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O avanço das campanhas públicas de castração de cães e gatos no Brasil revela não só alta demanda, mas também grande responsabilidade. De acordo com dados atualizados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o SinPatinhas, sistema nacional de monitoramento do manejo populacional, já contabiliza mais de 650 mil animais cadastrados. Deste total, 52% foram castrados.
O volume de atendimentos mostra a importância das campanhas e a urgência por parâmetros técnicos claros. Por isso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) lançou, nesta terça-feira (3), as Diretrizes de Atuação para Responsabilidade Técnica em Programas, Campanhas e Mutirões de Esterilização Cirúrgica de Caninos e Felinos, instituídas pela Resolução CFMV nº 1.596/2024.
As diretrizes lançadas consolidam o papel do médico-veterinário como responsável técnico obrigatório em toda e qualquer ação de esterilização com finalidade de manejo populacional, seja em programas permanentes, campanhas temporárias ou mutirões pontuais.
As normas detalham responsabilidades, exigências estruturais e parâmetros técnicos que garantem a legalidade, a segurança e o bem-estar dos animais atendidos.
PRINCIPAIS PONTOS
Obrigatoriedade da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para cada evento;
Presença de médico-veterinário RT com ART homologada e visível;
Definição de estrutura mínima e protocolos de triagem clínica, biossegurança e bem-estar animal;
Manutenção de prontuários individuais e elaboração de relatório final da ação;
Proibição do uso de anticoncepcionais ou castração química como método coletivo;
Reforço à educação em guarda responsável, prevenção ao abandono e identificação dos animais, preferencialmente com microchip.
“Mais que uma norma, é uma ferramenta prática para orientar, proteger e dar segurança ao profissional responsável técnico. E, ao mesmo tempo, garantir qualidade e ética nas campanhas”, afirmou Leonardo Nápoli, assessor da presidência do CFMV e responsável pela apresentação do documento durante a 2ª Câmara Nacional de Presidentes (CNP), do Sistema CFMV/CRMVs, que acontece em Brasília até a próxima sexta-feira (6).
O lançamento contou com o apoio formal do MMA, representado pela diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais, Vanessa Negrini. “Há um universo de animais que precisam chegar às mãos dos médicos-veterinários. Isso reforça a importância da publicação dessas diretrizes. Desde o início, tivemos a certeza de que o programa precisava ser construído em conjunto com o Conselho. E é incrível como, às vezes, ainda precisamos escrever o óbvio: que a responsabilidade técnica nas ações de castração é papel exclusivo do médico-veterinário”, declarou Vanessa.
Ela acrescentou que, no MMA, a exigência de RT já é condição obrigatória para liberação de recursos federais destinados a programas de castração. As diretrizes lançadas simbolizam esse esforço conjunto, construído a partir do diálogo com as comissões e grupos de trabalho do CFMV, contribuições técnicas e a experiência prática de profissionais que atuam em campo.
O material está publicado no portal oficial cfmv.gov.br e acessível a todos os médicos-veterinários, especialmente aqueles que atuam ou pretendem atuar como responsáveis técnicos em programas de esterilização cirúrgica.
Uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, que traz o número de domicílios com cachorro ou gato, mostrou que a Bahia tem em números absolutos 2,973 milhões de domicílios no total, que possuem um cachorro ou gato. Fazendo o cálculo com o número de médicos veterinários com registro ativo no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA), cerca de 7,3 mil, seriam cerca de 405 pets para cada profissional - lembrando que existem domicílios com mais de um animal.
Quase quatro em cada 10 domicílios, uma taxa de 36,4% e 1,912 milhão, em números absolutos, tinham ao menos um cachorro. Já de gatos, dois em cada 10 residências têm ao menos um felino em 2019. O dado significa 20,2% ou 1,061 milhão em números absolutos. Com a quantidade de animais, o levantamento de médicos veterinários e zootecnistas também foi acessado pela reportagem do Bahia Notícias.
Cerca de 9.430 a 9.439 médicos veterinários foram contabilizados no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia. Entre esses profissionais, cerca de 7.339 (77,83%) tem inscrições ativas e 2.091 (22,17%) possuem inscrição inativa.
Já em zootecnistas foram contabilizados 706 em todo território baiano, onde 477 são atuantes e 229 não são atuantes. Declarados homens zootecnistas são 289 (60,58%) e declarados mulheres - 188 (39,47%)
NÚMEROS EM SALVADOR
Na lista de residências com bichos domésticos, a capital baiana obteve a menor proporção de residências com cachorro dentre as capitais brasileiras. Com uma taxa de 24,5%, a cidade registrou 262 mil domicílios com ao menos um cão.
Foi obtido também a menor proporção de 10,6% de casas que tinham gatos, distribuídos em 114 mil domicílios. Na quantidade de profissionais do município com registro ativo, 2455 estão na cidade e cerca de 4880 estão divididos no interior.
Desses, 603 estão em Feira de Santana, 280 em Vitória da Conquista e 117 estão em Camaçari. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia, Altair Santana, o resultado seria suficiente para atender a demanda do estado e seria “maior do que o necessário”.
“Supre a demanda e até é um número maior do que o necessário, haja visto o número grande de faculdades. Hoje nós temos 25 faculdades de medicina veterinária na Bahia. São 7.339 médicos veterinários e médicas veterinárias ativos, correspondendo a 77,83% do total de profissionais, porque tem 2.091 inativos que correspondem a 22,17%. Então é um número que sim atende perfeitamente o estado da Bahia”, explicou Santana.
O presidente do conselho revelou ainda que até o final do ano cerca de mil profissionais devem efetuar registro no estado.
“Este ano de 2024 deve ter inscrições de algo próximo de mil profissionais. Então a área produz uma grande quantidade de profissionais, mas é como lhe disse, às vezes para lugares errados, lugares onde já tem uma quantidade grande. O profissional, aluno precisa, na faculdade, buscar os nichos, buscar aquelas especialidades que talvez ele goste também e que às vezes inclusive remunera bem e que os profissionais não estão vendo, não estão buscando”, destacou Altair.
“A profissão médica veterinária tem mais de 80 áreas de atuação, com essa diversificação lugar é que não falta para se trabalhar, tem lugar para se trabalhar, tem áreas para se buscar, embora o grande problema é que as faculdades têm formado profissionais muito vocacionados para a clínica de pequenos animais. E aí acabam esquecendo as mais de 80 áreas que existem, outras áreas que existem.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Kiki Bispo
"A prefeitura encaminhou alguns projetos de financiamento de ônibus regular, dos alternativos que são os amarelinhos. De repente a gente poderia dar uma ordenada nessa categoria importante que são os aplicativos".
Disse o vereador Kiki Bispo (União) ao defender nesta quarta-feira (15), a ordenação de motoristas por aplicativo que atuam em Salvador. Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1 Salvador, o edil defendeu que a prefeitura faça outros investimentos para ordenar e auxiliar a regulamentação desses profissionais.