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leo de garcia
O primeiro passo para a expulsão do deputado Marcinho pelo União Brasil, por infidelidade partidária, foi dado nesta segunda-feira (14), quando o filiado Leonardo Barreto de Pinho, do diretório de Araci, encaminhou ao Diretório Estadual do partido um ofício solicitando a exclusão e desfiliação do parlamentar, conforme documento obtido com exclusividade pelo Bahia Notícias.
No documento, Leonardo Pinho, também conhecido como Léo de Garcia, afirma que o deputado adotou a postura de “privilegiar a preferência política pelo governador Jerônimo Rodrigues, do PT, adversário ferrenho do União Brasil”. O parlamentar estadual costuma acompanhar as pautas que interessam à gestão estadual, contrariando orientações do partido. Pela bancada de oposição, hoje, Marcinho já é visto como um legislador da base do governo petista.
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Segundo o filiado, a conduta do deputado em se aproximar do governador Jerônimo pode ser classificada como “transgressão disciplinar” porque violaria um dos fundamentos partidários previstos no estatuto do União Brasil, notadamente a “infidelidade partidária”.
“Por este motivo, este signatário representa a Vossa Excelência (deputado Paulo Azi, presidente do Diretório Estadual) que se adote providências para a instauração do processo partidário disciplinar para a aplicação da penalidade cabível”.
No final do documento, Leonardo Barreto de Pinho solicita que o parlamentar seja “expulso do União Brasil com cancelamento de filiação partidária” por “reiteradas infrações disciplinares”.
O filiado do União Brasil também anexou ao documento diversas reportagens demonstrando que o deputado deixou de seguir as orientações do partido para se aproximar do governo estadual. O documento será encaminhado ao Conselho de Ética do partido para a adoção das devidas providências.
A reportagem entrou em contato com Marcinho para que o deputado se posicionasse em relação ao pedido de expulsão do partido. Ao Bahia Notícias, o parlamentar informou que não tinha conhecimento do documento e ironizou a acusação de “transgressão disciplinar”. O legislador argumentou que a legenda, no cenário nacional, ocupa ministérios do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu tô sabendo agora. Esse filiado sabe que o União Brasil tem três ministérios no governo Lula? Eu estou muito tranquilo sobre isso. No momento que União Brasil não fizer mais parte do governo Lula, aí ele poderia ter até a razão. Como eu não posso acompanhar uma inauguração de uma base eleitoral minha, uma entrega de uma base eleitoral minha?”, questionou Marcinho.
Recentemente, o deputado se ausentou do lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado (União-GO) à presidência da República em evento que foi realizado em Salvador. No mesmo dia, Marcinho esteve em agenda com Jerônimo no município de Paulo Afonso, o que aumentou as insatisfações no partido.
Nos bastidores da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), a tendência do deputado em acompanhar as matérias do governador Jerônimo Rodrigues também já teria gerado desgaste entre os deputados do União Brasil. No ano passado, uma liderança do partido já teria indicado que Marcinho poderia ser alvo de uma notificação de conduta.
“Existe um ambiente de insatisfação. Acho até melhor que se ele quiser ser base do governo, que ele peça a liberação da filiação”, apontou uma liderança do grupo.
Marcinho é apadrinhado politicamente pelo deputado federal Elmar Nascimento (União), um dos principais defensores da manutenção do União Brasil na base do governo Lula, movimento que desagrada o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional da legenda, ACM Neto. Segundo a imprensa nacional, o congressista possui interesse em integrar a gestão, assumindo um ministério.
Também é ventilado que Elmar pode estar de malas prontas, inclusive, para deixar o União Brasil, se filiando a um partido mais pacificado na base do presidente Lula. Uma das siglas cogitadas para a mudança seria o Avante, em movimento que pode ser acompanhado por Marcinho Oliveira, segundo informações obtidas pela reportagem.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O problema que eu tenho é que eu não gostaria que o Rui deixasse o governo. Mas eu também não tenho o direito de exigir sacrifício do ministro que tem oportunidade de se eleger. Então, quem quiser ser candidato será liberado para ser candidato".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que não gostaria que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deixasse o governo federal, mas ressaltou que não pretende impedir que integrantes de sua equipe concorram nas eleições de 2026.