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A capital baiana possuía 486.192 mil alunos matriculados na educação básica em 2024, considerando a rede pública e privada. Destes, 3,7% das matrículas são da educação especial, ou seja, compõe alunos com necessidades especiais, um total de 17.944. Esses estudantes são compostos por pessoas com deficiência (PCD), seja ela física, intelectual, mental, sensorial ou múltipla, pessoas com transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação. Isso é o que aponta o Painel de Indicadores da Educação Especial, realizada pelo Instituto Rodrigo Mendes.
Entre 2007 e 2024, série histórica dos registros, o número de estudantes da educação especial saltou de 5.229, em quando eles representavam 0,8% do total de alunos, para 17.944, no último ano.
Considerando que 47,3% destes alunos com necessidades especiais estão na rede municipal de ensino, o levantamento destaca, especialmente, um crescimento no número de estudantes frente a um índice de capacitação dos profissionais da educação que não acompanha este crescimento.
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O Bahia Notícias entrou em contato com a Secretaria de Municipal de Educação do Município de Salvador, solicitando uma entrevista com a gestão ou coordenação responsável pela Educação Especial municipal, porém não obteve retorno até o momento desta publicação.
PERFIL DOS ALUNOS
No que diz respeito ao “perfil” dos estudantes da educação especial em Salvador, a maioria dos alunos, cerca de 70,73%, são estudantes masculinos, frente a 29,27% de estudantes mulheres. Na classificação étnica ou racial, os estudantes com necessidades especiais em Salvador são, em sua maioria, pessoas negros de pele parda (57,6%); em seguida são registrados os estudantes negros de pele preta (22%), e de etnia não declarada (10,2%). Por fim, temos os estudantes brancos (9,6%) e amarelos (0,1%). Considerando o cenário da capital baiana, 99,7% dos alunos vivem em localidades urbanas.
Entre os mais de 400 mil estudantes da educação especial, a imensa maioria, cerca de 77,3% estão matriculados na rede pública, sendo quase metade, o equivalente a 47,3% = na rede pública municipal de ensino, ou seja, em escolas de ensinos iniciais e 30% estudam na rede pública estadual, entre o ensino fundamental final e o ensino médio. 22,1% estudam em unidades da rede privada de ensino e apenas 0,6% são estudantes da rede federal.
No que diz respeito às etapas da educação, 31,8% dos estudantes da educação especial registrados pelo Painel estão nos anos iniciais do ensino fundamental, entre do 1º ao 5º ano; 30% estão nos finais do ensino fundamental, entre o 6° e 9° ano; 14,4% estão no Ensino Médio e 11,4% estão na pré-escola.
Os estudantes do Ensino de Jovens e Adultos, o EJA, se destacam, com 7,1% das matrículas, seguidos pelos alunos matriculados em creches, 4,3%. Apenas 0,9% das matrículas da educação especial correspondem a 0,9%.
O perfil das matrículas também ajuda a compreender a faixa etária dos estudantes. Conforme o estudo, 67,7% dos estudantes da educação especial em Salvador possuem até 14 anos. Em seguida, aparecem os alunos entre 15 e 17, totalizando 17,3% dos estudantes e os estudantes de 18 a 24, com 11,2% dos registros de matrícula. Uma minoria de 1,3% possuem entre 25 a 29 anos, 0,7% possuem entre 30 e 24 anos e, por fim, 1,9% tem mais de 35 anos.
O levantamento do Instituto Rodrigo Mendes categoriza ainda os tipos de deficiência dos alunos da educação especial na capital baiana. Assim, 44,1% dos alunos, quase a metade, possui algum tipo de deficiência intelectual e outros 38,8% apresentam diagnóstico de autismo, em diferentes espectros e níveis de apoio. Em seguida, a deficiência física, em que alguma limitação motora é apresentada, é registrada por 6,2% dos estudantes; 3,9% indicaram baixa visão; 3,1% possuem deficiência múltipla, ou seja, mais de um tipo de deficiência.
Entre as minorias estão os alunos com deficiência auditiva, com 1,7% dos registros; altas habilidades ou superdotação, com 1,2% das matrículas ativas; sudez, com 0,7% dos alunos e cegueira, com 0,3%. Nenhum estudante registrou surdocegueira em Salvador.

Gráfico elaborado por Eduarda Pinto/Bahia Notícias
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
A pesquisa revela ainda o cenário docente na educação especial soteropolitana. Atualmente, Salvador possui 21.861 professores nas redes pública e privada, sendo que 21.555 são professores regentes, ou seja, aqueles responsáveis por uma turma ou disciplina, planejamento e ministração das aulas.
No que diz respeito a capacitação profissional continuada para a Educação Especial, apenas 3,1% de todos os professores regentes baianos possuíam formação continuada sobre Educação Especial. O índice é consideravelmente menor que o registrado no cenário estadual, que registrou 5% dos professores com a capacitação devida. No entanto, quando observados os últimos 12 anos da série histórica, o índice aumentou em relação a 2012, quando 2,0% dos 20.988 professores de Salvador possuíam capacitação.
Neste levantamento, os índices de formação continuada entre os professores é obtido a partir do “número de professores do Atendimento Educacional Especializado que possuem formação continuada com no mínimo 80 horas específicas para Educação Especial”. Nesse contexto, apenas 3,1% de todos os professores regentes baianos possuíam formação continuada sobre Educação Especial. O índice é consideravelmente menor que o registrado no cenário estadual, que registrou 5% dos professores com a capacitação devida.
No entanto, quando observados os últimos 12 anos da série histórica, o índice aumentou em relação a 2012, quando 2,0% dos 20.988 professores de Salvador possuíam capacitação.
Em entrevista ao Bahia Notícias, a professora e pesquisadora Sheila Quadros Uzêda, especialista em Educação Especial vinculada a da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) explica como funciona a formação continuada em Educação Especial.
“A Educação Especial é uma modalidade transversal de ensino que tem um público específico: os estudantes com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades/superdotação. O nome da especialização varia, pois cada instituição adota uma nnomenclatura diferente, podendo existir cursos denominados ‘Especialização em Atendimento Educacional Especializado’; ‘Especialização em Educação Inclusiva’ ou ‘Especialização em Educação Especial’”, delimita.
Para a especialista, apesar da nomenclatura, uma capacitação continuada “deve englobar em seu currículo, componentes que discutam as estratégias e práticas pedagógicas voltadas a esse público, incluindo temáticas como Acessibilidade, Tecnologia Assistiva e Desenho Universal”. Segundo ela, especializações como Psicopedagogia e Neuropsicologia não necessariamente contemplam essas questões e “daí a importância dos profissionais que vão assumir o Atendimento Educacional Especializado terem a especialização na área”.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE), por sua vez, configura um sistema que permite um melhor desenvolvimento aos alunos com necessidades especiais, garantindo o aprendizado contínuo após a sala de aula convencional.
Segundo o Ministério da Educação, o AEE tem “como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos”. “As atividades visam ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioafetivas, psicomotoras, comunicacionais, linguísticas, identitárias e culturais dos estudantes, considerando suas singularidades”, diz a nota técnica do MEC.
Sheila destaca que a “inclusão requer a garantia de acesso, mas também as condições necessárias para a permanência, a participação efetiva e a aprendizagem dos estudantes". "A formação continuada é muito importante, já que a formação inicial não é suficiente para abarcar a complexidade da área e as singularidades do público da Educação Especial. A tarefa de educar requer constante aperfeiçoamento e a formação em serviço é extremamente importante”.
REFLEXOS NO ENSINO
A pesquisa do Painel de Indicadores da Educação Especial indicam ainda que 38,9% dos estudantes da educação especial em Salvador estão matriculados no AEE. Na capital baiana, 99,6% dos alunos da educação especial estão em classes regulares, evitando a segregação entre alunos com ou sem necessidades especiais. Os outros 0,4% estão em classes especiais, justamente por receberam educação formal em Centros de Inclusão.
A PNEEPEI institui que a educação especial é preferencialmente inclusiva, ou seja, os alunos com necessidades especiais e sem necessidades especiais devem estar juntos nas classes. Para a professora Sheila Uzêda, esse formato de Educação Especial é um avanço.
“A proposta inclusiva se apoia em princípios e concepções embasados cientificamente e alinhados aos Direitos Humanos e à defesa de uma educação de qualidade para todos. Os modelos educacionais anteriores, que foram a Segregação e a Integração falharam em seus propósitos porque não garantiram independência e autonomia às pessoas com deficiência. A inclusão, por sua vez, requer a garantia de acesso, permanência, participação efetiva e aprendizagem”, contextualiza.
A garantia desse acesso e permanência, no entanto, requer instrumentos de acessibilidade importantes. No caso do AEE, por exemplo, os atendimentos ocorrem, prioritariamente, em salas de recursos multifuncionais (SRM) da própria escola ou em centros de atendimento especializado (CAEE).

Gráfico elaborado por Eduarda Pinto/Bahia Notícias
Com relação à inclusão nas unidades escolares de Salvador, 81,4% das 1.549 escolas de educação básica possuem matrículas da educação especial. Nelas, o item de acessibilidade mais comum é o banheiro PNE, adaptado para pessoas com deficiência, presente em 59,1% das unidades escolares. Em seguida, se destacam os corrimões (51,3%) e as rampas de acesso (46,2%). Vãos livres estão presentes em 33,6% das unidades escolares soteropolitanas.
Entre os itens menos utilizados estão o sinal sonoro (4,8%), elevadores (5,7%) e os sinais tatéis (6,7%). Cerca de 16,7% escolas não possuem nenhum recurso de acessibilidade. Com relação a SRM, apenas 15,6% das escolas possuem uma sala exclusiva para o AEE, frente a 84,4% que não possuem. Quando analisadas apenas as escolas que possuem matrículas de estudantes com necessidades especiais, o índice aumenta ligeiramente para 18,8% das unidades que possuem a sala de recursos multifuncionais (SRM), enquanto 81,2% não possuem.
O levantamento do Painel também analisa a formação dos professores que atuam especificamente com a Educação Especial, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Entre os 21 mil professores da educação especial em Salvador, apenas 527 são professores do AEE. Quando avaliados estes profissionais, 40,6% possuem a devida formação para a educação inclusiva. Apesar do avanço com relação aos professores regentes “comuns”, o contingente de professores capacitados vêm oscilando entre 2012 e 2024. No início da década de 2010, 52,5%, ou seja, mais da metade dos profissionais da docência que atuavam no AEE possuíam a formação continuada. Em 2023, o número também era maior que no ano passado: 48,8% dos professores tinham capacitação em Educação Especial.
A especialista destaca como a formação continuada impacta na educação: “A ausência de uma política sistemática de formação continuada na área de Educação Especial compromete o processo de inclusão, por vários aspectos. Primeiro porque a formação inicial, na maioria dos cursos de licenciatura, só prevê a oferta de um componente curricular na área da Educação Especial, o que é extremamente insuficiente para que o professor tenha conhecimentos básicos para responder às necessidades específicas de cada estudante”. Ao falar sobre os avanços no cenário de inclusão educacional em Salvador e em todo o estado, a professora reflete que, apesar das dificuldades, o sistema atual é mais produtivo.
“O Estado ainda se encontra bem aquém das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) para essa modalidade de ensino e muitas crianças ainda se encontram fora da escola ou sem acesso ao Atendimento Educacional Especializado”, inicia.
Refletindo sobre os números de todo o estado da Bahia, ela diz: “Muitas crianças não acessam as creches por falta de vagas e presenciamos uma realidade bem desafiadora quando se trata da evasão escolar, principalmente no ensino médio. Em cidades do interior e de regiões rurais, a realidade tem sido ainda mais desafiadora para alguns desses estudantes. No entanto, temos incontestáveis experiencias exitosas de inclusão”, expõe a pesquisadora da UFBA.
“Como profissional que atua há mais de 20 anos na área, já acompanhei muitas trajetórias escolares e posso afirmar que a inclusão escolar é um modelo educacional possível, necessário e comprometido com a melhoria da educação para todos. No ensino superior, tenho testemunhado a chegada, cada vez mais frequente, de estudantes com deficiência, autismo e altas habilidades nas universidades, nos cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, o que significa dizer que, apesar das barreiras, a escola comum é o lugar que todas as pessoas devem estar”, conclui.
A Bahia possuía 181.734 matrículas ativas de estudantes da educação especial em 2024. Esses estudantes, pessoas com deficiência (PDC), transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades, representam 5,3% dos mais de 3,4 milhões de estudantes da rede de ensino estadual, pública e privada. Isso é o que apontam os dados do Painel de Indicadores da Educação Especial, realizada pelo Instituto Rodrigo Mendes, e divulgada na última semana.
O levantamento destaca, especialmente, um crescimento no número de estudantes com necessidades especiais nas escolas brasileiras e faz um registro do cenário educacional com base na capacitação dos profissionais de educação.
Segundo o Painel, em 2007, os estudantes da educação especial representavam apenas 0,8% dos estudantes das escolas baianas, com apenas 32.546 matrículas ativas, em meio a mais de 4,3 milhões do total registrado na época. O valor representa um aumento de mais de 4% no índice de alunos e um aumento de mais de 140 mil matrículas em números sólidos.
Por outro lado, uma minoria de 5% de todos os professores regentes da Bahia possuem formação continuada sobre Educação Especial. Entenda o cenário:
PERFIL DOS ALUNOS
No que diz respeito ao “perfil” dos estudantes da educação especial na Bahia, a maioria dos alunos são do sexo masculino, cerca de 67,22%, frente a 32,78% de estudantes femininas. Por cor ou raça, a maioria dos estudantes foi registrada como pessoas negras de pele parda, sendo 58,6% do total, enquanto 17,55 não tiveram a cor ou raça registrada, 11,7% são brancos, e 11,3% foram classificados como negros de pele preta.
Os dados ainda detalham a etapa de ensino dos alunos. A maior parte está no ensino fundamental, sendo 34,7% nos anos iniciais, ou seja, entre do 1º ao 5º ano, e 28,8% nos anos finais, entre o 6° e 9° ano. Desta forma, a imensa maioria destes alunos, cerca de 76,9%, estão matriculados na rede municipal de ensino, que ainda inclui as creches, com 4,5% dos alunos especiais matriculados e as pré-escolas, com 10,3%.
Em seguida, 11,2% dos alunos da educação especial estão matriculados no Enino Médio e outros 10% estão cursando o modelo de Educação de Jovens e Adultos, o EJA. 0,4% estão na educação profissional.
Os dados sobre a etapa escolar ajudam a compreender a faixa etária destes alunos: sete em cada 10, cerca de 69%, possuem até 14 anos; enquanto 16,1% possuem entre 15 e 17; 9,2% tem entre 18 e 24 anos; apenas 1,2% possuem entre 25 e 29 anos. 0,75 possuem entre 30 e 25 anos e 3,8% possuem mais de 35 anos.
O Painel de Indicadores da Educação Especial ainda detalha os tipos de deficiência dos estudantes matriculados na rede de ensino do estado no último ano. Mais da metade dos alunos, 52,5%, possuíam algum nível de deficiência intelectual e 26,3% registraram diagnóstico de autismo. A baixa visão era apresentada por 7,6% e outros tipos de deficiência física, com limitações motoras, são 6,0%, frente a 3,8% dos alunos que possuíam deficiência múltipla, 1,9% com deficiência auditiva, 1% com altas habilidades ou superdotação e 0,6% com surdez. Apenas 0,2% dos alunos apresentavam cegueira e nenhum foi registrado com surdocegueira.

Gráfico elaborado por Eduarda Pinto/Bahia Notícias
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
Em 2024, a Bahia possuía 170.786 mil professores atuantes nas redes de ensino, dentre eles, 167.368 eram professores regentes, ou seja, aqueles responsáveis por uma turma ou disciplina, planejamento e ministração das aulas. No que diz respeito a capacitação profissional, apenas 5% de todos os professores regentes baianos possuíam formação continuada sobre Educação Especial.
Segundo a série histórica apresentada pelo Painel, em 2012, o índice era de apenas 2,0% dos professores capacitados, ou seja, em 13 anos, o avanço foi de apenas 3%.
Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), divulgada pelo Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) em 2007, a formação continuada dos profissionais da educação “possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.”
Segundo a ficha técnica do estudo, os índices de formação continuada entre os professores é obtido a partir do “número de professores do Atendimento Educacional Especializado que possuem formação continuada com no mínimo 80 horas específicas para Educação Especial”.
O levantamento do Instituto Rodrigo Mendes indica ainda a presença de outros profissionais no processo de atendimento especializado aos estudantes baianos. Em 2024, 28 mil profissionais de apoio atuavam no sistema educacional baiano. O número indica que profissional de apoio “cobria” cerca de 26% dos estudantes da educação especial. Entre esses profissionais, 223 eram intérpretes de libras, que atendiam cerca de 24 alunos especiais, cada um.
O Bahia Notícias entrevistou o coordenador de Educação Especial da Secretária de Educação do Estado, Alexandre Fontoura, para compreender de que forma as formação profissional em educação profissional é inserida na rede estadual.
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Professor e Coordenador da Educação Especial da Secretária de Educação do estado da Bahia, Alexandre Fontoura. Foto: Reprodução / Instagram / Colégio Modelo de Jequié
“O que a gente tem feito é fomentar, na rede [estadual], a abertura de salas de recurso [salas de recursos multifuncionais, ou SRM], onde a gente tem exigido a formação específica dos professores que vão atuar, que seja de 360 horas para que a gente tenha a qualidade nesse atendimento dos estudantes”, garante.
Fontoura explica que, por meio de instituições públicas, são oferecidos e divulgados cursos de capacitação e formação continuada para os profissionais da educação. “A gente tem feito cursos de capacitação rápida no próprio Instituto Anísio Teixeira, o IAT, lançamos agora mesmo 1.000 vagas do curso de formação para professores da rede”, destaca.
O coordenador reforça ainda a ampliação estadual dos esforços: “Fora isso, a gente também tem trabalhado com a tecnologia assistiva e também os nossos diálogos territoriais, onde a gente vai com um grupo de professores ou com a coordenação ao redor do estado, para a gente levar essas formações práticas de como elaborar um plano de atendimento educacional especializado, que é o PEI, porque é o professor da sala de aula que faz”, conclui.
REFLEXOS NO ENSINO
O quarto capítulo da Lei 13.146 de 2015 assegura o Direito à Educação para pessoas com deficiência (PCD), legislando sobre a obrigatoriedade da inclusão na educação pública e privada, garantia de acesso e permanência das pessoas com deficiência nas unidades escolares e outras questões. É a partir desta lei, sancionada durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que surge o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Segundo o Ministério da Educação, o AEE tem “como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos”. “As atividades visam ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioafetivas, psicomotoras, comunicacionais, linguísticas, identitárias e culturais dos estudantes, considerando suas singularidades”, diz a nota técnica do MEC.

Gráfico elaborado por Eduarda Pinto/ Bahia Notícias.
A realização dos AEE ocorrem, prioritariamente, em salas de recursos multifuncionais (SRM) da própria escola ou em centros de atendimento especializado (CAEE). Os números indicam que, na Bahia, em 2024, apenas 25,1% das unidades escolares de educação básica possuem salas de recursos multifuncionais, frente a 74,9% que não possuem. O item de acessibilidade mais comum nas escolas baianas é a rampa de acesso, presente em 57,6% de todas as unidades de educação públicas ou privadas. O banheiro PNE, adaptado para pessoas com necessidades especiais, está presente em 54,8% das unidades e o vão livre em 43,4%. Os itens menos incluídos nos espaços escolares, por sua vez, são os sinais sonoros (3,4%), elevador (5%), e sinais táteis (5,3%).
Os dados do levantamento do Instituto Rodrigo Mendes indicam ainda que 45,85% dos estudantes da educação especial na Bahia estão matriculados no AEE. Na Bahia, 99,1% dos alunos da educação especial estão em classes regulares, evitando a segregação entre alunos com ou sem necessidades especiais. Os outros 0,9% estão em classes especiais, justamente por receberam educação formal em Centros de Inclusão.
A PNEEPEI institui que a educação especial é preferencialmente inclusiva, ou seja, os alunos com necessidades especiais e sem necessidades especiais devem estar juntos nas classes. O levantamento do Painel também analisa a formação dos professores que atuam especificamente com a Educação Especial, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Conforme os dados, dentre os mais de 160 mil professores regentes da Bahia, 5.144 atuavam no AEE em 2024. No caso destes profissionais, 37% possuem formação continuada sobre Educação Especial, índice que diminuiu entre 2012 e 2024. No início da década de 2010, 41% dos pouco mais de 1.600 profissionais do AEE possuíam a formação continuada.
Alexandre Fontoura comentou sobre os números da formação continuada e seus reflexos na educação baiana. Considerando entre os professores regentes “gerais” a formação foi realizada por apenas 5% da categoria e entre os professores do AEE, menos da metade possuem a especialização necessária, o coordenador indicou uma “falta de interesse dos profissionais”.
“Além disso [da divulgação e oferecimento dos cursos], nós levamos padrões de organização e de adaptação curricular, acomodação e flexibilização [aos profissionais], mas obviamente como é uma pasta que é uma lacuna social, essa lacuna também se estende para dentro da escola. Então por mais que a gente fomente, também há um desejo do professor de fazer essa formação, que às vezes a gente não vê na prática. Muitos vêm ou porque tem um filho [com necessidades especiais] ou porque se identifica com a causa, mas ainda não há um número muito grande de professores que tenham empatia com essa pauta”, afirma o gestor.
A versão do representante da SEC vai ao encontro do entendimento da professora e pesquisadora Sheila Quadros Uzêda, especialista em Educação Especial e docente adjunta da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Não entendo como falta de interesse. Temos alguns cenários possíveis que explicariam essa situação”, disse a professora, que cita:
“Como a infraestrutura precária de algumas escolas e falta de recursos para aquisição de materiais de trabalho, visto que muitas Salas de Recurso Multifuncionais não dispõem de mobiliário adequado; responsabilização do professor especialista pelo êxito do processo inclusivo, o que é injusto, já que a inclusão requer colaboração e consiste num trabalho coletivo que envolve diversos atores”, contextualiza a docente.
Sheila destaca que “existem muitos professores em busca de formação, mas a falta de sistematização da oferta de cursos de especialização na área, faz com que alguns docentes busquem formação continuada por conta própria”. Para a especialista, muitos profissionais deixam de realizar as capacitações devido à falta de recursos e sistematização da oferta de formações por parte dos poderes públicos.
“Outro cenário que acontece é que, muitas vezes, a formação que o estado ou município oferecem não responde às demandas e aos anseios dos professores. Existe uma prática muito recorrente, que é a contratação de consultorias privadas para dar formação aos professores, e as pesquisas apontam a insatisfação dos docentes em relação à formação recebida, pois, via de regra, são cursos que não articulam teoria e prática, não discutem os problemas emergentes e atuais”, destaca.
Ao falar sobre os modelos de formação, Fontoura concorda e destaca: “Onde existe o AEE, ele ainda não consegue ser bem aplicado, mesmo a gente pedindo que o professor tenha uma formação específica, porque ainda temos dificuldade na formação dada para o professor que vai trabalhar com a educação especial mesmo com as pós-graduações. São muito conteudistas e não trazem práticas cotidianas que sejam aplicáveis no dia a dia da escola”, afirma.
“Outro detalhe é que a escola ainda não compreendeu que esse atendimento bem estruturado, bem fundamentado e a necessidade desse aluno participar desse atendimento, é crucial para o desenvolvimento de todo o processo de formação desse sujeito dentro do espaço escolar e para além dele, porque o atendimento da educação especializado vai olhar para as barreiras e a individualidade do sujeito para facilitar o professor da sala de aula, que está ali com 35, 40 alunos, a aplicar seu conteúdo e transformar isso em conhecimento para o estudante com e sem deficiência”, delimita o gestão estadual.
Ao falar sobre a importância da formação dos professores, especialmente no AEE, a professora explica que “depois de formados, alguns professores se sentem inseguros para fazerem sozinhos o plano de ensino destes estudantes e para fazer as adaptações pedagógicas”.
“O professor de sala de aula comum precisa de suporte dos profissionais especializados para pensar a acessibilidade curricular, as adequações que precisam ser feitas nas atividades para que o estudante acompanhe o que está sendo trabalhado em sala”, explica. “Daí a importância dos profissionais que vão assumir o Atendimento Educacional Especializado terem a especialização na área.
Segundo a profissional, os esforços das secretarias estaduais e municipais, além do Ministério da Educação, devem ser reforçados nesse sentido: “O poder público deveria ofertar de modo sistemático e periódico programas de formação continuada que acolhesse tanto as demandas do professor da sala de aula que quer aprender como trabalhar com o estudante com deficiência, com autismo ou com altas habilidades, mas também a formação de professores especialistas responsáveis por acompanhar esses alunos no Atendimento Educacional Especializado e dar suporte à equipe escolar”, conclui Sheila.
Alexandre explica que, na prática, essa interlocução é um desafio: “A coisa [o atendimento] precisa ser estruturada para olhar para as barreiras do aluno, então vou dar um exemplo. ‘Meu aluno não fica na sala de aula. Ele não consegue ficar parado, ele não se concentra’, mas quando eu vou nessa escola, o menino está ficando na sala de recurso [durante a aula] e a professora não compreende que o AEE dela precisa ser colaborativo. Ela precisa pegar ele, trazer de volta [para a sala], criar estratégia para que ele fique dentro da sala de aula. Porque essa é a dificuldade dele”, explica.
Professora da Faced, Sheila Uzêda conclui defendendo que é necessário “parear” o número de profissionais especializados na Educação Especial e os professores, garantindo um processo efetivo de educação. “O número de professores especialistas é infinitamente menor do que a demanda existente na rede pública e privada de ensino. Muitas escolas não dispõem da Sala de Recurso Multifuncional, nem da presença do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE), o que sobrecarrega o professor regente, que se sente sozinho e sem suporte. Inclusão requer a garantia de acesso, mas também as condições necessárias para a permanência, a participação efetiva e a aprendizagem dos estudantes.”
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) com inscrições abertas para o Processo Seletivo Especial (PSE) 2025.2 da Unidade Acadêmica de Educação a Distância (Unead). Os interessados têm até esta quinta-feira (03), para garantir uma das 2.296 vagas oferecidas em 12 cursos de graduação na modalidade a distância.
As inscrições devem ser realizadas exclusivamente pela internet, através do site oficial. É fundamental que toda a documentação exigida no certame seja anexada no momento da inscrição.
Segundo o edital de seleção, os candidatos podem concorrer a vagas nos seguintes cursos:
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Tecnológicos: Gestão Ambiental, Gestão Comercial – Ênfase em Afro-empreendedorismo e Gestão de Turismo.
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Licenciaturas: Ciências da Computação, Educação Física, Educação Inclusiva, Geografia, História, Letras – Inglês, Letras – Português, Matemática e Pedagogia.
Vale lembrar que mesmo no processo seletivo, a Uneb defende no edital um forte compromisso com a inclusão e a diversidade, reservando 40% das vagas para candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos). Além disso, há uma oferta de sobrevagas em proporções específicas para outros grupos:
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5% para candidatos indígenas;
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5% para candidatos quilombolas;
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5% para candidatos ciganos;
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5% para candidatos com deficiência, transtorno do espectro autista ou altas habilidades/superdotação;
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5% para candidatos travestis, homens trans, mulheres trans e pessoas não binárias.
Para serem elegíveis às vagas reservadas, os candidatos devem cumprir os seguintes critérios: ter cursado integralmente o 2º ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio em escola pública, possuir renda familiar bruta mensal de até quatro salários mínimos e não ter diploma de graduação.
A seleção será conduzida em duas etapas: primeiramente, a análise e classificação dos candidatos, seguida pela verificação da documentação enviada. O resultado final foi divulgado em 5 de agosto, no mesmo site de inscrição do processo seletivo.
O PSE utiliza como critério de seleção o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ou o histórico escolar do Ensino Médio, permitindo o ingresso em cursos de graduação nas modalidades presencial e a distância da Uneb.
O Parque de Exposições Teopompo de Almeida está recebendo para o Arraiá da Conquista 2025, que ocorrerá a partir da próxima sexta-feira (20) até 24 de junho. Anunciado como o São João da história de Vitória da Conquista, o evento trará novidades como um piso especial na pista, um espaço destinado a crianças e pessoas com deficiência, além de ônibus gratuito partindo do Espaço Cultural Glauber Rocha, na Zona Oeste, até o Parque de Exposições.
A prefeitura anuncia que vai oferecer conforto e segurança, o evento terá entrada gratuita e apresentará grandes nomes da música nacional e local, como João Gomes, Mastruz com Leite e Edigar Mão Branca. A meta é em receber 40 mil pessoas por noite, visa consolidar a festa entre as maiores da Bahia.
Imagem dos preparativos na cidade | Foto: Divulgação
A prefeita Sheila Lemos (União) visitou as instalações nesta segunda-feira (16) para acompanhar a organização e destacou as inovações.
“Uma grande novidade será o Arraiá da Inclusão, um espaço especial, com mirante de frente para o palco, para crianças com autismo e PcD. E para quem estiver próximo ao Centro Cultural Glauber Rocha, teremos ônibus gratuito saindo e voltando durante toda a festa, a partir das 18h”, informa a prefeita.
E A ESTRUTURA?
Em nota, a prefeitura de Conquista anunciou que serão “200 toneladas de equipamentos para toda a estrutura do parque, que, além do palco principal, contará com uma Vila Junina com venda de comidas típicas e um palco próprio”.
O local também terá uma feira de artesanato com empreendedores da Economia Solidária e uma área com brinquedos para crianças. O palco principal, de 18m x 12m, terá painéis temáticos e cenografia, além de um sistema de sonorização e iluminação de ponta.
Imagem de São João com bandeirinhas em Conquista | Foto: Divulgação
Com uma pista de dança terá o piso Easyfloor, projetado para oferecer mais segurança e conforto. Serão disponibilizados mais de 80 banheiros femininos equipados com vaso sanitário, além de banheiros químicos para homens.
Para Alecxandre Magno, assessor cultural, a expectativa de todos para um evento que visa inaugurar uma forte tradição junina em Vitória da Conquista.
"É a reta final, a contagem regressiva. A gente fica ansioso para que todo o planejamento seja bem executado, mas tudo está caminhando muito bem. Temos certeza que este ano, Vitória da Conquista será exemplo de como fazer um São João, uma festa tão marcante na nossa região”, alega o assessor.
Vale lembrar as temperaturas mínimas para Vitória da Conquista, conhecida como a capital do sudoeste baiana, a estimativa é na casa dos 13?°C.
Foram confirmados 69 pontos para comercialização de bebidas e alimentos, entre barracas, carrinhos e foodtrucks/trailers. A Vila Junina, com suas casinhas de barro e taipa, abrigará associações que venderão comidas típicas para arrecadar fundos.
- Confira a programação:
20 de junho (sexta-feira)
-
Marquinhos Café
-
Erlan Forrozão
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Heitor Costa
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Geraldo Cardoso
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João Gomes
21 de junho (sábado)
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Ito Moreno
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Trio da Huana
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Mastruz com Leite
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Lauana Prado
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Liv Moraes
22 de junho (domingo)
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Rege de Anagé
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Kart Love
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Rony Barbosa
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Forró Temperado
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Tiago Aquino
23 de junho (segunda-feira)
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Jobim Araújo
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Jô Almeida
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Túlio Milionário
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Larissa Gomes
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Marcinho Sensação
24 de junho (terça-feira)
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Beijo Apimentado
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Robertinha
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Mestrinho
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Kevy Jonny
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Mão Branca
Os festejos juninos já tiveram início na Praça Nove de Novembro, no Centro da cidade, que recebe atrações locais até o dia 18 de junho. Além disso, nos dias 23 e 24 de junho, todos os 11 distritos da zona rural também contarão com apresentações para garantir o tradicional arrasta-pé.
O professor Reginaldo Silva Araújo, do Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos, em Seabra, está entre os finalistas do Prêmio Cidadania Digital em Ação. A premiação, que valoriza iniciativas inovadoras de educação para o uso seguro e consciente da internet, terá seu resultado divulgado no Dia da Internet Segura, em São Paulo.
Reginaldo, que leciona para alunos do 2º e 3º ano do ensino médio, desenvolveu diversas atividades com foco em bem-estar online, combate ao racismo, inclusão de pessoas com deficiência, uso seguro da inteligência artificial e educação midiática.
“Eu cheguei ao caderno de aulas a partir da indicação de minha coordenadora pedagógica, por meio do material da Secretaria de Educação estadual. Nele há a indicação dessa disciplina eletiva. Assim que encontrei, vi que a metodologia, as dinâmicas e as ferramentas poderiam trazer ótimos resultados na sala de aula”, explica Reginaldo Araújo.
Mesmo com acesso limitado à internet na escola, o professor criou o projeto "Café das Origens", que promove o resgate e a valorização das ancestralidades negras e indígenas dos estudantes. Uma aluna chegou a ser premiada em um concurso de redação a partir das atividades desenvolvidas em sala de aula.
A iniciativa do professor Reginaldo o destaca como um educador engajado com a promoção da cidadania digital e capaz de transformar a vida de seus alunos.
Após gerar grande repercussão negativa com uma declaração considerada desrespeitosa sobre autismo, TDAH e dislexia, a Prefeitura de Jacobina divulgou uma nota oficial se retratando. Na última sexta-feira (09), a secretária de Educação da cidade havia classificado essas condições como “modismos” em um programa de rádio local.
Em nota, a administração municipal afirmou que a intenção da secretária era alertar sobre a necessidade de uma abordagem responsável e cuidadosa na educação inclusiva, sem generalizações ou estigmas.
A prefeitura reconheceu o erro na fala da secretária e pediu desculpas, mas alega que pode ter sido mal interpretada e causou dor e desconforto às famílias de crianças com essas condições.
A prefeitura reforçou também seu compromisso com a educação inclusiva e destacou que cada criança é única e merece as condições adequadas para aprender e se desenvolver.
Leia a nota na íntegra:
A Prefeitura de Jacobina e a Secretaria de Educação reconhecem que, durante a entrevista concedida pela Secretária de Educação à Rádio Jacobina FM, no dia 9 de janeiro, suas palavras sobre transtornos como TDAH, dislexia e autismo podem ter sido mal interpretadas, especialmente após a divulgação de trechos fora de contexto.
Queremos, antes de tudo, nos dirigir diretamente às famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições semelhantes. Sabemos o quanto essa realidade exige dedicação, amor e esforço, e jamais minimizaríamos ou desrespeitaríamos os desafios enfrentados por essas famílias. Se a fala gerou qualquer tipo de dor ou desconforto, pedimos sinceras desculpas.
A intenção da Secretária foi alertar sobre a necessidade de uma abordagem responsável, cuidadosa, sem segmentações, banalizações ou classificações precipitadas que possam estigmatizar os alunos. Evitando assim que assuntos tão importantes sejam tratados como "campanhas" ou de forma momentânea.
Reforçamos que o objetivo central de sua mensagem é o fortalecimento da educação inclusiva, que busca oferecer suporte personalizado e respeitoso a todas as crianças, considerando suas singularidades.
Reiteramos nosso compromisso com uma educação que acolha, respeite e celebre as diferenças. Para nós, cada criança é única e merece as condições adequadas para crescer, aprender e prosperar. Estamos à disposição para ouvir as famílias, aprender com elas e continuar a construir um sistema educacional mais inclusivo e transformador.
Prefeitura de Jacobina
Reconhecido nacionalmente por projetos que envolvem causas sociais, o Bahia está concorrendo ao prêmio de time mais inclusivo do Brasil, em eleição organizada pela Conferência Nacional de Futebol (CONAFUT).
O Tricolor chegou à última etapa da premiação e agora disputa com o Sport e o Vasco. O vencedor será conhecido nos dias 22 e 23 de junho, quando ocorre o evento, em São Paulo.
Válida pelos feitos realizados nos anos de 2022, a votação conta com a participação popular, que corresponde a 10% do júri, composto ainda por participantes da edição (20%) e especialistas (70%).
Diante da gravidade dos fatos que aconteceram nas últimas semanas e, em especial, neste final de semana com o atacante @vinijr apresentamos a fundamental categoria de prêmio que reconhecerá o MELHOR TRABALHO DE #DIVERSIDADE E #INCLUSÃO de 2022.
— CONAFUT (@conafut) May 22, 2023
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“Desde que fiquei deficiente, venho lutando para ter um lugar ao sol e ser reconhecido pela sociedade e pelo poder público. Tivemos muitos avanços até hoje, mas ainda precisamos de mais, para sermos respeitados como cidadãos”.
Foram essas palavras, do ativista pela inclusão de pessoas com deficiência Bruno Ribeiro, que antecederam a assinatura do Protocolo de Intenções pela Inclusão PCD, que foi lançado nesta quinta-feira(8), durante a programação da Semana da Defensoria 2023, no Centro de Convenções, em Salvador.
O documento traça diretrizes estratégicas para a inclusão, como a garantia de vagas para pessoas com deficiência; a realização de cursos e capacitações em conteúdos pró-inclusão; a criação de um canal de denúncias de violações de direitos desse público, entre outros. Também incentiva a atuação extrajudicial da Defensoria na fiscalização dos objetivos e planos estaduais e municipais que versem sobre a implementação dos direitos PCD.
“É um prazer enorme ter esse reconhecimento da Defensoria Pública, tornando a pessoa com deficiência visível. A gente tem vivido dias difíceis, eu tô no movimento desde 1979, vivemos essas décadas de luta com poucas conquistas. Mas este é um presente da Defensoria, que no estado é quem nos defende na nossa dificuldade”, destacou o presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Reinaldo Ferreira Maia.
O Protocolo de Intenções PCD foi assinado em conjunto pela DP-BA, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza de Salvador, Associação de Defensoras e Defensores Públicos do Estado da Bahia (Adep-BA) e Conselho Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Lançamento da Campanha pela Inclusão
A assinatura do termo foi parte do lançamento, na Bahia, da campanha nacional “Defensoria Pública em Ação pela Inclusão: Defensoras e Defensores Públicos na Luta pelos Direitos das Pessoas com Deficiência”, da Anadep, em parceria com a Adep-BA. Este foi o primeiro protocolo de intenções para pessoas com deficiência no âmbito da Defensoria assinado no Brasil.
“Nós aderimos integralmente à campanha, pois sabemos o quanto era importante abordar este tema com tantas defensoras e defensores presentes no evento da Defensoria. É uma demonstração da intenção que nós temos de aprofundarmos a inclusão e chegarmos a todas as comarcas com uma Defensoria de todos e todas”,comentou a defensora-geral Firmiane Venâncio.
Além da defensora geral e da presidente da Adep, Tereza Almeida, participaram do lançamento da campanha: o superintendente de Direitos da Pessoa com Deficiência, Alexandre Baroni; o secretário municipal da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza de Salvador (Sempre), Júnior Magalhães; a diretora de políticas públicas PCD da Sempre Daiane Pina; o presidente do Conselho Estadual de PCD, Reinaldo Maia; e o ativista social Bruno Ribeiro; a defensora pública com atuação na área de Direito das Pessoas com Deficiência, Cláudia Ferraz, e a defensora pública ativista da causa PCD Melisa Florina Teixeira.
O projeto Gingas Plurais terá uma programação intensa com rodas de diálogos, oficinas e apresentações artísticas neste fim de semana. A programação, que será totalmente online devido à pandemia, será transmitida ao vivo nas plataformas do YouTube, Instagram e Facebook do projeto. Para acompanhar as atividades não é necessária inscrição prévia.
A iniciativa busca a valorização da capoeira como arte, o combate de práticas machistas e a promoção de reflexões sobre a presença ou ausência de mulheres e pessoas LGBTQIA+.
A programação teve início nesta sexta-feira (5), com a intervenção artística de Alana Oliveira e a realização da primeira roda de diálogo do projeto, que teve como tema “Mulher na roda não é para enfeitar: resgate da história de mulheres na Capoeira” e contou com a preseça das convidadas Jéssica Dias, graduanda de Serviço Social pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), trancista, manicure e integrante do Grupo de Capoeira Angola Mourão (GCAM); e Aurelice Bispo, estudante de História e mestra de capoeira, conhecida como Mestra Dandara.
A roda de diálogo teve a tradução para libras e a mediação ficará por conta da poeta Vanessa Coelho, que é slammer, atriz, educadora popular e integrante do Grupo Artístico Coletivo Zeferinas e do Grupo de Capoeira Angola Mourão.
No sábado (6), a programação terá início logo cedo, às 9h30, com oficinas e outras atividades. Às 13h será realizada a roda de diálogo “Eu, tu, nós, todos: o direito de ser e estar na roda”, que terá como convidados a multi-artista baiana Rool Cerqueira, e o professor de capoeira Anderson Gavião, formado pelo Grupo Internacional Oficina da Capoeira.
O terceiro e último diálogo do Gingas Plurais será às 17h, com o tema "Lutando juntxs contra a violência na roda de Capoeira". A discussão trará a importância de identificar, refletir e coibir práticas de violência nas suas mais variadas formas nas rodas de capoeira. Estarão presentes a artista Aline Gomes, que é professora de teatro e amante da capoeira Angola, e Lygia Fuentes, capoeirista do Grupo de Capoeira Angola Mourão e educadora social na Educação Infantil. A mediação é de Mel Cordeiro. O encerramento acontece às 19h, com uma roda de capoeira e samba.
Reflexões
Uma das produtoras do evento, Mariana dos Santos, contou que cada pauta abordada no Gingas Plurais busca provocar reflexões diversas nos espectadores. "Todas as rodas de diálogo vêm com temas questionadores. Alguns historiadores dizem que só haviam mulheres nas rodas de capoeira na metade ou no final do século XX. Porém, conseguimos provar que haviam outras mulheres presentes na capoeira Angola – os mestres antigos contavam sobre elas. Uma das analogias que faremos é com o filme Madame Satã, uma travesti que defendia sua comunidade através da capoeira", afirmou.
Estão abertas, até o dia 30 de junho, as inscrições para o Prêmio Capoeira Viva Salvador. Realizado pela da Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio do Edital 003/2017, a premiação visa fomentar e apoiar ações de fortalecimento e valorização da Capoeira realizadas na capital baiana. A iniciativa contempla mestres, contramestres, professores, instrutores, pesquisadores e praticantes da Capoeira, além de representantes de grupos culturais de Capoeira não formalizados, que sejam domiciliados ou sediados em Salvador há pelo menos dois anos. Serão selecionadas nove propostas, em três diferentes áreas: Identidade e Memória, Intercâmbio e Formação; e Inclusão e Cidadania; com prioridade para as propostas que promovam ocupação criativa de espaços não convencionais para atividades culturais, como praças públicas, parques e ruas. Os prêmios variam de R$ 30 mil e R$ 15 mil. Os interessados podem se inscrever pela internet (clique aqui).
Veja os Oompa Loompas no filme de 2005:
Com poucas palavras e mais foco no visual, as sessões buscam a inclusão social com o apoio de áudio descrição e intérprete de libras. As duas sessões de sexta, às 10h e às 15h, serão exclusivas para escolas e instituições públicas pré-agendadas. “A companhia é composta de pessoas com diversas funções e histórias, então a gente permeia entre várias áreas, dentre elas a educação. No ano anterior, eu trabalhei como arte-educador no Festival do Teatro Brasileiro e a inspiração vem muito daí e da nossa vontade de relacionar educação ao trabalho”, defende Moita. Já no sábado, as sessões de 16h e 18h são abertas ao público, com ingressos a R$ 10 e R$ 5. Com direção de Talita Neves, o projeto é apoiado pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura e pelo Ministério da Cultura.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo".
Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.