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O Ambulatório Municipal de HTLV no Multicentro Carlos Gomes, celebrou um ano de implantação do serviço de saúde em Salvador e dos 170 pacientes atendidos e vinculados ao serviço prestado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O HTLV é um retrovírus da mesma família do HIV, que infecta células importantes para a defesa do organismo.
No ambulatório são oferecidos atendimento multiprofissional com infectologista, assistente social, nutricionista, psicólogo, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A lista também engloba serviços de exames laboratoriais, atividades de educação em saúde e encaminhamento referenciado para especialistas, garantindo a integralidade do cuidado na própria unidade de saúde.
“Hoje comemoramos um ano de prestação desse serviço tão essencial no cuidado da saúde das pessoas que vivem com HTLV em Salvador, pois garante um acolhimento integral, reunindo o suporte essencial para suprir as necessidades que a condição clínica do paciente requer. O equipamento tem equipe qualificada para assegurar uma assistência resoluta e humanizada”, destacou a vice-prefeita e secretária da SMS, Ana Paula Matos.
Apesar de ser conhecido desde 1980, hoje em dia o vírus continua representando um grande desafio para a ciência. A infecção pelo HTLV está relacionada ao contato com sangue ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada, e dentre as principais formas de transmissão está a chamada ‘transmissão vertical’, que acontece quando a mãe infectada transmite o vírus para o bebê, seja na hora do parto ou no aleitamento; a relação sexual desprotegida, o que faz do HTLV uma infecção sexualmente transmissível; e o uso compartilhado de seringas, agulhas, alicates de unha ou outros utensílios perfurocortantes.
“Na capital baiana, o aleitamento materno tem sido a principal via de transmissão dos casos notificados, ocorrendo em 18% a 30% dos lactentes amamentados por pessoas que vivem com HTLV. Por isso a importância de intensificar a testagem no pré-natal e em caso de diagnóstico positivo, encaminhar ao serviço especializado para seguimento e compartilhamento do cuidado, bem como orientar sobre a amamentação”, declara a coordenadora da Atenção Especializada de Salvador, Flora Oliveira.
ACESSO AO SERVIÇO
O ambulatório especializado atende os pacientes com suspeita do agravo, que são encaminhados pelas unidades básicas da rede municipal. Na unidade é possível fazer o exame confirmatório e dar início ao tratamento, por demanda espontânea. O paciente necessita apenas apresentar a ficha de referência que recebe na unidade básica e os documentos de identificação, que são cartão SUS de Salvador e identidade.
No primeiro momento, o assistido passa por uma triagem com a equipe de Enfermagem e, logo depois, já é iniciado o tratamento indicado. Dispõe-se de uma equipe multidisciplinar para o acolhimento integral desses pacientes.
Usuários dos Serviços de Atendimento Especializado (SAE) de Salvador reclamam da baixa resolutividade das unidades ambulatoriais, que são voltadas à atenção integral às pessoas vivendo com HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) do município. A problemática, causada pela falta de profissionais suficientes para o atendimento, alegam os usuários, tem prejudicado o acolhimento de pacientes e a devida imunização de uma parcela do público-alvo contra o vírus da varíola dos macacos (Mpox).
A situação não é bem uma novidade e já perdura por pelo menos três anos. Em dezembro do ano passado, no Dia Internacional de Luta Contra a AIDS, ativistas promoveram pela segunda vez um ato pedindo a contratação de médicos infectologistas e clínicos pela gestão municipal. Na época, dois dos três equipamentos especializados administrados pela prefeitura da capital baiana - o SAE Marymar Novaes (Dendezeiros) e o SAE São Francisco (Nazaré) - enfrentavam problemas relacionados a oferta de profissionais.
Naquela ocasião, atendendo a solicitação dos manifestantes, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desempenhou uma médica que atuava na rede pública do município para o Marymar Novaes, mas, de acordo com membros do Comitê especial de crise de articulação para tratar dos problemas relacionados à resposta ao HIV/Aids, HTLV e outras ISTs em Salvador, a oferta ainda é insuficiente, uma vez que somente nesta unidade de saúde, cerca de 2 mil pessoas são acolhidas.
Segundo a instância organizada, que é formada por membros de instituições ligadas ao campo, 5 mil pacientes são acompanhados pela rede de atenção. O acompanhamento especializado contínuo é primordial para o tratamento efetivo. Relatos de pessoas que procuram os SAEs dão conta, dentre outras situações, de irregularidades na marcação de consultas - chegando a ultrapasar limite indicado de seis meses -, a baixa adesão de pacientes a campanhas de vacinação voltadas para imunossuprimidos e o não monitoramento de taxas de imunidade (CD4 e CD8).
Ao todo, sete chamamentos públicos para contratação de médicos foram realizados pela administração soteropolitana desde 2021. Todos eles, entretanto, não resultaram na adição de colaboradores no quadro da SMS. Para tentar resolver a situação, os integrantes do comitê especial lançaram uma petição online a fim de coletar assinaturas e requisitar, mais uma vez, o lançamento de um novo certame e a busca de soluções para questões, inclusive do ponto de vista estrutural das unidades.
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Saúde ressaltou a disponibilização de uma infectologista o SAE Marymar Novaes, além da oferta de um clínico, atuando de forma conjunta. Em nota enviada na última sexta-feira (7), o órgão informou que "o processo de chamamento para contratação de mais profissionais, entre os demais esforços realizados pela pasta junto a representações das categorias médicas". Embora questionada, a pasta não esclareceu quais medidas estão sendo tomadas acerca do SAE São Francisco.
Outro ponto de crítica e abordado pelo comunicado enviado ao Bahia Notícias foi acerca da imunização contra o vírus da varíola dos macacos (Mpox). Conforme disse a SMS, equipes estão realizando busca ativa dos usuários que se encaixam no perfil preconizado pelo Ministério da Saúde a fim de acelerar a aplicação das doses. "Vale destacar que a maior parte do público elegível não faz tratamento para o vírus, uma vez que é necessário possuir os linfócitos TCD4 baixo, ou seja, ainda não fazem o acompanhamento na Rede, ou estão em fase inicial do acompanhamento, ou ainda, em abandono do tratamento, por exemplo", pontuou o texto.
A SMS argumentou ainda que foram firmadas parcerias com ONGs que atuam na causa para ajudar a identificar e a acessar os pacientes, assim como a área técnica responsável está em discussão sobre a identificação e inserção do público com carga viral elegível, dentro do parâmetro estabelecido pelo MS, sem a necessidade de indicação médica obrigatória, bastando apenas apresentar os resultados desses exames.
"Vale reforçar que a gestão mobiliza todos os esforços para oferecer uma assistência integral e qualificada para as pessoas soroconvertidas que utilizam os serviços municipais, prestando o devido acolhimento e atenção, além de promover uma série de atividades e ações de caráter preventivo ao HIV-Aids", finalizou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.