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A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada nesta quarta-feira (18), indicou que menos de metade dos brasileiros não leram sequer trechos de uma obra nos três meses anteriores à pesquisa. É a primeira vez, na série histórica, que o levantamento aponta que a maioria dos brasileiros não lê livros.
Levando em conta a estimativa populacional brasileira do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso quer dizer que o país tem cerca de 93 milhões de leitores atualmente, uma queda de 6,7 milhões nos últimos 4 anos.
A pesquisa ouviu 5.504 pessoas com, pelo menos, 5 anos de idade, alfabetizadas ou não, em 208 municípios. A pesquisa foi realizada entre os meses de abril e julho deste ano, por meio de um questionário de 147 perguntas. O levantamento considerou a leitura de livros impressos ou digitais, sem restrição de gênero.
De acordo com a pesquisa, as obras mais citadas pelos entrevistados foram: A Bíblia, O Pequeno Príncipe, Turma da Mônica, Harry Potter e Diário de um Banana. O livro ‘Capitães da Areia’, do escritor baiano Jorge Amado, figura na lista na 16ª colocação. O autor figura ainda na 6ª colocação entre os autores preferidos do público.
Mais do que construir uma narrativa que atraia o público infantojuvenil para o mundo da literatura, "A Casa da Chácara" traz uma outra abordagem sobre a escrita ficcional, uma metalinguagem que incentiva a produção textual para os jovens em período escolar.
Escrito por Márcio Rabelo, que é professor Língua Portuguesa e mestre em Letras, o livro apresenta dois narradores que contam toda a história. Um deles é Jurena, a própria protagonista da obra.
O outro é o Narrador – sim, com o “N” maiúsculo, um narrador comum que ganha personalidade e interage com o leitor. É em meio aos acontecimentos da história que o Narrador explica sobre construção de personagem, elementos de uma narrativa, enredo, clímax...
Já Jurena é quem conta a história da chácara que dá título à obra. É lá que mora uma solitária senhora de 70 anos com várias árvores frutíferas que atraem a atenção da menina e do seu melhor amigo, Davizinho.
O interesse dos dois pela chácara é justamente pela animosidade da vizinha: ninguém pode entrar lá. Em uma das invasões secretas dos amigos, eles acabam por desconfiar que existe um prisioneiro, supostamente o ex-marido da senhora, que todos julgavam morto. Intrigados com esse mistério, criam uma estratégia para desvendar o enigma e salvar o suposto prisioneiro.
Idealizado pelo Atelier Artístico Chegança, com o objetivo de incentivar a prática de leitura no público infantil, o projeto LeiturArte promove teatro e intercâmbio virtual entre artistas e educadores, de 3 a 14 de março.
Com uma proposta interativa de aprendizado, o projeto debaterá o tema com professores, mediadores de leitura, arte-educadores, pais e contadores de histórias no Troca-Troca LeiturArte, entre os dias 3 e 11 de março, das 14h às 17h, no Zoom. Os interessados devem se inscrever no Sympla, de 19 a 26 de fevereiro.
A cada turma de 25 pessoas, um convidado irá compartilhar experiências, curiosidade e ampliar o debate sobre temas como a quebra de paradigmas na literatura infantil, diversidade, representatividade na infância e educação em tempos de pandemia.
Além disso, entre 6 e 14 de março, o público poderá conferir o espetáculo “Histórias do Mundão”, exibido gratuitamente, às 17h, no YouTube do Chegança. A montagem infantil narra as aventuras das irmãs Tina e Kekeu, que buscam o diferente através das páginas dos livros, deixando para trás o cotidiano massivo dos eletrônicos.
SERVIÇO
Troca-Troca LeiturArte - Inscrição de 19 e 26 de fevereiro através do Sympla.
Evento acontece entre os dias 3 e 11 de março, das 14h às 17h, com transmissão no Zoom.
Espetáculo Histórias do Mundão - Exibição gratuita, entre os dias 06 e 14 de março, às 17h, no YouTube do Chegança
Contrariando o senso comum e os preconceitos, o Nordeste se destacou em ranking de leitura no Brasil. De acordo com dados da 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pela revista Veja, a região concentra cinco entre as 10 capitais que mais leram em 2019.
Segundo o levantamento do Instituto pró-livro João Pessoa (PB) é a campeã, com 64% da população considerada leitora. O segundo lugar ficou com Curitiba (PR), com 63%; seguido de Manaus (AM), 62%;
Belém (PA), 61%; São Paulo (SP), 60%; Teresina (PI), 59%; São Luís (MA), 59%; Aracaju (SE), 58%; Salvador (BA), 57%; e Florianópolis (SC), 56%.
Mas não só o estigma regional foi quebrado, os dados também contrariam preconceitos sociais, mostrando que no Brasil a classe C, sozinha, representa 49% dos leitores, contra apenas 4% dos mais ricos. Os números contradizem ainda o ministro Paulo Guedes, que propôs tributar o mercado editorial, ao considerar os livros artigo de luxo, que são consumidos apenas pela classe dominante (clique aqui e saiba mais).
A análise da revista pondera, entretanto, que apesar da representatividade baixa da classe rica em comparação aos mais pobres, não quer dizer que ela leia pouco, mas se dá pelo fato da classe A ser minoria em números absolutos. Apesar de ter havido uma queda de 2015 para 2019, 67% da classe A declarou-se leitora, contra 63%, 53% e 38% nas classes B, C e D/E, respectivamente.
Para realizar a pesquisa foram consultadas mais de 8 mil pessoas em todos os estados brasileiros, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. Foram considerados leitores aqueles que leram ao menos um livro nos três meses que antecederam o levantamento.
Veja o ranking das capitais com mais leitores no Brasil:
João Pessoa (64%)
Curitiba (63%)
Manaus (62%)
Belém (61%)
São Paulo (60%)
Teresina (59%)
São Luís (59%)
Aracaju (58%)
Salvador (57%)
Florianópolis (56%)
Vitória (55%)
Fortaleza (54%)
Belo Horizonte (53%)
Porto Alegre (52%)
Recife (52%)
Cuiabá (52%)
Palmas (52%)
Macapá (51%)
Porto Velho (51%)
Rio Branco (49%)
Natal (48%)
Rio de Janeiro (47%)
Goiânia (42%)
Maceió (37%)
Campo Grande (26%)
Boa Vista (em apuração)
Com texto de Aldri Anunciação, o espetáculo “Namíbia Não” se transformará em leitura virtual para comemorar o Dia Mundial da África, na próxima sexta-feira (29). Com colaboração da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o evento online vai acontecer a partir das 19 horas.
As transmissões vão acontecer no Youtube da produtora Melanina Acentuada (clique aqui), no Facebook da Sepromi (clique aqui), em lives nos perfis dos atores convidados e também através do Zoom, onde 100 pessoas serão selecionadas depois de enviarem um direct no perfil @boliveirando, no Instagram.
A leitura contará com os atores e diretores da peça Aldri Anunciação e Fabrício Boliveira e também terá a participação dos Gideon Rosa, Márcia Limma e Thiago Almasy. Cada um fará as transmissões diretamente de suas casas, respeitando as medidas de prevenção ao novo coronavírus.
Encenado pela primeira vez em 2010, na Sala do Coro, do Teatro Castro Alves, “Namíbia Não” conta a história de dois primos que vivem em um apartamento e em meio às discussões sobre as relações humanas no Brasil, se protegem de uma Medida Provisória ambiciosa.
SERVIÇO:
O QUE: Leitura virtual da obra “Namíbia Não”
QUANDO: 29 de maio, a partir das 19 horas
ONDE:
- Facebook da Sepromi (clique aqui)
- YouTube - Melanina Acentuada (clique aqui)
- Instagram dos atores - Aldri Anunciação, Fabrício Boliveira, Gideon Rosa, Márcia Limma e Thiago Almasy.
No ar desde julho na faixa das 19h da TV Globo, "Bom Sucesso" é sucesso de crítica pelo texto dos autores Rosane Svartman e Paulo Halm. A novela faz na TV uma ode à literatura clássica por meio do encontro entre dois apaixonados por literatura: a costureira Paloma da Silva, vivida por Grazi Massafera, e o editor Alberto Prado Monteiro, vivido por Antônio Fagundes.
Fato é que, para além da boa avaliação perante a crítica e o público, o folhetim alcançou outro feito: um levantamento feito pela plataforma de comércio eletrônico Zoom indica que o aumento nas buscas por títulos citados na novela chega a 15%.
A pesquisa foi feita pela empresa a pedido do portal Extra, do Grupo Globo. A ideia era prestar uma homenagem ao Dia Nacional do Livro, celebrado nessa terça-feira (29).
O resultado mostrou ainda que o campeão de alta nas buscas foi "O Mágico de Oz", de L. Frank Baum, que foi uma das primeiras obras a aparecer, geralmente em cenas de Alberto com a neta Sofia (Valentina Vieira).
Protagonista da novela, Fagundes comemorou a notícia. "É maravilhoso. Isso prova a força que a televisão aberta tem. Ao contrário do que alguns gostam de dizer, que ela não é mais relevante. E a novela está falando de literatura para as pessoas", destaca o ator. Ele conta que, diante da repercussão da trama, a emissora criou também um podcast, o "Clube da Leitura por Antônio Fagundes". No programa, disponível nas plataformas de áudio, o ator faz indicações de literatura.
Autores da novela, Rosane e Halm também comentaram o fato. Para ela, esse efeito é justamente a "ambição" ou o "sonho" dos dois ao escrever esse texto.
A dupla ressalta que os livros citados buscam dialogar com o momento vivido pelas personagens, além de ajudar a compreender a essência de cada um deles. "Marcos é Peter Pan, Nana revive com seu pai o drama de "A bela e a fera", Alberto tem como seu companheiro inseparável o personagem Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes. Além dos livros, também citamos poemas, trechos de músicas, filmes... Isso é uma coisa que fazemos desde 'Malhação'", lembra o autor.
Ele e Rosane já atuaram como parceiros em outras produções como “Totalmente Demais”, novela protagonizada por Marina Ruy Barbosa, Felipe Simas e Fábio Assunção. A trama foi ainda indicada ao Emmy Awards 2018.
Tradição no calendário de eventos literários do Brasil, a nona edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) acontece desta quinta-feira (24) a domingo (27), no Claustro do Convento do Carmo, no município do Recôncavo baiano. Neste ano, as principais novidades do evento gratuito ficam por conta de mesas exclusivamente dedicadas à literatura de cordel, aos quadrinhos e às produções com temática LGBT+.
Pela primeira vez à frente da curadoria das mesas, a professora Kátia Borges reconhece que esses eram pleitos antigos do público do evento e ressalta a abertura desse espaço dentro da programação com mais de 50 atrações.
"A gente está com mesas que são pioneiras, são inéditas na Flica. Tem uma mesa sobre quadrinhos, com Marcelo D'Salette, Hugo Canuto, uma novidade interessantíssima pra quem é fã de quadrinho. A gente também tem uma mesa de cordel, que é dedicada a toda a população do Recôncavo, uma reivindicação antiga, e uma das principais mesas é com Bráulio Bessa", destaca a curadora.
Poeta e cordelista que ganhou maior projeção nacional com sua participação no "Encontro com Fátima Bernardes", nas manhãs de sexta, Bessa se junta ao autor baiano Antônio Barreto na mesa "Pra cada canto que eu olho, vejo um verso se bulindo". O bate-papo com os dois será na manhã de sábado (26), com mediação de Maviael Melo.
Já D'Salette e Canuto se apresentam um pouco mais tarde, às 17h, na mesa "Quer que desenhe? Perspectivas negras nos quadrinhos".
Além deles, outros nomes de destaque na programação são Lilia Moritz Schwarcz, Antonio Brasileiro, Lande Onawale, Thalita Rebouças e a autora portuguesa Maria do Rosário Pedreira.
Como a programação é diversa e a festa não possui um tema central, Katia frisa que “há nomes que se impõem” no momento de pensar a programação. Como exemplo, ela cita o soteropolitano Itamar Vieira Júnior, vencedor do prêmio LeYa e finalista do Prêmio Jabuti 2018. Ele e Marcelo Maluf vão participar da segunda mesa, "Cartografias da subalternidade; a construção do lugar do outro", às 19h de quinta.
Ainda assim, a curadora explica que há um "nexo curatorial" que permite trazer coesão para todos os espaços do evento. "Cada curador faz um recorte. Graças a Deus, a gente tem uma literatura contemporânea imensa, com vários autores, gêneros e tal, mas nós buscamos trazer um pouco de reflexão em relação a um fazer literário e em relação a novas vertentes. É uma diversidade não só na temática que está presente, mas também há diversidade de autores", defende.
O discurso de Kátia está alinhado ao da "booktuber" e também curadora Barbara Sá. A jovem de 24 anos está à frente da Geração Flica, espaço que será inaugurado nesta nova edição, na Casa do Iphan de Cachoeira. Nele, a ideia é abordar assuntos diretamente ligados à literatura juvenil.
A curadora Barbara Sá | Foto: Wellyson Gomes
“Eu tive como norte a ideia de apresentar literatura em várias vertentes, então eu queria autores que trabalhassem seus livros de formas diferentes, com adaptações, livros sobre internet e mergulhar nesses aspectos diferentes da literatura baiana”, conta Barbara.
Como sua própria base literária foi formada no meio digital e ela hoje trabalha no Youtube, a curadora destaca que a busca pelos autores ocorreu, principalmente, na internet. Para ela, é preciso mostrar a esses leitores que eles têm um canal acessível para compartilhar suas experiências de leitura. O resultado disso foi a escolha de nomes como o escritor e compositor baiano Edgard Abbehusen, que participa da mesa "Literatura de Instagram, arte ou brincadeira?", e do escritor Matheus Rocha.
A programação da Geração Flica, que termina mais cedo, no sábado (26), tem ainda nomes como Pam Gonçalves, na mesa "Lives: novos modelos de criação", Clara Alves, para defender que "Video-game é coisa de menina", e de novo Thalita Rebouças, que aqui vai falar sobre as adaptações de seus livros na mesa "Oi, mãe, meu livro foi parar no cinema".
FLICA PARA BAIXINHOS
Presente desde 2013, a Fliquinha tem espaço garantido na Festa Literária. Como nas edições anteriores, a programação especial para crianças ocorre no Cine-Teatro Cachoeirano, também de quinta a sábado.
Nesta sétima edição, serão 16 autores, entre nomes locais e nacionais, que vão participar de rodas de conversa e oficinas de escritas. Além disso, diversas atrações integram a grade, cujo conceito para a escolha dos participantes visa atender às multilinguagens.
Foto: Camila Souza /GOVBA
"Se observar a programação da Fliquinha, ela tem os autores locais aqui da Bahia e também autores nacionais. A gente tem apresentações artísticas, várias expressões, como teatro, cinema, mas sempre permeia a literatura. Além disso, a gente tem sempre a representatividade da nossa herança tanto indígena quanto afrobrasileira porque é nossa formação, está no nosso DNA, principalmente aqui no Recôncavo e em Salvador, que tem tanta influência africana", ressalta Mira Silva, curadora da Fliquinha ao lado de Lilia Gramacho.
Ela explica que as duas, juntas, todo ano cumprem a missão de levar nomes que possam contribuir para o processo de formação de leitores.
Viabilizada por meio do edital Fazcultura, do governo do estado, a Flica é inteiramente gratuita. Além das mesas literárias, a festa conta ainda com apresentações musicais, de dança e oficinas. Confira no site a programação completa (veja aqui).
O Museu de Arte da Bahia (MAB) recebe neste sábado (26), um debate sobre o livro "O Ministério da Felicidade Absoluta", da escritora indiana Arundhati Roy, às 14h30. O encontro faz parte da edição de janeiro do Clube de Leitura: Leia Mulheres.
O MAB conta também com exposições como "A Pintura", no Acervo do Museu. A Mostra é uma síntese das principais tendências e gêneros pictóricos da pintura na Bahia do século XVIII ao XX. A outra exposição que está no local é "O Olhar de Voltaire Fraga sobre a Bahia" e trata sobre as feiras e festas populares do estado. Essas obras podem ser visitadas até o dia 24 de fevereiro
SERVIÇO
O QUÊ: Leia Mulheres- Clube de Leitura
QUANDO: Sábado, 26 de janeiro, às 14h30
ONDE: Museu de Arte da Bahia, Corredor da Vitória
VALOR: Gratuito
O QUÊ: Mostras “Pintura no Acervo do MAB” e “O Olhar de Voltaire Fraga sobre a Bahia”
QUANDO: Sábado, 26 de janeiro até 24 de fevereiro, das 14h às 18h
ONDE: Museu de Arte da Bahia, Corredor da Vitória
VALOR: Gratuito
Duas localidades de Arembepe, em Camaçari, receberam o projeto “Livres Livros”. A iniciativa, que iniciou na última sexta-feira (13), está presente nas Praças Salustiano Santiago de Souza (Amendoeiras) e na Tia Deja (Coqueiros). O projeto tem como foco o incentivo à leitura com a atividade de troca e doação de livros. As minibibliotecas, construídas em formato de casinhas, foram instaladas ao ar livre.
O projeto, idealizado por Raíssa Martins, conta com apoio da Cetrel e recebeu da Secretaria de Cultura (Secult), responsável pela iniciativa em âmbito municipal, o nome de “Vamos Ler Camaçari”. Jucilene Oliveira, uma das facilitadoras da ação, conta que é importante transformar a opinião das pessoas, para que elas criem o hábito de ler: “Sabemos que esse é um trabalho de formiguinha, mas aos poucos vamos mudar a visão de muitos sobre a importância da leitura. Nesse primeiro momento, a aceitação do público foi bastante positiva”.
O elenco de “Game of Thrones” ficou emocionado durante a leitura do roteiro dos episódios finais de sua oitava e última temporada. "Ninguém do elenco recebeu os roteiros com antecedência, e um a um eles começaram a desabar quando descobriram suas mortes", revelou a vice-presidente sênior da HBO, Francesca Orsi, ao The Hollywood Reporter, após participar de uma coletiva em Jerusalém. "No fim, após as últimas palavras do roteiro final, as lágrimas caíram. Então, os aplausos duraram 15 minutos", acrescentou, descrevendo a leitura do roteiro como "muito emocionante e poderosa". A última temporada da série vai ao ar em 2019, ainda sem data confirmada.
Se tem uma coisa a ser melhorada, para Átilla, é explorar a diversidade de editoras, com produções de fora do centro comercial. "Faltou mais diversidade em termos de livros a serem vendidos, tem alguns livros interessantes, mas acho que poderiam ter outras editoras parceiras, que aumentassem as possibilidades", explica o estudante. Ele acrescenta que vai a eventos como a Flica a fim de conhecer novos títulos e autores, mas a livraria principal não lhe apresentou essas opções.
Zulmevalda e o neto na livraria | Foto: Ailma Teixeira / Bahia Notícias
Pela primeira vez na Flica, a estudante de Psicologia Rafaela Marques e a operadora de telemarketing Tamires Oliveira lamentam não ter podido conferir os quatro dias da festa. "Já conhecia por nome e as pessoas comentavam muito, eu estou adorando", afirma Rafaela, que foi conferir a última mesa com o grupo de poetas de Cachoeira. Tamires, que admitiu adorar a cidade, garante que as duas vão voltar no ano que vem. "Se possível, todos os dias", ressalta.
Realizada há quatro edições dentro da Flica, a Fliquinha é considerada parte essencial da festa. A programação, que supera em tamanho a mesa principal, é centrada no Cine Theatro Cachoeirano e conta com mais de 20 atrações ao longo dos quatro dias. Nos dois primeiros, a Fliquinha recebeu nomes como Roseana Murray e Carlinhos Brown e, até domingo (16), mais representantes da literatura infantil devem participar. “A gente pensa em trazer uma programação sempre diversa, usando a literatura nas múltiplas linguagens. Nossa grade esse ano tem cinema, teatro, contação de histórias, tem vários autores, tanto locais quanto nacionais, porque a nossa intenção é que as crianças comecem a ler, mas de uma forma prazerosa”, explica Mira Silva, curadora do evento infantil.
Presença confirmada na festa, as crianças vão acompanhadas de pais ou professores. Diante do interesse das escolas em levar os alunos ao evento, neste ano, os organizadores promoveram uma sessão com os educadores para apresentar a programação previamente e atrair mais visitas. “A gente foi adquirindo esse hábito na cidade. No primeiro ano [2013], a gente não teve tantas escolas, mas o evento foi ganhando sucesso, proporção. As escolas foram abraçando o evento e, hoje, a gente tem grandes números. Então, nesse ano, a gente provocou isso com um encontro antecipado para apresentar a grade e convidá-los a participar do evento”, defende Mira. A proposta deu certo. Pela primeira vez, todos os alunos do Colégio Teresa de Lisieux, sediado na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu, a uns 30 km de Cachoeira, puderam conferir a Festa Literária. De acordo com o professor de Matemática, Everaldo Brandão, que acompanhava os alunos do 6º e 7º anos, isso representa uma média de 700 alunos. “Significa poder trabalhar interdisciplinaridade. Não só pra sair dessa rotina de sala de aula, mas é uma viagem de campo que os meninos adoram, um momento de estar vivenciando a cultura regional com a riqueza cultural de Cachoeira e também um momento de descontração que eles participam”, afirma Brandão, que esteve no evento com alguns dos alunos nas edições anteriores.
Conhecedora antiga da Flica, a estudante Gabriela Santos, de 11 anos, define o evento como um "momento único" no ano para celebrar e difundir a leitura. “Essa é a primeira vez que a turma toda veio, aí a gente está aprendendo tanta coisa nova, conhecendo novos autores. Já comprei dois livros”, conta a estudante, animada ao mostrar seus novos títulos de Ana Maria Machado e Gilson Caetano de Sousa. Com os demais estudantes e outros públicos, o Cine Theatro Cachoeirano deverá receber cerca de cinco mil pessoas até o fim da festa.
Jailma, por outro lado, contribuiu com um paralelo sobre a importância da obra da homenageada - que começou a escrever já depois dos 40 anos - para a produção literária feminina no Brasil. "A Zélia nos leva a pensar as condições de escrita e de leitura para as mulheres, ainda nos tempos atuais. Muita coisa mudou, mas ela ainda nos leva a pensar, por exemplo, políticas públicas pra que a mulher se torne escritora, pra que a mulher tenha acesso a livros de escritores e de escritoras", analisa Jailma, que é professora de Letras no campus de Alagoinhas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A professora ressalta que sem esse apoio, esse incentivo público, as autoras precisam ser as principais divulgadoras de suas obras, já que muitas não conseguem chegar às livrarias. "Você não encontra os textos nos arquivos, nas prateleiras, nas bibliotecas e aí, novamente eu pergunto, cadê as políticas públicas?", questiona. A professora entende que Zélia, enquanto dona de casa, é um exemplo para que tantas mulheres na mesma situação possam começar a ler, a escrever e se expressar também através da literatura.
Neta de Zélia Gattai, Maria João Amado compôs a mesa | Foto: Ailma Teixeira / Bahia Notícias
Com a participação do jornalista Xico Sá, o escritor e roteirista Reinaldo Moraes e o escritor baiano Márcio Matos, o primeiro dia vai abordar questões de gênero, tendo como tema "Essa moça tá diferente: Garotos podres encontram mulheres empoderadas". O debate terá início às 18h, com mediação pela jornalista Danutta Rodrigues.
A programação para as crianças acontece no sábado, a partir das 9h30, com brincadeiras, conversas, oficinas e apresentação do grupo Pé de Moleca. Às 10h, Antonio Cícero e Lívia Natália discutem sobre cultura pop na mesa "Entre devaneio sublime e desvario pop". Às 15h, Márcia Tiburi e Antonio Prata conversam sobre "A fogueira digital das polêmicas midiáticas" e, para encerrar o dia, às 18h, o jornalista e escritor Edney Silvestre se une à romancista baiana Állex Leilla na mesa "A resistência da escrita".
SERVIÇO:
O quê: Flica na Caixa Cultural
Quem: Xico Sá, Reinaldo Moraes, Márcio Matos, Antonio Cícero, Lívia Natália, Márcia Tiburi, Antonio Prata, Edney Silvestre, Állex Leilla
Quando: 08 de julho, das 18h às 21h e 09 de julho, das 9h30 às 21h
Onde: Caixa Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador (BA)
Valor: Entrada franca
Entre outras questões, os autores discutiram sobre o contato com os leitores através das mídias sociais e a interferência dessa relação em seus processos criativos. Autodeclarado como um homem sensível, Duvivier admitiu que evita a interação a fim de fugir dos discursos de ódio proferidos em seus perfis e criticou a habitual disposição do “espaço do leitor” nos portais de notícia, que geralmente colocam a crítica ou crônica do autor próxima aos comentários dos leitores. “O lugar do leitor não é o mesmo que do escritor”, pontuou, defendendo que essa aproximação prejudica a leitura. Contrária à tese do amigo, a atriz e diretora Maria usou como exemplo o livro que Carlos Drummond de Andrade escreveu apenas com as críticas negativas do poema “No Meio do Caminho”. Certo de que a reação do público influencia o autor, Sá afirma que muitas frases, brincadeiras são usadas para despertar determinado tipo de reação no leitor . “O livro é a principal vítima desses tempos modernos”, ressalta o jornalista, destacando ainda a concorrência com os aplicativos móveis.
Estreante no gênero com a crônica autobiográfica “38 e meio”, Maria contou que escrever sempre foi sua forma de se colocar no mundo. “O livro é resultado da minha terapia, onde eu fui pegando as situações que vivi e deixando melhor do que foram”, resumiu, bem-humorada. Com o sucesso da primeira publicação, a autora já planeja o lançamento de seu segundo livro “40 cartas e um e-mail que eu nunca mandei”, pela editora Planeta. Já o diretor Duvivier, que chega à sua carta publicação com “Percatempos: Tudo que eu faço quando não sei o que fazer” define o livro como uma “série de achados, na maioria inúteis, do dia a dia”. O livro, que reúne pequenos textos e ilustrações, foi escrito em um período de ócio quando o diretor perdeu seu celular e decidiu experimentar a vida sem o aparelho móvel por um tempo. O jornalista Xico Sá, mais experiente no ramo literário entre os três, conclui uma trilogia iniciada ainda em 2003 com “Os Machos Dançaram”. Para o autor, esse terceiro livro reflete o avanço da sua escrita com o passar dos anos. “É uma autodenúncia do machista que eu fui, mas eu estou melhorando”, analisa. De Salvador, o projeto segue para Recife, Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Focado no regionalismo, Rosa explica que apesar de explorar a produção literária baiana, o festival ambiciona crescer a níveis das Festas Literárias Internacionais de Cachoeira (Flica) e de Paraty (Flip). “É justamente a questão de trabalhar essa relação entre literatura, educação e turismo porque a gente também tem no festival um atrativo turístico”, pontua o vice-presidente. Além das mesas e palestras, o evento vai contar com saraus “líteromusicais” a céu aberto na Praça Castro Alves. Atrações locais deverão se apresentar para o público de Ilhéus e cidades circunvizinhas. Confira a programação no site do festival (clique aqui).
I Festival Literário de Ilhéus (Flios)
Datas: 28 a 30/04
Local: Sede da Academia de Ilhéus
Entrada: Gratuita
Data: 09/10
A ideia de lançar um método Kumon de leitura começou a ser alinhavada entre os dois ilustradores e consiste em usar suas personagens principais - a Mônica, de Maurício de Sousa, e o Menino Maluquinho, de Ziraldo - em um programa de televisão educativo. "Nós vamos inventar um jeito de usar o sistema online para poder fazer o brasileiro gostar de ler. É um experimento. Temos que juntar os dois caras que lidam com a criança no Brasil há mais tempo. O Maurício já sabe mexer com a televisão e eu vou explorar a competência dele", contou.
Em todos os encontros literários haverá visita guiada ao Museu Náutico do Farol da Barra. Ao todo serão 10 encontros literários abertos ao público. A entrada é franca, e a sala de apresentações comporta 90 crianças de 4 a 10 anos, que ficarão acomodadas em almofadas em formato de livros gigantes. A temporada em Salvador conta com patrocínio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios).
Serviço
O QUÊ: “Lê pra mim”
ONDE: Farol da Barra - Largo do Farol da Barra, s/nº, Barra Salvador.
QUANDO: 4 e 5 de agosto, sábado e domingo, às 16h; de 7 a 10 de agosto, terça a sexta às 11h e às 16h
QUANTO: Gratuito
Informações: Distribuição de 50 senhas com 1h de antecedência. O evento conta com acesso a cadeirantes e interpretação de LIBRAS.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Mário Negromonte Jr
"A PEC da prerrogativa para restabelecer o que foi perdido desde a constituição de 1988 virou a PEC da blindagem e depois a PEC da bandidagem. E isso é uma coisa que dói muito no coração da sociedade. O que deixa meu coração tranquilo é que eu fiz pensando na justiça e na constituição federal".
Disse o deputado federal Mário Negromonte Jr (PP-BA) ao declarar que está arrependido por ter votado a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados.