Artigos
Inteligência Artificial: a revolução na saúde suplementar passa por mais eficiência operacional
Multimídia
João Roma relembra retomada de diálogo com ACM Neto: “Foi um momento difícil, mas tivemos uma boa conversa”
Entrevistas
Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
festival de ceramica de maragogipinho
A entrega de uma escultura de Iansã à cantora Maria Bethânia marcou a trajetória do escultor baiano Wesley Souza, de 28 anos, que viu seu trabalho chegar às mãos da artista durante apresentação na Concha Acústica de Salvador, no último sábado (15). A obra foi oferecida a Bethânia pelo governador Jerônimo Rodrigues e pelo secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, durante a turnê que celebra os 60 anos de carreira da cantora.
A peça foi adquirida por Monteiro no Festival de Cerâmica de Maragogipinho, distrito de Aratuípe reconhecido pela Unesco como o maior polo de cerâmica artesanal da América Latina. Filho de ceramista, Wesley começou a modelar argila aos cinco anos nas olarias da região e consolidou sua produção em esculturas afro-brasileiras. “Quando o secretário contou, fiquei sem reação. Maria Bethânia é uma pessoa sensacional. Fiquei muito feliz, até agora estou sem acreditar”, disse o artista.
No vídeo divulgado nas redes sociais, Monteiro explica que conheceu o trabalho do escultor ao visitar o festival na véspera. Bethânia elogiou a obra ao observar os detalhes. “Muito bonita, que peça linda! Um presente lindo, trabalho maravilhoso”, disse admirada. Para o secretário, o encontro entre a artista e o jovem ceramista representa conexões culturais do estado. “Me sinto muito honrado em ser a ponte entre o jovem artista de Maragogipinho, Wesley Sousa, e a menina dos olhos de Oyá. Uma poderosa conexão de arte, festa, amor e devoção que só a Bahia proporciona”.
A trajetória de Wesley está ligada à ancestralidade presente na cerâmica produzida no distrito. Suas esculturas de orixás surgiram de uma relação familiar com o candomblé. “É legal poder expressar nossa ancestralidade através do barro. Minha avó era ialorixá, acredito que essa foi a forma de orixá me trazer para as minhas raízes”, contou. Todo o processo de criação é artesanal e leva entre 15 e 20 dias. “Vivo da arte. Quando fazemos algo com amor, as coisas fluem de forma diferente, mas quem molda isso e está o tempo todo comigo nesse processo é a minha ancestralidade”.
O FESTIVAL
A escultura entregue a Bethânia foi produzida durante o Festival de Cerâmica de Maragogipinho, realizado entre 14 e 16 de novembro pelo Governo do Estado, Prefeitura de Aratuípe e instituições culturais.
A terceira edição reuniu 40 estandes da Feira do Artesanato da Bahia, feira gastronômica, shows de Olodum, Filipe Escandurras e Jorge Vercillo, além de referências históricas da cerâmica local, com foco no tema “A força da mulher no artesanato de Maragogipinho”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Léo Santana
"Vão ter que me aturar".
Disse o cantor Léo Santana sobre a responsabilidade de ser uma pessoa influente e ser considerado pelo público como uma inspiração e sobre ser representatividade para comunidade negra.