada barrada sem maiores justificativas.
Murilo ficou aguardando a liberação o aeroporto internacional de Maputo desde 14h (9h no horário de Brasília). O valor dos ingressos adquiridos pelo público serão reembolsados pela produtora.
Especula-se que a proibição da entrada do trio de humoristas no país tenha ligação política. Isso porque, em julho, Gilmário participou de um encontro em Lisboa, onde celebraram a expressão “Anamalala”, que em macua, língua falada no norte moçambicano, significa “vai acabar” ou “acabou”.
O termo foi utilizado pelo ex-candidato à presidência Venâncio Mondlane, durante a campanha nas eleições de 9 de outubro de 2024, cujo resultado ele contesta.
Desde então, o país vive um cenário de tensão social, com manifestações convocadas por Mondlane contra a vitória de Daniel Chapo.
Um pastor de Moçambique morreu ao tentar jejuar por 40 dias e 40 noites, imitando o que Jesus teria feito no deserto, de acordo com a Bíblia. Francisco Barajah, fundador da Igreja Evangélica de Santa Trindade e professor de francês, faleceu aos 39 anos em 15 de fevereiro.
Segundo familiares, no dia 25º dia de jejum, o pastor já tinha perdido peso ao ponto de não conseguir mais se levantar, tomar banho ou andar. Ele foi levado ao hospital em estado crítico. Barajah foi diagnosticado com anemia aguda e insuficiência dos órgãos digestivos.
Conforme noticiou o portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, os profissionais de saúde o reidrataram com soro e tentaram alimentá-lo com líquidos, mas não funcionou.
Fiéis da igreja Santa Trindade afirmaram que o jejum era uma prática comum entre eles, mas que nunca foi feito por tanto tempo. Segundo o irmão da vítima, o jejum de fato foi realizado, mas a causa da morte teria sido outra porque Barajah já sofria de pressão alta.
A escritora Paulina Chiziane, de Moçambique, é a vencedora da edição de 2021 do Prêmio Camões, mais importante premiação mundial voltada para autores de língua portuguesa. Antes dela, outros dois autores moçambicanos já haviam sido agraciados: José Craveirinha, em 1990; e Mia Couto, em 2013.
Uma das pioneiras da literatura de seu país, Chiziane é conhecida por obras que retratam o universo feminino. Seu livro mais conhecido é o romance “Niketche: uma história de poligamia”, no qual a protagonista é uma mulher que deixa a subserviência e decide conhecer as outras esposas do marido.
No ano passado o prêmio foi concedido ao escritor português Vítor Aguiar (clique aqui), e em 2019 a Chico Buarque. A vitória do brasileiro foi cercada de polêmicas, pois o presidente Jair Bolsonaro se recusou a entregar o prêmio ao músico e escritor (relembre).
Na década de 1970, enquanto o Brasil atravessava uma ditadura militar que impedia famílias inteiras de viverem em plena liberdade, do outro lado do Atlântico Moçambique alcançava a sua independência política, implementando mudanças sociais significativas. Esse é o pano de fundo de "Lila em Moçambique", livro que marca a estreia da escritora Andreia Prestes na literatura infantil.
Publicado pela editora Quase Oito, o livro conta a história de Lila, uma criança brasileira que viveu a infância com os pais e os irmãos em Moçambique. Nele estão as memórias afetivas da escritora, que é neta dos ativistas Luis Carlos Prestes e João Massena e nasceu no exílio de seus pais.
As memórias estavam adormecidas e despertaram em 2017, quando ela decidiu visitar Moçambique, 30 anos depois do seu retorno definitivo ao Brasil. Após rever a escola onde aprendeu a escrever as primeiras palavras em português, o Mercado Municipal onde seus pais compravam frutas como a massala e a tsintsiva e o prédio “33 andares”, onde morou com a família, surgiu a necessidade de contar para as crianças algumas histórias daquele período, para que possam desde cedo, perceber que o melhor presente que se pode ter na vida é a liberdade.
“A literatura nos ajuda a entender melhor o mundo em que vivemos, a nos colocarmos no lugar do outro, termos mais empatia e viajarmos sem sair de casa. Moçambique nos ensinou muito e gostaria de passar essa experiência para quem não conhece esse país africano”, diz Andreia Prestes.
A obra conta com ilustrações do Camilo Martins, que refletem a alegria da cidade africana de Maputo. O lançamento estava programado para acontecer em abril, mas por conta da pandemia e da impossibilidade de realizar encontros presenciais, a autora criou um perfil no Instagram, onde conversa com outros escritores sobre memórias afetivas e como elas influenciam a criação de novas obras. Para Andreia, a literatura tem um papel importante nesse momento de isolamento social, ela possibilita o encontro com a arte, com a imaginação.
Os três serão gravados declamando e discutindo poemas de vários autores, além de participar de um evento público na capital, Maputo, onde serão gravadas imagens de bastidores do evento. A produção do filme também busca entrevistar o poeta angolano José Craveirinha, primeiro autor africano a vencer o Prêmio Camões.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.