Artigos
O Império das Leis: por que a Democracia não é só a vontade da maioria
Multimídia
João Cláudio Bacelar defende permanência da Câmara na Praça Thomé de Souza
Entrevistas
Diretor do FIDA/ONU no Brasil reforça parcerias na Bahia para geração de emprego e renda no campo
historiador
Uma nova descoberta arqueológica significativa foi feita em Tucano, no nordeste do interior baiano. No mês passado, gravuras rupestres foram encontradas em paredes rochosas de uma região pouco habitada. Nesta semana, na manhã do último dia 15, o mesmo historiador encontrou pinturas rupestres em uma fazenda nas proximidades, sendo a segunda descoberta arquelógica marcante do município.
A nova descoberta ocorreu na Fazenda Caldeirão, localizada a 21 km da cidade principal do município de Tucano. A região é ampla e rochosa, em meio a uma paisagem deslumbrante. O historiador André Carvalho, mestre em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), fez a primeira descoberta por acaso, encontrando as gravuras em uma área de difícil acesso, sugerindo que o local permaneceu inexplorado até o momento.
Em entrevista ao Bahia Notícias, André Carvalho contou que a nova descoberta aconteceu enquanto ele buscava compreender melhor o passado da região. “Fui convidado a explorar o local e, mais uma vez, me deparei com essas incríveis manifestações artísticas. Aí não pode ter medo de Caatinga”, brincou o historiador.
Arte Rupestre registrada em forma de pinturas em parede | Foto: Reprodução / André Carvalho
Em entrevista ao Bahia Notícias, André Carvalho detalhou o processo das descobertas. “Conforme conversamos, o primeiro encontro foi dia 10 de agosto. Saindo para fazer trilha com dois casais de amigos, pude adentrar uma propriedade e ao verificar algumas rochas, notei a existência de gravuras. Dois arqueólogos amigos me confirmaram que se tratavam de gravuras rupestres”, contou Carvalho.
A equipe do Bahia Notícias questionou sobre como foi o processo da descoberta em encontrar mais achados importantes da arqueologia baiana, ele não poupou detalhes do entusiasmo. Após essa primeira descoberta, Carvalho encontrou outro proprietário de terras na mesma região de Marizá, o senhor Gilmar Amorim.
“Ele me sinalizou a existência de gravuras em sua propriedade. Saímos no domingo [13], eu, Gilmar Amorim e outro parceiro, Naivam, que nos conseguiu um quadriciclo. A região, por ser de difícil acesso, só é alcançável por veículos traçados ou em animal de montaria”, explicou o historiador em entrevista.
Momento da busca historiador pela propriedade da Fazenda Caldeirão | Foto: Reprodução / André Carvalho
“Saímos por volta das 7h da manhã e, ao chegar na propriedade de Gilmar, fomos surpreendidos por um painel na rocha repleto de gravuras. Algumas dezenas com os mesmos símbolos tridígitos da primeira descoberta”, narrou o professor enquanto andava na propriedade local.
Vale destacar que os “tridígitos” são formatos com três marcações que lembram uma pequena pata. Eles são mais comuns e universais no campo da arqueologia, sendo classificados como manifestações de Gravura Rupestre, realizadas com sobreposição de diferentes povos ao redor do mundo, como que explica o professor e arqueólogo Carlos Etchevarne, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Com o apoio da comunidade e dos moradores locais, o historiador seguiu observando a região para entender se poderia haver mais registros arqueológicos nas fazendas e propriedades. Ele relata como foi investigar a região durante um feriado do dia dos professores.
“Eu fui no dia 15, em busca do que agora seriam não mais gravuras, mas pinturas rupestres, na região da Fazenda Caldeirão Grande, propriedade do senhor Nilton. Para chegar ao local, até então desconhecido para mim, busquei um amigo no povoado Pé de Serra, 7 km antes da Fazenda Caldeirão. Meu amigo ressaltou que era uma propriedade onde havia pinturas nas rochas. A moradora que nos atendeu era vizinha, já ciente do que se tratava, apontando para um conhecimento local do que, para nós, seria uma grande descoberta”, narra o professor.
Caminho até encontrar o paredão com pinturas rupestres | Foto: Reprodução / André Carvalho
Ao chegarem à propriedade do Sr. Nilton, foram bem recebidos: “O Sr. Nilton nos pediu apenas que aguardássemos enquanto colocava suas botas e nos guiou até o local, uma cachoeira rochosa em granito, que se encontrava seca. Mas, ao chegar ao local, visualizamos claramente as pinturas na pedra. Detalhes que, segundo o arqueólogo Felipe, pertencem à tradição São Francisco na categoria de pinturas e gravuras rupestres”, descreveu Carvalho.
O Bahia Notícias procurou o arqueólogo Felipe Sales, diretor da CRN-Bio Ambiental e Arqueologia e formado na área pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Ele comentou na necessidade de insistência nesse caso, relatando que poderia ser a hora certa para novas descobertas.
“Há um tempo insisto com ele e com outros historiadores da região que essa área tem potencial para sítios de registro rupestre, seja gravura ou pintura. A falta de sítios cadastrados não invalida a possibilidade de existência de sítios. Isso fala muito mais sobre a carência de pesquisadores e o desconhecimento da população. A natureza da rocha, sendo arenítica [rochas de arenito], se deteriora muito mais rápido, mas isso não significa que não haja mais registros a serem descobertos”, explicou Sales.
Durante a entrevista, Sales enfatizou a importância da continuidade das pesquisas. “Como ele encontrou gravuras, disse para 'Procurar mais que encontraria pinturas', e foi exatamente isso que aconteceu. Locais que tem borda de serra, áreas íngremes, paredões de rocha e abrigos de rocha você são propícios para achados rupestres. Tucano agora se junta a outras regiões com registros significativos, como perto do Rio São Francisco e Feira de Santana. É um complexo de sítios de representações rupestres esperando para ser descoberto”, afirmou o arqueólogo.
Atualmente, Carvalho aguarda o processo de preservação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para garantir a manutenção local. “A resposta veio no dia 17. O órgão me encaminhou formulários para preenchimento e início do processo de visita técnica, posterior tombamento e formulação de um plano de trabalho para a conscientização da sociedade”, relata o professor.
Conforme adiantamento do processo, o historiador divulgou ao Bahia Notícias que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-BA) recebeu a solicitação da descoberta e, após 1 mês esperando, o historiador agora dialoga com o órgão estadual para conseguir preservar as descobertas.
“A Ouvidoria Geral do Iphan confirma o recebimento da sua solicitação da recente descoberta de gravuras rupestres na região de Tucano, Bahia'. A Superintendência do Iphan na Bahia (Iphan-BA) solicitou que formalize a demanda para que seja realizada a análise do bem e posterior registro. A partir dessas informações, o Núcleo de Arqueologia poderá elaborar um plano de preservação do bem, considerando a necessidade de visita ao local para cadastro do sítio e/ou adoção das providências cabíveis, bem como estabelecer orientações específicas para os cidadãos e órgãos envolvidos na preservação do bem”, informa o órgão.
A dúvida não parece conseguir parar o historiador local, que agora pesquisa registros antigos na Biblioteca Nacional sobre outras localidades de Tucano, como a 'Pedra Escrivida', próxima ao Povoado de Marizá localizada a 16 km da cidade e da famosa Cachoeira do Inferno, próxima ao município vizinho de Araci.
“Temos em vista a 'Pedra Escrivida', outra propriedade na região de Marizá. Entramos em contato com o proprietário que nos assegurou também possuir registros. E explorar a Cachoeira do Inferno. Local turístico onde registros do dicionário geográfico apontam para outras gravuras rupestres. Pretendo seguir fazendo essa investigação”, confirma o historiador.
A nova descoberta continua representando um marco significativo para a história e cultura local, sublinhando a riqueza do patrimônio arqueológico ainda por ser explorado na região. Quando a equipe de reportagem do Bahia Notícias questionou o historiador, o mesmo declarou: “Os próximos passos são mapear outros locais”, concluiu o professor André Carvalho.
Confira o vídeo da descoberta:
TESOURO ARQUEOLÓGICO ???? Após descoberta de gravuras, historiador encontra pinturas rupestres em Tucano
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) October 21, 2024
Confira ? pic.twitter.com/QJEkvqfflt
Paredes rochosas silenciosas, testemunhas de um passado ressonante. Essa é uma descrição da trilha na localidade conhecida como Mariza, em Tucano, no nordeste baiano, onde o historiador André Carvalho encontrou um tesouro arqueológico no dia 10 de agosto. Ele fez a descoberta de um conjunto de gravuras rupestres que promete revelar novos aspectos das civilizações antigas que habitaram a área.
O autor da descoberta é André Carvalho, o mesmo historiador e mestre em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). A descoberta das gravuras ocorreu por acaso, em uma área de difícil acesso, sugerindo que o local permaneceu inexplorado até o momento.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o historiador contou que a descoberta ocorreu durante trilhas realizadas para o programa 'Panela de Bairro', juntamente com um casal, para explorar pontos turísticos locais. No começo, André suspeitou de marcas que os turistas fazem na trilha: “Eu andava ali e notei que as pessoas riscam os nomes nas paredes. A gente começou uma brincadeira, começou a dar uma olhada nos riscos das paredes, pedras e rochas. Comentamos que esses nomes poderiam ser gravuras rupestres”.
Na segunda vez que André retornou à trilha sozinho, um evento inesperado levou à descoberta das gravuras. Enquanto andava pela trilha, “Um boi da fazenda próxima pulou a cerca e fugiu, de repente o dono saiu atrás desse boi. Eu entrei na fazenda que o rapaz deixou aberto, tinha um paredão e uma rocha por trás. Quando eu olhei para cima, comecei a ver uns rastros”, relatou André.
As gravuras foram encontradas em uma área de difícil acesso, sugerindo que o local permaneceu inexplorado até o momento. “A localização remota das gravuras pode ter contribuído para sua preservação ao longo dos séculos”, comentou André Carvalho. Após documentar as gravuras com fotografias detalhadas, ele encaminhou as imagens para dois colegas arqueólogos, que confirmaram a autenticidade das obras.
Ele detalhou como percebeu que os sinais não eram recentes: “Comecei a olhar se tinha alguns sinais recentes, procurando vi que não tinha nenhuma letra. E pensei, pera aí, isso não é recente não. Apenas símbolos e riscos, e aí eu fotografei”. André enviou as fotos para nossa equipe do Bahia Notícias.
Imagens dos registros arqueológicos encontrados na região | Foto: Reprodução / André Carvalho
Reconhecendo a importância histórica e cultural da descoberta, André abriu um protocolo junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O objetivo é garantir a preservação das gravuras e viabilizar estudos mais aprofundados”, explicou André. A iniciativa visa proteger o sítio arqueológico e permitir que especialistas analisem o contexto histórico das gravuras.
Nossa equipe solicitou a Carlos Alberto Etchevarne, arqueólogo e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que analisasse as fotografias. Ele é autor da obra premiada “Escrito na Pedra: Cor, Forma e Movimento nos Grafismos Rupestres da Bahia” e confirmou serem gravuras rupestres.
Movimentos de tridígitos, semelhantes a 'garras' registrados no local | Foto: Reprodução/ André Carvalho
Em entrevista ao Bahia Notícias, Etchevarne explicou: “As fotos que enviou são de tridígitos, motivos gráficos muito recorrentes na Bahia e em outras partes do Brasil.” O arqueólogo também ressaltou a importância da descoberta para o local: “Gravuras como essas atraem turismo para a região. A ideia é sempre conversar e instruir os moradores locais sobre como usar esses sítios”.
O historiador André Carvalho defende a necessidade de apoio institucional para a preservação das gravuras: “É preciso que eu consiga um parecer do Iphan. Não sou um pesquisador da área. Busco no Iphan mais informações e um parecer técnico na prefeitura local. Temos que dialogar com órgãos públicos, mas também com a comunidade. Precisamos levar ao proprietário a informação sobre a existência das gravuras para fazer um acordo com ele para a preservação da região. São terras particulares. Trazer as secretarias de Comunicação e Cultura da prefeitura para realizar o andamento. O Iphan pode ser uma ferramenta importante na história”.
No entanto, o Bahia Notícias obteve acesso exclusivo ao protocolo n.º 72020.001903/2024-66, que revelou atrasos no atendimento devido à revisão e adequação técnica da linguagem. A Ouvidoria-Geral do Iphan comunicou a prorrogação do prazo de atendimento para 12/10/2024, destacando a necessidade de uma resposta mais técnica e adequada.
Durante a entrevista, o professor da Ufba enfatizou ainda que há uma carência de recursos e profissionais nos órgãos de preservação. “Porque também é assim, não temos órgãos de preservação, temos dois órgãos de preservação. Iphan nacional e IPAC estadual. Nenhum dos dois tem condições técnicas, de recursos, de profissionais, para segurar a quantidade de sítios arqueológicos da Bahia”, afirmou o professor.
As gravuras rupestres de Tucano têm o potencial de enriquecer o conhecimento sobre as antigas civilizações que habitaram a Bahia. A fazenda com os registros fica a quase 20 km da distância da cidade, e o município tem uma rica história e localização estratégica, sempre foi um ponto de interesse com passagens de grupos como de Antonio conselheiro no fim do século XIX e com o ataque de Lampião em 1930.
Localização do município na esquerda e do local da descoberta na direita | Foto: Reprodução / Google Street View
Vale lembrar que a região é conhecida por sua relevância na rota dos tropeiros e por ser um local de interseção cultural entre diferentes povos ao longo dos séculos. “Essa descoberta não só amplia nossa compreensão sobre os povos que viveram aqui, mas também destaca a importância da preservação do nosso patrimônio cultural,” afirmou André.
Para André, o achado pode atrair turistas interessados em história, beneficiando a economia local e promovendo a cultura da região. Disso, nem o professor Echevarne discorda: “O turismo promove e provoca uma visitação muito importante e muito seletiva, não sendo de massa. É de alguém que se interessa. Acho que é essencial garantir uma boa gestão”.
Imagem de 'Arte Rupestre' descoberta no Morro de Chapéu e das 'Gravuras rupestres' de Tucano | Foto: Divulgação / Júlio Mello de Oliveira
Ao longo de sua carreira, o arquélogo Etchevarne realizou a descoberta e produziu um estudo das expressões gráficas rupestres na Chapada Diamantina, particularmente em Morro do Chapéu, onde identificou sítios pertencentes ao estilo Serra da Capivara da Tradição Nordeste, contribuindo significativamente para a arqueologia brasileira. Para Etchevarne, segundo sua experiência, é essencial ressaltar a importância do envolvimento da comunidade local: “A ideia é sempre conversar e instruir os moradores locais sobre como usar esses sítios para criar movimentação econômica local”.
O autor da descoberta acrescenta que isso pode ser não somente um registro de um passado distante, mas também uma maneira de ensinar sobre a história local: “A gente tem muito potencial. É um distrito turístico que possui águas termais, perfurados nas décadas de 40 e 60 pela Petrobras, encontrando lençóis freáticos que acabaram dinamizando a região. Podemos incrementar o turismo com as pinturas rupestres e as passagens de Lampião. Vislumbro que podemos explorar essa história, construindo um percurso que vai desde as pinturas rupestres até a trilha do cangaço”.
O professor Etchevarne relembra o potencial turístico de ser gerido e destinado sempre com os locais: “Não se pode fazer nada sem convencer os moradores ao redor dos sítios.” Retomando a importância do envolvimento da comunidade local: “Gravuras como essas atraem turismo para a região. A ideia é sempre conversar e instruir os moradores locais sobre como usar esses sítios. Não se pode fazer nada sem convencer os moradores ao redor dos sítios. Nada. Eles definem as prioridades e facilidades de lidar com isso”, conclui o professor.
André Carvalho planejou compartilhar a descoberta com o Bahia Notícias e segue enfatizando a relevância das gravuras para a história regional. “Espero que essa pauta desperte o interesse do público e incentive a preservação do nosso patrimônio histórico”, completou.
A descoberta na fazenda local sugere um novo entendimento sobre a Bahia, evidenciando a necessidade de um trabalho mais aprofundado de pesquisa de campo. A equipe de reportagem do Bahia Notícias contatou o Iphan em relação ao protocolo, mas não obteve resposta.
Confira o vídeo no local da descoberta:
TESOURO ARQUEOLÓGICO ???? Historiador descobre sítio de gravuras rupestres históricas em fazenda no interior da Bahia
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) October 15, 2024
Confira ? pic.twitter.com/pEsnaQLiiP
Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Salvador FM, nesta quinta-feira (20), o secretário municipal de Cultura e Turismo de Salvador, Fábio Mota, anunciou uma nova ação da pasta, voltada para o incentivo do turismo interno na cidade.
“Agora em junho vamos lançar uma série de lives em parceria com a Abave [Associação Brasileira de Agências de Viagens], transmitida para o Brasil inteiro, retratando a cidade de Salvador”, revelou o gestor, segundo o qual, cada edição contará com uma agência de viagem e um historiador, que vão falar sobre um bairro diferente.
Segundo Mota, a ideia é mostrar a cidade para soteropolitanos, baianos e brasileiros, para tentar fortalecer o turismo interno, já que, diante da pandemia, apenas 14 países no mundo aceitam viajantes do país.
O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) recebe, nesta sexta-feira (4), o geólogo, historiador e Mestre em Geologia, Rubens Antonio, numa live para debater sobre os tremores de terra registrados nos últimos dias em mais de 40 cidades do estado (veja aqui). O encontro intitulado "Tremores no chão baiano" acontece a partir das 16h, no canal do IGHB no YouTube.
“Tremores de terra são eventos comuns, significando descarregamento de múltiplas tensões que a crosta sofre. Em algumas regiões, são tão comuns, tão frequentes, que o preocupante é quando não ocorrem. Significa que a crosta, ali, não está conseguindo aliviar tensões”, explica o especialista.
Na avaliação do geólogo, o terremoto que afetou a Bahia, recentemente, foi somente um, de dezenas que ocorreram, nas últimas décadas. “Foi devido a grandes e antigas falhas geológicas, com dois bilhões de anos. Aconteceram e continuarão acontecendo. Apenas temos que nos acostumar e sermos informados cada vez mais rapidamente”, complementa.
SERVIÇO
O QUÊ: "Tremores no chão baiano"
QUANDO: Sexta-feira (4), às 16h
ONDE: Canal do IGHB no YouTube
Morreu, nesta quinta-feira (6), o professor e historiador baiano Jaime Sodré. Vítima de um infarto fulminante em sua casa, no bairro da Federação, Jaime tinha 73 anos e também era conhecido pelo seu trabalho como escritor e designer. A informação foi confirmada ao Bahia Notícias pela família.
Professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), Jaime Sodré era doutor em História da Cultura Negra e possui diversos prêmios nos campos das Artes Plásticas e da Música. Ele ainda fez parte do Conselho Consultivo do Olodum no biênio 1998-2000.
No decorrer da carreira como escritor publicou os livros "Da cor da noite", "Manuel Querino: um herói da raça e classe", "A Influência da Religião Afro-Brasileira na Obra Escultórica do Mestre Didi" e "Da diabolização à divinização: a criação do senso comum".
O professor deixa dois filhos, Ravi Sodré e Jamile. Seu corpo será sepultado nesta sexta-feira (7), às 10h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. O enterro será reservado apenas à família. (Atualizado às 18h43)
Após o cientista político Christian Lynch ser indicado pela presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Letícia Dornelles, na quarta-feira (15), o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, cancelou a nomeação.
De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, Alvim puxou a orelha de Letícia pelas "coisas que ele [Lynch] pensa sobre o governo", visto que o cientista já fez críticas à administração de Jair Bolsonaro, mas no fim chegaram a um consenso. "Ela não sabia. Cancelou a indicação de comum acordo comigo", afirmou o secretário, que tem sido um fiel aliado do presidente para a guinada conservadora. A presidente da instituição chegou a publicar uma foto ao lado de Lynch nas redes sociais para divulgar a nomeação, mas depois apagou.
No Twitter, Roberto Alvim anunciou o recuo. "Christian E. C. Lynch é servidor concursado da Casa de Rui Barbosa desde 2014, o que me impede de dispensá-lo, mas não me impede de manifestar meu absoluto desprezo por suas ideias execráveis sobre Jair Bolsonaro. Já tornei sem efeito sua nomeação para o cargo de confiança na FCRB", escreveu.
Christian E. C. Lynch é servidor concursado da @casaruibarbosa desde 2014, o que me impede de dispensá-lo, mas não me impede de manifestar meu absoluto desprezo por suas ideias execráveis sobre @jairbolsonaro. Já tornei sem efeito sua nomeação para o cargo de confiança na FCRB.
— Roberto Alvim (@RobertoAlvim4) January 15, 2020
Em entrevista à coluna ele explicou que a decisão se deu após ler um artigo publicado em agosto por Christian Lynch, que é especialista em história do pensamento político brasileiro e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no qual ele afirma que Bolsonaro "veio com um ânimo decidido para fincar raízes na política e na sociedade brasileira, explorando o que ela herdou de pior da colonização: o autoritarismo, o gosto pela hierarquia mantida pela violência, a exploração predatória da natureza, a boçalidade intelectual, o sadismo a respeito dos mais fracos etc.".
"Li o artigo. É completamente falacioso. As ideias dele sobre o presidente são execráveis, mentirosas e manipuladoras. E, portanto, ele não pode compor com o nosso governo como parte da equipe de confiança", disse Alvim. Já Lynch rebateu e afirmou que não será nomeado "por ter, aos olhos do secretário, cometido um crime de opinião".
A Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL) ganhou um novo integrante nesta sexta-feira (11): o historiador e professor Arno Wehling. O acadêmico foi eleito no dia 9 de março para o lugar do poeta Ferreira Gullar, que faleceu em dezembro de 2016. Presidente do instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), Wehling é historiador e professor. De acordo com informações da Agência Brasil, além de Ferreira Gullar, os imortais Silva Ramos, Alcântara Machado, o ex-presidente da República Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e Ivan Junqueira já ocuparam a Cadeira 37 da ABL. “Em todos os ocupantes da cadeira, uma unanimidade, a defesa da língua portuguesa como falada no Brasil, com suas características e particularidades. E um traço comum, a esperança dirigida a objetos diversos, conforme os valores e as intenções de cada um, mas sempre esperança”, disse Wehling em seu discurso.
O historiador baiano João José Reis é o vencedor do Prêmio Machado de Assis 2017, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL) a escritores, pelo conjunto de sua obra. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (29), pelo presidente da entidade, Domício Proença Filho. A solenidade de entrega do prêmio será realizada na sede da academia, no Rio de Janeiro, no dia 20 de julho, quando a instituição comemora seus 120 anos de fundação. Referência mundial para o estudo da história e da escravidão no século XIX no Brasil, João José Reis, de 65 anos, tem diversos livros publicados, dentre eles “A morte é uma festa”, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura. Graduado em História pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal), Reis tem mestrado e doutorado pela Universidade de Minnesota (EUA), além de diversos pós-doutorados, que incluem as universidades de Londres, na Inglaterra, e de Stanford, na Califórnia (EUA). O historiador baiano foi ainda professor visitante de universidades americanas, como Princeton e Harvard. Atualmente, é professor titular do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Nikolas Ferreira
"Meu Deus, quanta humilhação. Nada disso será esquecido".
Disse o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao criticar o modo em que o advogado Lucas Brasileiro, preso por envolvimento nos atos do 8 de janeiro de 2023, foi levado algemado em velório de sua avó.