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gabriel galipolo
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse acreditar que o Brasil pode vir a se destacar no cenário internacional caso haja uma escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos. Galípolo deu a declaração nesta terça-feira (22), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Para Galípolo, a diversificação da pauta comercial brasileira e a força do mercado interno são fatores de forte atração para investidores internacionais.
“A diversificação que o Brasil possui em sua pauta comercial, somada a um mercado doméstico relevante, passou a apresentar o país como um local de proteção. Na comparação com seus pares, o Brasil pode se destacar justamente por essa diversidade”, disse o presidente do BC.
A audiência pública desta terça foi convocada pelo presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Na sua fala, Galípolo disse que a guerra comercial atual pode provocar uma desaceleração econômica global mais intensa do que a prevista inicialmente, com efeito sobre os preços de mercado no Brasil e no mundo.
“O que estamos vendo agora é um movimento que pode caminhar para um cenário de aversão ao risco. Se essa guerra tarifária escalar, podemos ter uma desaceleração mais abrupta e mais forte da economia global”, alertou Galípolo.
Sobre a inflação, que se mostra em viés de alta desde o ano passado, o presidente do BC disse que há incômodo dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo fato de a inflação estar acima da meta estipulada. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
“Obviamente, estamos todos no BC incomodados por não estarmos cumprindo a meta”, revelou o dirigente.
Ele salientou que, em relação às altas taxas de juros, sempre é questionado no exterior como é possível o país mostrar um dinamismo tão grande na economia mesmo com a Selic em patamares elevados. “Talvez existam alguns canais entupidos na política monetária, que acabam exigindo doses mais elevadas do remédio, ou seja, juros mais altos, para se obter o mesmo efeito”, afirmou.
Nesse processo de aumento da taxa de juros, Galípolo brincou dizendo que ao Banco Central sobra o papel de ser o “chato da festa” para tentar derrubar a taxa básica de juros.
"Quando a festa está ficando muito aquecida e o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida da festa. Mas também quando o pessoal está querendo ir embora, você fala: ‘Fica, está chegando mais bebida, fiquem tranquilos, vai ter música, podem continuar na festa’. Então você tem esse papel meio chato de ser o cara que está sempre na contramão", disse Galípolo.
Para o presidente do BC, a solução para o recuo na taxa de juros passa por reformas estruturais de longo prazo, muitas delas fora da alçada do Banco Central.
“Não vamos ter uma bala de prata. Vai ser preciso bastante debate com a sociedade”, colocou.
Ainda sobre os desafios estruturais para o funcionamento da política monetária no país, Gabriel Galípolo reforçou que um dos pilares da agenda do Banco Central é a normalização da política monetária, que ainda enfrenta entraves.
“Existe um debate fora do Brasil sobre como a economia brasileira segue dinâmica mesmo com uma taxa de juros restritiva. Isso sugere para nós que os mecanismos da política monetária no país talvez não tenham a mesma fluidez que em outras economias”, explicou.
O Banco Central (BC) pretende entregar uma série de inovações envolvendo a agenda evolutiva do Pix. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (2), pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Dentre as novidades, estão o Pix por aproximação, o Pix parcelado e o Pix como garantia.
Segundo Galípolo, além das novas modalidades em fase de testes, o Banco Central dará seguimento ao processo de segurança do Pix para rastrear os recursos e evitar golpes.
Informações da Agência Brasil, o presidente do BC também afirmou que um dos desafios essenciais da instituição é o da comunicação. Por isso, se comprometeu em ampliar o debate sobre a política monetária e prestar contas das decisões tomadas.
O Banco Central foi criado para organizar e fortalecer o sistema financeiro do país. Ao longo desses 60 anos, enfrentou desafios, como um período de inflação muito elevada, passando de 100% nos anos 1980 para 6.700% pouco antes do Plano Real, que começou a ser implementado em 1990.
Essa realidade demandou soluções de política monetária, como o próprio Plano Real, e de negociação da dívida externa, sem as quais o processo de estabilização da moeda brasileira não teria sido possível. As informações são da Agência Brasil.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mudou sua agenda, após o anúncio da compra do Banco Master pelo BRB, e vai se reunir, nesta segunda-feira (31), com o presidente do comprador, Paulo Henrique Costa. O BC é a instituição responsável para viabilizar compra.
A conversa, não estava inicialmente marcada na agenda de Galípolo, visto que ele ficaria em São Paulo, foi agendada ontem a noite, para as 17:30. Além dos dois citados, também estarão presentes o diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes.
Além desta reunião, também houve uma marcação de um encontro com André Esteves, sócio sênior do BTG, principal interessado na aquisição do Banco Master.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou, nesta quinta-feira (27), que a instituição não recebeu orientações do ministro da Secretaria de Comunicação do Governo, Sidônio Palmeira. A declaração foi dada durante entrevista.
"Sidônio talvez seja um dos ministros mais zelosos com a autonomia do BC. Não consegui nem marcar um café. Sobre a comunicação do BC, não fez nenhuma orientação. A comunicação do BC é autônoma", disse ele.
Sidônio Pereira foi o marqueteiro da campanha do petista e tem orientado diversas sessões do governo.
Gabriel Galípolo, quando questionado se fazia jantares com políticos e artistas, declarou que "nem sempre janta sozinho".
"Quando me reúno com artistas plásticas, eles têm visão política. E espero que, ao longo dos quatro anos, eu não tenha que jantar sozinho".
Na segunda reunião sob o comando do novo presidente, Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (19), de forma unânime, elevar em mais um ponto percentual a taxa básica de juros. A medida já era aguardada pelo mercado financeiro, e agora a Selic passou de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano.
O comunicado do Copom afirma que o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista. O documento é assinado por todos os membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
"O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 14,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", afirmam os membros do Comitê.
"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", diz ainda o comunicado do Banco Central.
A nova elevação na taxa coloca a Selic no maior patamar desde o ano de 2015, durante o governo Dilma Rousseff. Naquele ano, no mês de julho, o BC, presidido por Alexandre Tombini, aumentou a taxa básica de 13,75% para 14,25%, patamar mantido em diversas reuniões subsequentes até começar a cair para 14%, em outubro de 2016, já no governo Michel Temer.
Em julho de 2015, a então presidente Dilma enfrentava forte resistência no Congresso Nacional, com sua avaliação popular minada por uma economia brasileira em forte recessão e com inflação alta. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 3,5%, e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,7%. A combinação de crise econômica e forte queda nas pesquisas ajudou a desencadear o processo de impeachment de Dilma, que se concretizou em 31 de agosto de 2016.
Agora, a taxa Selic chega aos mesmos 14,25% daquele período conturbado da economia e da vida política nacional, mas ao contrário daquele momento, os indicadores econômicos atuais estão longe de indicar um cenário de recessão. O PIB brasileiro cresce desde 2021. Só em 2023 e 2024, a alta foi de 3,2% e 3,4%, respectivamente.
Já a inflação, apesar de ter registrado em fevereiro a maior taxa para o período dos últimos 22 anos (1,31%), apresenta um resultado de 5,06% no acumulado dos últimos 12 meses. Em janeiro, esse acumulado anual estava em 4,56%.
Apesar de estar registrando alta, a inflação não apresenta o mesmo cenário de descontrole verificado em 2015, quando atingiu os mesmos 14,25% anuais de agora. Entretanto, a alta já era aguardada desde o ano passado e foi sinalizada ainda durante a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central.
Na reunião de dezembro de 2024, a Ata do Copom apresentou a previsão de mais duas elevações na taxa Selic, como aconteceu nesses dois primeiros encontros de 2025 com a administração Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto. Analistas de mercado enxergam nesses reajustes quase programados uma estratégia pensada por Campos Neto para suavizar a transição de comando no BC e blindar o novo presidente Gabriel Galípolo.
Quando Lula tomou posse como presidente da República, em 1º de janeiro de 2023, a taxa básica de juros estava em 13,75%. Em setembro daquele ano o Copom iniciou uma trajetória de queda na taxa, e os juros chegaram a 10,5% em maio do ano passado.
Diante de um quadro de aumento maior da inflação em setembro de 2024, os membros do Copom iniciaram desta vez uma trajetória de alta, e com apenas cinco reuniões do colegiado, a taxa subiu 3,75%, chegando aos 14,25% de hoje, o maior patamar no governo Lula. Em resumo, o BC levou nove meses e meio para reduzir a taxa em 3,25%, mas apenas seis meses e meio para elevá-la em 3,75%.
De acordo com avaliações de consultorias do mercado financeiro, com a decisão tomada nesta noite, o Brasil passou a ter a quarta maior taxa real de juros do mundo. A taxa real brasileira chegou a 8,79%. A Turquia lidera o ranking com 11,9%, seguida por Argentina, com 9,35%, e Rússia, com 8,91%.
Para calcular o índice real, leva-se em conta a taxa de juros "a mercado", ou seja, um referencial do que seriam juros tomados em uma operação real, e a inflação projetada para os 12 meses consecutivos.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ponderou que a instituição necessita ter dados econômicos e inflação analisados de forma mais clara. O dirigente deu essa declaração, em evento a empresários realizado nesta sexta-feira (14), após uma retrospectiva em que os mesmos dados acabaram se apresentando de uma maneira em que "pareciam confirmar uma tendência e, depois, isso não se confirmou".
"Por isso eu disse que é importante que o banco Central tenha o tempo necessário para consumir esses dados e ter clareza se não estamos assistindo simplesmente uma volatilidade que responde esses dados de alta frequência e ter certeza se estamos conseguindo observar uma tendência", analisou..
O presidente do BC também falou, na última quarta-feira (12), que o Brasil passará por momento "desconfortável" no âmbito econômico, de curto prazo. A entidade estima um possível estouro do teto da meta (4,5%), em junho deste ano, conforme o sistema de alvo contínuo em vigor.
Além disso, Galípolo também falou sobre a política de tarifas recíprocas imposta por Donald Trump, nos Estados Unidos, e sobre o que isso afeta ao Brasil. Segundo ele, o Brasil vai ser afetado, mas em menor intensidade, comparado com outros países como o México.
O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não podia dar um “cavalo de pau” e alterar a decisão de elevar a taxa de juros, que já havia sido anunciada por seu antecessor, Roberto Campos Neto. A opinião foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (30) no Palácio do Planalto.
A entrevista, segundo o presidente Lula, representa um novo formato que ele pretende iniciar a partir de agora, de conversas mais frequentes e diretas com órgãos de imprensa. O presidente disse inclusive que pretende responder a qualquer pergunta, e pediu que os jornalistas não medissem palavras ao fazer os questionamentos.
Na pergunta sobre a decisão desta quarta (29) do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que elevou a taxa Selic de 12,25% para 13,25%, o presidente Lula disse que o seu indicado ao BC, Gabriel Galípolo, “fez o que tinha que fazer”, e que é preciso ter paciência e confiança na condução dele da política monetária.
“O presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto de uma hora para outra. Já estava praticamente demarcado a necessidade da subida de juros, pelo outro presidente [Roberto Campos Neto]. E o Galípolo fez aquilo que ele entendeu que deveria fazer. Nós temos consciência de que é preciso ter paciência, eu tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do Banco Central. Tenho certeza de que ele vai criar condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor", disse Lula.
O comentário do presidente está em linha com o que disseram diversos parlamentares do PT, ao comentarem nas redes sociais a decisão do Copom já sob nova direção. Foi o caso da presidente petista, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que disse que não havia outra alternativa para Galípolo que não fosse o aumento de juros de 1%, que, segundo ela, já havia sido decidido por Roberto Campos Neto.
“O novo aumento da taxa básica de juros, já determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central e anunciado hoje, é péssimo para o país e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real. Vai tornar mais cara a conta da dívida pública, sufocar as famílias endividadas, restringir o acesso ao crédito e o crescimento da atividade econômica. Neste momento sabemos que não resta muita alternativa ao novo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Restam desafios para reposicionar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que dirige”, disse Gleisi.
Ainda na entrevista, Lula disse não ter se surpreendido com o aumento na Selic, elogiou Galípolo e disse que ele vai entregar os melhores resultados dentro do que for possível.
“Nós aqui como governo temos que cumprir nossa parte, a sociedade cumpre a parte dela e o companheiro Galípolo cumpre a função que ele tem que é de coordenar a política monetária brasileira e entregar para nós, dentro do possível, a inflação e juros mais baixo. É isso o que vai acontecer. Eu já esperava por isso, não é nenhuma surpresa para mim. O que posso dizer é que agora temos um presidente do BC da maior competência, muito competente do ponto de vista econômico”, concluiu o presidente.
Como já era aguardado por praticamente a unanimidade dos agentes do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira. Com a decisão tomada nesta quarta-feira (29), a Selic aumentou de 12,25% para 13,25% ao ano.
Esta foi a primeira reunião do Copom neste ano de 2025, e também a primeira sob o comando do atual presidente, Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Roberto Campos Neto, que ficou os últimos quatro anos no cargo. Essa também foi a primeira reunião com os três novos diretores do BC também indicados por Lula e aprovados pelo Congresso Nacional no final do ano passado.
A decisão para o aumento em 1% na taxa de juros foi tomada de forma unânime por todos os nove membros do Copom. Esse foi o quarto aumento seguido nos juros desde o início do governo Lula.
Quando Lula tomou posse na cadeira presidencial, em 1º de janeiro de 2023, a Selic estava em 13,75%. Esse patamar foi mantido até agosto daquele ano, quando o Copom deu início a um período de cortes progressivos na Selic, diante do momento que o país vivia de inflação controlada e abaixo do teto da meta. Naquele mês, o Copom cortou os juros em 0,5%, derrubando a taxa para 13,25%.
Na sequência, o Banco Central promoveu seis cortes seguidos na taxa básica de juros, chegando a maior do ano passado com uma queda total de 2,75%, de 13,25% para 10,5%. Esse patamar foi mantido em mais duas reuniões, e a partir do encontro do Copom de setembro do ano passado, os juros iniciaram uma nova trajetória de alta, diante de dados sobre aumento da inflação e piora nas contas públicas.
Desde a reunião de setembro, foram necessárias apenas quatro reuniões do Copom para a taxa Selic subir de 10,5% para os atuais 13,25%, os mesmos 2,75% que foram cortados durante seis encontros dos diretores do Banco Central entre 2023 e 2024. E a taxa deve subir novamente mais um ponto percentual na próxima reunião do colegiado, nos dias 18 e 19 de março, levando os juros para 14,25%.
O mercado não só já aguardava esse aumento de 1% na Selic nessa primeira reunião com Gabriel Galípolo na presidência do BC, como já aposta que a taxa de juros deve chegar a 15% até o meio do ano. A expectativa é da manutenção de uma postura cautelosa e conservadora dos membros do Copom diante dos indicadores que mostram uma conjuntura econômica de intensas pressões inflacionárias.
Na análise de agentes financeiras, o desemprego em patamares baixos (6,1% até novembro), aumentam tanto a renda média (R$ 3.285) quanto a massa salarial das famílias, o que favorece um cenário de inflação. Também pesa nas avaliações o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses, que foi de 4,83%, segundo dados do IBGE, que ficou acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%.
A inflação tende a ser afetada, ainda, pelo câmbio, que permanece próximo dos R$ 6, mesmo com a queda verificada nos últimos dias. De acordo com o boletim Focus, a expectativa é de que a inflação chegue a 5,5% ao final de 2025.
Além da questão da piora nos indicadores e das incertezas no ambiente externo, há ainda no radar do Copom as dificuldades da equipe econômica do governo Lula em encontrar soluções para o problema fiscal. O mercado segue sem confiar que o governo está disposto a promover cortes de gastos para estabilizar a dívida pública, e enquanto não houver indicação de um esforço para contornar esse problema que mina a credibilidade do Palácio do Planalto, o Banco Central seguirá aumentando a taxa de juros reunião após reunião.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, promoveu uma reunião, nesta sexta-feira (20), ao lado do novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e o marqueteiro Sidônio Palmeira, cotado para ser o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula. Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula garantiu a autonomia do Banco Central e de Galípoli na gestão da autoridade monetária.
Lula disse aos ministros, durante um almoço em Brasília, que foi Galípolo que disse a ele que é preciso pacificar a relação com o mercado e que o futuro presidente do BC "vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve". A reunião, que ocorreu no Palácio da Alvorada contou ainda com a presença de Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Rui Costa, ministro da Casa Civil; e Simone Tebet, ministra do Planejamento.
Na legenda da publicação, o presidente afirmou: “Seguimos mais convictos que nunca que a estabilidade econômica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de compra das famílias brasileiras. Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas.”, disse.
Com relação a posição de Sidônio Pereira, ainda não está definido qual cargo ele poderia ocupar, mas além de seguir sendo um dos principais conselheiros de Lula, Sidônio estaria em Brasília para ajudar a preparar o pronunciamento de fim de ano do presidente, previsto para ir ao ar na terça-feira (24).
Indicação de Gabriel Galípolo para presidente do BC é aprovada com direito a elogios até da oposição
Com 66 votos favoráveis e apenas cinco contrários, em votação secreta, foi aprovado no plenário do Senado, na sessão desta terça-feira (8), o nome do economista Daniel Galípolo para ser o próximo presidente Banco Central. Galípolo foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vai substituir a partir de 2025 o atual presidente, Roberto Campos Neto, que havia sido indicado na gestão Bolsonaro.
O indicado por Lula é diretor de Política Monetária da autoridade desde julho de 2023. Para assumir a vaga, também foi sabatinado no Senado. Ou seja, esta foi a segunda que ele passou por análise dos senadores em dois anos.
Nesta mesma terça-feira em que Galípolo estava sendo sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos, o presidente Lula, no Palácio do Planalto, reiterou as críticas aos índices de taxa de juros no país. Segundo Lula, apesar do patamar atual, a taxa "haverá de ceder", em meio aos demais resultados econômicos positivos que vem sendo anunciados há algumas semanas.
Sobre a questão dos juros e as pressões do governo pela sua diminuição, Gabriel Galípolo abriu a sabatina assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente da República de que terá "liberdade na tomada de decisões" na autoridade monetária.
Em resposta a perguntas dos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi enfático a respeito de sua autonomia à frente da instituição.
"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro", declarou o futuro presidente do BC.
Na sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos, Gabriel Galípolo teve seu nome aprovado por unanimidade, e até mesmo os senadores de oposição elogiaram a atuação e a postura do atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Os parlamentares oposicionistas fizeram mais elogios a Galípolo do que os senadores governistas.
A senadora Damares Alves (PL-DF), por exemplo, citou a simpatia do atual diretor, e disse só lamentar que ele será presidente do BC durante um governo de esquerda.
"Eu fico aqui olhando a sua simpatia e lamentando que o senhor vai ser presidente do Banco Central num governo de esquerda. Que Deus lhe dê muita sabedoria e discernimento neste momento. Foi uma alegria te conhecer pessoalmente", afirmou a senadora do PL.
Outro senador que fez elogios a Gabriel Galípolo foi o líder do PL, Carlos Portinho (PL-RJ). O senador destacou o currículo do diretor do BC e desejou sucesso ao futuro presidente.
"Uma pessoa de excelente trato, belo currículo, com a experiência que já possui por ter acento no conselho do Banco Central. Divergências políticas de governo a parte, eu quero desejar a você a melhor gestão à frente do Banco Central. Eu acredito que suas credenciais lhe permitirão seguir o mesmo trabalho e até mesmo poder ir além", disse Portinho.
Com 42 anos, Gabriel Galípolo é o mais jovem a assumir o BC neste século. Ele é o mais novo a presidir a instituição desde o economista Armínio Fraga, que tinha 41 anos quando se tornou presidente do BC, em 1999. Ele permaneceu no cargo até 2003.
Veja abaixo a lista de presidentes do BC desde o início do século 21:
Arminio Fraga Neto assumiu em 4 de março de 1999, aos 41 anos. Ele permaneceu no BC até 1º de janeiro de 2003;
Henrique Meirelles assumiu em 1º de janeiro de 2003, aos 57 anos. Ele chefiou a autoridade monetária até 1º de janeiro de 2011, e é o mais longevo presidente da história do BC;
Alexandre Tombini assumiu em 1º de janeiro de 2011, aos 47 anos. Ele deixou o BC em 8 de junho de 2016;
Ilan Goldfajn assumiu em 9 de junho de 2016, aos 50 anos. Ele permaneceu na instituição até fevereiro de 2019;
Roberto Campos Neto assumiu em 28 de fevereiro de 2019, aos 49 anos. Ele permanece na chefia do BC até o fim de 2024.
Gabriel Galípolo, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do Banco Central (BC) e atual diretor de Política Monetária do órgão, foi escolhido por Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, para substituí-lo entre os dias 6 e 9 de setembro.
Durante o período mencionado, Campos Neto estará participando da reunião anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), sobre estabilidade financeira, que acontecerá na cidade de Basileia, na Suíça.
De acordo com a CNN Brasil, o regimento interno da instituição prevê que o presidente possa escolher um interino para comandar o banco durante as suas ausências. Esta é a segunda vez este ano que Galípolo assume a função. Antes, ele havia assumido durante as férias do titular em julho deste ano.
Nesta quarta-feira (4), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) agendou para 8 de outubro a apreciação em plenário da Corte do nome de Galípolo para a presidência do BC.
Antes disso, no entanto, o indicado do presidente Lula deverá passar por uma sabatina com o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Esta sabatina é necessária antes da votação em plenário.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDS-MG), anunciou na sessão plenária desta quarta-feira (4) que a votação da indicação de Gabriel Galípolo, escolhido para presidir o Banco Central, acontecerá no dia 8 de outubro, após as eleições municipais. Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o sucessor de Roberto Campos Neto, que deixará o BC no final do ano de 2024.
Galípolo, que é o atual diretor de política monetária do Banco Central, ainda terá que passar por sabatina e votação de sua indicação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), ainda não marcou a data da sabatina na comissão, mas diante do agendamento da votação no Plenário, deve marcar a sessão com Galípolo no mesmo dia.
Após o anúncio de Pacheco, senadores de oposição pediram que não fosse ainda marcada uma data para a sabatina, por conta do período eleitoral, que esvazia o Congresso. O senador Marcos Rogério (PL-RO), líder da oposição, pediu a Pacheco que ouvisse os líderes antes de decidir pela data.
Em contraponto à oposição, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu que o indicado para presidir o Banco Central já é nome conhecido dos senadores, inclusive tendo sido sabatinado no ano passado para assumir diretoria na instituição. Wagner, que será o relator da indicação, apoiou a decisão de Rodrigo Pacheco de marcar a data de 8 de outubro para a realização da sabatina.
"O mercado e o próprio atual presidente do Banco Central sabem da importância de fazermos essa sabatina e sinalizarmos para uma transição pacífica no comando da autoridade monetária brasileira. E sinto que o nome de Gabriel Galípolo não cria aresta com ninguém. A data marcada pelo presidente Pacheco é razoável, apesar de eu querer até antes, mas é um período importante para que ele possa conversar com os senadores. Ele já esteve nos gabinetes de pelo menos 30 senadores nesta semana, e deve continuar conversando com todos, inclusive com a oposição", disse Jaques Wagner.
Após a fala de outros senadores, o presidente do Senado manteve a data da votação da indicação de Gabriel Galípolo para o dia 8 de outubro, no Plenário.
A sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser o próximo presidente do Banco Central, não será realizada no dia 10 de setembro, como queria o governo. A afirmação foi feita pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), ao final da reunião do colegiado nesta terça-feira (3).
O indicado pelo governo para presidir o Banco Central esteva na manhã desta terça circulando pelos corredores do Senado, para se apresentar aos parlamentares. Galípolo andou pelo corredor de comissões e teve algumas conversas rápidas, entre elas com o líder do PL, Carlos Portinho (RJ).
A mensagem do Palácio do Planalto com a indicação de Gabriel Galípolo ao BC chegou ao Senado nesta segunda. O governo vinha negociando com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos fosse realizada na próxima terça (10), na semana que será realizado provavelmente o último período de esforço concentrado antes das eleições municipais de 6 de outubro.
O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, não explicou porque negou a realização da sabatina na data que vinha sendo requisitada pelo governo. Há a possibilidade de uma conversa reservada entre Vanderlan e o presidente do Senado ainda nesta terça, para negociação de uma data para que Galípolo seja sabatinado pelos senadores.
Se não for realizada no dia 10, a sabatina também dificilmente poderá acontecer na semana seguinte. Isto porque a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para definição da taxa Selic será reallizada nos dias 17 e 18. Galípolo, como membro do Copom, participará dos dois dias da reunião e não poderá ser sabatinado nestas datas.
Indicado pelo presidente Lula, Gabriel Galípolo, que atualmente é o diretor de Política Monetária do Banco Central, vai substituir Roberto Campos Neto, que tem mandato até o fim deste ano. A indicação precisa passar inicialmente pela sabatina e depois aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos, e posteriormente o nome do futuro presidente do BC tem que ser aprovado no Plenário do Senado.
Natural de São Paulo (SP), Gabriel Galípolo tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Ele tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
O Senado aprovou a indicação do economista Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central por 39 votos favoráveis a 12 contrários, com uma abstenção. A Casa Legislativa realizou a votação após sabatina e aprovação do economista com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Agora, a indicação do advogado Aílton Aquino dos Santos deve ser votada em seguida pelo plenário.
Com a aprovação, Galípolo garante cadeira no Comitê de Política Monetária (Copom) e já deve participar da próxima reunião, marcada para agosto. É esperado que haja o primeiro corte na Selic depois de sete manutenções consecutivas. A Selic encontra-se em 13,75% ao ano e há forte pressão tanto do governo, quanto do setor produtivo, para a redução da taxa.
Durante a sabatina, Galípolo citou por algumas vezes o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizando harmonia com o comandante da autarquia, que virou alvo do governo petista pelo atual patamar da taxa de juros, de 13,75% ao ano.
“Todas as medidas que foram tomadas, já com a queda dos juros futuros, vêm contribuindo para um cenário que pode estimular investimentos e crescimento”, disse o economista.
O atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, será indicado pelo governo federal para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC). A informação foi confirmada pelo ministro Fernando Haddad nesta segunda-feira (8). Além disso, o titular da Fazenda afirmou que o servidor Ailton Aquino dos Santos será indicado para a diretoria de Fiscalização do BC.
“Conversei com o presidente Lula tem um tempo sobre essa minha intenção e ele chancelou os dois nomes, ele confia absolutamente nas pessoas que estão sendo indicadas. A primeira vez que ouvi o nome do Galípolo para o Banco Central partiu do Roberto Campos Neto. Eu estava na reunião do G20 na Índia e fomos almoçar juntos. Foi a primeira pessoa que mencionou a possibilidade, no sentido de entrosar as equipes do Ministério da Fazenda e do BC”, disse Haddad.
As indicações de Galípolo e Aquino ainda precisam ser aprovadas pelo Senado, processo que provavelmente irá demorar algumas semanas. O servidor Ailton Aquino é hoje auditor chefe do Banco Central e está na autoridade monetária há 25 anos. Ele será o primeiro diretor negro do BC.
Haddad reforçou que os indicados terão “autonomia” para atuar na autarquia, sem pressões internas do governo para reajustar a taxa de juros, que tem sido alvo de críticas do presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Tem nove diretores no BC e o presidente Lula vai indicar os nomes. Gabriel não é filiado ao PT, foi convidado a participar do governo por mim, foi um convite pessoal. Ele nunca teve militância partidária e é conhecido do mercado. Ele está indo para o BC com autonomia e para cumprir a lei e buscar crescer com baixa inflação e justiça social”, afirmou Haddad.
Para o lugar de Galípolo na Fazenda, segundo o “O Globo”, o ministro deve nomear o advogado Dario Durigan, que foi assessor especial de Haddad na prefeitura de São Paulo entre outubro de 2015 e dezembro de 2016, quando Haddad deixou o cargo.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.