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Moradores de Feira de Santana comemoraram nesta segunda-feira (4) o Dia de Santa Bárbara, para os católicos, ou Iansã, para os candomblecistas. As homenagens começaram no início da manhã, com uma missa na Igreja Senhor dos Passos. Em seguida, fiéis, em vermelho e branco, saíram em procissão por ruas do centro, até o Centro de Abastecimento.
Ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o pároco da igreja, padre Júlio Santa Bárbara, que presidiu a celebração, contou que a história da santa é carregada de perseverança e coragem em defesa da fé, uma vez que sofreu perseguição. “Uma grande mártir da nossa igreja, viveu num período difícil, professou a sua fé em um tempo que não se professava assim abertamente. O seu pai não queria que ela assumisse essa fé, que ela se batizasse”, contou.

Foto: Paulo José / Acorda Cidade
Já o diácono Gilberto, que também participou da missa, abordou o sincretismo religioso em referência ao Orixá Iansã. “O sincretismo foi trazido para o Brasil no Império, já que os nossos irmãos africanos não podiam cultuar seus deuses, então alguns santos católicos foram incorporados aos deuses, ela, por exemplo, foi uma das grandes divindades Motumbá, depois Iansã que representa essa divindade, essa mulher que representa o trovão, as dificuldades dos seres humanos, ela defende as dificuldades dos seres humanos, também na África e aqui”, afirmou.

Foto: Paulo José / Acorda Cidade
Padroeira dos bombeiros e dos profissionais que lidam com o fogo, Santa Bárbara também é protetora dos trabalhadores do Centro de Abastecimento da cidade. As celebrações à santa continuam durante o dia, com o tradicional caruru, além de samba de roda e lavagem com banho de cheiro no Centro.
A culinária francesa, considerada uma das mais famosas do mundo, é conhecida por suas massas de pães, brioches e croissants. Em Paris, uma cozinheira dedica seu tempo a outro tipo de massa. Uma feita de feijão fradinho descascado, velha conhecida dos baianos. A baiana Mariele Góes tem feito na cozinha da sua casa o acarajé como conhecemos na Bahia. Os clientes, em sua maioria, são estrangeiros curiosos em provar a iguaria e brasileiros com saudade de casa. “Quando a gente mora fora sozinho nós percebemos como sentimos falta de certas coisas, como a comida”, diz a cozinheira, que produz cerca de 70 acarajés por vez, para venda direta, encomenda ou para degustação na sua residência.

Mariele Góes segunrando um acarajé | Foto: Reprodução / Facebook
Conta a lenda africana que o acarajé foi um presente de Iansã para as mulheres que precisavam prover o próprio sustento. Mariele começou a cozinhar a iguaria sem acreditar muito que seria capaz de faze-la. “Eu achava que acarajé era impossível de se fazer em casa”. A baiana descobriu que estava equivocada, fez um restaurante improvisado em casa e hoje explica o que é alimento e a lenda que o envolve para quem prova. “Se Iansã não quisesse que eu vendesse acarajé, já teria dado errado. Já que estou fazendo, eu faço certo”, conta a baiana que respeita todos os rituais e a receita que envolvem a massa. “Uma vez me perguntaram o motivo de eu não botar coentro na massa do acarajé. ‘Rapaz, aí você se entende com Iansã’, foi o que respondi”, completa Mariele, que se preocupa em fazer até o famoso molhinho de pimenta que acompanha a comida exatamente igual ao dos tabuleiros.
Para produzir acarajés na França, a cozinheira precisa de pelo menos 3 dias. O primeiro deles é apenas para a compra dos ingredientes nos bairros da capital francesa. De um lado para outro em Paris com as sacolas na mão, a baiana vai até lojas chinesas atrás da pimenta e do camarão. Vai a lojas africanas para comprar o dendê e ao bairro indiano para achar o feijão fradinho. “Dei uma sorte danada que encontrei uma loja que vende o feijão sem casca”, revela a cozinheira que já teve de descascar o feijão fradinho grão por grão para fazer a receita. Com um ingrediente vindo de cada lugar do mundo, a massa do acarajé francês fica miscigenado que nem nossa gente. Talvez essa semelhança é o que garante que a execução de Mariele seja bem avaliada. “Já me falaram que o acarajé que faço aqui é melhor que os que têm no Rio de Janeiro. Não sou baiana [de acarajé], mas nasci em Salvador. Não podia ser diferente”, conta a cozinheira rindo.

O acarajé francês | Foto: Reprodução / Facebook
Mariele nem sempre foi cozinheira. Antes de ir para a França estudar alta culinária, a baiana era jornalista e trabalhava na revista Veja - antes, ela também foi repórter do Bahia Notícias. “No final das contas as profissões são parecidas com o ritmo corrido, com a pressão e a adrenalina”, conta Góes, que está no país estrangeiro há 1 ano e fazendo acarajés há 4 meses. O custo grande dos cursos e algumas decepções fizeram ela desistir da alta culinária e ressignificar a gastronomia trabalhando em casa. O plano da cozinheira é de expandir a produção de acarajés, porém, hoje, a cozinha do apartamento comporta uma produção de 70 unidades por vez. Cada bolinho é vendido por Mariele por 8 euros. “O preço é menor que um lanche no MCDonald's e vem com bastante camarão e vatapá”. Além do acarajé, a cozinheira também prepara opções de sobremesa como um pudim de Tapioca vendido a 10 euros. Quem procura o acarajé na França precisa correr. Facilmente o quitute se esgota. “As pessoas já se articulam e encomendam o acarajé com antecedência”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Washington Quaquá
"O Bope só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido".
Disse o prefeito de Maricá (RJ) e um dos vice-presidentes do Partido dos Trabalhadores (PT), Washington Quaquá (PT) ao defender a megaoperação que matou mais de 130 pessoas no Rio de Janeiro. A declaração do político ocorreu no seminário da sigla sobre segurança pública no RJ.