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guerra de canudos
Se imagine tentando salvar Antônio Conselheiro durante a Guerra de Canudos e podendo dar um final diferente para a história baiana/brasileira. É o que promete o estúdio Rogue Snail com o lançamento do jogo de RPG “Hell Clock”, que se passa durante o confronto entre o exército brasileiro e a comunidade liderada por Antônio Conselheiro em Canudos, na região do Sertão do Rio São Francisco da Bahia. A previsão é de que ele seja lançado no 2º semestre de 2025
Com uma vibe dark futurista, o game conta a história do ex-escravo e combatente em Canudos, Pajeú, que, no jogo, é enviado para o Purgatório e terá que líder com demônios e pesadelos para conseguir salvar o seu líder, Antônio Conselheiro.
“Hell Clock transporta você ao coração da Guerra de Canudos, um dos conflitos mais significativos da história do Brasil. Assuma o papel de Pajeú, um ex-escravo com uma missão inabalável de resgatar seu companheiro de guerra, Antônio Conselheiro. À medida que Pajeú navega por essa jornada traiçoeira, uma atmosfera inquietante de suspense e perigo envolve cada passo”, diz a descrição do jogo na Steam.
Curioso é que Pajeú não é totalmente fictício, visto que em Canudos existiu uma pessoa de mesmo nome. Segundo o Museu da República, ele era um combatente negro pernambucano, um ex-soldado que ficou conhecido por planejar táticas de guerrilha nos combates contra o exército na guerra de Canudos.
Segundo o jornalista Bruno Silva, da Omelete, o jogo brasileiro mistura controles de RPGs de ação como Path of Exile e progressão de roguelike. Este ano, o estúdio chegou a lançar uma beta para que os usuários pudessem testar o jogo.
Confira o trailer:
A GUERRA DE CANUDOS
A Guerra de Canudos foi um conflito ocorrido entre 1896 e 1897, em Canudos, um vilarejo fundado por Antônio Conselheiro. Ele era um líder religioso carismático que pregava contra as injustiças sociais, defendia uma sociedade baseada em valores cristãos e criticava a República, recém-estabelecida no Brasil, que via como opressora dos mais pobres.
A comunidade de Canudos cresceu rapidamente, atraindo milhares de sertanejos que fugiram da fome, seca e exploração. Essa mobilização foi vista pelo governo e pelas elites locais como uma ameaça política e social, resultando em sucessivas expedições militares enviadas para exterminar a comunidade.
Após várias derrotas iniciais das tropas governamentais, a última expedição contou com um grande contingente de soldados e armamento pesado, o que levou à destruição total de Canudos e à morte de cerca de 25 mil pessoas. O conflito simboliza a resistência popular contra as desigualdades, mas também a violência e intolerância das elites contra o movimento.
Em 2019, Antonio Conselheiro foi incluído no Livro dos Heróis da República.
O ESTÚDIO
O Rogue Snail é um estúdio de jogos brasileiro fundado em 2013 por Mark Venturelli. Eles também são criadores de Chroma Squad, Relic Hunters Zero, Dungeonland e Star Vikings. Eles também fizeram o lançamento de Relic Hunters Legend, que está disponível no catálogo de jogos da Netflix.
O cineasta Antônio Olavo comandará um debate com tema “Canudos e Antônio Conselheiro: 120 anos de História e Memória”, na próxima quinta-feira (28), às 14h30, no auditório do Arquivo Público da Bahia, situado na Baixa de Quintas, em Salvador. “O que me motivou a realizar projetos sobre Antônio Conselheiro e Canudos é a força, importância do tema. Tinha 28 anos quando comecei, considero uma temática apaixonante, e que na época era um tema desconhecido. Antônio Conselheiro é um ícone do Brasil, que merece muito respeito e destaque na história do país”, avalia Olavo, que já realizou registros fotográficos e o documentário “Paixão e Guerra”, sobre o tema. Atualmente, ele produz “Ave Canudos, os que sobreviveram te saúdam”, projeto audiovisual que irá destacar as trajetórias dos sobreviventes da Guerra de Canudos. Parte da quarta edição do projeto “Com a Palavra o Pesquisador”, o bate-papo é aberto ao público e tem vagas limitadas ao espaço. Para participar, os interessados devem se inscrever pelo e-mail [email protected].
Autor de “Os Sertões”, o escritor Euclides da Cunha (1866-1909), será homenageado na segunda edição da Fligê – Feira Literária de Mucugê, que acontece de 10 a 13 de agosto, na Chapada Diamantina. Como parte das comemorações pelos 120 anos da Guerra de Canudos, o evento terá como tema “Somos paisagens dos sertões em rotas de composições”. Na ocasião, vários pontos da cidade receberão atividades, como debates, encontros literários, concertos líteros musicais, lançamentos de livros, leituras guiadas, contação de estórias, oficinas, intervenções artísticas, filmes e shows, com a participação de autores do circuito nacional. Totalmente gratuita, a programação é voltada para o público adulto, mas também terá um espaço para o encontro do público infantil e comunidade estudantil: a Fligezinha, que permitirá aos participantes, experimentações literárias, além de vivências de leitura inclusiva. O evento tem apoio financeiro do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Estado da Bahia. A programação completa está disponível no site da Flige (clique aqui).
O game, que traz influências do survival "The Flame in the Flood” e do aclamado "The Legend of Zelda", é protagonizado por Cícera, uma garota de 13 anos que vive com seu avô Tião, um ex-vaqueiro idoso. “A ideia é fazer com que o jogador execute missões que uma criança daquela idade poderia explorar e fazer naquele ambiente e contexto”, explica. Dessa forma, Cícera caminha por povoados vizinhos, ajudando o avô através de quests que misturam características de games de ação e sobrevivência. Assim, a exploração dos cenários torna-se essencial para o desenvolvimento da trama e de habilidades específicas e essenciais para a personagem. Em entrevista ao Bahia Notícias, Pereira explica que a versão atual deve passar por mais uma sessão de teste, antes de uma versão Beta ser entregue entre março e abril.
Foto: Reprodução / Facebook
Também formado em História, o Lead Game Designer salienta que seu passado na realização de pesquisas históricas em arquivo colaborou para o viés histórico do projeto. Além disso, também foi importante no desenvolvimento do processo de levantamento de informações sobre o conflito de cunho social e religioso ocorrido no País entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no interior do estado da Bahia. “Antes mesmo de começar, eu já estava pesquisando há dois ou três meses, levantando material bibliográfico, histórias em quadrinhos, documentários, filmes e tudo que tivesse uma ligação não só com Canudos, mas com o sertão”, afirma. Outra figura importante nesse processo é o professor Manuel Neto, um dos maiores especialistas vivos sobre o confronto que catapultou a figura messiânica de Antônio Conselheiro, e que integra o Centro Euclides da Cunha, também na Uneb.
Foto: Reprodução / Tumblr
“Não temos intenção de fazer um documento histórico, mas a gente sabe que daqui a dez ou quinze anos esse jogo pode ser sim uma referência histórica sobre o tema. Assim como nós pesquisamos outros jogos que tem mais precisamente o cangaço e sertão como temática”, destaca. Além disso, a equipe de desenvolvimento realizou uma trilha pelo município de Canudos para captar referências visuais da região, trejeitos, modo de falar do povo sertanejo e observar outros aspectos do cotidiano daquele lugar. “Estamos tentando desenvolver uma perspectiva da leitura de imagens que de certa maneira se distancie dos estereótipos do sertão como um lugar cinza, como um lugar bárbaro e inóspito. Você pode notar que o nosso jogo tem muitas cores”, salienta. Ele destaca a intenção de voltar à região para apresentar uma versão jogável do game para testar com os nativos.Pereira salienta que o “Projeto Sertão”, que deve ganhar um título definitivo em breve, poderá iniciar uma franquia composta por outras três continuações. De acordo com ele, existe a intenção de trabalhar e aprofundar as narrativas do universo do game paralelamente, através de outras mídias, como HQ’s e animações. “A gente quer focar nesse primeiro momento no lançamento da primeira versão, que deve estar saindo no final do primeiro semestre de 2017. E a partir deste lançamento a gente vai focar na parte técnica, no universo ficcional e no modelo de negócio. Fazer com que a gente possa expandir esse universo para mais jogos”, pondera.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Mário Negromonte Jr
"A PEC da prerrogativa para restabelecer o que foi perdido desde a constituição de 1988 virou a PEC da blindagem e depois a PEC da bandidagem. E isso é uma coisa que dói muito no coração da sociedade. O que deixa meu coração tranquilo é que eu fiz pensando na justiça e na constituição federal".
Disse o deputado federal Mário Negromonte Jr (PP-BA) ao declarar que está arrependido por ter votado a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados.